USE OF SOLID WASTE AS MATERIAL FOR ASPHALT PAVING
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202410271733
Amiraldo Passos de Azevedo; Davi Vieira de Oliveira; Nohara Vitória Salles da Silva; Talisson Odevaldo Loras1; Harrisson Lucas Oliveira Rodrigues2
Resumo
Introdução: O avanço da construção civil trouxe benefícios para a população, todavia este crescimento acelerado vem causando danos ao meio ambiente, especialmente os materiais de demolição e construção que compõem a maior parcela dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Com o objetivo de reduzir este impacto, muitos diferentes estudos estão sendo desenvolvidos para reutilizar estes materiais, proporcionando assim, uma destinação correta para esses materiais. Objetivo: Apresentar uma revisão bibliográfica abordando sobre o resíduo sólido e as principais pesquisas sobre utilização de resíduos de construção e demolição (RCD) na pavimentação asfáltica. Metodologia: A metodologia adotada consistiu em uma revisão integrativa, onde foi conduzida nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Google Acadêmico. Resultados: Os resultados indicaram que o RCC (Resíduo da Construção Civil) pode ser aplicado de forma eficaz em diversas camadas de pavimentos rodoviários, como base, sub-base e reforço do subleito, atendendo às exigências das normas rodoviárias brasileiras vigentes. As conclusões deste estudo ampliam o entendimento sobre a viabilidade do RCC como uma alternativa sustentável na construção de estradas, contribuindo para a diminuição da exploração de recursos naturais e incentivando o reaproveitamento desses resíduos. Conclusão: Contudo, a prática de utilizar resíduos sólidos na pavimentação é uma estratégia altamente benéfica que oferece múltiplas vantagens, alinhando-se com os objetivos de sustentabilidade e eficiência econômica, as descobertas destacam a importância de continuar a explorar e implementar essas práticas para promover um desenvolvimento mais sustentável e responsável na construção civil.
Palavras-chave: Resíduo sólido, RAP, Pavimentação asfáltica.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Almeida et al. (2013) a maioria das cidades vem enfrentando graves problemas referentes à geração de resíduos sólidos, entre os fatores, destaca-se o crescimento populacional e a consequente expansão territorial urbana, aliado a um deficiente controle dos resíduos, os quais, na maioria das vezes são depositados em unidades inadequadas como lixões e aterros controlados e podem provocar graves problemas socioambientais.
De acordo com o panorama da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2019), em 2018, foram gerados no Brasil, 79 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Desse total, 40 a 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos são provenientes da indústria da construção civil (SILVA; FERNANDES, 2012).
Silva e Carvalho (2017) ressaltam que os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) são materiais gerados durante as atividades de construção, reforma, reparo e demolição de edificações, infraestruturas e outras obras de engenharia civil, incluindo uma ampla gama de materiais, como concreto, tijolos, madeira, metais, gesso e cerâmicas, que constituem uma parte significativa dos resíduos sólidos urbanos.
Nesse contexto, a gestão adequada dos RCD é fundamental para minimizar os impactos ambientais, promovendo sua reciclagem e reutilização em novos projetos de construção. Na construção civil, a incorporação de RCD em processos como a pavimentação, produção de novos materiais de construção, e a criação de estruturas sustentáveis, reduz a demanda por recursos naturais e contribui para práticas construtivas mais ecológicas e eficientes.
A principal problemática enfrentada na implementação dessa prática reside na necessidade de adaptar os resíduos sólidos para atender às especificações técnicas exigidas em pavimentação, garantindo a qualidade e a durabilidade das vias, além disso, existe a questão de como os diferentes tipos de resíduos afetam a resistência e o comportamento das misturas asfálticas. Diante disso, a pergunta que norteia esta pesquisa é: De que maneira a utilização de resíduos sólidos pode contribuir para a melhoria das propriedades das misturas asfálticas e quais os benefícios ambientais e econômicos associados a essa prática?
Do ponto de vista acadêmico, essa investigação apresenta-se como um campo fértil para o desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias aplicáveis à engenharia civil e ambiental. O estudo acerca da incorporação de resíduos sólidos em pavimentação asfáltica dialoga com as tendências globais de economia circular, em que o reaproveitamento de materiais se torna parte essencial para a sustentabilidade, assim, este tema contribui para o avanço das pesquisas sobre materiais alternativos e suas possíveis aplicações na infraestrutura urbana, promovendo o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento, como engenharia de materiais, gestão de resíduos e sustentabilidade urbana.
Conforme Souza, Ribeiro e Xavier (2019) enfatizam que o Pavimento Asfáltico Reciclado (RAP) é o material reciclado obtido da remoção ou fresagem de pavimentos asfálticos existentes. Assim, é composto principalmente de agregados minerais revestidos por ligante betuminoso, o RAP pode ser reutilizado na produção de novas misturas asfálticas.
Dessa maneira, suas implicações na construção civil são significativas, pois a reutilização do RAP permite a conservação de matérias-primas, redução de custos na pavimentação e diminuição do impacto ambiental associado à extração e processamento de novos materiais, a aplicação do RAP na construção civil promove a sustentabilidade e a eficiência econômica, ao mesmo tempo que contribui para a preservação ambiental através da redução do volume de resíduos descartados.
A utilização de resíduos sólidos, como RAP e os RCD, no processo de pavimentação asfáltica, tem se mostrado uma solução eficaz para reduzir o impacto ambiental da construção civil, ao incorporar esses materiais reciclados, é possível diminuir a extração de recursos naturais, reduzir a quantidade de resíduos descartados em aterros e promover a sustentabilidade, logo, o uso de resíduos sólidos pode resultar em uma pavimentação de qualidade, mantendo ou até melhorando as propriedades do pavimento asfáltico, enquanto contribui para a economia de custos e recursos na construção civil.
A ausência de política de gestão ou fiscalização controlada da geração e destinação destes subprodutos, principalmente em países emergentes, têm possibilitado o agravamento da degradação ambiental com efeitos diretos e indiretos na saúde pública, visto que os mesmos não são coletados nem tratados adequadamente. Com o avanço das tecnologias, se possibilitou a utilização de materiais reciclados como materiais de construção, substituindo o uso de matérias-primas como a areia e brita. Portanto, investir em pesquisas que explorem essa relação entre sustentabilidade e engenharia de pavimentação torna-se urgente e justificado pela necessidade de criar ambientes urbanos mais resilientes e eficientes.
Nesta temática, este estudo apresenta os resultados da revisão da literatura e descrição de dados coletados junto a literatura especializada sobre a utilização de resíduos sólidos como material de construção.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 RESÍDUO SÓLIDO
Conforme Altafin et al. (2004) deve-se realizar a destinação desses resíduos em aterros industriais, porém há um alto custo de implantação e não é uma garantia completa de segurança ao meio ambiente. Um dos principais passivos ambientais geradores de resíduos sólidos advém dos processos industriais.
A Norma Brasileira (NBR) 10004:2004 regido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define no item 3.1 resíduos sólidos como resíduos provenientes de atividades doméstica, industrial, comercial, agrícola, hospitalar, serviços e varrição, estes encontrados nos estados semissólido e sólido. A Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010 define em seu art. 3º resíduos sólidos como: “material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível” (BRASIL, 2010).
Com o crescimento populacional verifica-se a necessidade de realizar o gerenciamento dos resíduos sólidos, cada vez mais gerados de forma acentuadas inerentes do avanço industrial e processos consumistas impostas na sociedade decorrentes das atividades econômicas e culturais.
Partindo desse pressuposto, os resíduos sólidos consolidam-se como um dos temas mais importantes quando se trata do cuidado com o meio ambiente e com a sociedade. Assim, explicando os conceitos de gestão de resíduos sólidos implica em descrever sobre processos de racionalização do consumo de matérias-primas, especificar a destinação adequada de resíduos, após ocorrida o processo de segregação, bem como estimular a formulação de tecnologias limpas a fim de cumprimento das leis vigentes.
A grande dificuldade encontrada na sociedade moderna é dar destinação correta dos resíduos gerados pela população, que segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelecida pela Lei 12.305, isto deve ser papel fundamental dos Governantes nas esferas federais, estaduais e municipais.
Almeida et al. (2013) explica que a caracterização do resíduo decorre do seu processo de geração que pode variar a partir até a destinação final. Dessa maneira, orienta-se que a caracterização dos resíduos sólidos implica na sua classificação de acordo com propriedades comuns, este processo de classificação permite realizar o gerenciamento dos resíduos a fim de facilitar o trabalho de seleção e sua correta disposição.
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
Os resíduos sólidos são materiais descartados que podem ser encontrados em várias formas e composições, dependendo de sua origem e tipo, eles são geralmente classificados em diferentes categorias, cada uma com suas próprias implicações ambientais e desafios de gestão. A classificação dos resíduos exige conhecer a sua composição química, riscos potenciais ao meio ambiente, origem e possibilidade de aproveitamento. Aqui estão as principais classes de resíduos sólidos.
2.3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA: RESÍDUOS ORGÂNICOS E RESÍDUOS INORGÂNICOS
Os resíduos orgânicos possuem origem animal ou vegetal passível de ser transformado em fertilizantes ou corretivos do solo, após o processo de compostagem, esse tipo de resíduos pode contribuir para o aumento da taxa de nutrientes e da qualidade da produção agrícola. Exemplos: Restos de alimentos, cascas de frutas e de ovos, folhagens, plantas mortas, pó de café, madeiras, etc. Os resíduos inorgânicos são materiais transformados pelo homem e de origem não animal. Exemplos: Vidros, plásticos, borrachas, cinzas, metais, etc (ALMEIDA et al., 2013).
2.4 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)
De acordo Motta (2008), os RSU incluem os resíduos domésticos, comerciais, institucionais e de limpeza urbana. Em relação as implicações ambientais. o RSU pode conter materiais orgânicos, plásticos, metais e vidros. Se não for gerenciado adequadamente, pode levar à contaminação do solo e das águas subterrâneas, além de aumentar a emissão de gases de efeito estufa como metano, gerado pela decomposição de resíduos orgânicos em aterros sanitários.
Em complemento, os desafios de gestão é a segregação inadequada na fonte, a coleta e o tratamento insuficientes, e a falta de conscientização pública são desafios significativos, a reciclagem, compostagem e a conversão de resíduos em energia são soluções para mitigar os impactos ambientais.
2.5 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)
Lima et al. (2021) afirma que os RCD se originam de atividades de construção, reforma, reparo e demolição de edificações e infraestruturas, esses resíduos incluem concreto, tijolos, gesso, madeira, metais, entre outros. Considerando como implicações ambientais, o descarte inadequado de RCD pode levar ao esgotamento de espaços em aterros e à contaminação ambiental, além disso, a produção de RCD envolve grande consumo de recursos naturais e energia.
A reciclagem de RCD é um desafio devido à necessidade de segregação de materiais e processamento especializado, a reutilização em novas construções e na pavimentação asfáltica são alternativas sustentáveis, mas requerem políticas de incentivo e infraestrutura adequada para processamento.
2.6 RESÍDUOS INDUSTRIAIS
São gerados por atividades industriais, esses resíduos incluem metais, plásticos, produtos químicos, e subprodutos de processos industriais. Logo, suas implicações ambientais, depende de sua composição, podem ser perigosos e tóxicos, contaminando solos e corpos d’água (KLAMT et al., 2018).
A gestão inadequada pode resultar em sérios riscos à saúde pública e à biodiversidade, a necessidade de tecnologias avançadas para o tratamento de resíduos perigosos e o custo elevado de disposição segura são desafios importantes, a reciclagem de metais e o tratamento de efluentes industriais são práticas que podem mitigar os impactos.
2.7 RESÍDUOS PERIGOSOS
Segundo Silva e Fernandes (2012), são materiais descartados que apresentam características que podem representar riscos significativos à saúde humana, ao meio ambiente, ou a ambos. Esses resíduos são geralmente inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos, ou biologicamente ativos, e, devido a essas propriedades, requerem tratamento, manuseio e descarte especializados para prevenir a contaminação e outros impactos adversos, incluem resíduos que apresentam riscos à saúde humana ou ao meio ambiente, como produtos químicos tóxicos, resíduos hospitalares, pesticidas e baterias.
Diante desse cenário as implicações ambientais, mostra que esses resíduos têm potencial para causar poluição severa, com efeitos de longo prazo sobre o meio ambiente e a saúde pública. A contaminação pode ser difícil de remediar e requer medidas preventivas rigorosas. O tratamento e a disposição de resíduos perigosos são complexos e caros, exigindo técnicas específicas como incineração controlada, aterros especializados e neutralização química, logo, a falta de conscientização e treinamento pode levar a práticas inadequadas de manejo.
2.8 RESÍDUOS ELETRÔNICOS (E-WASTE)
Referem-se a equipamentos eletrônicos e elétricos descartados, que incluem uma ampla gama de dispositivos e componentes eletrônicos que não estão mais em uso ou foram substituídos por novos, esses resíduos podem conter uma mistura de metais pesados, substâncias químicas tóxicas e materiais recicláveis (VALDÉS et al., 2011).
Em relação as implicações ambientais, contêm metais pesados e substâncias tóxicas que podem contaminar o solo e a água, além de liberar poluentes perigosos quando incinerados. A reciclagem de e-waste é essencial, mas enfrenta desafios como a coleta seletiva, o desmantelamento seguro e a extração de metais preciosos, programas de logística reversa e campanhas de conscientização são cruciais para melhorar a gestão de resíduos eletrônicos.
Contudo, cada classe de resíduo possui suas próprias implicações ambientais e desafios específicos que precisam ser abordados através de políticas públicas eficazes, educação e tecnologias de gestão sustentável. A reciclagem, a reutilização e o tratamento adequado dos resíduos são essenciais para minimizar os impactos ambientais e promover um desenvolvimento mais sustentável.
2.9 APROVEITAMENTO PARA TRANSFORMAÇÃO
Podem ser de dois tipos, resíduos recicláveis e resíduos não recicláveis, os resíduos recicláveis apresentam possibilidade de serem transformados por processos industriais transformando-os em outros produtos. Esses resíduos compreendem o papelão, vidro, plástico, alumínio, papel, etc.
Os resíduos não recicláveis são resíduos sem potencial de serem aproveitados após cessada todas as possibilidades de tratamento ou recuperação sendo destinados a aterros industriais ou sanitários. São exemplos de resíduos não recicláveis: Adesivos, papel carbono, papel metalizado, fita crepe, etc.
2.10 RISCOS POTENCIAIS AO MEIO AMBIENTE
No que tange aos riscos potenciais ao meio ambiente, o item 4.2 da ABNT NBR 10004:2004 faz a classificação dos resíduos sólidos em: Classe I – Resíduos perigosos e Classe II – Resíduos não-perigosos. Os resíduos não perigosos (classe II) são subdivididos em classe II A – não inerte e classe II B inertes. A sua classificação depende das características de cada resíduo, conforme descrito na Tabela 1.
Tabela 1: Características de resíduos sólidos urbanos segundo suas Classes
Resíduos | Características |
Classe I – Resíduos perigosos | São classificados em função de sua inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Esses resíduos se manuseados de forma inadequada podem provocar um aumento de doenças e mortalidade além de efeitos de degradação ambiental. |
Classe II A – Não inertes | Não se enquadram na Classe I ou Classe IIB e apresentam propriedades de serem biodegradáveis, combustível e solúvel em água. Ex.: Lixo doméstico. |
Classe II B – Inertes | Quando imersos no solo, são resíduos que não se degradam ou se decompõem. Ex. RCD, vidros, borrachas, determinados tipos de plásticos. São os resíduos representados pela ABNT NBR 10007 e ensaiados em contato dinâmico e estático com água destilada não contendo constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, definido pela Portaria Nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011, Portaria de Consolidação Nº 5 de 28 de setembro de 2017. |
A Tabela 2 apresenta exemplos de resíduos conforme classificação da ABNT NBR 10004:2004.
Tabela 2: Exemplos de resíduos potenciais ao meio ambiente
Resíduos | Exemplos |
Classe I – Resíduos perigosos | Resíduos de tintas, pigmentos, pilhas e baterias. |
Classe II A – Não inertes | Restos de alimentos, resíduos sanitários, gorduras, papel. |
Classe II B – Inertes | Tijolo, vidro, polímeros, entulhos da construção civil, metais ferrosos, produtos têxteis. |
2.11 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Os resíduos de serviços de saúde (RSS) referem-se aos materiais gerados em estabelecimentos de saúde, como hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios, durante a prestação de serviços médicos e de cuidados, esses resíduos incluem uma variedade de materiais, desde resíduos infecciosos até produtos químicos perigosos,a gestão inadequada dos RSS pode ter sérias implicações para o meio ambiente e a saúde pública
De acordo Almeida et al. (2013), as implicações ambientais dos Resíduos de Serviços de Saúde são os resíduos infecciosos que podem conter patógenos que, se não tratados adequadamente, podem contaminar o solo e as águas subterrâneas. A decomposição desses resíduos pode liberar microrganismos patogênicos no meio ambiente. Os medicamentos e produtos químicos descartados podem infiltrar-se no solo e em fontes de água, afetando a qualidade da água e prejudicando a fauna e flora aquáticas.
França e Fernandes (2017) salientam que a queima de resíduos, como a incineração inadequada de resíduos de serviços de saúde pode liberar poluentes atmosféricos tóxicos, como dioxinas e furanos, que têm efeitos nocivos para a saúde humana e ambiental. As emissões de gases que são resíduos que contêm compostos orgânicos voláteis podem emitir gases tóxicos durante o armazenamento e tratamento, contribuindo para a poluição atmosférica.
A exposição a medicamentos e produtos químicos descartados pode causar efeitos adversos à saúde, como reações alérgicas, toxicidade crônica, e outras complicações de saúde para a população e para os trabalhadores que manipulam esses resíduos. A exposição contínua a contaminantes ambientais resultantes do tratamento inadequado de RSS pode levar a problemas de saúde crônicos, incluindo doenças respiratórias, câncer, e outros distúrbios relacionados à poluição.
É de suma importância separar RSS em categorias específicas (infectocontagiosos, químicos, perfurocortantes, entre outros) para garantir um tratamento e descarte adequados. Deve ser feito em condições que minimizem riscos de contaminação e exposição, utilizando recipientes e instalações especializadas (LIMA et al., 2021).
Nesse contexto, o uso de métodos de tratamento como incineração controlada, esterilização por autoclave, e tratamento químico para destruir patógenos e neutralizar produtos químicos, os resíduos tratados devem ser dispostos em locais apropriados e de acordo com regulamentações específicas para garantir que não causem impacto ambiental ou riscos à saúde.
A gestão eficaz dos resíduos de serviços de saúde é fundamental para proteger a saúde pública e o meio ambiente, exigindo uma abordagem integrada que envolva práticas seguras de manuseio, tratamento e descarte, além de conscientização e regulamentação apropriadas (OLIVEIRA et al., 2018).
A ABNT NBR 12808:2016 define as classes A, B e C para resíduos resultantes de serviços de saúde e que estão apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3: Classificação dos resíduos de serviços de saúde segundo a ABNT NBR 12808:2016
3 RESÍDUO SÓLIDO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
3.1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Conforme Santos (2019), a classificação dos resíduos sólidos na construção civil é crucial para o gerenciamento eficaz e a mitigação dos impactos ambientais e de saúde pública associados à atividade. A gestão adequada desses resíduos não só facilita a reciclagem e a reutilização, mas também minimiza o impacto ambiental e melhora a eficiência econômica do setor.
Os resíduos inertes são aqueles que não sofrem alterações significativas ao longo do tempo e não reagem quimicamente com o ambiente. São considerados de baixo impacto ambiental se tratados adequadamente. Exemplos: Restos de concreto, tijolos, cerâmicas, pedras e solo. A deposição inadequada desses resíduos pode levar à necessidade contínua de extrair novos materiais, resultando no esgotamento de recursos naturais.
Em relação aos resíduos orgânicos são aqueles que contêm materiais de origem biológica que podem se decompor ao longo do tempo. Exemplos: Madeira, paletes, restos de vegetação, e papelão. A decomposição de resíduos orgânicos em aterros pode liberar metano, um potente gás de efeito estufa, podendo liberar nutrientes e substâncias que poluem solos e águas subterrâneas (OLIVEIRA; MATUTI, 2018).
A gestão eficaz dos resíduos na construção civil é essencial para minimizar impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública, a correta classificação e manejo dos resíduos não apenas promove a sustentabilidade, mas também melhora a eficiência econômica e reduz os riscos associados à construção civil.
A crescente urbanização e o desenvolvimento contínuo de infraestrutura têm levado a um aumento significativo na geração de Resíduos da Construção Civil (RCC), esses resíduos, gerados durante atividades como construção, reforma e demolição, representam um desafio ambiental considerável. Para enfrentar essa questão, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) desempenha um papel crucial na regulamentação e gestão desses resíduos no Brasil.
A Resolução CONAMA nº 307/2002 é a principal diretriz que estabelece a classificação e definição desses resíduos, fornecendo um framework importante para a sua gestão, este texto visa discutir criticamente como o CONAMA classifica e define os resíduos da construção civil, e quais são as implicações dessa classificação para a gestão ambiental e a sustentabilidade.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL PELO CONAMA
A Resolução CONAMA nº 307/2002 categoriza os resíduos da construção civil em quatro classes distintas, cada uma com características e requisitos específicos para gestão, esta classificação é fundamental para a implementação de práticas eficazes de gerenciamento e para a minimização dos impactos ambientais.
De acordo com Santos et al. (2015), os resíduos Classe A são definidos como resíduos inertes, esses materiais não sofrem alterações químicas significativas e não têm potencial para causar contaminação ambiental quando dispostos corretamente. Exemplos: Restos de concreto, cerâmicas, tijolos, pedras e solo.
Contudo, embora sejam menos prejudiciais que outras categorias, os resíduos inertes ainda representam desafios, como a ocupação de grandes volumes em aterros. Se não tratados ou reciclados adequadamente, podem contribuir para a saturação dos aterros e para o desperdício de recursos valiosos, esses resíduos podem ser reciclados para a produção de agregados que podem ser reutilizados em novas construções ou para a base de pavimentação, ajudando a reduzir a demanda por recursos naturais e a minimizar o impacto ambiental.
Os resíduos Classe B incluem materiais que podem ter características que podem causar algum impacto ambiental, mas que não são considerados perigosos. Exemplos: Madeira, papelão, plásticos e alguns metais.
A gestão desses resíduos é importante para reduzir o volume enviado para aterros e para evitar a poluição. A madeira, por exemplo, pode liberar substâncias químicas no ambiente se não for descartada adequadamente. Assim, a madeira e outros materiais recicláveis devem ser separados e encaminhados para processos de reciclagem. A implementação de práticas de separação na fonte e a reciclagem são essenciais para reduzir o impacto ambiental desses resíduos (PAIVA; RIBEIRO, 2011).
Os resíduos Classe C são aqueles que possuem características que podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde pública, mas que não são considerados perigosos. Exemplos: Resíduos contaminados, produtos químicos residuais, tintas e solventes.
Oliveira et al. (2018) frisam que esses resíduos podem representar riscos significativos para a saúde e o meio ambiente se não forem tratados adequadamente. A contaminação de solos e águas pode ocorrer, afetando ecossistemas e comunidades locais. Os resíduos Classe C devem ser tratados e descartados em conformidade com regulamentações específicas, que podem incluir processos de tratamento especializado para neutralizar ou reduzir o potencial de contaminação.
Os resíduos Classe D são aqueles que não se enquadram nas outras categorias ou que possuem características muito específicas que exigem um manejo particular. Exemplos: Resíduos diversos com características variáveis que não se encaixam nas definições anteriores.
Em relação a implicações ambientais e gestão podem exigir soluções personalizadas de tratamento e disposição, dependendo de sua composição e características, a falta de uma definição clara pode levar a desafios na gestão e ao aumento do risco ambiental (FRANÇA; FERNANDES, 2017).
A classificação e definição dos resíduos da construção civil pelo CONAMA são cruciais para a gestão eficaz desses materiais, essa regulamentação oferece um framework para a correta separação, tratamento e descarte dos resíduos, ajudando a minimizar os impactos ambientais e a promover a sustentabilidade, no entanto, a implementação prática dessas diretrizes enfrenta vários desafios.
A eficácia da gestão de resíduos depende da correta segregação na fonte, o que pode ser desafiador devido à falta de conscientização e práticas inadequadas. A capacidade de reciclar e tratar resíduos depende da infraestrutura disponível, que pode ser insuficiente em algumas regiões. A gestão adequada de resíduos, especialmente para categorias mais complexas e perigosas, pode ter custos elevados, que podem ser um obstáculo para pequenas e médias empresas.
A classificação e definição dos resíduos da construção civil pelo CONAMA são fundamentais para a promoção de práticas de gestão ambientalmente responsáveis, a categorização dos resíduos ajuda a direcionar as práticas de reciclagem e tratamento, garantindo que os materiais sejam manejados de forma a minimizar impactos negativos (SANTOS et al., 2015).
No entanto, para que essas diretrizes sejam efetivas, é necessário enfrentar desafios relacionados à segregação, infraestrutura e custos. A implementação bem-sucedida das diretrizes do CONAMA contribui para a sustentabilidade e a proteção ambiental, promovendo um setor da construção civil mais responsável e eficiente.
O art. 3º da resolução CONAMA 307 de 2002 classifica os resíduos da construção civil em 4 classes: A, B, C e D. Essas classes são apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4: Características dos resíduos da construção civil segundo o CONAMA 307 de 2002
Resíduo da Construção Civil | Características |
CLASSE A | São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos. Provenientes de terraplanagem; de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; de processo de fabricação ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fio etc.) produzidas nos canteiros de obras. |
CLASSE B | São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros. |
CLASSE C | São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso. |
CLASSE D | São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. |
4 DISCUSSÃO
Entre os principais resíduos sólidos utilizados na construção destaca-se o RCD. O agregado reciclado é obtido pela reciclagem de RCD ou qualquer outro resíduo que possa ser utilizado no concreto. Atualmente, a principal fonte de resíduos para a produção desses agregados é a própria construção civil. Os agregados RCD consistem em concreto, argamassa, cerâmica, asfalto e outros materiais reciclados, produzida pela britagem e remoção de outros contaminantes. E atualmente, observa-se na literatura diferentes estudos comprovando que os materiais fresados (Reclaimed Asphalt Pavement – RAP) são capazes de gerar resultados positivos na melhoria das propriedades de engenharia.
A reutilização de RAP em camadas de pavimento, consiste na aplicação desse resíduo com objetivo de obter uma redução no valor econômico, consumo de materiais novos, aumento da capacidade de carga e proteção ao meio ambiente.
O impacto dos materiais de pavimentação de asfaltos recuperados no comportamento de um pavimento representa um importante tema de estudo na indústria da construção civil, devido, principalmente, aos benefícios ambientais e econômicos para a sociedade. Klamt et al. (2018) salienta que o reaproveitamento de material asfáltico fresado se torna um tema importante, visto que diminui o desperdício de materiais, conserva o meio ambiente, reduz a exploração de jazidas naturais e redução dos custos dos pavimentos rodoviários.
Valdés et al. (2011), por exemplo, avaliaram o efeito de altas taxas de RAP sobre o comportamento mecânico de misturas de concreto asfáltico. Para isto, os autores estudaram duas misturas semi-densas de tamanho máximo de agregado de 12 e 20mm e contendo 40% e 60% de RAP, respectivamente, utilizadas para a recuperação de um trecho de rodovia. Foram avaliadas as propriedades mecânicas de módulo de rigidez, resistência à tração por compressão diametral e comportamento de rachaduras e fadiga. Como resultado, os autores verificaram que altas taxas de material reciclado aumenta a rigidez e que os parâmetros de fadiga de misturas recicladas e mistura de alto módulo são muito similares.
Nascimento et al. (2013), comprovaram que o emprego de RAP em diferentes proporções é capaz de gerar melhorias no desempenho e resistência mecânica do asfalto. Os autores em seu trabalho investigaram o comportamento mecânico de composições asfálticas recicladas com diferentes proporções de RAP de pavimentos antigos: 5%, 10%, 15%, 20%, 25% e 30%. O estudo concluiu que as amostras asfálticas que têm em sua composição 10%, 15% e 20% de material fresado podem ser aplicadas em pavimentos rodoviários.
Já Centofante et al. (2018) estudaram o comportamento mecânico de misturas asfálticas recicladas a quente com inserção de RAP em diferentes porcentagens (10%, 20% e 30% de adição de fresado). Na pesquisa, os concretos asfálticos foram submetidos aos ensaios de rigidez, resistência mecânica e adesão/coesão. Para avaliação de rigidez, os autores realizaram ensaios de módulo de resiliência e módulo dinâmico uniaxial. Para o ensaio de módulo de resiliência, as amostras asfálticas foram ensaiadas em uma Universal Test Machine (UTM), com frequências de carregamento: 5Hz, 10Hz e 25Hz, com coeficiente de Poisson igual à 0,30 e temperatura de 25°C. O ensaio de módulo dinâmico também foi determinado na UTM, com frequências: 25Hz, 20Hz, 10Hz, 5Hz, 2Hz, 1Hz, 0,5Hz, 0,2Hz, 0,1Hz e 0,01Hz e temperaturas: -10°C, 4°C, 21°C, 37°C e 54°C.
Em geral, os autores verificaram os seguintes resultados, a rigidez e resistência à tração por compressão indicaram superioridade dos concretos asfálticos com RAP em comparação ao concreto asfáltico de referência, em torno de 30% e 40%, respectivamente, para as misturas asfálticas com 30% de agregado reciclado, quando comparados com os valores obtidos nos mesmos ensaios para a mistura convencional.
Quanto aos resultados de FN, os autores observaram que o RCD de asfalto aumenta a resistência em quase 90%, com a adição de 30% deste material, comparada ao concreto de referência. Por fim, a perda de massa e resistência ao efeito deletério da água, Centofante et al. (2018) verificaram que não houve perdas significativas quanto ao desgaste e adesividade, ou seja, as perdas encontradas não comprometem a utilização deste material em pavimentos rodoviários.
Um estudo experimental conduzido por Valdés, Pérez-Jiménez, Miró, Martínez e Botella investigou o uso de misturas de asfalto reciclado com altas porcentagens de RAP, os pesquisadores analisaram a performance de diferentes misturas e concluíram que a utilização de RAP em alta proporção é viável, desde que sejam seguidas diretrizes adequadas de mistura e processos de controle de qualidade. O estudo mostrou que as misturas contendo RAP podem alcançar propriedades semelhantes às misturas de asfalto virgem, com a vantagem adicional de reduzir os custos e o impacto ambiental.
Na pesquisa de Huang et al. (2015), realizaram uma análise aprofundada sobre o impacto do RAP na durabilidade e desempenho das misturas asfálticas. O estudo indicou que a incorporação de RAP pode melhorar a resistência ao rastreio e à deformação, mas também ressaltou a importância de controlar a proporção de RAP e a qualidade dos materiais para evitar problemas de desempenho a longo prazo.
Já no estudo de Chiu et al. (2016), conduziram um estudo sobre o efeito da idade do asfalto recuperado nas propriedades das misturas. Os resultados mostraram que o desempenho das misturas asfálticas com RAP pode ser afetado pela idade do material recuperado. A pesquisa recomendou a realização de testes detalhados para ajustar as misturas e garantir que o RAP utilizado seja de qualidade adequada.
Os estudos revelam que o uso de RAP na pavimentação asfáltica oferece benefícios significativos, incluindo a redução de custos e o impacto ambiental. No entanto, a eficácia do RAP depende de práticas rigorosas de controle de qualidade e da adequada formulação das misturas. A idade e a qualidade do RAP são fatores críticos que podem influenciar o desempenho das misturas. Assim, para otimizar os benefícios do RAP, é fundamental seguir diretrizes de qualidade, ajustar as proporções e realizar testes detalhados, essas práticas garantem que o RAP contribua de maneira eficaz para a sustentabilidade e a performance das pavimentações asfálticas.
O uso de resíduos sólidos na pavimentação oferece uma gama significativa de benefícios ambientais e econômicos. A redução da extração de recursos naturais, a diminuição da produção de resíduos e o menor impacto ambiental das operações de produção são aspectos ambientais essenciais que contribuem para a sustentabilidade. Por outro lado, os benefícios econômicos, como a redução de custos de materiais e a economia com transporte, são fatores importantes que tornam a utilização de resíduos sólidos uma opção viável e vantajosa para projetos de pavimentação.
À medida que a construção civil continua a buscar soluções mais sustentáveis e eficientes, o uso de resíduos sólidos reciclados representa uma estratégia promissora para alcançar esses objetivos, alinhando-se com as necessidades ambientais e econômicas da sociedade moderna. A adoção generalizada dessas práticas pode contribuir significativamente para a construção de uma infraestrutura mais verde e econômica, promovendo um futuro mais sustentável para todos.
CONCLUSÃO
A análise dos benefícios associados ao uso de resíduos sólidos na pavimentação revela conclusões substanciais que destacam a importância e a relevância dessa prática para a construção civil, as descobertas mais significativas incluem a redução dos impactos ambientais, a economia de custos e a promoção de uma economia circular mais sustentável.
Os estudos demonstram que a utilização de resíduos sólidos, como o Reclaimed Asphalt Pavement (RAP), na pavimentação pode significativamente diminuir a necessidade de recursos naturais virgens. Essa prática reduz a pressão sobre os recursos minerais e ajuda a mitigar a degradação ambiental associada à extração e processamento de novos materiais. A reciclagem de resíduos reduz também a quantidade de resíduos sólidos destinados a aterros, contribuindo para a conservação ambiental e a diminuição da poluição.
Os resíduos sólidos, ao serem incorporados nas misturas asfálticas, oferecem vantagens econômicas consideráveis. A utilização de RAP e outros materiais reciclados pode reduzir os custos com materiais, transporte e logística. Estudos revelam que, ao reaproveitar materiais já existentes, os custos totais de pavimentação são substancialmente menores, o que pode ser especialmente benéfico em projetos de grande escala ou com orçamento limitado, além disso, a durabilidade aprimorada das misturas recicladas pode levar a uma redução nas despesas com manutenção e reparos.
A crescente demanda por soluções sustentáveis e eficientes promove o avanço de tecnologias de reciclagem e aprimoramento de materiais. A pesquisa e desenvolvimento focados na reciclagem de resíduos sólidos incentivam a inovação na construção civil, resultando em novas técnicas e métodos que aprimoram a qualidade e a eficiência dos materiais reciclados, isso não apenas contribui para a melhoria das práticas de pavimentação, mas também gera novas oportunidades de mercado e promove a evolução da indústria.
Os resultados apresentados destacam a relevância do uso de resíduos sólidos na pavimentação, não apenas do ponto de vista econômico, mas também ambiental. A integração de práticas sustentáveis, como a reciclagem de RAP, representa um avanço significativo em direção à construção de uma infraestrutura mais verde e econômica. A redução dos impactos ambientais associados à extração e processamento de materiais virgens é crucial para a preservação dos recursos naturais e a mitigação da poluição.
Além disso, a economia de custos associada ao uso de resíduos sólidos oferece uma oportunidade para otimizar orçamentos de projetos de pavimentação, permitindo que recursos financeiros sejam alocados de maneira mais eficiente. A redução dos custos com materiais e manutenção contribui para a viabilidade econômica de projetos, especialmente em contextos de restrição orçamentária.
Por fim, o desenvolvimento tecnológico impulsionado pela pesquisa em reciclagem de resíduos sólidos promove a inovação na construção civil, resultando em práticas mais eficazes e adaptáveis às demandas contemporâneas, a valorização dos resíduos sólidos como recursos valiosos e a adoção de soluções sustentáveis são passos fundamentais para a construção de um futuro mais sustentável e econômico.
Contudo, a prática de utilizar resíduos sólidos na pavimentação é uma estratégia altamente benéfica que oferece múltiplas vantagens, alinhando-se com os objetivos de sustentabilidade e eficiência econômica. As descobertas destacam a importância de continuar a explorar e implementar essas práticas para promover um desenvolvimento mais sustentável e responsável na construção civil.
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1Discentes do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA). Porto Velho-RO. E-mail: Amiraldo.azevedo@gmail.com
2Docente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Aparício Carvalho (FIMCA). Porto Velho-RO. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. E-mail: harrisson.rodrigues@fimca.com.br