REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10324110
Eder Rodrigues dos Santos
Bruna Rocha Vieira da Costa
Debóra Kelen Almeida da Mata
Alessandra Costa da Cunha
Aline de Souza Amorim
Evelin Úrsulan Medeiros da Silva
Raquel Esteves Gonçalves
Kenia Cruz Fernandes
Orientador: Robson Luis de Araújo
Resumo
Introdução: A violência em relação ao gênero é um problema de saúde pública que atinge principalmente as mulheres, prejudicando sua saúde física, mental e espiritual. Pois, esse tipo de violência se encontra em todos os ambientes. O presente trabalho tem como Objetivo: descrever e discutir as possibilidades de atuação do psicólogo no atendimento às mulheres vítimas de violência. Métodos: Buscou-se como base uma revisão de literatura sistemática acerca do tema com a finalidade de aprofundar o conhecimento nessa área. Nisto, foram abordados os seguintes descritores: violência, mulher e psicologia. Há busca foi efetuada nas bases de dados eletrônicas científicas junto com a base de dados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Google Scholar entre o período nos anos de 2018 até 2023. Resultados: Foram evidenciados 20 artigos mediante a metodologia proposta para essa revisão sistemática. Notou-se que a violência em relação a mulher é correspondido a qualquer tipo de violência sendo ela: física, social ou simbólica, pois, baseada especificamente em virtude do seu sexo. Conclusão: Acredita-se que seja necessário implementar medidas interventivas que ofereçam a mulheres um maior apoio, conhecimento e entendimento sobre o sofrimento de ser vítima de violência, pois através das ações preventivas como a Lei Maria da Penha, elas refletirá de maneira positiva essas mudanças, de modo que a mulher vivencie uma experiência de liberdade e tranquilidade em relação a seu estilo de vida. Pois, os hábitos de vida das mulheres após a denúncia do seu agressor, demonstrou satisfação e liberdade de caráter psicológico, podendo ter seu bem-estar de volta.
Descritores: Violência. Mulher. Psicologia.
Abstract
Introduction: Gender-based violence is a public health problem that mainly affects women, damaging their physical, mental and spiritual health. This type of violence is found in all environments. The aim of this study: is to describe and discuss the possibilities for psychologists to work with women who are victims of violence. Methods: A systematic literature review was carried out on the subject in order to deepen knowledge in this area. The following descriptors were used: violence, women and psychology. The search was carried out in scientific electronic databases along with the Virtual Health Library (VHL) and Google Scholar between 2018 and 2023. Results: 20 articles were found using the methodology proposed for this systematic review. It was noted that violence against women corresponds to any type of violence, whether physical, social or symbolic, because it is based specifically on their gender. Conclusion: It is believed that it is necessary to implement interventional measures that offer women greater support, knowledge and understanding about the suffering of being a victim of violence, because through preventive actions such as the Maria da Penha Law, they will positively reflect these changes, so that women experience freedom and tranquility in relation to their lifestyle. Women’s lifestyles after denouncing their aggressor have shown psychological satisfaction and freedom, and they can regain their well-being.
Descriptors: Violence. Women. Psychology.
INTRODUÇÃO
Quando se fala de violência Lourenço e Costa (2020) enfatiza que é uma forma que engloba diferentes subtipos. Dentre estes estão a violência contra: crianças, adolescentes, idosos, homens e mulheres, ou seja, a violência contra mulher é caracterizada pela agressividade e coação que caracterizam ataques de diversos tipos como: físicos, sexuais e psicológicos de um indivíduo da família. Visto que o termo da violência faz alusão ao contexto das relações familiares como um todo, bem como a violência doméstica que é uma das formas que tem sido usada, muitas vezes, para se referir exclusivamente à violência que é acometida pelo homem contra a própria mulher.
No Brasil, observamos que a violência contra a população feminina é gerada em um histórico cultural de cunho patriarcal e androcêntrico, em outras palavras, se constitui na desigualdade com a tendência de reduzir a mulher em relação ao homem, pois, ocasionando a sua vulnerabilidade (Souza et al, 2021).
Por outro lado, Souza e Martins (2020) destacam que os motivos que levaram muitas mulheres a continuarem em situações de humilhação, violência e não denunciar os seus agressores são os mais diversos. No entanto, nem sempre é pela dependência de caráter econômico ou emocional, ou seja, pode ser o fato de que elas se acham merecedoras dessa
punição e infelicidade por não cumprir os deveres que acreditam ser de sua total responsabilidade, ainda que resultam por se culpar pela própria violência que sofrem e mantêm se nessas relações com a ideia de que as merecem.
Nesse contexto, Corrêa et al (2021) parafraseia que a violência é um sinal recorrente na história dos seres humanos. Logo, a violência tem como rachadura a integridade que é violada em todos os aspectos na pessoa de forma: moral, física, psíquica e sexual. Contudo, ela é de carater explícito, inclusive com as normas sociais e culturais, ou seja, a violência no Brasil apresenta traços estruturais, pois o processo dessa colonização foi construído com base na escravidão de polulação índigenas e africanos, sendo que a violência sexual era contra mulheres.
Desse modo, Patrocino e Bevilacqua (2021) explicam que a culpa e a vergonha nas mulheres é uma forma de processo histórico que infelizmente ajudou para que a continuidade da violência fosse recorrente na medida em que o obstáculo aparecesse na busca por ajuda. Todavia, a atenção e o suporte a esse grupo se apresentaram como uma certa condição necessária para que a situação não evoluísse para um evento mais catastrófico.
No que se refere a Organização Mundial da Saúde (OMS), determina que a saúde sexual é um estado de fator psicológico, social e emocional, apresentado e sustentado pelos os direitos humanos em relação a sua particularidade como sua sexualidade, em outras palavras, acredita se, que a desordem desse desejo sexual, provém de uma certa deficiência nas atividades de hormônios: dopaminérgicos e noradrenérgicos, que faz um papel de efeitos de forma excitatória no sistema central, ou seja, essa atividade serotoninérgica, vai exercer um efeito no córtex pré frontal. Assim, esses fatores poderão ajudar a restaurar e equilibrar uma resposta sexual de forma saudável (Oliveira et al, 2020).
Nesse contexto, Berlamino e Leite (2020) elucidam que em âmbito nacional, a partir da promulgação da Lei n. 11.340/2006, Lei Maria da Penha (LMP), em seus ofícios e artigos 35 e 45, foram decretados e institucionalizados os serviços de responsabilização aos Homens Autores de Violência (HAV) como parte integrante do Programa de Enfrentamento à Violência contra a Mulher. Assim, em 2020, é sancionada a Lei n. 13.984/2020, que altera o artigo 22 da LMP que traz como medida protetiva de urgência o comparecimento obrigatório desses agressores aos centros de educação, ou seja, de reabilitação e acompanhamento psicossocial. Logo, as primeiras iniciativas surgiram nos Estados Unidos na década de 70, e mais recente no Brasil e na América Latina por volta da década de 80 e 90.
Nessa perspectiva, essa pesquisa foi baseada através das análises sobre violência contra a mulher com atuação do psicólogo. Logo, a Lei Maria da Penha enfatiza que os tipos de violência cometidos contra a mulher, são classificados em cinco fases: física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Assim, a violência ela é abrangida por todas essas classificações.
Desta forma, constatou-se que a violência precisa ser mais investigada de perto pelos profissionais da equipe multiprofissional, sendo ainda observado com um olhar mais crítico pela psicologia que visa trabalhar com estratégias voltadas para a saúde feminina.
Nesse ponto, destacou-se: violência, mulher e psicologia no planejamento das anamneses realizadas pelo psicólogos, além das doenças e agravos mais frequentes, por conta do processo de violência gerado atraves de anos de tortura e sofimento de aspecto biopsicossocial e espiritual contra a saúde da mulher.
Diante do exposto, a presente pesquisa tem como objetivo: compreender violência contra a mulher: atuação do psicólogo, verificando as contribuições da psicologia para a qualidade de vida das mulheres no processo de sofrimento e adoecimento antes, durante e após a violência.
Desse modo, permitirá clarificar questões voltadas para a mulher durante o processo de violência dos diversos tipos e aspectos, bem como, os mecanismos e a observação dos sintomas manifestados nas mesmas. Entende-se que, esse estudo possibilitará o conhecimento para os acadêmicos e profissionais da educação e saúde e áreas afins, sendo que engloba de maneira clara, elucidativa no que se define a problemática dessa pesquisa com o valor de crescimento profissional.
MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa, tratou-se de uma revisão sistemática de literatura, como método sintetizado nos resultados atingidos dessas pesquisas sobre a temática proposta, prosseguindo com um padrão sistemático, coordenado e amplo.
Esse método acima tem como objetivo designar e oferecer informações abrangentes sobre o respectivo tema, ou seja, composto por um arcabouço de conhecimento. Desse modo, permitirá ter por finalidade o conhecimento produzido em investigações prévias, com destaque nas definições, métodos, resultados, relevantes para este trabalho.
A partir desta perspectiva é reportado que o esboço do estudo foi utilizado o protocolo nos Checklist Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), seguindo as etapas de: identificação, seleção, elegibilidade e inclusão, ou seja, auxiliando os pesquisadores na busca e qualificações das revisões e das análises nos pontos críticos (Galvão, Pansani e Harrad, 2015).
Visto que a princípio, a presente pesquisa foi elaborada com a pergunta norteadora: Quais são os comportamentos de enfrentamentos das mulheres vítimas de violência? Para a busca literária, foram colocadas e utilizadas as bases de dados: BVS e Google Scholar. As palavras chaves utilizadas nos descritores foram: violência, mulher e psicologia.
De fato, os artigos analisados nas base do banco de dados de revistas científicas, foram importantes pela clarificação dos objetivos e os resultados dos mesmo, ou seja, esses estudos transcorreram por uma revisão realizada por diversos profissionais de cunho especializados e pelos editores dos periódicos na qualidade e confiabilidade das revistas (Souza et al, 2021).
Contudo, os critérios de inclusão deste estudo foram: encontrar os descritores no título do artigo, artigos publicados no período de 2018 a 2023, em língua portuguesa ou inglesa, com foco na relação: violência, mulher e psicologia. Ainda que todos os artigos que não se adequarem a esses critérios de inclusão seguem de maneira desconsiderada. Dessa maneira, os critérios de exclusão foram classificados como: estivessem escritos em outras línguas que não fosse da língua portuguesa ou inglesa; demonstram foco em outras áreas fora do tema proposto; as dissertações, teses, trabalho de conclusão de curso, manuais, boletins, livros e resumos de anais de congressos etc., todos esses citados foram invalidados. Após essas buscas, foram elaboradas quatro categorias de instrumentos de coleta de dados, preenchidos para cada artigo, tendo as seguintes variáveis: título dos artigos, objetivos, autores, ano de publicação e conclusão. Nisto, os artigos foram analisados e incluídos, a partir da leitura de total integralidade, interpretativa e fichados.
Em suma, a seleção desses artigos foi feita a partir dos dados de maneira empírica, referentes ao objeto e resultados de estudos que pudessem ser descritos e observados. Além disso, deu-se início ao procedimento dessas análises nas informações cruciais da base dos instrumentos estudados e elaborados, sendo: organizadas, agrupadas, sumarizadas e integradas na discussão da presente revisão.
Por fim, a posse dessa integração dos dados, se deu através dos resultados, interpretados e analisados com base na sumarização obtida, sendo ela apresentada da síntese do conhecimento produzido com base dos aspectos enfocados pela pesquisa presente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Curia et al, (2020) refere que a violência contra a mulher é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fator primordial de saúde pública, ou seja, uma das formas de violação dos direitos humanos. Por outro lado, na intenção de prevenir e coibir todas as formas dessa violência contra a mulher foi estabelecida no Brasil no ano de 2006 a Lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, em categoria de homenagem ao caso real, que leva sobre as redes de assistência e de proteção a mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Contudo, a partir dessa legislação, foram criados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e implementados atendimentos especializados a elas por equipes multidisciplinares. Assim, a Lei prevê ações de conscientização e ressocialização de autores de violência (Lei nº 11.340, 2006), em outros termos, medidas que são importantes para atingir uma efetiva mudança no contexto das relações íntimas permeadas de violência sobre elas.
Contudo, através das buscas realizadas nas bases de dados, localizaram-se 5.403 na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e 36.200 no Google Scholar, totalizando 41.603, após o cumprimento do refinamento conforme descrito a seguir: anos de publicação, idiomas, tipo de estudo, textos completos e o assunto principal, reduziram-se à 20 documentos, os quais foram utilizados para a confecção da presente revisão, sendo eles, 07 artigos retirados da base Google Scholar e 13 da BVS.
Para melhor visibilidade desse percurso metodológico, encontra-se abaixo o fluxograma, conforme método PRISMA ilustrado na Figura 1.
Figura 1. Descritores e Busca nas Bases de Dados.
Fonte: Protocolo PRISMA adaptado.
No sentido de compreender melhor esse fenômeno, Fiorini e Boeckel (2021) descreve que é importante conhecer a população que pratica o ato e a população que sofre sendo vítima dessa violência. No entanto, nota-se que os homens estão mais sujeitos a se envolverem em eventos de violências, pois a sociedade lhes coloca essa necessidade de construção de sua identidade a partir de vários comportamentos: agressivos, viris e autoritários, elevando o índice de risco ao se tornar construtores da violência, em outras palavras, expondo-se a agressões e tornando-se, também, alvos da mesma que construiu.
Diante do exposto, Garcia e Beiras (2019) esclarece que a violência contra as mulheres utltrapassa questões macromorais e éticas, sendo assim, intimamente ligada ao modo que o gênero foi construido: socialmente, discursivamente e culturalmente. Por sua vez, a ética, a boa postura, a conduta apropriada, e outras diversas terminologias que são utilizadas para se definir o que vem a ser a ética e a moralidade, pois são termos raros para a ciência tradicional, mas que todavia têm sido tão comuns e comentados no senso comum e também no religioso e político.
Para Miura e Medeiros (2022) explica que a violência contra a mulher é ocasionada por diversas consequências a saúde física e psicológica da vítima, como: dificuldades no sono, fadiga, dores no corpo e nas articulações, hematomas e escoriações, úlcera, gastrite, síndrome do pânico, estresse e solidão. Desse modo, as mulheres que são vítimas de violência podem apresentar altos índices de doenças psicossomáticas como: depressão e ideação suicida, ou seja, comparadas a mulheres não-vítimas. Visto que a formação da psicologia no Brasil, nas questões relativas à violência de gênero foram de tal forma ignoradas pelos profissionais psicólogos, que atribuem ao fenômeno de explicações patologizantes, voltado a ignorar as questões sociais vinculadas a violência contra a mulher.
Quadro 1. Categorização dos artigos selecionados para revisão.
Autor e Ano | Título | Objetivo |
Curia et al, 2020 | Produções Científicas Brasileiras em Psicologia sobre Violência contra Mulher por Parceiro Íntimo | Analisar a produção científica de estudos empíricos da Psicologia brasileira sobre o fenômeno da violência contra a mulher por parceiro íntimo (VPI) publicada em revistas nacionais. |
Souto e Castelar, 2020 | Psicólogas nos serviços especializados de atendimento às mulheres em situação de violência1 | Mapear a presença e atuação de psicólogas em serviços especializados no atendimento a mulheres em situação de violência. |
Nunes e Souza, 2021 | Análise das vivências de violência doméstica em mulheres evangélicas pentecostais e neopentecostais | Analisar as vivências de violência doméstica em mulheres evangélicas pentecostais e neopentecostais. |
Berlamino e Leite, 2020 | Produção de sentidos em um grupo reflexivo para homens autores de violência. | Analisar o cenário de produção de sentidos em um grupo reflexivo para homens autores de violência conjugal: posicionamentos, dificuldades e efeitos que o grupo suscita em seus diferentes atores – homens e facilitadoras. |
Corrêa et al, 2021 | As vivências interseccionais da violência em um território vulnerável e periférico1. | Apontar e discutir algumas das formas de violência vividas na intersecção de raça, gênero e classe em um território de vulnerabilidade social durante o período da pandemia da covid-19 e anterior a ele. |
Fiorini e Boeckel, 2021 | Violência Interpessoal e suas Repercussões na Saúde em um Hospital de Pronto-Socorro. | Mapeamento e prevenção do fenômeno por ato notificatório. |
Patrocino e Bevilacqua, 2021 | Divulgação não autorizada de imagem íntima: danos à saúde das mulheres e produção de cuidados. | Analisar os danos à saúde das mulheres que tiveram imagens íntimas divulgadas sem autorização, bem como os cuidados em saúde necessários nessas situações |
Alcantara et al, 2019 | Violência entre pares, clima escolar e contextos de desenvolvimento: suas implicações no bem estar. | Analisar as implicações da violência entre pares no contexto escolar, do clima escolar e da percepção dos contextos de desenvolvimento no bem-estar subjetivo de crianças e adolescentes. |
Cantares e Guzzo, 2022 | Violência contra Mulheres: Diretrizes Políticas da Psicologia para o Exercício Profissional. | Apresentar e discutir as diretrizes políticas da Psicologia, no que diz respeito à violência contra as mulheres. |
Garcia e Beiras, 2019 | A Psicologia Social no Estudo de Justificativas e Narrativas de Homens Autores de Violência. | Evidenciar como os sentidos de si e do Outro identificados em narrativas de homens autores de violência sustentam e justificam a ação violenta cometida. |
Lourenço e Costa, 2020 | Violência entre Parceiros Íntimos e as Implicações para a Saúde da Mulher. | Investigou por meio de uma revisão sistemática da literatura as consequências da violência doméstica entre parceiros íntimos para a saúde da mulher. |
Madureira et al, 2020 | Representações sociais de homens agressores denunciados acerca da violência contra a mulher. | Conhecer as representações sociais de homens denunciados por agressão acerca da violência contra a mulher. |
Souza e Martins, 2021 | Vivências de policiais de uma DEAM no Sudoeste Goiano. | Investigou as vivências de policiais civis de uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) em um município do sudoeste goiano no atendimento às mulheres em situação de violência doméstica. |
Nobrega et al, 2019 | Renúncia, violência e denúncia: representações sociais do homem agressor sob a ótica da mulher agredida. | Analisar as representações sociais do comportamento agressivo do homem sob a ótica da mulher agredida. |
Nunes e Souza, 2021 | Análise das vivências de violência doméstica em mulheres evangélicas pentecostais e neopentecostais. | Analisar as vivências de violência doméstica em mulheres evangélicas pentecostais e neopentecostais. |
Parente, Moreira e Albuquerque, 2018 | Violência física contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no interior do nordeste brasileiro. | Determinar o perfil de violência física perpetrada contra integrantes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT). |
Silva e França, 2019 | Vidas Precárias: a Performatividade na Constituição das Violências Fóbicas em Gêneros e Sexualidades. | Analisar a matriz do conceito de homofobia e as diversas formas de manifestação da violência contra gêneros e sexualidades. |
Souza et al, 2021 | Percepção das mulheres em situação de violência sobre o apoio formal: Scoping review. | Examinar e mapear as evidências científicas acerca das percepções das mulheres em situação de violência quanto aos serviços de apoio social formal. |
Augustin e Bandeira, 2020 | Postura e intervenções do gestalt-terapeuta Frente à violência psicológica contra a Mulher por parceiro íntimo. | Apresenta um estudo teórico sobre violência psicológica por parceiro íntimo pautado em uma pesquisa nos principais periódicos da abordagem gestáltica no país. |
Neta et al, 2020 | Mulheres vítimas de abuso sexual em um município da amazônia | Caracterizar quanto o perfil epidemiológico e sociodemográfico as mulheres vítimas de abuso sexual |
Fonte: dados coletados nas bases de dados MEDLINE, SciElo e LILACS.
Segundo Souza et al (2021) o preparo dos multiprofissionais deve acontecer de maneira a integrar em sua atuação, ou seja, na forma de enfrentamento e combate à violência interligados à articulação em rede e na resolutividade. Por outro lado, muitos serviços são compostos pela rede de apoio social, que não conseguem aderir em seu contexto de atuação meios que sustentem estas mulheres, o que fragmenta os seus atendimentos. Além disso, o impacto dos atendimentos com a observação da: queixa, julgamentos com base nos pré-conceitos, tais como referências ao uso de substâncias como: álcool, drogas e na indiferença no processo da denúncia.
Nesta perspectiva, mediante as observações realizadas nos artigos é elaborada uma figura que ilustra as representações sociais do comportamento do homem agressivo e sua rede de significados, sob o prisma da mulher agredida (Figura 2).
Figura 2. Representação do comportamento do homem agressivo no meio social sob o ponto de vista da mulher em situação de violência.
Todavia Nobrega et al (2019) explicita que o cenário da violência dentro do contexto familiar se faz na forma de violência na qual altos índices de mulheres estão submetidas, em outras palavras, originado no meio familiar, independentemente se o agressor esteja ou não morando no mesmo convívio. Visto que a violência é a construção social de gênero na qual é determinado através das relações de hierarquias entre homens e mulheres, ou seja, mediante a função e delimitação desses papéis que a sociedade e a cultura impõe. Por sua vez, a violência contra a mulher é um fruto da construção cultural, política e religiosa, pautada nas características diversas de diferenças entre ambos os sexos. Logo, a sua consequência, vem na forma mais comum de violência sendo praticado pelo parceiro ou a pessoa íntima, bem como, ocorrendo entre pessoas das diferentes: raças, religiões, classes sociais e econômicas. Assim, essas agressões vão incluir: violações, maus tratos como: físico, psicológico, econômico e podendo culminar com a morte das mulheres vítimas desses maus-tratos.
Diante desse exposto, Augustin e Bandeira (2020) declaram que o atendimento dos profissionais de psicologia é um tipo de suporte que realmente se faz necessário para a superação das diversas situações de violência. Desse modo, o apoio para as dificuldades e sequelas emocionais é de maneira clara importante para a recuperação futura dos traumas instalados. Contudo, o apoio psicológico, se faz necessário para a prevenção de diversas patologias psicológicas e o profissional da psicologia trabalha com o resgate da: autoestima, como ser assertiva e aprender a dizer não, colocando limites no comportamento do outro, nota se também diversas técnicas de relaxamento e do controle de estresse, assim como o aumento do incentivo à construção da autonomia própria.
Por sua vez, Neta et al (2020) declara que no Brasil, cada dez mulheres com idade aproximadamente de 15 a 65 anos, tem uma notificação de ocorrência de violência sexual na vida, segundo dados realizados no Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Todavia, a Lei nº11.340/2006, a Lei Maria da Penha, ou seja, é a lei que garante e assegura o atendimento às mulheres vítimas de violência. Além disso, essa lei, ela cria formas de mecanismos de proteção para as mulheres, bem como, o enfrentamento sobre à impunidade da violência contra elas, inclusive de caráter sexual, sendo que a notificação ela é imediata, fundamental para a organização dos serviços prestados a fim de que seja garantido todo o acesso nas medidas de prevenção e proteção dos agravos resultantes dessa violência .
Diante desse contexto, a presente pesquisa trouxe os desafios e as dificuldades vivenciadas por essas mulheres e os profissionais da psicologia têm o papel importante no tratamento dessa intervenção de cunho psicológico, a fim de permitir a ampliação e o fortalecimento de estratégias de acolhimento adequada para cada vítima. Espera-se que esse estudo contribua para o pensar nas estratégias que promovam um ambiente sadio no meio intrafamiliar ao desenvolvimento de cada mulher.
CONCLUSÃO
O presente estudo evidenciou que a revisão sistemática de literatura, tratou-se de identificar a violência contra mulher: atuação do psicólogo. No entanto, a prevalência de pesquisas que retratam especialmente como as mulheres sofrem esses tipos de violência.
Visto que, há ausência de pesquisas científicas que abordam o caráter da temática de forma preventiva que avaliem a efetividade dessas intervenções. Logo, a violência é apresentada em diversas fases do ciclo de vida da mulher, reafirmando-se a importância das estratégias de prevenção e principalmente em todo contexto intrafamiliar, pois o mesmo se origina dentro do seu convívio.
Contudo, as políticas públicas e os programas desenvolvidos aplicados a esse público precisa modificar e melhorar a assistência direcionada para essa população feminina que é vítima de assédios e abuso físicos e psicológicos, ou seja, as mulheres são imperfeitas na sua prática, deixando muitas vezes de relatar o crime cometido por: medo, frustração, não ter local de moradia ou a co-dependência emocional, ou seja, não desvinculando do agressor em suas relações.
Em suma, compreende-se a necessidade de futuras indagações e investigações acerca desta temática, ou seja, em síntese necessita de educação continuada para os profissionais e a sociedade para que esse estudo contribua com a diminuição desses crimes, bem como, palestras, promoções e divulgação sobre a Lei Maria da Penha na vida de cada mulher para obter o seu digno respeito.
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