REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412191528
Leandro dos Reis Lage
Aluísio Gomes da Silva Jr.
Jorge Luiz Lima da Silva
Resumo:
Este artigo propõe uma reflexão teórica sobre o valor para o paciente e sua relação com a integralidade no cuidado em saúde. A busca por uma abordagem que promova um cuidado integral é um desafio constante na área da saúde coletiva. Nesse sentido, o conceito de valor para o paciente desempenha um papel fundamental, envolvendo diferentes dimensões, como o valor global, decisório, externo e situacional. A compreensão do valor para o paciente é essencial para promover o cuidado integral, considerando as demandas e necessidades dos indivíduos em constante mudança. Além disso, a informação desempenha um papel crucial nesse processo, refletindo o cuidado prestado ao paciente e permitindo a avaliação contínua da qualidade dos serviços. A gestão dos recursos de saúde deve ir além da redução de custos, buscando aumentar a qualidade dos serviços e incluir o paciente no processo de decisão terapêutica e organização dos serviços. Esta reflexão busca ampliar o entendimento sobre a integralidade e o valor para o paciente, ressaltando a importância de uma abordagem que promova o cuidado integral e fortaleça o vínculo entre profissionais e pacientes, visando à melhoria contínua dos serviços de saúde.
Palavras-chave: valor para o paciente; integralidade; cuidado integral; informação; qualidade dos serviços de saúde.
Descritores: Integralidade em Saúde; Aquisição Baseada em Valor; Assistência Centrada no Paciente.
Introdução:
A busca por uma abordagem de cuidado integral tem sido um desafio constante no campo da saúde coletiva. Nesse contexto, a reflexão teórica desempenha papel fundamental na construção de conceitos e perspectivas que orientem as práticas profissionais e a organização dos serviços de saúde. Este artigo de reflexão baseia-se em estudo teórico-reflexivo, que teve como objetivo lançar um olhar norteador do cuidado, a partir do conceito de valor em saúde construído com base nos atributos da integralidade.
Os atributos da integralidade compreendem uma visão ampla do cuidado, que vai desde a consideração das demandas dos sujeitos envolvidos e suas perspectivas de vida, durante uma simples consulta médica, até a organização dos serviços de forma a atender essas demandas. A qualidade da atenção à saúde, nesse contexto, envolve a percepção dos usuários em relação às suas expectativas e a capacidade da equipe de estabelecer uma relação humanizada, articulando ações e encaminhamentos, promovendo o acesso a diferentes alternativas de solução de problemas.
Dentro desse panorama, o conceito de valor para o paciente desempenha um papel central. Compreendido como o apreço atribuído e a importância dada a um bem ou serviço desejado, o valor para o paciente abrange diferentes dimensões. Essas dimensões incluem o valor global, que considera informações abrangentes dentro e fora do campo da saúde; o valor decisório, relacionado às decisões terapêuticas e seus impactos na qualidade de vida; o valor externo, influenciado por conceitos e valores de pessoas significativas para o paciente; e o valor situacional, vinculado a contextos específicos que podem afetar os valores globais e decisórios.
A compreensão do valor para o paciente é fundamental para a promoção do cuidado integral, pois permite a interação entre o processo de trabalho da equipe de saúde e a satisfação do usuário, considerando suas necessidades e demandas em constante mudança. A informação desempenha um papel crucial nesse processo, refletindo o cuidado prestado ao paciente e possibilitando a avaliação contínua da qualidade dos serviços, sendo construída e transmitida mutuamente durante todo o processo de cuidado, acontecendo em cada ponto de encontro do paciente com o profissional de saúde durante toda sua jornada pela rede de cuidados.
Nesta discussão, exploraremos como a interpretação do valor na perspectiva da integralidade pode influenciar o acesso aos serviços de saúde e o planejamento do cuidado. Além disso, examinaremos a importância da informação como mecanismo para o fluxo de valor e como a compreensão do valor para o paciente pode contribuir para a melhoria dos serviços e fortalecimento do vínculo profissional-paciente.
Ao refletirmos sobre a integralidade e o valor para o paciente, é evidente que a gestão dos recursos de saúde precisa ir além da simples redução de custos, sendo orientada pelo aumento da qualidade dos serviços. A inclusão do paciente no processo de decisão terapêutica e na organização dos serviços é essencial para promover um cuidado integral, evitando ações desnecessárias e estimulando a interação e o vínculo entre profissionais e pacientes.
Ao longo deste estudo, exploraremos essas questões, buscando ampliar o entendimento sobre a integralidade e o valor para o paciente, e destacando a importância de uma abordagem que promova o cuidado integral, e a melhoria contínua dos serviços de saúde; visando responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como a interpretação do valor na perspectiva da integralidade influencia o acesso aos serviços de saúde e o planejamento do cuidado, e de que forma a compreensão do valor para o paciente pode contribuir para a melhoria dos serviços e fortalecimento do vínculo profissional-paciente?
Metodologia:
Estudo teórico-reflexivo foi conduzido com o objetivo de analisar e discutir o conceito de valor para o paciente e sua relação com a integralidade no cuidado em saúde. A abordagem adotada baseia-se em princípios qualitativos, com ênfase na interpretação e análise dos elementos teóricos obtidos por meio de um extenso levantamento bibliográfico. O estudo foi embasado em uma dissertação apresentada como trabalho de conclusão de mestrado em saúde coletiva.
O processo de pesquisa consistiu em diversas etapas. Primeiramente, realizou-se uma revisão sistemática da literatura, utilizando bases eletrônicas em periódicos científicos relevantes na área da saúde coletiva. Foram selecionados artigos, livros e outras fontes que abordavam a temática do valor para o paciente e sua relação com a integralidade.
Em seguida, os elementos teóricos obtidos foram analisados de forma aprofundada, buscando identificar as principais dimensões e perspectivas relacionadas ao conceito de valor para o paciente. Foram considerados aspectos como valor global, valor decisório, valor externo e valor situacional, a fim de compreender as múltiplas facetas desse constructo.
Durante a análise dos dados, foram identificados pontos de convergência e divergência entre os diferentes estudos consultados. Essas informações foram sistematizadas e discutidas à luz da integralidade como ótica avaliativa, buscando estabelecer conexões entre o conceito de valor para o paciente e os atributos da integralidade no cuidado em saúde.
É importante ressaltar que este estudo teórico-reflexivo não envolveu a coleta de dados primários, mas sim a análise crítica e reflexiva da literatura existente. Dessa forma, não foi necessária submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.
Por fim, os resultados da análise foram interpretados e discutidos à luz do referencial teórico adotado, fornecendo insights e reflexões sobre o valor para o paciente e sua relação com a integralidade no cuidado em saúde.
Atributos da integralidade:
A integralidade em saúde é um conceito abrangente que busca considerar as demandas dos sujeitos envolvidos e seu modo de ver a vida, desde uma simples consulta médica até a organização dos serviços de saúde. Pontes, Silva Junior e Henriques (2011) afirmam que a integralidade implica na avaliação da capacidade de interação dessas demandas com os fluxos assistenciais, permitindo o acesso a várias alternativas de solução de problemas e a construção de vínculos e responsabilidades.
No contexto da valorização do paciente, Silva Jr. e Mascarenhas (2004, p. 244) destacam que a integralidade é um atributo das práticas profissionais de saúde e da organização do serviço. Além disso, esses autores afirmam que a integralidade se articula com outros conceitos, como acolhimento, vínculo/responsabilização e qualidade da atenção.
Para Silva Jr. e Mascarenhas (2004), a qualidade da atenção à saúde refere-se a um modelo que leva em consideração a percepção dos usuários em relação às suas expectativas, sendo atendidas por meio de uma relação humanizada entre a equipe de saúde e o usuário. Essa relação é embasada nos princípios de acolhimento, vínculo e responsabilização. O acolhimento envolve a capacidade de acesso, referência, escuta e percepção das demandas e contextos biopsicossociais dos usuários, além da identificação de riscos e da coordenação do trabalho de equipes multiprofissionais de forma interdisciplinar.
Ao avaliar o processo de trabalho das equipes, verifica-se que a efetivação do cuidado integral requer a interação entre o processo de trabalho da equipe multiprofissional e a satisfação do usuário. Isso implica que o usuário possui o poder de demandar suas necessidades de saúde à equipe, direcionando o modo de produção do cuidado (PONTES, SILVA JUNIOR, HENRIQUES, 2011). Esses autores ressaltam a importância de uma assistência abrangente, humanizada e centrada no usuário, considerando tanto os aspectos técnicos e clínicos quanto os aspectos sociais, culturais e subjetivos do cuidado em saúde.
Assim, os atributos da integralidade nos ajudam a nortear a discussão acerca de valor em saúde onde o paciente centro do cuidado, consegue ser um ator ativo na construção e no planejamento do cuidado.
Valor para o paciente:
O conceito de valor em saúde proposto por Michael Porter no caso da assistência à saúde refere-se à sua abordagem estratégica para melhorar a eficiência, qualidade e acesso aos serviços de saúde. Ele enfatiza a importância de se concentrar nos resultados para os pacientes e na entrega de serviços de qualidade a um custo razoável (PORTER, 2010).
De acordo com Armstrong e cols. (2017), essa abordagem estratégica também enfatiza a necessidade de envolver continuamente os pacientes no aprimoramento das diretrizes clínicas, promovendo uma maior participação e engajamento dos pacientes no processo de tomada de decisão. Porter sugere que o valor em saúde é criado quando os sistemas de saúde são capazes de melhorar os resultados dos pacientes (como a melhoria da saúde, recuperação mais rápida e qualidade de vida) e reduzir os custos associados a esses resultados. Ele argumenta que o valor em saúde é o resultado da equação entre os resultados obtidos e os custos incorridos (PORTER, 2010). Nesse sentido, a proposta de Armstrong e cols. (2017) sobre o aprimoramento das diretrizes clínicas por meio do engajamento contínuo dos pacientes contribui para a geração desse valor em saúde, ao considerar as perspectivas e preferências dos pacientes na definição das melhores práticas clínicas.
Para alcançar um maior valor em saúde, Porter propõe uma abordagem baseada em três princípios principais: redefinir o escopo da assistência à saúde para se concentrar em resultados relevantes para os pacientes; integrar e coordenar os cuidados em toda a cadeia de valor, evitando a fragmentação e a duplicação de serviços; e repensar o processo de entrega de serviços para aumentar a eficiência e a qualidade (PORTER, 2010). A proposta de Armstrong e cols. (2017) também está alinhada a esses princípios, ao destacar a importância de uma abordagem centrada no paciente e no engajamento contínuo dos pacientes para melhorar as práticas clínicas e, consequentemente, os resultados em saúde.
Essa noção de valor atribuída a Michael Porter, conforme discutido por Porter (2010), destaca a importância de uma abordagem estratégica e centrada no paciente para melhorar a assistência à saúde, promovendo melhores resultados de saúde, experiência do paciente e eficiência operacional. A contribuição de Armstrong e cols. (2017) reforça essa perspectiva ao enfatizar o papel fundamental do engajamento dos pacientes no aprimoramento das diretrizes clínicas, visando a uma assistência mais adequada às necessidades individuais e coletivas dos pacientes.
Valor para o Paciente na Perspectiva da Integralidade:
O objetivo do framework proposto por Armstrong e cols. (2017), juntamente com a concepção de integralidade em saúde de Silva Jr. e Mascarenhas (2004), é promover a inclusão e o envolvimento dos pacientes em todas as fases do processo de desenvolvimento e atualização de diretrizes clínicas. Ambas as abordagens enfatizam a importância de uma abordagem abrangente, centrada no paciente e que valorize a participação ativa dos pacientes. O framework proposto pelos autores baseia-se em quatro elementos principais: identificar e envolver os principais interessados, planejar o engajamento do paciente, engajar os pacientes e avaliar o impacto do engajamento do paciente (Armstrong et al., 2017). Essas etapas visam garantir a diversidade e representatividade dos envolvidos, definir estratégias eficazes de envolvimento, permitir a participação ativa dos pacientes e avaliar os resultados e impacto do engajamento do paciente nas diretrizes clínicas.
Quando se trata das classificações de valor propostas por Armstrong e Mullins (2017), é possível estabelecer uma conexão com a concepção de integralidade em saúde de Silva Jr. e Mascarenhas (2004). Ambos os autores reconhecem a importância do valor global, que se refere à percepção geral de utilidade e satisfação proporcionada por uma oferta. Nesse sentido, tanto o framework quanto a abordagem de integralidade em saúde buscam oferecer uma experiência satisfatória e abrangente aos pacientes, atendendo às suas necessidades e expectativas de forma efetiva.
Além disso, a integralidade em saúde proposta por Silva Jr. e Mascarenhas (2004) também está relacionada com as outras classificações de valor propostas por Armstrong e Mullins. A visão de Silva Jr. e Mascarenhas sobre a integralidade em saúde abrange o valor situacional, que envolve personalização e adaptação às necessidades e perspectivas individuais de cada paciente. Isso significa considerar não apenas os aspectos físicos, mas também os aspectos emocionais, sociais, culturais e espirituais das pessoas.
Ainda, a abordagem de Silva Jr. e Mascarenhas valoriza a imagem, reputação e status associados à prestação de serviços de saúde, contribuindo para o valor externo percebido pelos pacientes. A concepção de integralidade em saúde busca promover uma experiência satisfatória e efetiva, valorizando a escuta e a participação ativa dos pacientes, e fortalecendo a atenção primária e a interdisciplinaridade
Portanto, ao considerar as quatro classificações de valor propostas por Armstrong e Mullins, é possível observar que a concepção de integralidade em saúde de Junior e Mascarenhas (2004) abrange e complementa essas classificações. Ambos os autores compartilham a visão de que uma abordagem abrangente, centrada no paciente e que valorize a participação ativa dos pacientes é essencial para o desenvolvimento de diretrizes clínicas relevantes e eficazes, além de proporcionar uma experiência satisfatória e de qualidade na prestação de serviços de saúde.
No contexto do framework proposto por Armstrong e cols. (2017), e considerando a concepção de integralidade em saúde de Silva Jr. e Mascarenhas (2004), o valor decisório é uma dimensão fundamental a ser considerada. Ambos os autores reconhecem que os pacientes devem ter a oportunidade de tomar decisões informadas e participar ativamente no processo de cuidado. A abordagem de integralidade em saúde de Silva Jr. e Mascarenhas (2004) enfatiza a importância da participação ativa dos pacientes, valorizando a sua autonomia e capacidade de tomar decisões sobre sua saúde. Isso implica em promover a educação em saúde, fornecer informações claras e compreensíveis, e envolver os pacientes na elaboração de planos de tratamento e tomada de decisões compartilhadas.
Nesse sentido o presente artigo adota o conceito de valor em saúde com uma olhar ampliado obtido com a reflexão entre a interação dos atributos da integralidade e os demais classificações de valor dos autores citados discutidos no estudo que originou essa obra reflexiva; onde valor é o apreço atribuído, importância dada a um determinado bem, ou serviço no qual é tido como objeto de desejo, ou seja, um conjunto de princípios que representa o ideal buscado.
Discussão:
A informação se caracteriza como mecanismo de movimentação do fluxo, ou seja, é a partir da coleta de dados sobre o paciente que acontece, durante a todos o momento em que o paciente entra em contato com os serviços de saúde, seja coletada diretamente com os pacientes ou de diversas outras fontes de dados, oficiais ou informais, que ajudem a refletir a situação, ou o momento de saúde em que estão inseridos.
A informação reflete o cuidado prestado ao paciente, e nos permite avaliar constantemente a qualidade do cuidado ofertado, seja uma avalição simples como na intenção de estabelecer um mecanismo de reposta imediata como um feedback, até processos avaliativos mais complexos que envolvam uma visão além da meramente satisfação do paciente com o serviço.
Ao identificar valor para o paciente, visando entender sua subjetividade, Armstrong e Mullins (2017), classificaram quatro tipos diferentes de valor que o paciente pode carregar consigo, esse tipo de informação movimenta o fluxo de valor ao ser interpretado na perspectiva da integralidade, provendo acesso e planejamento do cuidado.
Quando discutimos acesso nessa visão de valor para o paciente na perspectiva da integralidade, ou valor integral, podemos concluir que acesso físico pode ser direcionado ao acesso as unidades de saúde, onde envolvem os conceitos de acessibilidade e aspectos geográficos e o acesso organizacional que provém da reorientação dos serviços e do redesenho dos processos de trabalho, de acordo com visão do paciente, que como foi discutido anteriormente se apresente em constante mudança, fazendo com que os serviços também precisem se adequar constantemente a essas mudanças.
Quanto ao planejamento do cuidado, a informação se mostra de forma mútua, num fluxo multidirecional entre o profissional, o paciente e os demais atores envolvidos na construção de valor para o paciente. Onde a escuta ativa e qualificada aliada à postura profissional que também envolve sua constante atualização acerca de novas formas de tratamento sobre determinadas doenças assim como novas tecnologias empregadas no cuidado, a fim de ambos escolherem a melhor forma de cuidar de determinado problema de saúde, fazendo da decisão terapêutica uma das formas mais concretas de incorporar o empoderamento que traz para o paciente sua visão de valor para o serviço de saúde.
Assim, o itinerário terapêutico, interpretado nessa discussão como o caminho a ser percorrido pelo paciente e previamente planejado pelo profissional em conjunto com o paciente, complementa a decisão terapêutica no planejamento do cuidado, pois permite que o profissional e o paciente escolham qual o melhor trajeto a ser percorrido, na rede de serviços, pelo paciente para um cuidado mais integral, resolutivo e eficaz.
Como afirmam Liu, Bozic e Teisberg (2017), constata-se que para os cuidados que duram pelo resto da vida de um paciente, as medidas de resultados, durante o atendimento são obviamente críticas para entender o valor da assistência médica e obter insight sobre como melhorar esse valor e redefinem como os pacientes e suas equipes clínicas identificam o sucesso na experiência de saúde.
Como dito anteriormente o conceito de valor é único e vive em constante mudança e construção, sendo assim, por mais acessível que possa parecer a rede de serviços, ela nuca será acessível a todos os pacientes, evidenciando a necessidade de traçar estratégias, e rumos na integração dos serviços no planejamento do cuidado.
Nesse sentido, discutir valor sob a perspectiva da integralidade realçou a necessidade de operar um sistema de saúde integrado e de serviço completo, projetado para atender ao amplo espectro de necessidades apresentadas por uma população diversificada de pessoas (WASHINGTON; COYE; FEINBERG, 2013, p.1930).
Com esse pensamento podemos concluir nessa discussão que interpretar o valor na perspectiva da integralidade oferece além do raciocínio votado para a assistência e a organização dos serviços, se apresenta como uma possibilidade nova de pensar a gestão dos recursos de saúde, evidenciando a necessidade de criação de uma ferramenta estratégica que possibilite a coleta de informações e sua aplicação de forma prática, simples e clara, visando o aumento da qualidade dos serviços e não apenas nos custos que podem gerar para o sistema, pois como foi defendido pelos autores que discutem as diversas formas de inserção de valor na saúde, a redução de custo deve ser uma consequência da organização dos serviços de saúde que visam o aumento da qualidade, uma vez que evitam desperdícios e processos desnecessário ao cuidado.
Conclusão:
Entender o conceito de valor para o paciente permitiu ampliar a visão dos atributos da integralidade, e discutir de forma prática a inclusão do paciente no processo de decisão terapêutica e de organização dos serviços e das práticas de saúde ofertadas, aumentando a qualidade, evitando ações e procedimentos desnecessários que oneram o sistema e dificultam a interação profissional-paciente desestimulando o vínculo.
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