VACINAS DE COMBATE AO COVID-19: SUAS DIFERENÇAS RELACIONADAS A FORMAS DE PRODUÇÃO, RESPOSTA IMUNE E EFICÁCIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6608668


Autor:
Vitor Dias Taveira
Orientador:
Prof. Rafael Ribeiro Almeida, PhD

RESUMO

Neste presente estudo a finalidade é, através de um método monográfico, realizar uma pesquisa descritiva e explicativa sobre o tema de forma qualitativa, evidenciando as diferentes tecnologias envolvidas na produção das vacinas, utilizadas no combate a pandemia de COVID19, e como essas implicam em sua forma correta de aplicação (número de doses e, em caso de mais de uma dose, espaço de tempo entre uma dose e outra). Além da forma de produção de vacinas este estudo visa também apontar as características do vírus SARS-CoV-2 como sua estrutura viral e seu modo de replicação e disseminação, para que assim se tenha um melhor entendimento da doença e de seu agente etiológico. Através de um método comparativo será apontada a forma que o sistema imune se comporta na presença de diferentes tipos de vacina destinadas ao COVID19 e como essas respostas imunes tendem a se relacionar com as eficácias. Utilizando dados preexistente, se demonstrará as distintas porcentagens de eficácias comprovadas de cada tipo de vacina de COVID19 e como essas, em conjunto, afetaram positivamente o combate a pandemia. Por fim de forma exploratória será apontado o possível futuro da vacinação destinada ao COVID-19. Este estudo tem o propósito de demonstrar a importância das vacinas no combate a pandemia, mostrando que, apesar de suas diferenças e particularidades, todas em conjunto são o caminho do êxito.

Palavras-chave: Vacinas, COVID-19, resposta imune, SARS-CoV-2, eficácia.

ABSTRACT

In this study, the purpose is, through a monographic method, to carry out a descriptive and explanatory research on the subject in a qualitative way, highlighting the different technologies involved in the production of vaccines used to fight the COVID-19 pandemic, and how these imply in its correct form of application (number of doses and, in case of more than one dose, time between one dose and another). In addition to the way in which vaccines are produced, this study also aims to point out the characteristics of the SARS-CoV-2 virus, such as its viral structure and its mode of replication and dissemination, in order to have a better understanding of the disease and its etiological agent. Through a comparative method, the way in which the immune system behaves in the presence of different types of vaccine aimed at COVID19 will be pointed out, and how these immune responses tend to relate to the efficacy. Using pre-existing data, the different percentages of proven efficacy of each type of COVID vaccine will be demonstrated19 and how these, taken together, positively affected the fight against the pandemic. Finally, in an exploratory manner, the possible future of vaccination aimed at COVID19 will be pointed out. This study aims to demonstrate the importance of vaccines in combating the pandemic, showing that, despite their differences and particularities, together they are the path to success.

Keywords: Vaccines, COVID-19, immune response, SARS-CoV-2, efficacy.

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………….
  2. JUSTIFICATIVA …………………………………………………………………………..
  3. OBJETIVOS ………………………………………………………………………………..
    1. Objetivo Geral …………………………………………………………………………..
    2. Objetivo Específico …………………………………………………………………….
  4. METEDOLOGIA …………………………………………………………………………..
    1. Caracterização da pesquisa. …………………………………………………………
    2. métodos aplicados ……………………………………………………………………..
    3. coletas de dados ……………………………………………………………………….
  5. Estrutura do vírus SARS-CoV-2 ……………………………………………………….
  6. Infecção pelo vírus SARS-CoV-2 …………………………………………………….
    1. Disseminação viral …………………………………………………………………….
    2. Replicação viral e seus impactos no organismo humano ……………………..
    3. Interação entre SARS-CoV-2 e o organismo hospedeiro ………………………
    4. Relação de linfócitos T com a infecção pelo virus SARS-CoV-2 ……………..
    5. Produção de anticorpos ……………………………………………………………..
  7. Vacinas de combate ao COVID-19 …………………………………………………..
    1. Funcionamento das vacinas …………………………………………………………
    2. Vacinas com vetores virais ………………………………………………………….
    3. Vacinas genéticas ……………………………………………………………………..
    4. Vacinas virais …………………………………………………………………………..
  8. Conclusão ………………………………………………………………………………
  9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ………………………………………………………

1. INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19 se deu início em meados de dezembro de 2019 na China, mais especificamente em Wuhan, neste momento a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebia diversas notificações de casos de pneumonia, o que posteriormente se descobriu ser um tipo de coronavírus ainda não relatado em humanos. A confirmação do novo vírus, SARS-CoV-2, veio em 7 de janeiro de 2020 pelas autoridades chinesas. Após a disseminação deste vírus por diversos países, em 11 de março de 2020, a OMS declarou a pandemia de COVID-19 que se estende até os dias de hoje. A COVID-19 se trata de uma doença infecciosa, causada pelo vírus SARS-CoV-2, com sintomas como cansaço, febre, tosse seca, dor de garganta, perda de paladar e olfato e em casos mais graves pode apresentar sintomas como dificuldade de respirar, dor de cabeça, tontura, dores musculares e/ou articulares, diarreia, tosse com sangue e náuseas (1,2-3). Para evitar infecções e a disseminação do vírus, a OMS recomendou o uso de máscara, a constante higienização das mãos e o distanciamento social, levando em conta que o vírus SARS-Cov-2 é transmitido principalmente por gotículas respiratórias.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde o início da pandemia de COVID-19 até o presente momento houve mais de 520 milhões de casos de coronavírus, sendo que entre estes casos houveram mais de 6 milhões de mortes. Nos momentos atuais da pandemia já se provou que as vacinas contribuem para diminuir drasticamente as internações e ainda mais para desafogar as UTIs, que durante uma grande parte da pandemia estiveram saturadas, faltando leitos em praticamente todos os hospitais do mundo, o que, além de não permitir o tratamento necessário em casos altamente graves de coronavírus, impedia que pacientes que necessitavam de leitos de UTIs para outras circunstancias, como um paciente com infarto ou vítimas de acidentes, não tivessem acesso a elas e até mesmo viesse a falecer nos corredores dos hospitais.

Tendo em mente o drástico momento da história da humanidade que foi e ainda é a pandemia de COVID-19 este artigo abordará sobre este período em diversos planos, levantando pontos como a estrutura do vírus SARS-CoV-2 e a replicação do mesmo, mas também evidenciando as vacinas de combate que, aliadas as formas de prevenções individuais contra a disseminação do vírus, tem sido a principal arma contra o SARS-Cov-2.

2. JUSTIFICATIVA

Sabe-se que no Brasil, assim como em outros países, as vacinas já foram responsáveis por diminuir drasticamente os casos ou até mesmo erradicar doenças como a varíola, poliomielite, sarampo e tétano. O desenvolvimento e produção de vacinas contra o vírus SARS-Cov-2 contou com a participação de diversos institutos de pesquisas como a Fiocruz, a Oxford e até mesmo o Butantã, este localizado em São Paulo no Brasil, cada um com um tipo de vacina e suas maneiras de produção. Milhares de cientistas e pesquisadores no mundo todo reuniram esforços e conhecimento para que se chegasse em imunizantes eficientes e seguros, de uma maneira rápida, para conter a pandemia e os afogamentos de UTIs. Mesmo tendo comprovado a eficiência das vacinas liberadas para população, tanto na parte de imunização quanto na diminuição de internamentos, há pessoas, no mundo todo, que se neguem a se vacinar contra o coronavírus ou que não completem o ciclo adequado de vacinação; entre os motivos deste negacionismo perante a ciência, pode-se citar o viés político onde diversas figuras políticas em todo o mundo espalham desinformação e as chamadas “fake news” para seus seguidores, muitas dessas “fake news” se perpetuam, seja por pessoas com as mesmas ideologias negacionistas, ou seja por pessoas que apenas nãos recebem as informações corretas e creem naquilo que leem ou escutam sem ao menos pesquisar mais afundo, esta desinformação é um grande empecilho para o sucesso da vacinação e é algo que deve ser combatido. Por este motivo este estudo tem como uma das principais finalidades informar sobre as vacinas através de uma visão ampla, abrangendo desde as produções das vacinas até a evidenciação dos impactos positivos, da vacinação, na pandemia de COVID-19.

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Neste projeto o objetivo é evidenciar as diferentes tecnologias envolvidas na produção das vacinas, utilizadas no combate a pandemia de COVID-19, e como essas diferenças implicam em suas eficácias e em suas formas corretas de aplicações (número de doses e, em caso de mais de uma dose, espaço de tempo entre uma dose e outra).

3.2. Objetivo Específico

Além da forma de produção este estudo visa também apontar a forma que o sistema imune se comporta na presença do vírus Sars-CoV-2, para que se tenha um maior entendimento dos danos causados e de como funciona o combate a este vírus pelo organismo humano.

O projeto vai apontar distintas porcentagens de eficácias comprovadas de cada tipo de vacina de COVID19 e como essas, em conjunto, afetaram positivamente o combate a pandemia.

4. METEDOLOGIA

4.1. Caracterização da pesquisa.

O presente artigo trata-se de uma pesquisa descritiva e explicativa sobre o tema de forma qualitativa, afim de que se possa evidenciar as informações existentes, até o momento, sobre a pandemia de COVID-19 em diversos aspectos como: estrutura do vírus Sars-CoV-2, seu mecanismo de replicação e disseminação, respostas do sistema imune ao vírus e produção de vacinas.

4.2. métodos aplicados

Através de dados preexistentes, pretende-se demonstrar as distintas porcentagens de eficácias comprovadas de cada tipo de vacina utilizada no combate à pandemia de COVID-19, e como essas vacinas, em conjunto, afetaram positivamente no combate a pandemia.

Através de um método comparativo será apontada a forma que o sistema imune se comporta na presença de diferentes tipos de vacina destinadas ao COVID19 e como essas respostas imunes tendem a se relacionar com as eficácias.

De uma forma exploratória, juntando dados e informações de artigos e revisões referentes ao assunto, será apontado um possível futuro da vacinação destinada ao COVID-19.

4.3. coletas de dados

Esta pesquisa abrange de forma global o COVID-19 levando em conta que os esforços, em conjunto, de inúmeras nações têm como objetivo único acabar com a pandemia, assim, os conhecimentos das tecnologias, como as utilizadas em vacinas, foram compartilhados entre cientistas e pesquisadores do mundo todo. A coleta de dados foi feita através de artigos científicos, revisões, scielo, Google Acadêmico, Pubmed e números publicados por instituições confiáveis como a organização mundial da saúde (OMS).

5. ESTRUTURA DO VÍRUS SARS-COV-2

De modo geral os vírus são constituídos por duas estruturas básicas que constituem o nucleocapsídeo, estas estruturas são: cerne (parte central do vírus) onde se encontra o genoma, este em retrovírus é constituído por RNA já em adenovírus é constituído por DNA, e uma capa proteica chamada de capsídeo, à qual é responsável por manter a estabilidade e integridade do material genético viral. Existem vírus que são constituídos apenas por nucleocapsídeo e existem vírus que são constituídos por nucleocapsídeo e mais externamente o envelope, este se trata de uma membrana fosfolipídica que é uma estrutura responsável por anexar uma proteção extra ao vírus, protegendo ainda mais o material genético viral enquanto há transição entre as células hospedeiras. (4)

O coronavírus pertence à família Coronaviridae e à ordem Nidovirales, sabe-se que membros desta família são responsáveis por causarem infecções respiratórias e gastrointestinais em humanos e outros mamíferos. (5)

O SARS-CoV-2 se trata de um vírus de RNA de fita simples (retrovírus), de formato esférico, com diâmetro de aproximadamente 125nm envolto por um envelope lipoproteico constituído por uma bicamada fosfolipídica. O vírus SARS-CoV-2 tem em sua estrutura 4 proteínas fundamentais na regulação de função e estrutura viral, estas são: a nucleocapsídeo (proteína N), a envelope (proteína E), a de membrana (proteína M) e a spike (proteína S) (figura 1).

Figura 1: estrutura viral do SARS-Cov-2

Fonte: Lima, Maria L. S. O. et al. A QUÍMICA DOS SANEANTES EM TEMPOS DE COVID-19: VOCÊ SABE COMO ISSO FUNCIONA?

A função da proteína N está relacionada com a formação do capsídeo e de toda estrutura viral já a função da proteína S está diretamente ligada ao processo de infecção viral. O Coronavírus apresenta espículas formadas por trímeros de proteína S o que confere ao vírus um aspecto de coroa, e é desta caraterística que surge o nome ‘’corona’’. (6,7) A resistência do SARS-CoV-2 em superfícies varia de acordo com o tipo de superfície, sabe-se que o vírus pode se mantes ativo por até 2,5 horas em poeira, 4 horas sobre cobre, 24 horas em papelão e em matérias como plástico e aço inoxidável consegue alcançar a marca de 3 dias ativos; em estudos realizados no vírus similar SARS-CoV (responsável pela pandemia de SARS em 2002-2003) também foram avaliados superfícies como vidro e madeira onde o mesmo se manteve ativo por até 5 dias. (8,9)

A grande diversidade genética e a frequente recombinação dos genomas somadas a possibilidade de transmissão interespécie leva a grande possibilidade de novas coronaviroses acometerem a humanidade periodicamente. (10)

6. INFECÇÃO PELO VÍRUS SARS-COV-2

6.1. Disseminação viral

A disseminação do COVID-19 se dá através de gotículas respiratórias espalhadas no ar por um hospedeiro do vírus SARS-CoV-2 através de tosse ou espirros, objetos contaminados também são grandes fontes de infecção.

Declarado a pandemia de COVID-19, pensando no modo em que o SARS-CoV-2 se dissemina, diversas medidas de prevenção foram impostas pelos órgãos de saúde do mundo todo entre essas medidas estão: distanciamento social, limpeza e desinfecção de objetos e ambientes, etiquetas respiratórias e higienização das mãos, proibição de aglomeração, isolamento em casos suspeitos ou confirmados de COVID19 e quarentena das pessoas que tiveram contato com esses indivíduos, uso de máscaras e, como principal medida para acabar com a pandemia, a vacinação. Quando falamos de etiquetas respiratórias, estamos nos referindo á um conjunto de medidas tomadas afim de reduzir a disseminação do vírus através de pequenas gotículas oriundas do aparelho respiratório de um hospedeiro, estre estas medidas estão: cobrir nariz e boca com lenço ou com antebraço e nunca tossir com as mãos, evitar tocar olhos, nariz e boca sem antes ter feito uma higienização das mãos, não compartilhar objetos de uso individual e sempre higienizar objetos como por exemplo aparelho celulares. Sabendo da existência de infectados assintomáticos, devemos ter em mente que podem existir indivíduos com este tipo de quadro em qualquer lugar de nosso cotidiano como por exemplo em mercados, em nossos trabalhos e em shoppings, por esta razão o uso de mascara e o distanciamento social é essencial para que se evite a disseminação do vírus, pois mesmo que assintomático um individuo infectado pode transmitir a doença quando se tem um contato muito próximo com outros indivíduos como acontece em abraços, beijos e aperto de mãos não higienizadas; sabemos que com o avanço da vacinação muitas destas medidas vão poder serem deixadas de lado, porém para isto é necessários que aconteça uma imunidade coletiva, conhecida popularmente como imunidade de rebanho, esta imunidade é alcançada quando se consegue vacinar grande parte de uma população, sabe-se também que grande parte dos infectados que sobreviveram a infecção de SARS-CoV-2 adquirem uma imunidade adaptativa resistente ao vírus.

6.2. Replicação viral e seus impactos no organismo humano

O vírus SARS-CoV-2, pertencente ao gênero betacoronavirus, se trata de um retrovírus, ou seja, é um vírus cujo o material genético é composto por RNA, e tem como seu parente mais próximo, entre os coronavírus humanos, o SARS-CoV com similaridade genética de 79%(11); em sua membrana existem proteínas chamadas SPIKES, estas proteínas tem a função de se ligarem ao receptor alvo de células hospedeiras para assim o vírus poder entrar na célula e iniciar seu ciclo de replicação. As SPIKES de SARS-CoV-2 têm afinidade principalmente pelo receptor alvo da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), por este motivo o vírus da COVID-19 visa células que expressam esses receptores, como por exemplo: células epiteliais das vias aéreas, células epiteliais alveolares, células endoteliais vasculares e macrófagos no pulmão. (12,13)

Após a proteína SPIKE se ligar ao receptor ECA2 das células hospedeira, ocorre a fusão das membranas e a liberação do pacote viral no citoplasma da célula desta maneira se inicia o ciclo de replicação viral do SARS-CoV-2, moldando e utilizando as organelas da célula hospedeira de maneira que possibilite o processo de replicação viral. Em resposta a infecção o corpo ativa seu sistema imune inato, na maioria dos indivíduos esta resposta imunológica elimina o vírus através de células de defesas recrutadas ao local alvo da infecção, porém, em alguns pacientes ocorre uma resposta imunológica disfuncional, portanto a gravidade da doença não é devida somente à infecção viral, mas também à resposta imunológica exorbitante ou, em casos de paciente imunossuprimidos, quase nula. A SARS-CoV-2 é um vírus citopático(14), ou seja, tem como uma de suas características induzir a morte e lesão de células e tecidos como parte de seu ciclo de replicação, no caso da infecção por SARS-CoV-2 ocorre uma morte programada da célula hospedeira, altamente inflamatória, chamada de piroptose(15). Em razão da destruição de células pulmonares desencadeia-se uma resposta imune local, contando com a presença de monócitos e macrófagos e liberação de citocinas , dando início, assim, a uma resposta imune adaptativa das células T e B; em alguns pacientes estas respostas imunológicas acontecem de forma aberrante desencadeando uma tempestade de citocinas(16), como resultado, ocorre a ativação de uma quantidade excessiva de monócitos, macrófagos e células T, desencadeando problemas como edemas pulmonares, pneumonia, inflamação generalizada e danos a múltiplos órgãos, como danos no miocárdio e insuficiência circulatória(17), em razão do conjunto de muitas destas complicações muitos pacientes chegam ao óbito.

6.3. Interação entre SARS-CoV-2 e o organismo hospedeiro

Após interação entre os receptor alvo da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) e a proteína spike (S) é desencadeado uma clivagem desta proteína S através de proteases de superfície celular da célula alvo (como a TMPRSS2), este processo é responsável pela fusão do envelope viral com a membrana da célula hospedeira liberando assim o genoma de SARS-CoV-2 no citoplasma celular; sabe-se que o virus SARS-CoV-2 pode entrar na célula-alvo também por endocitose, desta maneira, quando no citoplasma o material genético é liberado após a clivagem do envelope por proteases chamadas catepsinas. É importante frisar também a existência de uma metaloproteinase da célula hospedeira chamadas ADAM-17, estas proteases são responsáveis por clivar ECA2, assim ECA2 passa para sua forma solúvel e intercepta a entrada do virus por fusão de membrana.(18,19) (Figura 2)

Figura 2: Porta de entrada do vírus SARS-Cov-2 na célula-alvo

Fonte: DA SILVA ALBERTON, Ana Luíza; DA SILVA ALBERTON, Luis Gustavo; DE ALMEIDA, Patrícia Elaine. Obesidade e infecção por SARSCoV-2: papel da metainflamação.

A liberação do genoma de SARS-CoV-2 no citoplasma da célula hospedeira resulta na dissociação da proteína N que forma o capsídeo, desta maneira o RNA viral é exposto, a partir daí se dá o início à tradução do genoma viral, organelas da célula hospedeira começam a serem remodeladas e, por consequência, se tronam organelas de replicação viral. Com a célula-alvo se tronando um verdadeiro maquinário do vírus, são traduzidas proteínas virais não estruturais e estruturais (N,S,E,M), essas proteínas são responsáveis por formarem novos virus no citoplasma celular, então finalmente vírus progênies são liberados da célula hospedeira. Milhões de partículas virais são liberadas no organismo e estas irão infectar outras células sadias, estas por consequência serão capazes de liberar mais milhares de partículas virais e assim o quadro do paciente vai se agravando cada vez mais. (20)

6.4. Relação de linfócitos T com a infecção pelo virus SARS-CoV-2

As células T de maior expressão em uma infecção são os linfócitos T auxiliares (CD4+) e os linfócitos T citotóxicos (CD8+), que são os mediadores de uma resposta imune adaptativa de longa memória, adquirida através de anticorpos produzidos pelos linfócitos B. As células T CD4+ são essenciais no auxilio com a produção de anticorpos pelos linfócitos B, mas também são responsáveis por ativarem outras células imunes no local de infecção através de citocinas, já as células T CD8+ utilizam seus grânulos para matarem células infectadas; assim, uma resposta imune, quando controlada, leva ao fim da infecção.Após infeções algumas células T se diferenciam em células de longa memória conferindo imunidade ao patógeno, desta maneira, quando exposto ao vírus novamente, a resposta imune será muito mais rápida e eficiente. Sabe-se que a estimulação constante da infecção viral e o aumento de citocinas causam a depleção de células T (21), por este motivo, estas células estão significativamente diminuídas em pacientes com um quadros de COVID-19 graves. Em uma resposta imune exacerbada existem moduladores chamados Tregs, desta maneira em uma infecção grave por COVID-19 as Treg regulam a resposta imune suprimindo a ativação, proliferação e produção de citocinas de células T CD4+ e células T CD8+; as Treg também suprimem células B e dendríticas, assim prejudicando a criação de uma imunidade adaptativa de longa memória.(22,23) Caso não ocorra a supressão da ação das células T em casos graves, a consequente resposta imune excessiva e a inflamação danificam todos os tecidos da área afetada e, à medida que a gravidade da doença evolui, a chamada chuva de citocinas, mediadora de inflamação, pode levar a falência de órgãos. Acredita-se que o comprometimento das funções regulatórias do sistema imune seja uma das principais causas de chuva de citocinas em pacientes graves. A resposta imune inata e adaptativa, quando regulada, é essencial para que uma infecção seja combatida com sucesso e seja criada uma imunidade de longa memoria através da produção de anticorpos. O envelhecimento é uma das causas para que ocorra uma queda na produção de células T virgens e células T de memória(24), desta maneira, uma resposta imuneadaptativa enfraquecida em idosos explica o aumento da gravidade da doença de acordo com a idade avançada.

6.5. Produção de anticorpos

A produção de anticorpos acontece através de plasmócitos, estes são resultado da ativação de linfócitos B. As células B são responsáveis pela resposta humoral, esta resposta é responsável por produção e liberação de anticorpos que são capazes de neutralizar e destruir os antígenos (Ag) contra quais foram gerados, através de aglutinação, precipitação, neutralização, opsonização e lise do patógeno .

Existem estruturas celulares fundamentais no processo de geração de anticorpos, entre elas é importante ressaltar a existência do peptídeo MHC II; o MHC classe II está presente em células apresentadoras de antígeno (como macrófagos, células dendríticas e linfócitos B) e é por esta estrutura que o antígeno, antes fagocitado, é externalizado; este processo é fundamental para que ocorra a ativação de células T CD4+ E CD8+, a partir deste momento as células T começam a exercer suas funções, os linfócitos T CD8 + reconhecem MHC de classe I e destroem as células infectadas que apresentam este tipo de MHC, já as células T CD4+ reconhecem e interagem com o MHC de classe II, após a interação as células T CD4+ secretam citocinas, desta maneira, atraindo mais células de defesa para o local de infecção e estimulando uma resposta imune. Os linfócitos B, quando sofrem ativação através de contato com antígenos, começam o processo de proliferação e diferenciação em plasmócitos, e são esses plasmócitos que são responsáveis pela geração de anticorpos específicos para o antígeno que foi percursor deste processo. Os linfócitos B também podem apresenta MHC de classe II e por este motivo são considerados células apresentadores de antígeno, este peptídeo é expresso pelas células B após contato e interiorização do antígeno, e é através do MHC II que é apresentado o antígeno ao Linfócito T CD4+. A interação dos MHC II das células B com os receptores das células T CD4+ da início a uma expansão clonal de linfócitos T CD4+ e a uma produção de citocinas, este evento estimula a proliferação e diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos. (22,23,24)

Figura 3: Resposta primaria e secundaria

Fonte: MESQUITA JÚNIOR, Danilo et al. Sistema Imunitário – Parte II Fundamentos da resposta imunológica mediada por linfócitos T e B.

Quando ocorre o primeiro contato do organismo com um antígeno, seja por exposição natural ou por vacinação, os linfócitos B virgens são ativados, este processo leva à diferenciação em células de memória e plasmócitos produtores de anticorpos, como resultado deste processo há produção de anticorpos específicos contra o antígeno indutor. No inicio de uma infeção a produção de anticorpos cresce exponencialmente até atingir o platô, aonde os níveis não se alteram, após atingir o platô os níveis de anticorpos decaem e a resposta primaria se encerra; este processo dura de 5 a 10 dias, nesse período de tempo ocorre maior polução de imunoglobulinas M do que G e, estes anticorpos, tem menos afinidade ao antígeno. (22,23)

O segundo contato do antígeno com o organismo ativa a resposta secundaria, nesta resposta imunológica já existem linfócitos B de memória, gerados na primeira infecção, capazes de reconhecer este antígeno e também já existem anticorpos específicos para este antígeno. As principais características da resposta secundariam são: a dose de antígeno necessária para induzir uma resposta é menor, é produzido maior quantidade de anticorpos em menos tempo e a infecção dura menos tempo. (22,23,25) (Figura 3).

7. VACINAS DE COMBATE AO COVID-19

7.1. Funcionamento das vacinas

As vacinas tem o poder de induzir o sistema imune a produzir anticorpos, insto acontece porque, através de diferentes tecnologias, as vacinas apresentam um antígeno, de forma que não ocorra uma infecção grave, ao organismo, desta maneira o sistema imune sofre uma infecção primaria falsa, ou seja, sem capacidade de evoluir para um caso clinico grave. Caso houver uma infecção real pelo patógeno, a qual a vacina induziu imunidade, uma resposta secundaria é ativada, assim, as chances de a doença evoluir para um estado clinico grave são baixas. As principais tecnologias envolvidas na vacinação contra o COVID-19
são: vacinas de vetores virais, vacinas genéticas e vacinas virais. (Figura 4)

7.2. Vacinas com vetores virais

Estas vacinas são produzidas através de adenovírus não replicantes, podendo ser humanos ou de símios. As vacina AstraZeneca e Janssen utilizam este tipo de tecnologia que é responsável por induzir uma robusta resposta imune que inclui resposta celular. As vacinas de vetores virais consistem em utilizar um vírus não replicante, ou seja, sem capacidade de causar uma doença; a vacina AstraZeneca, por exemplo, utiliza de um adenovírus de chimpanzé (Chipanzés ChAd) incapaz de causar uma doença grave em humanos, este adenovírus tem seu genoma modificado para que se expresse a proteína S (Spike), a mesma presente no vírus SARS-CoV-2, assim, quando este vetor viral é administrado através das vacinas e entra em contato com o organismo, faz com que o sistema imune produza anticorpos específicos para a proteína spike, por este motivo quando e se ,posteriormente a vacinação, ocorrer uma infecção pelo SARS-CoV-2 o organismo já vai conter anticorpos de combate ao vírus, tornado a presença do patógeno no organismo dificultada.

As duas vacinas que utilizam a tecnologia de vetor viral, apesar de serem produzidas pelo mesmo meio tem algumas características diferente, a AstraZeneca é dividida em duas doses com o intervalo de 12 semanas entre elas já a Janssen é de dose única, a eficácia comprovada da AstraZeneca é de 76% após a primeira dose e de 81% após a segunda, a Janssen tem 66,9% de eficácia contra casos leves e moderados e 76% contra casos graves, tendo decorrido 14 dias após a aplicação, entretanto as duas contem a temperatura de armazenamento igual que vai de 2 a 8°C. (Figura 4)

7.3. Vacinas genéticas

As vacinas genéticas são vacinas que produzem imunidade através de RNA mensageiro. Para que não ocorra a degradação do RNA vacinal o mesmo é envolto em uma camada lipídica, o RNA mensageiro vacinal contém uma parte do genoma do SARS-CoV-2 responsável por codificar a proteína spike (S), desta maneira, quando no organismo esse RNA mensageiro chega nas células e são traduzidos assim a proteína S é produzida pelas células do organismo , uma vez produzida essas proteínas são expostas ao nosso sistema imune fazendo com que células T específicas de memória sejam criadas para este determinado antígeno, agora em uma infecção pelo SARS-CoV-2 o vírus é rapidamente neutralizado graças a resposta imune fortificada pela vacina genética. Essas vacinas apresentam o que temos de mais moderno no quesito vacinas e apresentam um ótimo perfil de segurança, com geração de uma ótima resposta imunes celular humoral. A principal representante desta classe de vacinas no combate a COVID-19 é a vacina Pfizer, esta vacina é dividida em duas doses, com intervalo de até 12 semanas entre a primeira e segunda dose, e apresenta 95% de eficácia após a segunda dose, tem seu ponto forte na capacidade de produção de larga escala, por serem produtos sintéticos, porém, por este mesmo motivo, contém a desvantagem de precisar ser armazenadas em temperaturas baixíssimas (2 a 8°c por até 5 dias, -25 a -15°c por até duas semanas e -90 a -60°c após este período). (Figura 4)

7.4. Vacinas virais

Essa classe de vacina é a classe que envolve uma tecnologia mais tradicional de produção de vacinas. As vacinas virais são principalmente produzidas com vírus morto ou partículas do vírus (inativadas e de subunidades) ou com vírus vivos atenuados, ou seja, sem partes de seu material genético, o que impede que ocorra uma doença grave. As vacinas de virus inativadas e as vacinas de subunidades, introduzem no organismo um vírus morto ou pedaços dele ,respectivamente, assim, quando em contato com o organismo, esta vacina é capaz de enganar o sistema imune que acredita que existe um perigo real e produz uma resposta imune com criação de anticorpos. As vacinas de vírus atenuados imitam exatamente uma infecção por um vírus integro, porém em seu processo de atenuação os virus atenuados sofrem modificações em seu genoma, essas modificações diminuem drasticamente a virulência dos vírus, estes ainda sim podem se replicar, mas de maneira muito lenta, sem causar maiores danos ao organismo; enquanto há replicação lenta do vírus o sistema imune combate o mesmo com facilidade eliminado o vírus e terminando a infecção com a criação de células de memória B e T e com a imunidade ao virus em questão. A principal vacina representante desta classe no combate ao coronavírus é a CoronaVac, produzida através de vírus inativado. A CoronaVac é uma vacina administrada em duas doses, com o intervalo de 14 a 28 dias entre elas, sua eficácia esta entorno de 62,3%, porém contra casos que requerem ajuda medica sua eficácia pode variar de 83,7% a 100%, sua temperatura de armazenamento é de 2 a 8°C, e sua principal desvantagem é o risco biológico por serem produzidas através de cultivo celular do vírus vivo. (Figura 4)

Figura 4: Tipos de vacinas de combate ao COVID-19 e suas diferenças

Fonte: Quais são as diferenças entre as vacinas contra Covid-19 que estão sendo aplicadas no Brasil?. Instituto Butantan a serviço da vida

8. CONCLUSÃO

As vacinas de combate ao COVID-19 utilizadas até o momento tem suas composições variadas, indo desde vacinas tradicionais até vacinas modernas de nova geração. A escala do impacto econômico e humanitário, causada pela pandemia do vírus SARS-CoV-2, foram as principais razões para que se houvesse a criação de vacinas numa rapidez nunca antes vista, quando falamos em vacinas; mais de 175 equipes de pesquisa em todo o mundo foram mobilizadas para estudar diversas possibilidades de vacinas e tecnologias envolvidas em suas produções. Todo processo de criação de vacinas passa por fases obrigatórias como a fase pré-clínica (em animais) e o estudo em humanos (este dividido em mais três etapas), estas fases são responsáveis pela segurança e eficiência das vacinas criadas, são nessas fases também que se define a maneira correta que se deve aplicar as vacinas, como pro exemplo o número de doses e o intervalo entre elas. As vacinas obrigatoriamente devem ter um determinado nível de segurança para que seja liberada a população, e somente após estudos e esforços de diversos profissionais altamente qualificados a vacina entra em uso. Dependendo da eficiência do sistema imune de cada indivíduo infectado pelo vírus SARS-CoV-2, após a vacinação completa, temos dois cenários possíveis: em indivíduos com o sistema imune saudável é muito provável que nem se contraia a doença graças ao sucesso da vacinação, já em indivíduos imunossuprimidos/indivíduos do grupo de risco, pode ser que ocorra a doença causada pelo coronavírus, porém, quando vacinados, o quadro desta doença ocorre de uma maneira muito menos grave, graças a imunidade adquirida com a vacinação, este é o ponto chave na diminuição de mortes por COVID-19, pois estes indivíduos, quando infectados, normalmente parariam em UTI´s causando congestionamento das mesmas. O inicio da vacinação foi essencial para desafogar UTI´s e para a diminuição de mortes por COVID-19. Sabemos que, mesmo já existindo diversos tipos de vacinas contra o COVID-19, ainda existem obstáculos para se chegar a uma campanha de vacinação eficaz, muitos pontos devem ser levados em conta para criação de uma campanha de vacinação como por exemplo a temperatura de armazenamento das vacinas, em locais tropicais vacinas que precisam de uma temperatura muito baixa viriam a degradar com as altas temperatura do local e assim perderiam seu poder imunizante. As vacinas são as armas mais poderosas que temos para combater do Covid-19 e é o caminho para que possamos voltar a ter uma vida normal, por este motivo a conscientização da importância da vacinação e a implantação de uma campanha funcional é indispensável para que possamos chegar ao fim desta pandemia.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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