UTILIZAÇÃO DO MICROAGULHAMENTO NO TRATAMENTO DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO: REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6611669


Autores:
Nara Gisele Sousa Carvalho1
Liriam Macedo de Sales Barros2
Sarah Sthefane Nergino da Silva3
Bernardo Melo Neto4


RESUMO

O envelhecimento é um processo natural que ocorre no organismo ao longo dos anos, podendo ser intrínseco ou extrínseco, e causa alterações fisiológicas afetando as suas funções. O microagulhamento é um tratamento com resultados satisfatórios, consistindo na utilização de um equipamento cilíndrico com microagulhas, esterilizadas, que causam microlesões na pele, estimulando a produção de colágeno e de outras fibras naturais da pele. A técnica do microagulhamento é muito vantajosa pois ajuda na permeação de princípios ativos, cosméticos, através das microlesões, atuando, dessa forma, sobre o processo de envelhecimento cutâneo. Diante do exposto e com intuito de acrescentar dados sobre o tema, o objetivo deste trabalho foi produzir uma revisão bibliográfica sobre a utilização do microagulhamento e suas aplicabilidades para melhoria da textura cutânea, atenuação de rugas, linhas de expressão e hipercromias. A pesquisa foi realizada entre os meses fevereiro de 2021 a maio de 2022 nas bases de dados PUBMED, BVS e Scielo, utilizando as palavras-chave envelhecimento, microagulhamento e colágeno, alem destes unitermos na lingua inglesa. Foram selecionadas informações sobre o microagulhamento como um recurso essencial para tratamento do envelhecimento cutâneo, sendo estes exposto nos resultados, servindo como base de dados para complementação da pesquisa bibliográfica. O procedimento provoca injúria na pele através das microagulhas que ao perfurarem a epiderme formam micro canais, podendo ser associado ou não ao uso de ativos, com o intuito de promover a síntese de colágeno e a permeação de ativos que melhorem o aspecto e a constituição da pele. É uma boa opção terapêutica, por ser pouco invasiva, de baixo custo e presentar resultados promissores.

Palavras-chave: Microagulhamento. Envelhecimento. Colágeno.

ABSTRACT

Aging is a natural process that occurs in the body over the years, and can be intrinsic or extrinsic, and causes physiological changes affecting its functions. Microneedling is a treatment with satisfactory results, consisting of the use of a cylindrical equipment with sterilized microneedles, which cause microlesions in the skin, stimulating the production of collagen and other natural fibers of the skin. The microneedling technique is very advantageous because it helps in the permeation of active ingredients, cosmetics, through the microlesions, thus acting on the skin aging process. The objective of bibliographic review on the use of microneedling and its applicability to improve painting, attenuation of expression lines and hyperchromias. The research was carried out from February 2021 to May 2022 in the PUBMED, BVS and Scielo databases, using the keywords between aging, microneedling and collagen, in addition to these units in the English language. We selected the microneedling information for the treatment of cutting time as an essential resource for the treatment of cutting time, which are exposed in the results, as the database search service for bibliographic complementation. The procedure causes in the skin through the micro the epidermis that form microchannels, being able to be associated or not with the intention of promoting the synthesis of and the permeation of trainings that improve the appearance and the skin. It is a good therapeutic option, as it is minimally invasive, inexpensive and presents promising results.

Keywords: Microneedling. Aging. collagen.

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento está relacionado à qualidade de vida do indivíduo e ocorre devido a um decaimento das funções do tecido conjuntivo. O processo de envelhecimento envolve vários fatores, intrínsecos e extrínsecos, contínuos, levando às alterações do tecido cutâneo. Com o aumento da expectativa de vida, grande parte da população brasileira vem se preocupando com a saúde. Contudo, o foco principal tem sido a aparência física, aumentando a procura pelas técnicas de rejuvenescimento, as quais vêm se aperfeiçoando ao longo dos anos (GARCIA; LIMA; BONFIM, 2017). Tendo em vista que as pessoas se preocupam cada vez mais com a aparência trata- se a seguir da discussão a respeito da temática, como estratégia de tratamento estético.

O objetivo do microagulhamento é promover a estimulação da síntese natural de colágeno e o aumento da permeação dos ativos. Essa estimulação ocorre por meio da ação de rolar o Dermaroller sobre a pele, criando microcanais, facilitando assim, a absorção dos cosméticos e ativos aplicados em seguida (BACHA. MUDRIK, 2015). Ressalta- se que se trata de uma terapia de indução percutânea de colágeno, utilizada pela primeira vez por dois especialistas, Orentreich e Orentreich, e o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre a utilização do microagulhamento e suas aplicabilidades para melhoria da textura cutânea, atenuação de rugas, linhas de expressão e hipercromias.

Em um primeiro momento, foi designada como “subcisão” ou agulhamento dérmico, por ser um procedimento que fazia o uso de agulhas com o intuito de estimular a produção de colágeno em tratamentos de cicatrizes e rugas. Posteriormente, foram efetuados es- tudos que confirmaram, por meio de outros autores, a eficácia de procedimentos e técnicas de ruptura e remoção do colágeno subdérmico danificado, com a substituição por novas fibras de colágeno e elastina (GARCIA; LIMA; BONFIM, 2017). Diante do exposto e com intuito de acrescentar dados sobre otema, o objetivo desta revisão bibliográfica é sobre a utilização do microagulhamento e suas aplicabilidades para melhoria da textura cutânea, atenuação de rugas, linhas de expressão e hipercromias. O envelhecimento cutâneo é uma perda de elasticidade dos tecidos que acontece no organismo humano desde o nascimento. As células somáticas que são responsáveis pelaformação de tecidos e órgãos começam a morrer, e acabam não sendo substituída por novas células, diferente do que ocorre durante a juventude, pois a barreira que preserva a hidratação celular também fica lesada com o passar do tempo.

2. METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de um estudo descritivo e exploratório o qual é empregado pelos pesquisadores com o esboço de se familiarizar com o fenômeno que foi investigado (GIL, 2011). O mesmo relata que uma pesquisa ao ser caracterizada como exploratória teve como enfoque possibilitar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-la mais específica, já a pesquisa descritiva tem como objetivo essencial a descrição das tipificações de determinadas populações e fenômenos. O estudo apresenta uma gama de informações que proporcionaram uma compreensão e precisão sobre o tema: microagulhamento como recurso terapêutico estético no tratamento de rugas, sulcos, rejuvenescimento facial e cicatrizes faciais atróficas.

O estudo foi realizado entre os meses fevereiro de 2021 a maio de 2022 por meio de pesquisa bibliográfica, com captação de trabalhos publicados no ambiente virtual, como: artigos científicos, dissertações, teses e pesquisas científicas disponibilizadas nas bases de dados PUBMED, BVS e Scielo utilizando as palavras-chave envelhecimento, microagulhamento e colágeno, alem destes unitermos na lingua inglesa. Os critérios de inclusão foram os artigos publicados entre os anos de 2010 a 2020, coerentes com os assuntos pesquisados, disponíveis nas plataformas de acesso livre, nos idiomas português e inglês Os critérios de exclusão foram os trabalhos sem fundamentação cientifica e periódicos com acesso limitado, inferiores ao ano 2010, que não condiziam com o tema.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados artigos que convergem dos pensamentos das autoras deste trabalho e estudos ao longo do curso, destes foram utilizados seis estudos que contemplaram o objetivo da pesquisa. Diante o exposto foi discutido a fisiologia da pele e as técnicas de utilização do microagulhamento e ainda relatado sobre o resultado do mesmo, que segundo autores e discussões nos estudos encontrados é um procedimento que proporciona o rejuvenescimento cutâneo, o tratamento de cicatrizes e manchas, e a permeação de ativos (KALIL et.al. 2017). Procedimento este, que proporciona ainda múltiplas micropunturas e a formação de micro canais na pele, desta forma, estimulando a liberação de vários fatores de crescimento que induzem aumento da espessura da epiderme, síntese de colágeno e um processo inflamatório, evento conhecido como indução percutânea de colágeno (LIMA, 2015; LUZ, SIQUEIRA, PEREIRA, 2017).

Tendo em vista ao exposto acima por, Lima, Lima e Takano (2013) e Lima (2015) salientam que neste processo há um estímulo dos fibroblastos e queratinócitos resultando em produção de colágeno tipo III, elastina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos e formação da matriz de fibronectina, sendo assim, o colágeno é depositado abaixo da camada basal da epiderme. Lima (2015) destaca ainda que o microagulhamento é eficaz como técnica isolada, e que é eficiente por promover melhorias na qualidade da pele, correção de cicatrizes deprimidas de acne e atenuação de rugas, ao serem utilizadas agulhas de 2,5 mm de comprimento. Os autores supracitados e por hora discutido nos estudos que estarão em destaque na tabela abaixo, ainda inferem que a permeabilidade cutânea é aumentada através da criação de micro canais, o que facilita o transporte transepidérmico/dérmico de ativos, mantendo a integridade da pele, nesse sentido, há uma facilitação e consequentemente um aumento da permeação das substâncias.

Pode se observar que após o tratamento com esse recurso o tecido conectivo dérmico fica mais denso, e pode aumentar a espessura epidérmica em até 205% (KALIL et. al. 2018). Agulhas de 0,5mm de profundidade facilitam a separação das células epidérmicas, preservando a integridade da pele (LUZ, SIQUEIRA, PEREIRA 2017). É possível atingir a derme quando as agulhas penetram cerca de um a 3mm, e com isso provocar um estímulo na cascata da cicatrização obtendo a produção de colágeno tipo I. Porém, é importante destacar que somente 50 a 70% do comprimento total das agulhas penetra durante o procedimento, para isto, é necessário que as agulhas possuam no mínimo 1,5mm de comprimento. (KALIL et. al. 2017, KALIL et. al. 2018). O processo de cicatrização ocorre em três etapas: hemostasia, inflamação e reparação. Destas, o processo pós procedimento tem caráter importante, uma vez que é nesta fase em que ocorrem a liberação de citocinas e, com isso, nutriente são levados para a área a ser reparada, removendo bactérias e restos celulares e estimulando a reparação da lesão (KEDE, 2009; LIMA, LIMA e TAKANO 2013). O microagulhamento é um procedimento capaz e ser utilizado para um amplo espectro de indicações que necessitem de estímulo da síntese de colágeno, podendo também ser utilizado para estimular remodelamento tecidual. (KALIL et. al. 2018).

QUADRO 1 – DESCRIÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS PARA PESQUISA, 2022

AUTORESTÍTULOOBJETIVOSCONCLUSÃO
Angélica Aparecida de LIMA; Thaís Helena de SOUZA; Laura Cristina ESQUISATTO, 2015.Os benefícios do microagulhamento no tratamento das disfunções estéticasReunir dados científicos que comprovem a eficácia do microagulhamento nas disfunções estéticas facial, capilar e corporal.Conclui-se que a técnica de microagulhamento se mostra eficaz em diversos tratamentos estéticos, seja pela permeação de ativos ou pela estimulação de colágeno, quando este é utilizado isoladamente. Além disso, pode-se dizer que a associação da técnica com diversos ativos proporcionou a otimização dos resultados, bem como baixo custo e fácil aplicação se comparada aos demais tratamentos existentes no mercado.
Giovana SINIGAGLIA; Tanise FUHR, 2019.Microagulhamento: uma alternativa no tratamento para o envelhecimento cutâneoElucidar os efeitos do microagulhamento como forma de tratamento do envelhecimento cutâneo facial.A ação do microagulhamento, também conhecida como indução percutânea de colágeno, consiste na geração de múltiplas micropunturas (microlesões) na pele, que resultam em estímulo inflamatório local e, consequentemente, aumentam a proliferação celular (principalmente dos fibroblastos), fazendo com que o metabolismo celular de derme e epiderme seja ativado, favorecendo a síntese de colágeno, elastina e outras substâncias presentes no tecido, restituindo a integridade da pele.
Fernanda da Silva GARCIA; Liliane Tais de LIMA; Fernando Russo Costa do BONFIM, 2017.O uso da técnica de microagulhamento associada à vitamina C no tratamento de rejuvenescimento facialElucidar os mecanismos relacionados ao microagulhamento e à sua associação com a vitamina C no processo de rejuvenescimento facial.Substância altamente instável, a permeação através do microagulhamento surge como uma alternativa, pois Por se tratar de uma permite que maior quantidade da vitamina C chegue às camadas da pele, o que facilita a ação antioxidante e, consequentemente, combate os radicais livres, auxiliando na síntese de fibras colágenas e reduzindo a síntese de melanina.
Maíra de Jesus Araújo NOVAIS ; Érika Pereira de SOUZA, 2020.Utilização de tratamentos estéticos no retardo do envelhecimento cutâneo: revisão integrativaDescrever os tipos de tratamentos estéticos que podem ser utilizados no retardo do envelhecimento cutâneo.Os procedimentos utilizados na promoção dos cuidados cutâneos mais comuns são: microagulhamento, micropuntura, luz intensa pulsada, laser, led, microcorrentes, eletrolifting, peelings, radiofrequência e cosméticos. Todos proporcionaram melhoras no remodelamento da pele e na suavização das rugas, alguns até na textura da pele.
Albano, R.P.S; Pereira,L.P; Assis, L.B, 2018.Microagulhamento – a terapia que induz a produção de colágeno: revisão de literaturaEstudar a técnica que consiste em lesionar as camadas mais superficiais da pele afim de provocar uma inflamação controlada, e promover a ativação de células colágenas.O microagulhamento tem se mostrado eficiente no tratamento de rejuvenescimento cutâneo, ou seja, na indução de colágeno, e também em outras disfunções que estão associadas à alterações da derme como oleosidade excessiva, acne, hipercromias, flacidez tissular.
Bruna Magalhães BACHA; Paula Silva MUDRICK, 2015.Microagulhamento: uma revisão bibliográficaDescrever sobre a técnica detalhando seu conceito, mecanismo de ação, indicações e contraindicações bem como as vantagens e desvantagens.O microagulhamento é uma técnica bastante promissora tanto na área médica-estética como na área farmacêutica, uma vez que pode ser utilizada para indução da produção do colágeno, entrega de ativos químicos, macro e micronutrientes e até mesmo vacinas. A administração transdérmica de drogas, através do sistema S.A.T.I., permite que a droga tenha uma melhor penetração e absorção, pois, não sofre biotransformação no trato gastrointestinal, além de garantir que a droga não desvie seu caminho e aja no local em que foi aplicada e que tem necessidade.
FONTE: Autores, 2022

3.1 Utilização Técnica do Microagulhamento

O microagulhamento tem sido um tratamento inovador, com resultados satisfatórios para a estimulação do colágeno, é uma técnica que consiste na utilização de um equipamento cilíndrico com microagulhas que causam microlesões na pele, estimulando mecanicamente a produção de colágeno. Além disso, a técnica do microagulhamento ajuda na permeação de princípios ativos cosméticos através das microlesões (GARCIA; LIMA; BONFIM, 2017). O microagulhamento, por ser um do tratamento menos invasivo, teve sua procura aumentada em cerca de 43%, segundo dados da Associação Americana de Cirurgiões Plásticos. Esse tratamento realiza múltiplas perfurações sem as destruí- las, levando, assim, os fibroblastos a produzirem mais colágeno para restaurar o tecido conjuntivo (SOUZA, 2020). Em 1997, Camirand e Doucet usaram uma pistola de tatuagem para camuflar uma cicatriz hipercrômica de duas pacientes, porém, perceberam que as lesões causadas pela agulha desencadearam uma síntese de colágeno saudável. Mas, somente em 2006, Dermond Fernands criou um aparelho cravejado de microagulhas para indução de colágeno, chamado Dermaroller, esse aparelho permite trabalhar em diferentes áreas com diferentes profundidades (ALBANO, 2018).

Este procedimento tem o intuito de promover a estimulação da produção natural de colágeno e o aumento da permeação dos ativos, isso ocorre por meio da ação de rolar o equipamento sobre a pele, criando microcanais, facilitando, dessa forma, a absorção dos cosméticos e ativos aplicados em seguida (BACHA. MUDRIK, 2015). O roller induz, por meio de microlesões na pele, um processo inflamatório local,o qual promove um aumento na proliferação celular da derme, principalmente de fibroblastos, contribuindo para o aumento do colágeno, elastina e outras substânciasdo tecido e, assim, restituindo a integridade da pele (SINIGAGLIA; FUHR, 2019). O microagulhamento pode assim ser considerado como um procedimento seguro já que pode ser realizado em qualquer fototipo e não retira por inteiro a camada superficial da pele.

O microagulhamento possui um rolo de polietileno, possui aproximadamente 190 unidades de agulhas, em média, possuindo cada 0,22mm variando para 2,5mm, elas são de aço inoxidável, estéreis e estão alinhadas de maneira simétrica, sendo que a variação na altura das agulhas permite perfurações de diferentes profundidades (GARCIA; LIMA; BONFIM, 2017). A quebra da barreira cutânea causa uma inflamação local, recrutando fatores de crescimento e citocinas para a produção de novo colágeno e elastina, alem disso, ao rolar ou passar o equipamento sobre a pele, microcanais são abertos facilitando assim uma entrada mais rápida dos ativos na pele (BACHA. MUDRIK, 2015). O uso das agulhas para estimulação do colágeno começou nos anos de 1995 através do Dr. Desmond Fernandes e seus estudos com indução de colágeno através da técnica de subcision, já nos anos de 1997, Dr. André Camirand realizou avaliação em manchas e cicatrizes que melhoraram com o uso de micro agulhas utilizadas em equipamento de tatuagem, que promovia a ruptura e remoção do colágeno subepidérmico danificado, seguido da substituição por novas fibras de colágeno e elastina. Com base nestes princípios, o Dr. Desmond Fernandes desenvolveu, em 2006, o primeiro equipamento com 200 agulhas, que tem o aspecto de rolo atualmente conhecido (SINIGAGLIA; FUHR, 2019).

O princípio do microagulhamento está no estímulo da produção de colágeno, sem provocar a desepitelização total da pele, como é observado em outras técnicas ablativas e são aplicadas à pele com o objetivo de gerar múltiplas micropunturas, longas o suficiente para atingir a derme e desencadear, com o sangramento, estímulo inflamatório resultando na produção de colágeno (SOUZA, 2020.). Esta técnica é indicada especialmente para melhoria da flacidez de pele faciale corporal, bem como estrias, cicatrizes atróficas (brancas) de acne, cirurgia e queimaduras. É recomendado, na maioria dos protocolos e estudos efetu- ados, que haja um intervalo de, no mínimo, dois meses para uma nova sessão de microagulhamento, notando-se excelentes resulta- dos a partir da terceira sessão.

Fato que, os efeitos fisiológicos visam estimular a produção de colágeno por meiodeperfurações cutâneas, causando, assim, um processo inflamatório que propicia umaumentodaproliferação celular, em especial os fibroblastos, aumentando, então, as proteínas de colágeno e elastina, capazes de restaurar a plenitude do tecido. É a partir dos fatores de crescimento que ocorre essa estimulação da formação de colágeno e elastina na derme papilar. Outro efeito da técnica de microagulhamento é potencializar a permeação de princípios ativos cosmetológicos,uma vez que os microcanais facilitam a absorção do ativo, aumentando a penetração de moléculas maiores em até 80%. (SINIGAGLIA; FUHR, 2019). Visto que diante desses efeitos a pele melhora e desenvolve assim uma auto estima para a pessoa que realiza o procedimento. Com a pele renovada, a aparência,por conseguinte, tomará um aspecto mais saudável, proporcionando conforto e bem-estar paraaqueles indivíduos que se sentiam inseguros e desconfortáveis diante da própria imagem. Ao solucionar ou amenizar as dificuldades em questão, é interessante expor queparaoprofissional, ao se deparar com a satisfação do paciente, o sentimento de dever cumpridoseráum forte aliado e incentivador, para que mais pessoas sejambeneficiadas comtalprocedimento (SOUZA, 2020.).

O microagulhamento é uma técnica bastante segura na qual os riscos e complicações pós-procedimentos são mínimos. Entretanto, devido a escolha das agulhas pode acabar sendo inadequado, bem como a velocidade e pressão exercida na execução da técnica juntamente com a reutilização do equipamento, alergia a cosméticos, desrespeito a fisiologia e intervalo entre as sessões e associação com outros tratamentos. São elas: cortes, arranhões, petéquias, hematomas, ativação de herpes e rosácea, acne, edemas, contaminação, infecção, cicatrizes hipertróficas e quelóides (BACHA. MUDRIK, 2015). Nesse sentido é possível identificar os benefícios e eficácia do microagulhamento para inúmeros tratamentos dermatológicos. Visto que, com a realização deste tratamento muitas pessoas passam a se sentir mais confiantes em si mesmas.

O microagulhamento possui suas vantagens, tais como a estimulação de colágeno sem a promoção de um efeito abrasivo na pele. A cicatrização acontece em pouco tempo, e a chance de efei-tos colaterais é mínima se comparada a de outras técnicas ablativas,uma vez que deixa a pele mais densa e resistente (GARCIA; LIMA; BONFIM, 2017). Pode-se dizer que a técnica leva a resultados satisfatórios nas disfunções estéticas, melhorando a circulação da área tratada bem como o aspecto geral do tecido. O número de sessões varia deacordo com a disfunção tratada e o caso clínico de cada paciente (SOUZA, 2020).

4. CONCLUSÃO

Considera-se que a técnica de microagulhamento se mostra eficaz em diversos tratamentos estéticos, seja pela permeação de ativos ou pela estimulação de colágeno.Atualmente esta técnica vem sendo utilizada em novos tratamentos e desafios promissoresdemelhora estética e auto estima de forma isolada ou em conjunto com terapia convencional nasdisfunções que estão associadas a alterações da derme, como rejuvenescimento facial, sulcos, rugas, alopecia, cicatrizes e queimaduras.

Assim, o microagulhamento surge com uma boa opção terapêutica, por ser pouco invasiva e de baixo custo, visto que, os efeitos fisiológicos do microagulhamento estão diretamente relacionados à resposta imunológica que ocorre em um processo inflamatório, podendo apresentar resultados promissores, entretanto, estes resultados dependerão do estímulo feito pela pessoa que faz o procedimento como os cuidados diários, cuidados pré e pós procedimento, das associações cosméticas e sobretudo da análise da pele feita por um profissional. Além disso, pode-se dizer que a associação da técnica com diversos ativos proporcionou a otimização dos resultados, bem como baixo custo e fácil aplicação se comparada aos demais tratamentos existentes no mercado. No entanto, vale ressaltar aqui a necessidade de mais pesquisas sobre o tema.

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1 Graduanda do Curso de Estética e Cosmética do Centro Universitário Santo Agostinho. E-mail: naragisele24@hotmail.com.
2 Graduanda do Curso de Estética e Cosmética do Centro Universitário Santo Agostinho. E-mail: liriammacedo@gmail.com.
3 Graduanda do Curso de Estética e Cosmética do Centro Universitário Santo Agostinho. E-mail: sarahnergino395@gmail.com.
4 Mestre em Farmacologia. Docente no Centro Universitário Santo Agostinho. E-mail: bernardomeloneto@hotmail.com.