VIABILIDADE DA ENERGIA FOTOVOLTAICA EM CARUARU

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410192225


José Gabriel Bezerra Da Silva Santos
Orientador: Prof. Evandro Queiroz


Resumo 

A energia renovável é um tópico cada vez mais em evidência devido à necessidade  urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e combater o aquecimento  global, que pode causar mudanças climáticas irreversíveis. Na região de Pernambuco,  observa-se uma crescente popularização da energia solar, impulsionada pelo seu  grande potencial de geração e pela facilidade de instalação. Juntamente com esses  fatores, há um aumento no número de empresas que oferecem projetos e instalações  solares para pequenos consumidores, o que possibilita o acesso à geração própria de  energia tanto em residências quanto em comércios. No entanto, apesar dessas  vantagens, a energia solar devido a mudanças recentes foi colocada em dúvida se  ela ainda é viável, especialmente para as classes médias e baixas da sociedade.  Assim, o propósito deste trabalho é fazer uma análise de se a energia solar é viável  para os moradores da cidade de Caruaru ou se ainda são necessárias novas  mudanças para que se torne uma possibilidade real. 

Palavras-chave: Energia renovável. Energia solar. Viabilidade econômica.

ABSTRACT 

Renewable energy is an increasingly prominent topic due to the urgent need to reduce  greenhouse gas emissions and combat global warming, which can lead to irreversible  climate changes. In the state of Pernambuco, there is a growing popularity of solar  energy, driven by its significant generation potential and ease of installation. Alongside  these factors, there is an increase in the number of companies offering solar projects  and installations for small consumers, enabling access to self-generated energy for  both residences and businesses. However, despite these advantages, recent changes  have raised questions about the viability of solar energy, particularly for the middle and  lower classes. Thus, the purpose of this study is to analyze whether solar energy is  feasible for residents of Caruaru or if further changes are needed to make it a realistic  option. 

Keywords: Renewable energy, solar energy, economic viability.

1. INTRODUÇÃO 

Energia renovável é um tópico que está cada vez mais em evidência devido a  necessidade urgente de se reduzir as emissões de gases do efeito estufa com a  finalidade de reduzir a poluição e a dependência de combustíveis fósseis, que além  de serem uma fonte de combustíveis poluentes é uma fonte de energia que  eventualmente terá seu fim, assim combatendo o aquecimento no planeta que vem a  causar mudanças imprevisíveis no clima do planeta e tem a tendência a causar  mudanças climáticas irreversíveis. Essas mudanças climáticas são um perigo pois ela  causa uma alteração no ciclo das chuvas, mudanças de temperaturas em várias  regiões além de poder causar a mudança de fauna e flora de um local, interferindo em  processos agrícolas e de criação de animais, outro fator é que ela está causando o  derretimento das geleiras o que além de alterar o nível dos mares podem trazer à tona  doenças nunca vistas pelo ser humano. 

Pensando nessas mudanças climáticas o mundo desenvolveu formas de fazer  a transição de energia sendo uma das demais destaque a geração de energia solar  visto que, segundo Pedro Daniel da Cunha Kemerich¹, o uso da irradiação solar  sempre esteve em uso pela a humanidade, desde a agricultura até arquitetura e  planejamento energético, isso mostra a tamanha importância que o homem sempre  deu ao sol, sendo ele em algumas culturas um ser a ser cultuado e adorado. Com isso  se percebe a visão de usar o sol como fonte geradora de energia que se tornou  possível a partir da descoberta de semicondutores e do aperfeiçoamento do uso desse  material. 

Passando essa visão para os dias atuais na região de Pernambuco está tendo  uma grande popularização da energia solar devido a seu grande potencial de geração  além da fácil instalação para fins de microprodução. Junto com esses fatores também  se dá um crescente números de empresas que fazem projetos e instalações solares  para pequenos consumidores, o que acaba dando um certo acesso às pessoas a terem  sua geração própria em sua residência e nos seus negócios como em áreas do  comércio e na indústria. No entanto, visto mudanças recentes, ela não parece ser tão  acessível, principalmente entre as classes médias e baixas da sociedade. Sendo  assim, o propósito deste trabalho é descobrir se a energia solar é viável para os  moradores da cidade de Caruaru ou se ainda precisa de mais avanços no assunto  para que isso seja possível.

2. REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1 Situação da energia solar no Brasil 

A energia solar, também conhecida como energia fotovoltaica, é uma forma de  energia renovável, sendo aquela que vem de um recurso natural que possui a  capacidade de se regenerar em um curto espaço de tempo, podendo assim ser  reaproveitado o que causa menos impacto ao meio ambiente. A energia solar se utiliza  como o próprio nome indica é uma energia proveniente da irradiação solar que a partir  da energia vinda do sol ela gera energia elétrica, esse processo em sua maioria se dá com o uso de placas solares que são construídas a partir de semicondutores,  principalmente o silício, onde ao absorverem raios solares o material sofre uma reação  com os fótons que ao interagir com os átomos do silício liberam elétrons livres, que se  movimentam gerando assim um campo elétrico onde a partir desse campo é gerado  uma diferença de potencial gerando energia elétrica. 

Entretanto no Brasil a sua matriz elétrica é em sua grande maioria renovável e  grande parte disso se dá devido ao grande potencial hídrico e ao grande investimento  feito na construção de enormes hidroelétricas que foram sendo construídas a partir do  século XIX. Segundo dados da ANEEL (2024) a energia renovável na matriz elétrica  gera em torno de 84,76% de toda a energia elétrica do país enquanto a energia não  renovável gera em torno de 15,24% dessa energia, onde fazendo uma separação é  possível ver que a geração de energia hídrica é responsável por 53,72% de toda a  geração, o que torna a geração de energia muito frágil a mudanças climáticas  fazendo com que em períodos de seca tenha uma diminuição na geração de energia  a partir das hidroelétricas o que sobrecarrega a rede de geração de energia no país  forçando um aumento no uso de energias não renováveis, sendo estas principalmente  a queima de combustíveis fósseis como o gás natural, carvão mineral e petróleo junto  com seus derivados.

Assim a partir da figura 1 é possível perceber que a energia solar é a quinta  maior forma de geração de energia atualmente no brasil disputando diretamente com  formas como a utilização de combustíveis fósseis 14,54%, Biomassa, 8,48%, e eólica,  15,40%, sendo duas delas vindas de materiais, isso mostra que ainda há muito espaço  para expansão da energia solar principalmente pelo grande potencial de geração que  tem no Brasil onde segundo Brenda Andreza de Oliveira da Silva (2023)¹ a região do  nordeste brasileiro apresenta uma irradiação constante capaz de gerarem 650% mais energia do que a Alemanha, sendo a Alemanha a quarta maior geradora de energia  solar instalada no mundo. Isso se dá devido a uma instalação tardia da energia solar  no Brasil onde segundo Brenda Andreza de Oliveira da Silva (2023) ¹ a energia solar  começou a ser usada em 2015 onde ela teve que competir com a energia eólica que  também no mesmo período teve um crescente investimento sendo ela atualmente à  segunda fonte de energia mais usada no Brasil. 

FIGURA 1: Matriz por Origem de combustível 

Fonte: ANEEL

Outro fator a ser analisado é a necessidade da energia solar de irradiação solar  que acaba tendo seu desempenho afetado pelo clima onde fenômenos atmosféricos  como a chuva, um grande número de nuvens e outros fatores acabam por bloquear o  sol de forma parcial ou total causando uma diminuição ou uma paralisação da geração  de energia, além desse fator no período da noite não se tem geração de energia sendo  assim para projetos de larga escala é necessário a implementação de baterias que  armazenam a carga excedente gerada para que ela seja usada no período noturno e  também o uso de uma fonte secundária de geração de energia com o fim de suprir  eventuais faltas causadas por uma geração abaixo do esperado devido a eventos  atmosféricos adversos. Outro ponto da energia solar é que a energia gerada por ela  vem na forma de corrente continua fazendo assim com que se tenha a necessidade  de usar aparelhos capazes de converter a corrente contínua para a alternada, onde  se é feito comumente o uso de inversores de tensão para que não se tenha nenhum  conflito com alguma carga que virar a fazer o uso dessa rede ou com a própria rede  da concessionária de energia da região onde foi feita a instalação da usina solar.  

Também é importante se ter em consideração que os investimentos em energia  solar disputam espaço com outras formas de energia renováveis sendo o seu maior  concorrente a energia eólica. Parte do fator da energia eólica ser mais difundida é que essa forma de energia está em atuação no Brasil, segundo Eduardo Fuser  Pommorsky (2017), desde 2001 onde foi feito um programa emergencial de energia  eólica causado por uma grande seca que ocorreu no ano de 2001 que previa a criação  de 1.050MW de energia. Outro fator que influencia essa concorrência é que existem  várias empresas de energia eólica de grande relevância no Brasil, segundo a  Ecodata, com faturamentos de milhões ou até bilhões e grande relevância na bolsa  de valores, no entanto também é possível ver nos últimos anos grandes empresas de  energia solar a qual as 15 maiores segundo a Ecodata, a maioria surgiram entre 2018  e 2021, tendo algumas poucas exceções, enquanto as empresas de energia eólica a  maioria das maiores possuem mais de dez anos de atividade, mostrando um maior  amadurecimento da indústria. 

Outra vantagem dos parques eólicos é que ela está sendo instalada em off Shore, instalações em alto mar, essa tecnologia foi regulamentada em 2023  possibilitando e gerando um incentivo à instalação de usinas eólicas na costa  brasileira. Mas como toda forma de geração de energia ela tem seu prós e contras,  onde segundo Auris Martins de Oliveira¹ os pontos positivos são a viabilidade  econômica, impactos ambientais e viabilidade energética, a viabilidade econômica  ocorre devido ao baixo custo de manutenção e baixo custo para se manter a operação,  além de relativo baixo custo de instalação comparado a outras formas de geração de  energia, a viabilidade energética se dá devido a escolha de lugares onde o fluxo de ar  é contínuo o que acaba gerando energia de forma quase contínua, porém não é uma  geração constante tendo variações na quantidade de energia que é gerada ao longo  de um dia devido a mudanças na atmosfera do lugar causando um aumento ou  diminuição das correntes de ar no local, e o impacto ambiental acontece devido à baixa emissão de gases de efeito estufa e o uso do ar uma fonte de energia limpa. No  entanto também segundo Auris Martins de Oliveira¹ o maior impacto negativo também  é o impacto ambiental, que são efeitos na vidas das aves, poluição sonora, impactos  visuais, impactos ao microclima e vegetação, os impactos relacionados a impactos  visuais e a poluição sonora são mitigados com o uso de geração de energia off-Shore  já que essa instalação é feita na costa, no entanto o efeito na vida das aves causa um impacto muito grande no ecossistema do local onde é feita a instalação da energia  eólica e outro grande impacto ao ecossistema é a mudança pouco acentuada do clima  que pode causar grandes impactos no local onde foi instalado.

Com isso é possível perceber que a energia solar comparada a eólica é  considerada mais limpa pois o impacto ambiental dela é muito menor, sendo o maior  impacto gerado por ela segundo Patrícia Fagundes Góes¹ é na geração de placas  solares, onde desde a captação dos materiais que são em sua maioria minerados, até  o descarte das placas após o fim do seu tempo de vida. Outro impacto importante é a  necessidade de baterias aliado ao uso da energia solar devido a geração ser  descontinuada a noite, onde baterias usam metais pesados que necessitam serem  minerados e também causam problemas a ser realizado o descarte, mas ela não  causa nenhum impacto após sua instalação além de ter menor custo de instalação e  manutenção que a eólica, no entanto a energia eólica tem uma capacidade de  produção mais constante, o que mostra que múltiplos fatores tem que ser pensados  na hora de escolher um sobre a outra sendo a melhor variável dependo da situação e  local.  

2.2 Legislação relacionada à energia solar  

Partindo do ponto de vista de regulação, controle e incentivos à energia solar,  um dos primeiros incentivos e regulação feita a energia solar foi gerado, segundo João  Vitor S. B. Rocha (2024), pelo projeto de arranjos técnicos e comerciais para a  inserção de geração fotovoltaica na matriz energética brasileira de 2011, idealizada  pela ANEEL, esse projeto tinha como objetivo de incluir a geração da energia  fotovoltaica na matriz brasileira e estimular a redução de custos da geração da energia  solar além de gerar uma cadeia produtiva nacional, com isso foi realizado a criação  de usinas e investimentos em pesquisas. Isso ocorreu segundo João Vitor S. B. Rocha  (2024) devido a um alto custo e baixa eficiência da energia solar na época e isso foi  um passo necessário para o desenvolvimento da tecnologia, Assim por vários anos a  regulamentação e o controle sobre o uso e implementação da energia solar foi  realizado pela ANEEL, onde foi implementado um sistema onde o gerador recebe um  crédito a partir de sua produção a qual de a cada 1kWh produzido o gerador ganhava  o mesmo valor em crédito que seria abatido de sua conta de energia e caso tivesse  algum valor excedente essa energia a mais poderia ser comercializada ou doada a  outro consumidor. 

No entanto com o crescimento da implementação da energia solar foi visto  a necessidade da criação de uma lei para regulamentar o uso, assim em 06 de janeiro  de 2022 foi criado a lei 14.300/22 que cria novas regras para o uso e implementação além de implementar uma taxação em cima dessa modalidade, essa lei passou a valer  a partir de 2023 e prevê uma taxação progressiva de 15% ao ano até o ano de 2028  onde a taxa por esse serviço chegará a 90%, sendo que essa taxação só será aplicada  caso tenha injeção de energia da concessionária de energia , no entanto aqueles que  aqueles que já tinham a geração própria antes de 2023 não serão cobrados por essa  lei. Segundo João Vitor S. B. Rocha (2024) esse imposto será um imposto estadual  pois entra na categoria de ICMS, imposto sobre mercadoria e serviços, e ele foi  pensado para que se tenha uma manutenção da linha de distribuição e que ela seja  equiparada com outras formas de energias como a geração por meio das  hidroelétricas que também sofrem taxas e além disso por ser um imposto estadual os  estados têm uma flexibilidade podendo escolher o nível de taxação e podendo  também dar incentivos ao uso e implementação da energia solar. 

A partir dessa nova regulamentação se é possível perceber que a energia  solar ao longo dos anos irá ter um aumento significativo não só na sua barreira de  entrada mas também na manutenção do seu uso, visto que o uso de energia solar  completamente desconectada da rede de energia das concessionárias não é o padrão  na microgeração, o que acaba gerando uma certa corrida contra o tempo para a  implementação o que foi visto no aumento da procura da mesma e isso ocorre pois  como já dito a taxação não será feita de forma retroativa e isso acaba não só gerando  uma espécie de barreira para os novos consumidores que queiram implementar essa  tecnologia como também gera uma espécie de punição para aqueles que não a  implementaram antes da legislação entrar em vigor diminuindo assim parte do atrativo  que a energia solar tinha já que com ela é possível gerar uma economia de 95% no  valor que se é pago pela energia, além do que essa legislação também acaba gerando  um custo adicional ao próprio governo já que no ano de 2024 o governo pelo projeto  luz para todos em parceria com o minha casa minha vida resolveu promover a  instalação de placas solares em quinhentas mil residências como parte do processo  de suas iniciativas de sustentabilidade para reduzir o impacto do Brasil no meio  ambiente.  

2.3 Situação econômica no Brasil

Outro fator importante de se analisar é a economia no Brasil para que se  tenha uma noção da viabilidade do consumidor residencial ter acesso a essa forma  de geração, com isso fazendo um recorte histórico da economia brasileira é possível perceber que ao longo da história recente o país vive uma constante crise econômica,  isso é bem visto, segundo João Saboia (2023) quando o Brasil em 2014 apresentava  uma média de 6% tanto na inflação quanto no desemprego e em 2022 a inflação  estava em torno de 12% e a taxa de desemprego subiu para 10% o que mostra uma  grande queda da economia brasileira e um grande empobrecimento da população em  um curto período de 8 anos. No entanto é possível ver uma melhora considerável  dessa situação quando comparados a dados mais atuais visto que no segundo  trimestre de 2024 segundo dados do IBGE o nível de desemprego caiu para 6,9% e  os dados da inflação se apresentam em 4,5% o que coloca o país em situação  parecida com a de 2014, no entanto mesmo com indicadores parecidos com os de  2014 é possível perceber uma diminuição no poder de compra dos brasileiros gerado  pelo aumento nos preços de vários bens de consumo sendo os que mais afetam a  população o aumento na energia e nos combustíveis, os quais acabam gerando um  aumento em cadeia em todo o sistema de produção. 

Junto com os dados apresentados acima é importante ter uma noção dos  acontecimentos históricos do período de 2014 até 2024 para que se possa entender  o que eles representam, segundo João Saboia (2023) a partir do governo Dilma em  2012 a economia do Brasil desacelera isso em grande parte a problemas políticos que  estavam ocorrendo na época o que por fim no período entre 2015 e 2016 ocorreu o  impeachment da Dilma que foi seguido pelo governo Temer que teve baixo  crescimento econômico após isso teve o governo Bolsonaro que no início estava com  baixo crescimento econômico e grande instabilidade política o que com a chegada da  pandemia do Covid-19 desestabilizou uma economia já fragilizada e causou os índices  que podem ser vistos até o período de 2022. Outro fator que ajudou nos problemas  econômicos brasileiros é que nossa economia é muito dependente de exportação de  produtos de baixo valor agregado e tem uma grande necessidade de importar vários  produtos causando uma forte dependência do dólar está em níveis controláveis, além  disso as taxas de juros, que é controlada pelo banco central, está em 10,75% sendo  esse uma parte do motivo da inflação está controlada, mas a taxa de juros alta também  ajuda no aumento dos preços e a diminuição do poder de compra, assim com o fim  da pandemia e a troca de governo por um que aparenta ter mais estabilidade política  aos poucos a economia foi se recuperando, mas também tal recuperação ocorre de  forma lenta e não sem riscos de novas crises e com constantes oscilações.

Com o recorde apresentado acima é possível fazer um paralelo com a  situação da cidade de Caruaru, que é onde será o foco do estudo de viabilidade, sendo  uma que cidade apresenta uma economia fortemente ligado a feira e ao comércio de  uma maneira geral, sendo a feira de caruaru considerada um patrimônio da cidade  que foi imortalizada por uma música composta por Onildo nascimento e cantada por  Luiz Gonzaga. Segundo Anthony de Padua Azevedo Almeida (2022) a economia da  cidade pode ser dividida em três focos sendo o primeiro grandes superfícies  comerciais como grandes atacarejos e shoppings centers, o Centro da cidade onde  está concentrado a maior parte das lojas e a feira que atrai pessoas das cidades  vizinhas que também contribuem no comércio e no fluxo de dinheiro na cidade, além  desses aspectos a cidade apresenta algumas indústria no entanto essas indústrias  não conseguem por si só garantir um impacto importante na economia da cidade  sendo elas também muitas vezes ligadas ao comércio de alguma forma. 

Por caruaru ser um polo de comércio que alimenta várias cidades ao seu  redor ela foi muito afetada pelas crises comerciais que ocorreram nos últimos anos,  tendo por conta dessas crises e de um grande aumento de compras realizadas pela  internet, tanto em sites brasileiros quanto chineses, uma diminuição no seu comércio  onde outras cidades menores acabaram por tirar o foco que a feira de caruaru ataria  e começaram a disputar com ela. No entanto mesmo com essa diminuição do  comércio dentro da cidade ela ainda acaba por abastecer as cidades ao redor com  produtos que são feitos na cidade para serem vendidos nas feiras das cidades  vizinhas, a partir desses pontos foi possível perceber a partir do senso de 2022 do  IBGE onde foi visto um número menor de moradores de moradores que vivem na  cidade de Caruaru visto a estimativa que era feita antes do censo, enquanto que houve  um aumento no número de pessoas que trabalham na cidade, tanto no comércio  quanto em outras modalidades, mas vivem nas cidades ao redor o que mostra ainda  a força e a importância da cidade para a região. 

No entanto apesar de toda a importância da cidade para a região o  rendimento da população é de apenas 1,7 salários mínimos, segundo dados de 2022  do último censo do IBGE, sendo esse o valor de apenas 2400 reais onde graças às altas dos preços causada por uma grande taxa de juros que tem riscos de aumentar  a qualquer momento acaba mostrando um baixo poder de consumo para uma cidade  que vive de comércio, ficando assim abaixo da média salarial do país que é de 3123 reais, no entanto mesmo com todos esses fatores foi possível perceber um aumento  no número de empresas na cidade, muitas ligadas ao setor de energia fotovoltaica, e  também o aumento de grandes empresas ligadas ao comércio como grandes atacarejos mostrando que mesmo com a economia da cidade aparenta estar em um  período de pouco movimento ela ainda apresenta grande potencial e com a melhoria  das taxas de juros, junto com a diminuição dos preços dos produtos e a diminuição  das compras online, que foram causadas pelo início da remessa conforme, a cidade  apresenta grande possibilidade de crescimento sendo esse crescimento não limitado  ao comércio mas englobando outras áreas. 

3. METODOLOGIA 

A metodologia utilizada para a construção desse trabalho foi a partir de um  estudo de um ponto residencial e 1 ponto comercial em caruaru, fazendo um  comparativo com o antes e depois da geração própria do estabelecimento, assim foi  escolhido uma residência com 2 quartos localizada no bairro Petrópolis com um  consumo médio mensal de 174kWH de energia e um ponto residencial localizado no  Petrópolis que funciona das 07:00h às 20:00h com um consumo médio mensal de  305kWH de energia. Foi utilizado dados das CRESESB e utilizado a ferramenta Excel  para realizar os cálculos e as tabelas necessários para a pesquisa.  

Foi optado por esse método pois com ele é possível se ter uma visão mais  direta dos gastos necessários para a implantação do sistema fotovoltaico de geração  de energia para consumo próprio e o quanto ela reduz nos gastos atrelados a energia  elétrica podendo assim se saber em quanto tempo será necessário para que esse  investimento gere algum retorno real.  

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

4.1 Simulação de ponto residencial 

Considerando os pontos apresentados é possível fazer a análise da  viabilidade, a partir disso foi escolhido uma casa de dois quartos com um gasto médio  mensal de 174kWH. Para determinar qual será a geração é necessário primeiro saber  qual o fator de irradiação solar diária média mensal de Caruaru para que assim possa se ter noção tanto da quantidade de placas que serão usadas como também a  inclinação ideal a qual será feita a instalação.  

FIGURA 2: Potencial solar 

FONTE:CRESESB 

A partir do fator de irradiação solar diária média mensal é possível saber  qual será a geração diária de uma placa que se dá através da irradiação solar diária  média mensal * potência da placa * geração nominal, considerando estes fatores foi  escolhido uma placa solar de 340w de potência com uma geração nominal de 80%,  tendo ela uma geração por dia de cerca de 1,4396kW de energia o que seria uma  geração média de 43,19kW mensais trazendo assim a necessidade de serem  instaladas cinco placas solares para que se tenha o suprimento necessário de geração  mensal a partir da demanda. A potência da placa solar foi pensada visando ter uma  redução na quantidade de placas diminuindo assim a necessidade de um grande  espaço a ser utilizado na instalação. Para que entanto se tenha uma visão melhor da  geração é necessário se fazer uma análise mês a mês do que será gerado para saber  se nos meses de menor produção de energia haja uma produção necessária para  suprir a demanda que se é pedida, utilizando os valores mensais da irradiação solar  diária média mensal é possível se chegar a tais valores de geração: 

GRAFICO 1: Geração mensal – Solar – Residência. 

FONTE: Dados da pesquisa

A partir disso utilizando os valores da demanda mensal é possível perceber  que em alguns meses não se é possível atingir a média que foi estipulada acima, mas também é possível perceber que na maioria dos meses o valor gerado acaba  causando um excedente que, segundo a lei n. 14.300, será concedido como crédito  que poderá ser utilizado em um período de sessenta meses, de forma que o saldo  positivo acaba suprindo os meses onde ocorre uma geração menor do que o consumo.  Para se ter uma melhor análise do saldo de energia gerada a partir da instalação de  energia solar é necessário se fazer uma análise do consumo mensal de energia e  comparar com a produção mensal, fazendo essa comparação, sendo exemplificada  no gráfico 2, o saldo de energia se torna: 

GRÁFICO 2: SALDO DE ENERGIA MENSAL – RESIDÊNCIA 

Fonte: Dados do projeto

Isso dá um saldo de energia de 493kWh em um ano o qual foi previsto  tendo em mente que possa ter um aumento na demanda após a instalação da geração  de 20% da demanda média o que futuramente quando for ter a manutenção será  necessário ver se precisa ter uma readequação do projeto para a nova demanda que  será apresentada. Sabendo a quantidade de placas outro fator a ser visto em  consideração é o inversor a ser utilizado, que será dado a partir da potência das placas  solares que é de 1,7kW, sendo assim se é possível usar um inversor monofásico de  1,5kW devido a seu possível uso em uma potência de até 14% a mais da sua potência nominal, no entanto devido à proximidade do limite do inversor neste caso será usado  um inversor de 2kW que tem seu valor entre 1.630 e 1.530 reais, sendo assim  usaremos o valor médio de 1580 reais. Utilizando o Painel Solar 340w Policristalino Half-Cell ZnShine, cujo o valor dele é de 580 reais, considerando que esse sistema  estará conectado à rede da distribuidora de energia não se vê a necessidade do uso  de baterias, a partir disso considerando 10 metros de cabeamento de 6mm mais os  conectores e os anexadores em telha das placas o valor total dos materiais para a  instalação seria em média de 5.350 reais, considerando o preço da mão de obra, projeto mais instalação, em torno de 3.000 reais para um projeto residencial, o valor  total da aquisição da geração de energia solar nesse caso fica 8.350 reais. 

Assim para saber o valor que será economizado é necessário ver qual será  o desconto na conta de energia, onde o valor será o consumo mensal multiplicado por  45% do valor do fio B que na conta de energia vem nomeado como TUSD,  considerando o valor que será cobrado a partir de 2025, mais o valor da iluminação  pública, que segundo o site da Neoenergia Pernambuco para 150 até 200kWH é 11,90  reais, assim o valor após a inserção da energia solar se torna 44,38 reais, sendo que  o valor cheio para esse caso 127,08 reais, tendo uma economia de 65% a conta de  energia, sendo feita uma análise mais detalhada, exemplificada no gráfico 3,  analisando o valor mensal do consumo o gasto com e sem a instalação de energia  solar fica: 

GRÁFICO 3: Comparação de custo mensal na conta de energia 

FONTE: Dados do projeto

Com isso é possível ver que no ano de 2025 a economia de 998,74 reais  na conta de energia em um período de um ano, o que daria a necessidade de um  período de 9 anos para que se tenha um ganho real através da geração própria, a  partir disso é necessário considerar gastos relacionados com a manutenção onde o  inversor tem um tempo de vida entre 10 a 15 anos e as placas um tempo de vida de  25 anos, assim se faz com que seja trocado no período de 25 anos o inversor duas  vezes e as placas 2, podendo também considerar um aumento de consumo e a necessidade de adicionar mais 1 placas, deve-se considerar um acréscimo de 10.899 reais, assim levando todos esses fatores em conta caso a instalação própria da  energia solar for realizada em 2025 na cidade de Caruaru se é possível tem um retorno  total do investimento, considerando as manutenções, em um período de 20 anos. 

4.2 Simulação do ponto comercial 

Usando em consideração a mesma irradiação solar diária média mensal e  a mesma inclinação, agora pensando em um comércio com consumo médio mensal  de 305kWH, a partir disso foi escolhido placas solares de 435W de potência com uma  perda de 20% na geração, tendo assim uma geração diária de 1,84179kW de energia  o que daria uma média de 55,2537kW mensais, tendo a necessidade de se instalar 7  placas solares, fazendo um detalhamento da geração mensal ela ficaria: 

GRÁFICO 4: Geração mensal – Solar – Comercio 

FONTE: dados do projeto

Fazendo uma análise mais detalhada considerando a geração mensal e a  demanda mensal é possível se chegar a esses resultados apresentados no gráfico 5: 

GRAFICO 5: SALDO DE ENERGIA – COMERCIO 

FONTE: Dados do projeto

Assim é possível ver que o saldo de energia anual é de 986kWh o que foi  feito pensando em um aumento futuro da demanda em 20%, tendo em mente que  quando se for feita a manutenção das placas será necessária uma reavaliação da  demanda para ver se será necessário um aumento no número de placas e mudança  do inversor. Levando em consideração fatores já abordados acima foi escolhido um  inversor monofásico de 3 kW, visto que a potência total desses paineis é de 3,045kW,  devido a seu possível uso em uma potência de até 14% a mais da sua potência  nominal, que tem seu valor entre 1.800 e 1.600 reais, sendo assim usaremos o valor  de 1750 reais. Utilizando o Painel Solar Canadian Monocristalino 435W Half-Cell – CS6R 435T, cujo o valor dele é de 612 reais, considerando que esse sistema estará  conectado à rede da distribuidora de energia não se vê a necessidade do uso de  baterias, a partir disso considerando 10 metros de cabeamento de 6mm mais os  conectores e os anexadores em telha das placas o valor total dos materiais para a  instalação seria em média de 7.191 reais, considerando o preço da mão de obra,  projeto mais instalação, em torno de 3.500 reais para um projeto comercial, o valor  total da aquisição da geração de energia solar nesse caso fica 10.691 reais. 

Para saber o valor que será economizado é necessário ver qual será o  desconto na conta de energia, onde o valor será o consumo mensal multiplicado por  45% do valor do fio B que na conta de energia vem nomeado como TUSD,  considerando o valor que será cobrado a partir de 2025, mais o valor da iluminação  pública, que segundo o site da Neoenergia Pernambuco para 300 até 450kWH é 53,75  reais, assim o valor após a inserção da energia solar se torna 135,81 reais, sendo que  o valor cheio para esse caso 335,98 reais, tendo uma economia de 60% a conta de  energia, sendo feita uma análise mais detalhada, exemplificada no gráfico 6, analisando o valor mensal do consumo o gasto com e sem a instalação de energia  solar fica: 

GRÁFICO 6: Comparação de custo mensal na conta de energia

FONTE: Dados do projeto

Com isso é possível ver que no ano de 2025 a economia de 2579,64 reais  na conta de energia em um período de um ano, o que daria a necessidade de um  período de 4,2 anos para que se tenha um ganho real através da geração própria, a  partir disso é necessário considerar gastos relacionados com a manutenção onde o  inversor tem um tempo de vida entre 10 a 15 anos e as placas um tempo de vida de  25 anos, assim se faz com que seja trocado no período de 25 anos o inversor duas  vezes e as placas 2, podendo também considerar um aumento de consumo e a  necessidade de adicionar mais 1 placas, deve-se considerar um acréscimo de 13.653  reais, assim levando todos esses fatores em conta caso a instalação própria da  energia solar for realizada em 2025 na cidade de Caruaru se é possível tem um retorno  total do investimento, considerando as manutenções, em um período de 9,5 anos. 

5. CONCLUSÃO 

Levando em consideração fatores sociais e econômicos da cidade e do  estudo feito é possível perceber que a geração própria de energia fotovoltaica um  investimento viável no entanto considerando que a média salarial da cidade é de 1,7 salários mínimo, assim para que seja possível a instalação seria necessário realizar  um financiamento onde aumentaria a barreira de entrada e diminuiria o retorno do  investimento, além de ser um investimento que demora para se ter o retorno total o  que não se torna tão atrativo a uma parcela da população que já tem mais idade ou  que precise de um retorno mais imediato para um investimento desse porte, esse  investimento é melhor para pessoas de classe média ou de classe superiores que têm  um maior consumo de energia, para pessoas jovens que tem sua casa e não tem  gasto elevados e para o comércio que tem a perspectiva de se manter em um mesmo  local por um longo período de tempo.  

Assim foi possível perceber que a geração própria através da energia solar  ainda é um investimento viável e que apresenta um bom retorno, no entanto ele é  mais recomendado a situações onde haja um consumo elevado de energia mensal,  pois assim é possível se ter um retorno do valor investido de forma mais rápida  mostrando que dependendo dos gastos do cliente o retorno máximo pode variar de  20 a 10 anos, ou até menos dependendo dos gastos mensais de quem irá fazer a  instalação. Com isso se conclui que tal instalação não só é viável como também trás  uma grande ajuda ao meio ambiente e com mais investimentos nas tecnologias  referentes a energia solar mesmo com o aumento gradual dos custos ligados a mesma  ela ainda tem seu espaço e sua importância. 

6. Referencial teórico:  

Brenda Andreza Oliveira da Silva. Aproveitamento e potencial da energia solar no  nordeste brasileiro Disponível em: https://zenodo.org/records/8024927 . Acesso em: 11 jun. 2023. 

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João Saboia; João Hallak Neto. Proposta de um Índice de Miséria Ampliado para o  Brasil e sua evolução no período 2012-2021.  https://revista.fct.unesp.br/index.php/formacao/article/view/8952/6820 Acesso em: 20  dez. 2022.

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