UTILIZAÇÃO DE RETALHO DE LIMBERG PARA FECHAMENTO DE DEFEITO PÓS EXERESE DE CARCINOMA BASOCELULAR EM REGIÃO FRONTAL.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7995805


João Guilherme Novis de Souza Avellar
Jose Augusto da Paz Peçanha
Olimpio Augusto da Paz Peçanha
Olympio Jose dos Santos Peçanha


Resumo

O uso de retalhos cutâneos é uma técnica cirúrgica importante para reconstrução de áreas afetadas por lesões, tumores ou defeitos congênitos. Esses procedimentos envolvem a transferência de pele e tecido adjacente de uma região doadora para a área a ser reconstruída, preservando sua vascularização para garantir a sobrevivência do tecido transferido. Essa abordagem permite restaurar a integridade da pele, fechar feridas e melhorar a estética e a função da região afetada. A escolha do retalho adequado depende da anatomia local, evitando danos a estruturas vitais, como nervos e vasos sanguíneos. É fundamental avaliar individualmente cada caso para obter os melhores resultados.

Introdução

Retalhos cutâneos são técnicas cirúrgicas utilizadas para reconstruir áreas de pele que foram danificadas ou removidas devido a lesões, tumores, defeitos congênitos ou cirurgias anteriores. Esses procedimentos envolvem a transferência de pele, juntamente com o tecido subjacente (geralmente contendo vasos sanguíneos e tecido subcutâneo), de uma região doadora para a área a ser reconstruída. O retalho é cuidadosamente dissecado, preservando sua vascularização para garantir a sobrevivência do tecido transferido. Essa abordagem permite a restauração da integridade da pele, o fechamento de feridas e a melhoria estética e funcional da área afetada.

Podem ser livres, com a utilização de microcirurgia, ou pediculados como é o caso do retalho em nosso relato de caso. É importante conhecer a vascularização loco regional, assim como sua inervação com o objetivo de não haver morbidade relacionada ao procedimento, como uma lesão nervosa com perda motora ou sensitiva, assim como de vasos com a perda do retalho.

Método

Foi levantado prontuário médico de paciente com lesão em região frontal, submetido a ressecção em hospital particular de Niterói, Rio de Janeiro, no ano de 2022.

Relato de Caso

Paciente de 72 anos, caucasiano, morador de Niterói, Rio de Janeiro, com grande exposição solar há muitos anos. Relata que há cerca de 1 ano apresentou pequena lesão em região frontal que acreditava se tratar de algo infeccioso, e que ele optou por aguardar sua resolução espontânea. Ao perceber seu crescimento gradual, buscou atendimento especializado que ao realizar dermatoscopia acreditou tratar-se, por características da lesão de um carcinoma basocelular.

Paciente foi submetido a exérese, com margens cirúrgicas livres e diagnóstico perioperatório da congelação de carcinoma basocelular, apresentando grande defeito em região frontal, sem possibilidade de fechamento primário.

Optado por realização de retalho de Limberg, que envolve a criação de um retalho triangular ou losangular de pele adjacente ao defeito e sua posterior rotação.

Paciente evoluiu sem complicações pós-operatórias com boa cicatrização.

Figura 1: Marcação cirúrgica de retalho para correção do defeito pós exérese.

Figura 2: Montagem do retalho

Figura 3: Final de fixação do retalho com bons sinais de perfusão capilar

Figura 4: 10 dias após o procedimento, com total pega do retalho.

Conclusão

Os retalhos são ferramentas extremamente úteis no dia a dia do cirurgião reconstrutor. Possibilitam o fechamento de regiões cujo fechamento primário não se torna possível seja por extensão ou por exposição de estruturas nobres como osso, nervos e vasos.

Porém é importante o estudo anatômico da região abordada para saber o melhor retalho conforme a necessidade do paciente, ou até mesmo a mudança de técnica de fechamento para cicatrização por segunda intenção ou uso de enxertos.