VERIFICAR A EFICÁCIA DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE NO TRATAMENTO DA SÍNDROME DO IMOBILISMO EM PACIENTES IDOSOS: REVISÃO DE LITERATURA

VERIFY THE EFFECTIVENESS OF EARLY MOBILIZATION IN THE TREATMENT OF IMMOBILISM SYNDROME IN ELDERLY PATIENTS: LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411291036


Melissa Monteiro Paes1
Rafael Souza Simas1
Evelyn Castro Pinheiro de Souza2


RESUMO

Introdução: O envelhecimento e o repouso prolongado no leito podem levar à perda de força muscular e a outras complicações de saúde em idosos. A mobilização precoce é uma técnica que visa prevenir e tratar esses problemas, ajudando a recuperar a força e a função, além de melhorar a qualidade de vida. Objetivo: O objetivo desta revisão é verificar a eficácia da mobilização precoce no tratamento da síndrome imobilismo em pacientes idosos, oferecer a oportunidade de avaliar e aprimorar os métodos de mobilização precoce, incorporar novas descobertas e ajustar as técnicas conforme as necessidades dos pacientes o tempo de imobilização no leito. Materiais e Método: Trata-se de uma revisão de literatura, no qual foram realizados a busca por artigos nas bases de dados Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo. A coleta de dados ocorreu no período entre agosto e setembro de 2024. Resultado: Foram identificados 865 artigos nas bases de dados, através do filtro de seleção. Incluindo estudos que abordavam sobre a eficácia da mobilização precoce no tratamento da síndrome do imobilismo em pacientes idosos, que utilizaram como intervenção a mobilização precoce, fisioterapia, sendo estudos dos últimos  10  anos,  de  2014  a  2024  em  língua  portuguesa  e inglesa. Conclusão: Sendo assim, esta revisão destacou a importância da mobilização precoce no tratamento da síndrome do imobilismo em pacientes submetidos a um longo período de internação. Portanto, a intervenção fisioterapêutica é fundamental para otimizar resultados em idosos acamados com síndrome do imobilismo.

Palavraschave: “Fisioterapia”, “Síndrome do Imobilismo”. “Mobilização Precoce”, “Idosos”, “Acamados”.

ABSTRACT

Introduction: Aging and prolonged bed rest can lead to loss of muscle strength and other health complications in the elderly. Early mobilization is a technique that aims to prevent and treat these problems, helping to recover strength and function, in addition to improving quality of life. Objective: The objective of this review is to verify the effectiveness of early mobilization in the treatment of immobilization syndrome in elderly patients, to offer the opportunity to evaluate and improve early mobilization methods, to incorporate new discoveries and to adjust the techniques according to the patient’s needs and the time of immobilization in bed. Materials and Method: This is a literature review, in which the search for articles was carried out in the PubMed, Virtual Health Library (BVS), Scielo databases. Data collection took place between August and September 2024. Result: 865 articles were identified in the databases, through the selection filter. Including studies that addressed the effectiveness of early mobilization in the treatment of immobility syndrome in elderly patients, which used early mobilization and physiotherapy as an intervention, with studies from the last 10 years, from 2014 to 2024 in Portuguese and English. Conclusion: Therefore, this review highlighted the importance of early mobilization in the treatment of immobility syndrome in patients undergoing a long period of hospitalization. Therefore, physiotherapeutic intervention is essential to optimize results in bedridden elderly people with immobilism syndrome.

Keywords: “Physiotherapy”, “Immobilism Syndrom”, “Early Mobilization”, “Elderly”, “Bedridden”.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento não é um estado, mas sim um processo de degradação progressiva, no qual ocorrem alterações biológicas, funcionais, psicológicas, ambientais e socioculturais como qualidade de vida e estilo de vida. Ao se entender como o organismo sofre com as alterações no envelhecimento, o profissional estará preparado para abordar e identificar de forma eficaz as necessidades físicas a serem trabalhadas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE, 2022) a população idosa no Brasil é de 15,1%, ou seja, 15,1% da população brasileira tem 60 anos ou mais.

A síndrome do imobilismo causada em idosos pode se manifestar devido um período de tempo prolongado ao leito, com isso manifesta complicações progressivas em diversos sistemas no organismo como: sistema respiratório, muscular, esquelético e tegumentar, causando complicações adversas na saúde do idoso. A perda da capacidade funcional está relacionada a imobilidade, dentro outros aspectos à dificuldade de mudança postural, geralmente referências de doenças crônica-degenerativas, doenças agudas, incapacidade ou inatividade. “A Síndrome do Imobilismo (SI) é um conjunto de alterações, acarretando perda de força muscular e consequentemente morbidade e mortalidade” (Silva et al., 2017, p. 113).

De acordo com Santos Boechat (2015) independente da condição inicial que motivou ao decúbito prolongado, está síndrome evoluiu para alterações como: dependência nas atividades de vida diária, desregulação homeostática, déficit cognitivo, doenças crônicas, envelhecimento, sarcopenia e alterações na mobilidade e equilíbrio.Muitas vezes, podem implicar na situação de imobilidade, sendo que a imobilidade produz uma redução de capacidade funcional de um órgão e mais tarde afeta órgãos múltiplos e sistemas do corpo. As técnicas de mobilização, nesses casos, surge como uma intervenção essencial para minimizar os efeitos deletérios da imobilidade, preservando e recuperando potencialmente a funcionalidade muscular e articular, ao mesmo tempo que previne a progressão das complicações associadas ao imobilismo.

Segundo Karvat et al. (2014) a técnica Maitland é uma mobilização articular que pode ser aplicada em quatro graus. O grau I mobilização passiva de pequena amplitude; o grau II mobilização ativa grande amplitude com restrição; o grau III mobilização resistida de amplitude total; e o grau IV é exercido na resistência, sendo composto por oscilações reduzidas e de pequena amplitude. Os graus I e II promovem alívio da dor, sendo utilizados em quadros álgicos, antes da limitação funcional. Pois, os graus III e IV melhoram a mobilidade das articulações, sendo aplicados após a limitação do movimento (Holland, 2020).

Destaca-se a mobilização precoce, que por meio de oscilações passivas de baixa velocidade é aplicada sobre as articulações vertebrais por toda extensão do plano de movimento, viabilizando a redução da dor e ganho de amplitude de movimento (ADM) em diversas limitações articulares, incluindo atividades como: exercícios de mobilidade no leito, sedestação na beira do leito, transferência para cadeira, ortostatismo e deambulação (Ali et al., 2019; Bailey et al., 2020).

Atualmente, o recurso mais utilizado é a mobilização precoce, que tem se destacando nos últimos anos como uma técnica eficaz capaz de contribuir na recuperação funcional dos pacientes, ajudando a prevenir ou diminuindo as complicações causada pelo imobilismo prolongado em pacientes idosos. Neste sentido, a mobilização precoce tem grande importância no processo de reabilitação, pois ajuda a previnir ou diminuir as complicações causadas pelo imobilismo durante a internação prolongada (Santos; Souza, 2019; Bonorino; Caí., 2020).

Segundo Aquim et al. (2019) a mobilização precoce só poderá ser realizada no paciente com estabilidade hemodinâmica, respiratória e neurológica, pois a prática utilizada principalmente em ambientes de terapia intensiva e envolve a movimentação ativa e/ou passiva do paciente o mais cedo possível após uma cirurgia, descompensação, lesão ou doença grave.

A fisioterapia desempenha um papel crucial na restauração e preservação da funcionalidade de indivíduos acometidos pela síndrome, pois a mobilização precoce se consolidou como uma estratégia fundamental e eficaz na gestão da síndrome do imobilismo em pacientes idosos, melhorando substancialmente seus resultados de saúde e qualidade de vida. A eficácia dessa abordagem é evidenciada pela redução do tempo de internação e pelo aumento da capacidade funcional, permitindo que os pacientes recuperem sua independência mais rapidamente. Além disso, a mobilização precoce tem um impacto positivo no estado psicológico do paciente, diminuindo a ansiedade e a sensação de vulnerabilidade associada à imobilidade prolongada. Assim, incorporar práticas de mobilização precoce nos cuidados clínicos é essencial para melhorar a recuperação e a qualidade de vida dos pacientes (Da Silva et al., 2018).

O objetivo desta revisão é verificar a eficácia da mobilização precoce no tratamento da síndrome imobilismo em pacientes idosos, oferecer a oportunidade de avaliar e aprimorar os métodos de mobilização precoce, incorporar novas descobertas e ajustar as técnicas conforme as necessidades dos paciente o tempo de imobilização no leito, provocando ao paciente respostas a nível respiratório, cardiovascular, osteomioarticular, psicológico, as atividades são iniciadas imediatamente após a estabilização das condições fisiológicas.

MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de uma revisão de literatura, no qual foram realizado a busca por artigos nas bases de dados Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo. Os artigos foram identificados por meio das palavras chaves, os descritores compreendem: “sindrome do imobilismo (immobilism syndrome)”, “mobilização precoce (early mobilization)”, “idoso (elderly)”, “immobiltity and elderly”, “early mobilization and elderly”, “mobilization and bedridden elderly”, “early mobilization and elderly ICU”. A coleta de dados ocorreu no período entre agosto e setembro de 2024.

Foram selecionados artigos do tipo ensaios clínicos randomizados, estudo quase experimental, estudo de coorte, estudo piloto multicêntrico, estudo transversal. Sendo assim, no critério de inclusão estudo que abordavam sobre a eficácia da mobilização precoce no tratamento da síndrome do imobilismo em pacientes idosos, que utilizam como intervenção a mobilização precoce, fisioterapia, sendo incluídos artigos nos últimos 10 anos, de 2014 a 2024 em língua portuguesa e inglesa. Portanto, no critério de exclusão foram artigos de revisão, duplicados e que utilizavam outra técnica diferente como a eletroterapia, artigos que abordavam mais de tema como covid 19, cardiovascular, respiratória, fratura, trombose, cirurgia etc.

A síntese dos artigos será apresentada através de tabela contendo autor/ano, tipo de estudo, objetivos, metodologia e resultado. Na síntese dos resultados será através de texto contendo autor/ano, número de pessoas, idade, número de protocolos.

RESULTADOS

Foram identificados 865 artigos nas bases de dados, através do filtro de seleção. Dos 865, foram encontrados: 524 na BVS, 305 na Pubmed e 36 na Scielo. Sendo excluindos 58 por estarem duplicados, foram selecionados 807 para leitura de título e resumo, sendo descartados 713, por se tratar de artigos envolvendo crianças 22 artigos, revisão 281, não condiz com o tema

472. Posteriormente foram lidos na Íntegra 94, sendo excluídos por ter mais de um tema 64 e não disponíveis 25. Por fim teve um quantitativo de 5 artigos. Finalizado na elaboração do fluxograma abaixo e em seguida a Figura 1, com os artigos definidos que compõem os resultados.

A figura do fluxograma da seleção de artigos selecionados para revisão. Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 1: Fluxograma do estudo.

A tabela apresenta a síntese dos artigos incluídos nesta revisão, contendo o autor/ano, tipo de estudo, objetivo, metodologia e resultados.

Tabela 1: Tabela do estudo.

Fonte: Pesquisa dos autores

Foram selecionados 7 artigos entre os anos de 2014 e 2024, para compor a tabela comparativa de dados de pesquisa sobre a eficácia dos métodos de intervenções fisioterapêutico utilizado tratamento da síndrome do imobilismo em pacientes idosos, sendo eles, estudo quase experimental (n=1), estudo randomizado (n=3), estudo piloto multicêntrico (n=1). Com um total de dados de pessoas nessa revisão foi de 13.904 indivíduos, a média de idade foi de 70,6 (60 a 80 anos), foram realizadas 2.680 sessões coletada dos 5 artigos. Nos 5 artigos foram utilizados diferentes métodos de intervenções.

Liu et al. (2017) realizaram uma técnica de mobilização precoce em pacientes idosos internados em clínica médica geral que foi aplicada pelo menos 3 vezes ao dia ao longo de 3 períodos — pré-intervenção (10 semanas), durante a intervenção (8 semanas) e pós-intervenção (20 semanas), após a aplicação da técnica, resultou em 10% mais pacientes fora da cama e uma redução significativa na mediana de LOS.

Moreno et al. (2019) realizaram uma avaliação através do Índice de Mobilidade de Morton (DEMMI), e a força muscular foi avaliada usando um dinamômetro de preensão manual com pacientes com idade de ≥ 60 anos e que foram hospitalizados por qualquer condição clínica por < 48 horas com o objetivo de avaliar o impacto de um programa de orientação para pacientes idosos internados em hospitais sobre a importância de permanecer fisicamente ativo durante a hospitalização. Porém o efeito da intervenção na atividade física não foi claramente suficiente para prevenir a perda de força muscular periférica, reduzir o tempo de internação ou prevenir complicações.

Peter et al. (2019) realizaram a mobilização em pacientes na UTI de (≥ 60 anos) e essa mobilização foi avaliada por pesquisas mensais de prevalência de pontos de 1 dia usando a Escala de Mobilidade de UTI. O desfecho primário foi a porcentagem de pacientes mobilizados para fora da cama sendo aplicada uma vez por dia durante o período de intervenção, definida como nível 3 na Escala de Mobilidade de UTI (sentado na beira da cama) ou superior. Os desfechos secundários foram ventilação mecânica, delírio e dias de UTI e hospital, bem como eventos de segurança indesejados. A aplicação do protocolo de mobilização para pacientes em UTI se mostrou viável e segura e pode contribuir para o aumento de pacientes de UTI mobilizados para fora do leito.

McCullagh et al. (2020) realizaram um programa de exercícios prescritos ampliado em comparação aos cuidados habituais, no desempenho físico, na qualidade de vida e na utilização de cuidados de saúde para pacientes idosos frágeis em situações agudas. Sendo para o grupo de intervenção foi realizado exercícios de fortalecimento e equilíbrio e o grupo controle realizou exercícios de alongamento e relaxamento. O estudo relatou melhorias no desempenho físico, qualidade de vida e menos eventos negativos sugerem que estas intervenções são valiosas para pacientes médicos frágeis internados.

Sunde et al. (2020) realizaram um programa de exercícios em grupo liderado por um fisioterapeuta duas vezes por semana durante 4 meses. Ambos os grupos foram instruídos em um programa de exercícios em casa e foram encorajados a se exercitar de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde para atividade física em idosos. O desfecho primário, desempenho físico, foi medido pelo Short Physical Performance Battery (SPPB). Os desfechos secundários foram teste de caminhada de 6 minutos (TC6), Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), força de preensão, Índice de Massa Corporal (IMC) e HRQOL (Short-Form 36 Health Survey (SF-36)). Os dados foram analisados utilizando o princípio da intenção de tratar, garantindo a validade interna do estudo. O estudo sugere que essa população pode se beneficiar de exercícios sistemáticos em grupo após o término da reabilitação inicial hospitalar, e que melhorou significativamente a capacidade funcional e a HRQOL física em adultos mais velhos com ou em risco de deficiência de mobilidade após a alta hospitalar.

DISCUSSÃO

Os estudos mostram que a grande maioria dos autores da síntese dos resultados, tiveram uma eficácia nas intervenções realizadas. Portanto, de forma geral, os artigos revelam benefícios para a técnica de mobilização precoce com melhorias dos aspectos: mobilidade funcional, tempo para alta hospitalar e função cognitiva.

Liu et al. (2020) utilizaram a intervenção baseada em evidências de mobilização precoce e buscavam uma boa estratégia. A realização da intervenção em vários hospitais resultou em 10% mais pacientes fora da cama no final do estudo e uma diminuição significativa na duração da estadia e as taxas de mobilização do paciente melhoraram durante e após a implementação da intervenção tendo uma eficácia. Dá mesma forma Moreno et al. (2019) diferentemente utilizaram como estratégia para reduzir a perda da mobilidade, além dos cuidados habituais, o aconselhamento sobre a importância de se manter ativo durante a hospitalização. A intervenção apesar de não ter se mostrado eficaz no ganho de força, aumentou a atividade física de intensidade moderada e reduziu o tempo sedentário entre os idosos, ainda que uma das barreiras para realizar as atividades fosse o medo, foram encorajados a dar mais passos diários, após serem informados das consequências de permanecerem imóveis. Afirma Ferreira et al. (2016) que a mobilização precoce vem tendo eficácia através de exercícios passivos no leito ou ativos no leito sedestação na beira do leito, ortostase, transferência, deambulação, exercícios respiratórios e cicloergométrico.

No artigo de Peter et al. (2019) realizaram uma avaliação com 152 pacientes para observar efeito da implementação de um protocolo de mobilização precoce na taxa de mobilizações fora do leito, mas somente 55 pacientes apresentaram melhorias no desempenho físico, qualidade de vida e menos eventos negativos, sendo assim esse presente estudo afirma que a implementação de protocolos interprofissionais para mobilização é viável e segura e pode contribuir para o aumento de pacientes de UTI mobilizados para fora do leito. Costa et al. (2019) afirmam que o protocolo de mobilização precoce pode reduzir a incidência de complicações pulmonares, acelerar a recuperação, diminuir o tempo da VMI e o tempo de internação na UTI, sendo considerado um método viável, seguro e que não aumenta os custos hospitalares. Nesse sentido, o presente estudo teve como pretensão promover as informações que servissem de subsídios à construção de diretrizes ao tratamento a estes pacientes e ser incorporado na rotina da equipe de fisioterapia que atua na UTI.

Em um ensaio clínico randomizado McCullagh et al. (2020) realizaram uma divisão aleatoriamente de pacientes médicos mais velhos internados de forma cega em dois grupos entre 190 pacientes idosos acima ou igual a 80 anos, o grupo controle e o grupo de intervenção. Ambos os grupos receberam exercícios assistidos de meia hora, duas vezes ao dia, de segunda a sexta, com a ajuda de um fisioterapeuta, mas somente o grupo de intervenção mostrou eficácia na aplicação de exercícios físicos durante a internação. Asteasu et al. (2020) também afirmam que programas de treinamentos de exercícios individualizado, multicomponente, com ênfase especial no treinamento de potência muscular, se mostrou uma terapia eficaz para melhorar a potência muscular de membros inferiores em cargas submáximas e força muscular máxima em pacientes idosos durante hospitalização aguda.

Sunde et al. (2020) utilizaram um programa de exercícios em casa e fora encorajado a se exercitar, foram divididos 2 grupos um de intervenção e outro de controle. O desfecho primário, desempenho físico, foi medido pelo Short Physical Performance Battery (SPPB). Os desfechos secundários foram teste de caminhada de 6 minutos (TC6), Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), força de preensão, Índice de Massa Corporal (IMC) e CVRS (Short-Form 36 Health Survey (SF-36)). A análise de intenção de tratar mostrou que o grupo de intervenção melhorou sua capacidade funcional (TC6) e o resumo do componente físico do SF-36 significativamente em comparação ao grupo de controle. Para Barrozo; Carvalho (2014) os exercícios terapêuticos demonstram benefícios principalmente se iniciados precocemente, compondo uma variedade de abordagens.

Portanto, é importante ressaltar a necessidade de conduzir mais estudos sobre a eficácia da mobilização precoce no tratamento da síndrome do imobilismo em pacientes idosos. Pois, a mobilização precoce é uma intervenção promissora para prevenir ou minimizar os efeitos causado pela síndrome do imobilismo, sendo assim é crucial realizar mais pesquisa pra estabelecer técnicas de mobilidade precoce personalizada.

CONCLUSÃO

Sendo assim, esta revisão destacou a importância da mobilização precoce no tratamento da síndrome do imobilismo em pacientes submetidos a longos períodos de internação. Os estudos analisados revelaram que a mobilização precoce promove significativos benefícios, incluindo: aumento da força física e resistência, melhoria da mobilidade, prevenção de problemas musculares, redução de efeitos deletérios, bem-estar e qualidade de vida.

Portanto, a intervenção fisioterapêutica é fundamental para otimizar resultados em idosos acamados com síndrome do imobilismo. Para garantir eficácia, é imprescindível que pesquisas avancem, aprimorando estratégias terapêuticas personalizadas e promovendo melhoria na qualidade de vida desses pacientes.

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1Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.

2Especialista em Saúde da Mulher, Docente do Curso de Fisioterapia e Estética e Cosmético do Centro Universitário do Norte – UNINORTE

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