OBSTETRIC VIOLENCE AND ITS IMPACTS ON WOMEN’S HEALTH IN RONDÔNIA
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202409260756
Juliana Carlos Ribeiro1
Luara Coimbra Nunes1
Martina Rodrigues Lobato2
RESUMO
A intervenção obstétrica excessiva em Rondônia tem sido relatada como violência obstétrica e contribui para o aumento da morbimortalidade materna e neonatal. A exposição Sentidos do Nascer tem como objetivo promover o parto natural para melhorar a saúde e melhorar a experiência do parto doméstico. Este artigo tem como objetivo realizar uma revisão narrativa de pesquisas sobre violência obstétrica. Até o momento foram discutidos a história do parto e suas intervenções, o conceito de violência obstétrica, o arcabouço legal e o panorama brasileiro da assistência à maternidade. A Prefeitura Municipal da capital divulgou que, em menos de dois anos, 14 mulheres interromperam uma gestação resultante de uma violência contra a mulher, no município. O atendimento é realizado pela Maternidade Municipal Mãe Esperança, que funciona em regime de plantão 24 horas. Os dados apontam para a necessidade de considerar a violência obstétrica, preferencialmente em documentos legais que a definam e criminalizem. Esse pensamento ajudará a identificar e resolver essas situações. Mudanças nas atuais práticas de cuidado são consideradas importantes para reduzir intervenções desnecessárias e violações dos direitos das mulheres. No entanto, o reconhecimento de práticas ultrapassadas ou perigosas nos cuidados de maternidade, como a violência obstétrica, continua a ser baixo. Ações como estas podem contribuir para aumentar o conhecimento e mobilizar o público sobre as práticas de parto e nascimento
Palavras-chave: Saúde da mulher, Obstetrícia, Violência contra mulher, Gestante
ABSTRACT
Excessive obstetric intervention in Brazil has been reported as obstetric violence and contributes to the increase in maternal and neonatal morbidity and mortality. The Senses of Birth exhibition aims to promote natural birth to improve health and enhance the home birth experience. This article aims to carry out a narrative review of research on obstetric violence. So far, the history of childbirth and its interventions, the concept of obstetric violence, the legal framework and the Brazilian panorama of maternity care have been discussed. After reviewing the research carried out on the topic, it was found that there is no consensus on the concept of obstetric violence in Rondônia, although there is evidence that this practice is occurring. The data point to the need to consider obstetric violence, preferably in legal documents that define and criminalize it. This thinking will help identify and resolve these situations. Changes in current care practices are considered important to reduce unnecessary interventions and violations of women’s rights. However, recognition of outdated or dangerous practices in maternity care, such as obstetric violence, remains low. Actions like these can contribute to increasing knowledge and mobilizing the public about labor and birth practices.
Keywords: Women’s health, Obstetrics, Violence against women, Pregnant women
INTRODUÇÃO
A violência materna afeta diretamente as mulheres e pode ocorrer durante a gravidez, o parto e o pós-parto. O desrespeito pelas mulheres, pela sua independência, pelos seus corpos e pelos seus processos reprodutivos, pode manifestar-se em violência verbal e física ou sexualidade e a aceitação de intervenções e procedimentos desnecessários e/ou cientificamente não comprovados. Afeta negativamente a qualidade de vida das mulheres, causando choque mental, traumas, depressão, dificuldades na vida sexual etc. (BONFIM et al.,2010)
A violência contra a mulher é considerada um grande problema de saúde pública é definido como qualquer ato de violência baseada no género que possa causar danos físicos, danos sexuais ou psicológicos às mulheres. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1/3 das mulheres no mundo já sofreram violência em algum momento da vida, especialmente fisicamente, sexualmente ou ambos. Esta situação está piorando quando se refere às mulheres num momento em que estão muito fracas física e mentalmente como a gravidez, porque representa uma ameaça para a mulher e para o feto, é muito exigente atenção dos serviços de saúde. (COLONESE, 2022)
O risco de abuso e violência sexual por parte de um parceiro íntimo é maior para mulheres com baixos níveis de escolaridade, que sofreram violência em tenra idade, em ambientes desiguais em relacionamentos íntimos, e aquelas com atitudes e normas inadequadas que aceitam a violência e o género. desigualdade. Um agravante é que a maioria das mulheres, entre 55% e 95%, que sobrevivem à violência não falam sobre o ocorrido e não procuram qualquer forma de ajuda. (OLIVEIRA et al., 2020)
Existem várias formas pelas quais os serviços de saúde podem prejudicar as mulheres durante a gravidez ou no período pós-parto, desde ameaças ou abuso verbal até negligência médica. Procedimentos desnecessários ou não autorizados pela gestante também se enquadram no âmbito da violência obstétrica. Os pacientes não podem ser ignorados ou mal-informadas sobre qualquer procedimento. (OMS, 2018)
A atenção no Sistema de Saúde da Família deve considerar o nível de aborto causada pela saúde da mulher, os profissionais médicos precisam estar atentos para considerar os fatores relacionados à decisão de fazer um aborto. Vivenciar a violência doméstica na infância, na adolescência e nas relações conjugais são questões que podem ser relevantes para tal decisão. Na atenção básica à saúde, o enfermeiro ocupa posição importante e nesta situação podem ser tomadas medidas preventivas e de promoção da saúde com o objetivo de evitar o aborto ou outras formas de violência. (BARUFALDI et al.,2017)
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Analisar as notificações de violência obstetrícia e os efeitos na gestação e na saúde da mulher.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
– Levantar dados sobre violência obstetrícia
– Compreender os fatores que desencadeiam a violência
– Apresentar os malefícios causados na mulher e no desenvolvimento gestacional
MATERIAIS E MÉTODOS
Será abordado neste estudo de forma explicativa, uma pesquisa embasada em bibliografias e fontes de pesquisas, serão utilizados artigos selecionados nas plataformas citadas anteriormente, usando também como relevância artigos de 2010 a 2022, nos idiomas português, inglês e espanhol.
Para a escolha dos artigos as plataformas de pesquisa online utilizadas foram: plataforma de estudos SanarFlix, Kenhub, Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) Google Scholar (para artigos complementares), Portal Periódicos da Capes, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Descritores em Ciências da Saúde (Dec’s), proporcionando assim com que se encontrasse os artigos mais recentes para uma filtragem para melhor esclarecimento do objetivo desse projeto.
Serão utilizados os descritores: Violência obstetrícia, Saúde da mulher, Saúde Pública, Feminicídio, Notificação compulsória para selecionar e classificar os artigos.
Não serão levados em consideração artigos com informações incompletas o que não batam com a diretriz pertencente ao tema do trabalho. Serão apresentados os dados de incidências em porcentagens de forma descritiva sequenciais onde os fatores predisponentes que contribuem para a violência obstetrícia e como isso afeta o desenvolvimento gestacional e a saúde da mulher. Após uma breve leitura dos resumos desses artigos e uma discussão centrada no grupo que estará fazendo o trabalho para melhor seleção de informações e organização das mesmas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A violência obstétrica é definida como atraso no atendimento, recusa em receber serviços médicos, descuido, recusa de medicação para dor, abuso físico, verbal e/ou mental, falta de respeito pela privacidade e liberdade de escolha, procedimentos de aplicação ou não consentimento a detenção de mulheres e dos seus filhos em instalações médicas, entre outras coisas. Inclui a não utilização de procedimentos recomendados e a utilização de procedimentos desnecessários, não recomendados e/ou desatualizados que podem ser prejudiciais. Procedimentos inadequados podem produzir resultados e tratamento, com efeitos evitáveis na saúde de mulheres e crianças, como distocia durante o parto, sangramento e anemia de oxigênio em recém-nascidos, além de insatisfação feminina e depressão pós-parto. (ANDRADE et al., 2014)
No Brasil, um estudo sobre mulheres brasileiras e gênero em espaços públicos e privados constatou que uma em cada quatro mulheres sofreu alguma forma de violência durante o parto, desde gritar, causar dor sem consentimento ou conhecimento, falta de analgésicos e até mesmo por negligência. No estudo nascer no Brasil, uma pesquisa nacional com 23.940 puérperas encontrou intervenção excessiva durante o trabalho de parto e parto, apontando para um padrão de cuidado que é caracterizado por: A questão é que intervenções desnecessárias e muitas vezes prejudiciais deixam mulheres e crianças expostas a riscos induzidos por médicos eventos. Mais da metade das mulheres fizeram episiotomia, 91,7% estavam em posição de episiotomia durante o parto, quando as evidências recomendavam as posições corretas; A injeção de ocitocina e a amniocentese para acelerar o processo de parto foram realizadas em 40% das mulheres, e 37% foram realizadas sob as instruções de Kristeller (pressão no útero para empurrar o bebê para fora), um procedimento que a cirurgia agressiva causa consequências perigosas para o feto. mulher dando à luz e seu filho. (SOUZA et al., 2017)
O índice crescente de cesarianas no Brasil mostra que nunca há necessidade de discussão do assunto em si, especialmente no caso de cirurgias desnecessárias. Aquelas cirurgias que ocorrem na ausência de uma condição que ameace a saúde da gestante ou do feto são consideradas desnecessárias e, portanto, necessárias. Se houver uma cirurgia diagnosticada corretamente, a cirurgia pode aumentar o risco de gravidez. Devido aos hospitais que são comuns como altas taxas de registro de cesarianas no Brasil, bem como ao estado atual das práticas e intervenções descritas, é importante procurar ajuda administrada durante a gravidez e o parto, abrangendo todo o período, desde a consulta pré-natal até o período pós-natal livre. Que você diga respeito ao seu estado de saúde, comportamentos e procedimentos com seus benefícios e riscos e direito à escola neste sentido) e proporcionar oportunidade para um pai, este processo deve ser central para um plano de humanização que vemos. (PEDROSO et al 2017)
A crescente medicalização da assistência à maternidade no Brasil, demonstrada pelas altas taxas de cesárea (56,9% em 2015), abuso de ocitocina e episiotomia, entre outras causas, está associada a efeitos iatrogênicos e ao aumento da morbidade materna e infantil, como o parto prematuro iatrogênico, recém-nascido internado em UTI, mãe com sangramento e infecção. Há uma lacuna nas evidências científicas disponíveis desde 198515 e recentemente atualizadas nas Diretrizes Gerais de Reprodução Assistida do Departamento de Saúde, que apelam a mudanças nos modelos de cuidados para promover resultados de saúde. homem: primeiro não faça mal. Além dos cuidados de saúde universais, é necessário melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados, uma vez que cuidados desrespeitosos ou abusivos podem ter consequências graves para a saúde. (REIS, 2017)
Além de intervenções obstétricas desnecessárias, muitas mulheres relataram sofrer fortes dores de parto, humilhação, vergonha e profundo preconceito sobre a saúde e a sexualidade das mulheres. Esta realidade acontece todos os dias e é cruel, representa uma grave violação dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Nesse sentido, reforça-se a importância do atual movimento de humanização do trabalho de parto e nascimento, que visa fortalecer a posição das mulheres como protagonistas neste contexto, capacitando-as a fornecer-lhes informações sobre o corpo, a gravidez, o esperado e possível mudanças, além disso. Todos incluirão o processo de nascimento. Com mais conformidade, reforço e apoio, a mulher se sentirá mais segura em assumir sua posição, desejos e controle sobre seu corpo neste momento e poderá dar à luz com segurança no devido tempo, de acordo com seus planos e desejos. Além de divulgar informações sobre os direitos das mulheres, confirmando e possibilitando que elas os procurem, desde o parto até depois do parto, desta forma poderão identificar abusos e violações dos infratores no processo, criticá-los é violação do direito da mulher. (OLIVEIRA, 2019)
O descaso e o desrespeito das mulheres grávidas nos cuidados de maternidade, tanto no sector público como no privado da saúde, têm sido amplamente divulgados nos meios de comunicação social e nas redes sociais com muitos relatos de mulheres que se sentem vítimas. Nesse sentido, esses dados analisados pela fiscalização do Ministério da Saúde (2012) mostraram que 12,7% das reclamações das mulheres eram sobre falta de respeito, incluindo relatos de maus-tratos, escuta e descaso com suas necessidades. e foram agredidos verbal e fisicamente. Com o estudo “Mulheres Brasileiras em Espaços Públicos e Privados”, eles descobriram que 25% das mulheres entrevistadas disseram ter sofrido algum tipo de violência em instalações médicas durante o parto, tanto em locais públicos como privados. (GUIMARÃES et al., 2018)
A violência materna é um fenômeno que ocorre há décadas na América Latina. Um fator comum entre as gestantes é o desconhecimento e a relutância em perguntar sobre os procedimentos que serão realizados durante o parto. Essa situação pode fazer com que aceitem a exploração de seu corpo por diversas pessoas, aceitando diversas situações desagradáveis sem reclamar. Mulheres grávidas em todo o mundo sofrem, são desrespeitadas, negligenciadas e maltratadas quando dão à luz em instalações médicas. Estas práticas podem ter consequências negativas para a mãe e para a criança, especialmente porque este é um momento em que as mulheres estão muito vulneráveis. No entanto, apesar da divulgação destas experiências, a OMS salienta que “atualmente não existe um consenso internacional sobre como definir e medir cientificamente estes problemas”. Como resultado, a sua prevalência e impacto na saúde, no bem-estar e nas escolhas das mulheres permanecem em grande parte desconhecidos.” A organização enfatiza a necessidade de realizar pesquisas com o objetivo de melhor identificar, medir e compreender comportamentos que demonstrem desrespeito e abuso durante o parto, bem como desenvolver formas de preveni-los e eliminar esses comportamentos. (PEDROSO et al., 2017)
CONCLUSÃO
Portanto nota-se que o termo violência obstétrica, segundo pesquisas revisadas, não tem consenso, nem é definido legalmente porque atrai, por vezes, abusos e procedimentos desnecessários por parte da população de mulheres brasileiras que simplesmente ingressam por falta. foi enviado presente. Assim, os seus direitos e liberdades são restringidos e a violência não pode ser denunciada ou mesmo criminalizada. Neste sentido, sublinha-se que a violência reprodutiva (incluindo a sua definição), preferencialmente em documentos legais descritivos do crime, facto a ser fundamentado para identificar e enfrentar estas situações. Práticas imbuídas de entendimentos culturais estereotipados de desvalorização e subordinação feminina, cercadas por ideologias médicas e masculinas, tornaram-se criaturas naturais em culturas térmicas. Esses entendimentos são bons para condições de sobrevivência e perpetuação desta violência, que, por sua vez, não deve ser entendida como limitada às precárias condições de trabalho dos grevistas.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. A. C.; FERREIRA, P. B. Apoio institucional: tecnologia inovadora para fortalecer a rede perinatal a partir do dispositivo acolhimento e classificação de risco. Em: Cadernos Humaniza SUS. Brasília, DF: [s.n.]. v. 4p. 61–76.
GUIMARÃES, L. B. E.; JONAS, E.; AMARAL, L. R. O. G. DO. Violência obstétrica em maternidades públicas do estado do Tocantins. Estudos feministas, v. 26, n. 1, 2018.
OLIVEIRA, O. S. et al. Boas práticas no processo de parto: concepções de enfermeiras obstétricas. Rev Bras Enf, v. 72, n. 2, p. 475–483, 2019.
PEDROSO, C. N. L. DA S.; LÓPEZ, L. C. À margem da humanização? Experiências de parto de usuárias de uma maternidade pública de Porto Alegre-RS. Physis (Rio de Janeiro, Brazil), v. 27, n. 4, p. 1163–1184, 2017.
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SOUZA, K. J. DE; RATTNER, D.; GUBERT, M. B. Institutional violence and quality of service in obstetrics are associated with postpartum depression. Revista de saude publica, v. 51, n. 0, p. 69, 2017.
BARUFALDI, L. A. et al. Violência de gênero: comparação da mortalidade por agressão em mulheres com e sem notificação prévia de violência. Ciencia & saude coletiva, v. 22, n. 9, p. 2929–2938, 2017.
BONFIM, E. G.; LOPES, M. J. M.; PERETTO, M. Os registros profissionais do atendimento pré-natal e a (in)visibilidade da violência doméstica contra a mulher. Escola Anna Nery, v. 14, n. 1, p. 97–104, 2010.
COLONESE, C. F.; PINTO, L. W. Analysis of reports of violence against pregnant women in Brazil in the period from 2011 to 2018. Texto & contexto enfermagem, v. 31, 2022.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Health Statistics 2018: Monitoring health for the SDGs, Sustainable Development Goals. Genève, Switzerland: World Health Organization, 2018.
OLIVEIRA ML, MIRANDA CES. Caracterização das notificações de violência doméstica contra adolescentes. Rev Interd 2020;13:1-8. Disponível em: https:// revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/view/1683
1Academica(o) do curso de Enfermagem da Faculdade da Amazônia – UNAMA
2Orientadora do curso de Enfermagem da Faculdade da Amazônia – UNAMA