UTILIZAÇÃO DE PALESTRAS NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE  E SUA CONTRIBUIÇÃO NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL JUNTO A POPULAÇÃO IDOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

USE OF LECTURES IN HEALTH EDUCATION AND THEIR CONTRIBUTION TO HEALTHY AGING AMONG THE ELDERLY POPULATION IN PRIMARY CARE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505141440


Daniel Antunes Oliveira1
Rayanne Soares de Sousa2
Luzia Sousa Ferreira3


Resumo

Introdução: Envelhecimento populacional está moldando as sociedades modernas, caracterizando-se pelo aumento da proporção de idosos na população. Relatório da OMS sobre envelhecimento e saúde destaca que o número de pessoas com 60 anos ou mais deverá quase dobrar até 2050, passando de 1 bilhão para 2 bilhões. AP se relaciona com o envelhecimento populacional e os desafios abordados no seu primeiro nível de contato do indivíduo, da família e da comunidade com o sistema de saúde. Palestras na educação em saúde desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar e na prevenção de doenças. Objetivo: apontar a utilização de palestras na educação em saúde e sua contribuição no envelhecimento saudável junto a população idosa na AP. Metodologia: Revisão bibliográfica integrativa básica, abordagem qualitativa. Linha temporal de 2015 a 2025 levantado 42 referências nas bases de dados de cunho científico: Scielo, Revistas, Repositórios, Estatuto do Idoso, IBGE, CENSO com isso selecionadas 29 para execução do trabalho que atenderam aos critérios de inclusão. Resultados: Diferentes estudos ressaltam que o envelhecimento saudável vai além da ausência de doenças, envolvendo a manutenção da autonomia física, mental e social do idoso. Palestras e estratégias educativas lideradas por enfermeiros demonstram eficácia na prevenção de doenças crônicas, correção de mitos e promoção de comportamentos saudáveis. Contudo, é essencial adaptar o conteúdo às particularidades do público idoso e incentivar sua participação ativa. Experiências práticas comprovam que essas abordagens motivam os idosos a se envolverem mais na própria saúde, reforçando a importância da prevenção e de uma vida com qualidade. Conclusão: Fundamental promover pesquisas que avaliem intervenções grupais com idosos, a fim de estimular o desenvolvimento de estratégias inovadoras, efetivas e eficazes de promoção da saúde na velhice, especialmente com foco em variáveis psicossociais. Recomenda-se, ainda, a realização de novos estudos que utilizem intervenções psicológicas em grupos de idosos 

Palavras-chave: Atenção primária. Enfermeiro. Envelhecimento. Fatores. Saudável. Idoso. Palestras.

Introduction: Population aging is shaping modern societies, characterized by an increase in the proportion of elderly people in the population. The WHO report on aging and health highlights that the number of people aged 60 or over is expected to almost double by 2050, from 1 billion to 2 billion. AP is related to population aging and the challenges addressed at the first level of contact of the individual, family, and community with the health system. Lectures in health education play a fundamental role in promoting well-being and preventing diseases. Objective: to point out the use of lectures in health education and their contribution to healthy aging among the elderly population in AP. Methodology: Basic integrative bibliographic review, qualitative approach. Timeline from 2015 to 2025, 42 references were raised in the scientific databases: Scielo, Journals, Repositories, Elderly Statute, IBGE, CENSO, thus selecting 29 for execution of the work that met the inclusion criteria. Results: Different studies emphasize that healthy aging goes beyond the absence of diseases, involving the maintenance of the physical, mental and social autonomy of the elderly. Lectures and educational strategies led by nurses demonstrate effectiveness in preventing chronic diseases, correcting myths and promoting healthy behaviors. However, it is essential to adapt the content to the particularities of the elderly population and encourage their active participation. Practical experiences prove that these approaches motivate the elderly to become more involved in their own health, reinforcing the importance of prevention and a quality life. Conclusion: It is essential to promote research that evaluates group interventions with the elderly, in order to stimulate the development of innovative, effective and efficient strategies for promoting health in old age, especially focusing on psychosocial variables. It is also recommended that new studies be conducted that use psychological interventions in groups of elderly people.

Keywords: Primary care. Nurse. Aging. Factors. Healthy. Elderly. Lectures.

Introducción: El envejecimiento poblacional está configurando las sociedades modernas, caracterizándose por un aumento de la proporción de personas mayores en la población. Un informe de la OMS sobre el envejecimiento y la salud destaca que se espera que el número de personas de 60 años o más casi se duplique para 2050, pasando de 1.000 millones a 2.000 millones. La AP se relaciona con el envejecimiento poblacional y los desafíos que se abordan en el primer nivel de contacto del individuo, la familia y la comunidad con el sistema de salud. Las conferencias sobre educación para la salud juegan un papel fundamental en la promoción del bienestar y la prevención de enfermedades. Objetivo: identificar el uso de clases magistrales en educación para la salud y su contribución al envejecimiento saludable entre la población adulta mayor de AP. Metodología: Revisión bibliográfica básica integradora, enfoque cualitativo. La línea de tiempo de 2015 a 2025 levantó 42 referencias en bases de datos científicas: Scielo, Revistas, Repositorios, Estatuto del Anciano, IBGE, CENSO, seleccionándose así 29 para ejecución del trabajo que atendieron a los criterios de inclusión. Resultados: Diferentes estudios destacan que el envejecimiento saludable va más allá de la ausencia de enfermedades, implicando el mantenimiento de la autonomía física, mental y social de las personas mayores. Las conferencias dirigidas por enfermeras y las estrategias educativas demuestran su eficacia para prevenir enfermedades crónicas, corregir mitos y promover comportamientos saludables. Sin embargo, es fundamental adaptar los contenidos a las particularidades del público mayor y fomentar su participación activa. Las experiencias prácticas demuestran que estos enfoques motivan a las personas mayores a involucrarse más en su propia salud, reforzando la importancia de la prevención y una vida de calidad. Conclusión: Es fundamental promover investigaciones que evalúen intervenciones grupales con adultos mayores, con el fin de estimular el desarrollo de estrategias innovadoras, efectivas y eficientes para la promoción de la salud en la vejez, especialmente con enfoque en las variables psicosociales. También se recomienda que se realicen nuevos estudios utilizando intervenciones psicológicas en grupos de personas mayores.

Palabras-clave: Atención primaria. Enfermero. Envejecimiento. Factores. Saludable. Anciano. Conferencias.

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o termo idoso é definido pelo Estatuto do Idoso, criado pela Lei nº 10.741, em 1º de outubro de 2003. Segundo essa lei, uma pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos. Essa definição é importante porque ajuda a criar leis e políticas específicas para proteger os direitos e o bem-estar das pessoas com 60 anos ou mais. Essas políticas incluem cuidados com a saúde, apoio social, acesso à justiça, e proteção contra abusos e discriminação. O reconhecimento do idoso é, portanto, uma forma de garantir que essa parte da população seja tratada com respeito e dignidade, recebendo os cuidados necessários para uma boa qualidade de vida (Brasil, 2023).

O envelhecimento populacional está moldando as sociedades modernas, caracterizando-se pelo aumento da proporção de idosos na população. Essa mudança traz profundas implicações econômicas, sociais e políticas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o envelhecimento da população é um fenômeno global que está criando novas oportunidades e desafios (Brasil, 2022). 

O relatório da OMS sobre envelhecimento e saúde destaca que o número de pessoas com 60 anos ou mais deverá quase dobrar até 2050, passando de 1 bilhão para 2 bilhões (OMS, 2015). Esse crescimento é impulsionado por uma combinação de aumento da longevidade e declínio nas taxas de natalidade. No Brasil, o processo de envelhecimento é particularmente acentuado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a proporção de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil aumentou de 9,4% em 2000 para 14,3% em 2020 (IBGE, 2021). As projeções indicam que até 2060, essa faixa etária representará cerca de 25% da população total (IBGE, 2021).

Esse fenômeno apresenta vários desafios. Na área da saúde, o envelhecimento está associado a um aumento na prevalência de doenças crônicas e na demanda por cuidados de longo prazo. Com o avançar da idade, a carga de doenças crônicas e a demanda por cuidados de saúde se intensificam, exigindo adaptações nos sistemas de saúde (Batlko-Szwaczka et al., 2020). Além disso, o envelhecimento populacional afeta a sustentabilidade dos sistemas de previdência social, gerando preocupações sobre a capacidade de atender às necessidades financeiras dos idosos (Brasil, 2022).

Atenção Primária (AP) se relaciona com o envelhecimento populacional e os desafios abordados no seu primeiro nível de contato do indivíduo, da família e da comunidade com o sistema de saúde. Ela é a porta de entrada preferencial para o acesso aos serviços de saúde e desempenha um papel central na organização do cuidado integral à saúde. Ela tem como objetivo principal promover a saúde, prevenir doenças, diagnosticar e tratar condições comuns, além de coordenar o cuidado contínuo e integral ao longo do tempo (Labegalini et al., 2023).

No contexto da importância da AP nos cuidados junto à população, o profissional enfermeiro desempenha um papel central na implementação do Programa Saúde do Idoso (PSI). Ele é responsável por muitas das ações descritas acima, como a realização de consultas, educação em saúde, coordenação do cuidado, e visitas domiciliares. Além disso, o enfermeiro atua na articulação com outros profissionais da equipe multiprofissional para garantir um cuidado integral ao idoso (Junior et al., 2024).

Palestras na educação em saúde desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar e na prevenção de doenças entre a população. Essas atividades educativas são voltadas para diferentes públicos, como estudantes, profissionais de saúde, pacientes e a comunidade em geral, e têm como objetivo principal disseminar informações relevantes sobre temas relacionados à saúde, incentivando práticas saudáveis e o autocuidado (Chao et al., 2024).

Com isso, a pergunta que norteia o trabalho é como a utilização de palestras na educação em saúde e sua contribuição no envelhecimento saudável junto a população idosa na AP? Em uma revisão dos últimos 9 anos, apontando as contribuições para a população idosa, acadêmicos de enfermagem, e profissionais que atuam diretamente na Atenção Primária?

Assim, este estudo se justifica pela necessidade de apontar como as palestras em educação em saúde contribuem para o envelhecimento saudável entre a população idosa na AP, identificando fatores que influenciam a promoção de uma vida longa e saudável.

O objetivo geral do trabalho é apontar a utilização de palestras na educação em saúde e sua contribuição no envelhecimento saudável junto a população idosa na AP.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL  E O PROGRAMA SAÚDE DO IDOSO 

O envelhecimento populacional é um fenômeno natural que ocorre em todas as espécies, marcado por mudanças biológicas, psicológicas e sociais que afetam a funcionalidade do corpo e da mente (DA SILVA PARDIM et al., 2023). No entanto, a forma como essas mudanças se manifestam pode variar significativamente entre indivíduos, influenciada por fatores genéticos, ambientais, sociais e comportamentais. 

No Brasil, a transição demográfica tem sido particularmente notável nas últimas décadas. De acordo com o Censo Demográfico de 2022, a população de pessoas com 65 anos ou mais atingiu 22.169.101, representando 10,9% do total da população brasileira. Este número revela um aumento de 57,4% em relação a 2010, quando essa faixa etária representava 7,4% da população . Esse crescimento rápido impõe desafios significativos para a saúde pública, exigindo a adaptação das políticas e serviços de saúde para atender às necessidades dessa população em expansão (Brasil, 2022).

A transição demográfica no Brasil, caracterizada pelo rápido envelhecimento populacional, traz consigo uma série de desafios para a saúde pública, que precisam ser enfrentados por meio de políticas e serviços adaptados às necessidades dos idosos. Nesse contexto, o Programa Saúde do Idoso (PSI) emerge como uma iniciativa crucial dentro da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI). Criado para promover, proteger e recuperar a saúde dessa parcela crescente da população, o PSI busca responder às demandas geradas por esse novo cenário demográfico, oferecendo uma abordagem integral e humanizada ao cuidado dos idosos (Vilela et al., 2021).

O PSI, parte integrante PNSPI, foi criado para promover, proteger e recuperar a saúde dos idosos no Brasil (De Souza et al., 2021). Apesar dos avanços significativos, o PSI enfrenta desafios como a necessidade de capacitação contínua dos profissionais de saúde e a adaptação dos serviços para melhor atender as necessidades específicas dessa população crescente.

Apesar dos avanços, o PSI enfrenta desafios, como a necessidade de capacitação contínua dos profissionais de saúde, a adaptação dos serviços para melhor atender as necessidades específicas dos idosos e a integração com outros níveis de atenção à saúde. A perspectiva é de que, com a crescente população idosa, o fortalecimento das políticas de atenção ao idoso na atenção primária se torne cada vez mais prioritário (Magalhães; Andrade, 2023).

Entre os principais objetivos do PSI estão a promoção de hábitos saudáveis e a prevenção de doenças. O programa oferece campanhas educativas, orientação sobre alimentação, atividade física e autocuidado, além de focar na prevenção e controle de doenças crônicas prevalentes entre os idosos, como hipertensão, diabetes e osteoporose (Andrade et al., 2020). O cuidado integral, que inclui desde serviços básicos de saúde até tratamentos complexos, é uma prioridade, assim como o suporte à família e aos cuidadores, garantindo um atendimento holístico e humanizado (Vilela et al., 2021).

O suporte à família e aos cuidadores é igualmente uma prioridade, oferecendo orientação e apoio para que possam enfrentar os desafios do cuidado diário de maneira mais eficiente. Além disso, o programa promove a articulação intersetorial, integrando diferentes setores do governo e da sociedade para atender às diversas necessidades dos idosos, como segurança, transporte e habitação (Melo et al., 2023).

As principais ações do PSI incluem a realização de consultas e exames periódicos, essenciais para monitorar a saúde dos idosos e prevenir complicações. Também são promovidos grupos de convivência, que oferecem atividades sociais e recreativas para estimular o convívio social e evitar o isolamento. Programas de reabilitação física e mental são oferecidos para idosos com limitações funcionais, e aqueles com dificuldades de locomoção recebem atendimento domiciliar, garantindo que possam continuar recebendo cuidados em casa (Vilela et al., 2021).

2.2 IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE JUNTO AO IDOSO

A educação em saúde tem como papel essencial promover a autonomia dos idosos, capacitando-os a conduzir sua saúde de forma proativa e contribuindo para um envelhecimento saudável. Além disso, desempenha um papel crucial na prevenção de doenças crônicas, como o Diabetes Mellitus (DM) e a Hipertensão Arterial (HA), ao fornecer conhecimentos e ferramentas que ajudam na gestão dessas condições (Souza et al., 2022).

Dentre tantos benefícios, contribui ainda com informações valiosas sobre nutrição, prática de atividades físicas e gerenciamento de medicamentos, a educação em saúde capacita os idosos a adotarem comportamentos que diminuem o risco de complicações e melhoram seu bem-estar geral (Santos et al., 2022).

O idoso que faz o acompanhamento junto a promoção da sua saúde no seu envelhecimento saudável compartilha a tomada de decisões, sua independência e qualidade de vida e ainda nutrir a capacidade de gerenciar condições de saúde já existentes, reconhece sinais de alerta para possíveis doenças e sabe quando é necessário buscar atendimento médico (Moreira et al., 2020).

Com a elucidação do conhecimento sobre saúde, os idosos podem incorporar práticas que promovem uma vida ativa e saudável. A prática regular de exercícios físicos e a manutenção de uma dieta equilibrada não apenas melhoram a saúde física, mas também têm impactos positivos na saúde mental e emocional, ajudando a reduzir o risco de depressão e isolamento. Além disso, a educação em saúde ajuda a reduzir internações hospitalares evitáveis, ao ensinar os idosos a gerenciar melhor suas condições de saúde. Esse processo é facilitado por interações regulares com profissionais de saúde e outros membros da comunidade, fortalecendo os laços entre cuidadores e idosos e melhorando a qualidade de vida geral (Borges; Coelho; Da Rocha, 2024).

Por fim, os programas de educação em saúde frequentemente envolvem interações regulares com profissionais de saúde e outros membros da comunidade, o que fortalece o vínculo entre os idosos e seus cuidadores. Esse ambiente de suporte e confiança é essencial para garantir um cuidado eficaz e uma vida mais saudável para os idosos (Souza et al., 2022).

2.3 PALESTRA COMO FERRAMENTA E SEUS PONTOS POSITIVOS NA CONTRIBUIÇÃO PARA COM O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL 

A palestra é uma das ferramentas mais eficazes e amplamente utilizadas na educação em saúde, desempenhando um papel crucial na disseminação de informações e na promoção de mudanças comportamentais em diversos grupos populacionais. Na área da saúde, essa estratégia é particularmente valiosa, pois permite a comunicação direta e estruturada entre os profissionais de saúde e a comunidade, facilitando o entendimento sobre questões complexas e promovendo a conscientização sobre práticas de saúde preventiva (Da Silva Pardim et al., 2023).

Ela se destaca como poderosa na educação em saúde por várias razões. Em primeiro lugar, ela permite que o conteúdo seja adaptado às necessidades específicas do público-alvo, tornando as informações mais relevantes e aplicáveis à realidade dos participantes. Isso é especialmente importante em contextos de saúde, onde a personalização da mensagem pode fazer a diferença na eficácia da intervenção. Além disso, as palestras proporcionam um ambiente de aprendizado coletivo, onde os participantes podem compartilhar experiências, fazer perguntas e obter respostas de profissionais qualificados. Essa interação direta contribui para a criação de um espaço de diálogo e de troca de conhecimentos, que pode ser muito mais eficaz do que a simples disseminação de informações de forma passiva, como ocorre em campanhas de mídia ou distribuição de folhetos (Borges; Coelho; Da Rocha, 2024).

Uma das principais vantagens da palestra é a possibilidade de esclarecer dúvidas em tempo real e adaptar o conteúdo de acordo com a reação e as necessidades do público. Os palestrantes, geralmente profissionais de saúde experientes, como enfermeiros, médicos ou educadores, têm a capacidade de identificar lacunas no conhecimento dos participantes e ajustar sua abordagem para garantir que a mensagem seja compreendida de maneira clara e precisa (Souza et al., 2022).

Outra vantagem é a capacidade de abordar temas de forma abrangente e detalhada, explorando diferentes aspectos de um problema de saúde, suas causas, consequências e formas de prevenção ou tratamento. Isso proporciona aos participantes uma visão mais completa e informada, capacitando-os a tomar decisões mais conscientes sobre sua saúde e bem-estar  (Moreira et al., 2020).

As palestras desempenham um papel fundamental na promoção da saúde pública, especialmente em comunidades onde o acesso à informação de qualidade pode ser limitado. Elas são frequentemente utilizadas em campanhas de prevenção de doenças, programas de promoção da saúde, e em iniciativas educativas voltadas para grupos específicos, como gestantes, idosos, adolescentes, entre outros (Borges; Coelho; Da Rocha, 2024).

O impacto das palestras na saúde pública pode ser significativo, contribuindo para a redução da incidência de doenças, o aumento da adesão a tratamentos e a melhoria da qualidade de vida dos participantes. Estudos demonstram que intervenções educativas, como as palestras, são eficazes na promoção de comportamentos saudáveis, na prevenção de doenças crônicas, e na sensibilização sobre questões de saúde emergentes (Magalhães; Andrade, 2023).

Apesar de suas muitas vantagens, a utilização de palestras como ferramenta na educação em saúde enfrenta alguns desafios. A eficácia de uma palestra depende em grande parte da habilidade do palestrante em comunicar-se de forma clara e envolvente, bem como da capacidade de adaptar o conteúdo às características do público. Além disso, é necessário considerar fatores como a duração da palestra, o ambiente em que é realizada, e os recursos audiovisuais utilizados para apoiar a apresentação  (Moreira et al., 2020).

Outro desafio é garantir a continuidade e o seguimento das informações fornecidas durante a palestra. Para que a educação em saúde seja efetiva, é importante que as mensagens transmitidas durante a palestra sejam reforçadas e acompanhadas por outras atividades educativas ou de suporte, garantindo que os participantes possam aplicar o conhecimento adquirido em seu cotidiano (Borges; Coelho; Da Rocha, 2024). 

A palestra é uma ferramenta versátil e eficaz na educação em saúde, com grande potencial para melhorar a saúde pública e individual. Quando bem planejada e executada, ela se torna um poderoso instrumento para promover a saúde, prevenir doenças e capacitar a comunidade a tomar decisões informadas sobre seu bem-estar. Contudo, para maximizar sua eficácia, é essencial que as palestras sejam adaptadas às necessidades dos participantes e integradas a uma estratégia mais ampla de educação e promoção da saúde (Da Silva Pardim et al., 2023).

Uma palestra voltada para o envelhecimento saudável pode abordar temas como hábitos de vida saudáveis, cuidados de saúde, saúde mental, integração social, segurança no ambiente doméstico e planejamento financeiro (Katsuyama et al., 2023). Através dessas palestras, os idosos são capacitados a adotar práticas que promovam sua saúde física, mental e social, contribuindo para um envelhecimento ativo e de qualidade.

Nesse sentido, é essencial que as palestras abordem sua contribuição para um envelhecimento saudável e abordam diversos tópicos essenciais para promover um envelhecimento ativo, independente e com qualidade de vida. A discussão desses fatores é crucial para capacitar os idosos a adotarem práticas que beneficiem sua saúde física, mental e social (Magalhães; Andrade, 2023).

Primeiramente, é importante destacar os hábitos de vida saudáveis, que são a base para um envelhecimento bem-sucedido. Isso inclui uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes que ajudam a prevenir doenças crônicas e manter a vitalidade. Além disso, a prática regular de atividade física é fundamental, proporcionando benefícios que vão desde a manutenção da mobilidade até a melhora do bem-estar emocional. Evitar hábitos nocivos, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, também é essencial para prolongar a vida e melhorar sua qualidade (Borges; Coelho; Da Rocha, 2024).

Outro ponto crucial a ser abordado é o acompanhamento e os cuidados de saúde. Consultas médicas regulares são indispensáveis para a prevenção e o tratamento precoce de doenças, enquanto o gerenciamento eficaz de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, é vital para evitar complicações graves. Essas medidas ajudam a manter a saúde sob controle e permitem um envelhecimento mais saudável (Souza et al., 2022).

A saúde mental e o bem-estar emocional são igualmente importantes. A prevenção do declínio cognitivo pode ser alcançada através de atividades cognitivamente estimulantes, como leitura e jogos de raciocínio. Além disso, manter uma rede de apoio emocional e social é fundamental para combater a solidão e a depressão, garantindo um envelhecimento mais feliz e equilibrado (Borges; Coelho; Da Rocha, 2024).

A integração social e a participação na comunidade são fatores que também merecem destaque. Envolver-se em atividades sociais, voluntariado e eventos comunitários fortalece o senso de pertencimento e promove a saúde mental e emocional. Manter relacionamentos saudáveis com a família e amigos é crucial para o bem-estar emocional e social dos idosos (Feitosa; Serra; De Souza Travassos, 2024). 

A segurança no ambiente doméstico é outro aspecto vital para um envelhecimento saudável. Adaptar a casa para prevenir quedas e outros acidentes é essencial para garantir a segurança dos idosos. Além disso, o acesso facilitado a serviços de saúde e transporte é fundamental para promover a autonomia e a independência (RIBEIRO et al., 2023).

Por fim, o planejamento financeiro e a segurança econômica são aspectos que não podem ser negligenciados. Educar os idosos sobre a importância do planejamento financeiro para a aposentadoria e a gestão de recursos é essencial para garantir uma vida tranquila e sem preocupações econômicas na velhice. Oferecer apoio e orientação sobre onde buscar ajuda para planejamento financeiro e suporte econômico também contribui para o bem-estar dos idosos (CANUTO et al., 2023).

A participação ativa em palestras e grupos de apoio é um ponto final que merece ser ressaltado. Essas oportunidades de aprendizado e troca de experiências são fundamentais para fortalecer o apoio social e fornecer ferramentas práticas para um envelhecimento saudável (FERREIRA et al., 2023).

Com isso, uma palestra sobre os fatores que contribuem para um envelhecimento saudável deve ser informativa, prática e motivadora. Abordar esses fatores de forma clara e acessível ajuda os idosos a adotarem práticas que promovam sua saúde, bem-estar e qualidade de vida, capacitando-os para um envelhecimento ativo e feliz (FEITOSA; SERRA; DE SOUZA TRAVASSOS, 2024).

2.4 PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA COM SUPORTE DAS PALESTRAS RELACIONADAS À PROMOÇÃO PARA UM ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Na APS, atuando na promoção da saúde, os enfermeiros desempenham um papel vital no envelhecimento saudável. Lideram atividades educativas, dentre elas as palestras, que instruem os idosos sobre prevenção de doenças, gerenciamento de condições crônicas e manutenção da autonomia (HENRIQUE, 2023).

Uma das principais funções dos enfermeiros na APS é a prevenção de doenças e a promoção da saúde. Eles conduzem palestras e sessões educativas que informam os idosos sobre hábitos de vida saudáveis, prevenção de doenças crônicas e cuidados com a saúde. Essas atividades são fundamentais para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida dos idosos. Além disso, os enfermeiros coordenam programas de vacinação, garantindo que os idosos sejam imunizados contra doenças como gripe e pneumonia, que podem ter um impacto significativo na saúde dessa população (ACIOLI, 2024).

Outra responsabilidade é o gerenciamento de doenças crônicas. Os enfermeiros monitoram regularmente os idosos com condições como diabetes e hipertensão, ajustando tratamentos conforme necessário e garantindo que as doenças estejam sob controle. Palestras sobre o gerenciamento de doenças crônicas complementam esse trabalho, fornecendo informações sobre a importância do controle da dieta, exercício e medicação. Além disso, eles têm a responsabilidade de garantir que os idosos compreendam e sigam seus planos de tratamento, sendo que palestras que reforçam a adesão ao tratamento são cruciais para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida (OLIVEIRA de et al., 2023).

A promoção da autonomia e independência também é um foco importante do trabalho dos enfermeiros na APS. Eles fornecem orientação personalizada para que os idosos possam manter sua independência, gerenciando sua saúde de forma proativa. Palestras que abordam como manter a autonomia na velhice, incluindo dicas sobre nutrição, atividade física e segurança domiciliar, são ferramentas valiosas nesse processo. Além disso, os enfermeiros orientam os idosos sobre como adaptar seus lares para prevenir quedas e outros acidentes, com palestras que educam tanto os idosos quanto suas famílias sobre as melhores práticas para criar um ambiente seguro (ACIOLI, 2024).

O apoio psicossocial e a saúde mental são áreas em que os enfermeiros estão na linha de frente. Eles identificam sinais de problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, que são comuns entre os idosos, e promovem palestras sobre saúde mental que discutem o reconhecimento de sinais de alerta e estratégias de enfrentamento. Quando necessário, os enfermeiros encaminham os idosos para serviços de saúde mental especializados, e as palestras podem incluir informações sobre os recursos disponíveis e como acessá-los, facilitando o acesso ao apoio necessário (SILVA, 2020).

A integração e coordenação de cuidados também são responsabilidades importantes dos enfermeiros na APS. Eles desempenham um papel importante na coordenação do cuidado entre diferentes profissionais de saúde, garantindo que os idosos recebam atendimento integral. Palestras que envolvem a participação de outros profissionais, como nutricionistas e fisioterapeutas, proporcionam uma abordagem multidisciplinar à promoção de um envelhecimento saudável. Além disso, os enfermeiros articulam ações com a comunidade, promovendo a participação dos idosos em grupos de apoio e atividades sociais que fortalecem redes de suporte e promovem o envelhecimento ativo (OLIVEIRA et al., 2023).

De maneira complementar os enfermeiros também oferecem apoio à família e aos cuidadores de idosos. Eles fornecem orientação e apoio, ensinando técnicas de cuidado e estratégias para lidar com os desafios do envelhecimento. Palestras específicas para cuidadores abordam temas como o manejo do estresse, cuidados diários e como oferecer suporte emocional aos idosos. Além disso, ao identificar sinais de sobrecarga entre os cuidadores, os enfermeiros intervêm oferecendo recursos e encaminhamentos para serviços de apoio, com palestras que ajudam a reconhecer e prevenir a sobrecarga (YAZAWA, 2023).

Por fim, os enfermeiros na APS desempenham um papel essencial na promoção de um envelhecimento saudável. Através de uma combinação de cuidados diretos, educação em saúde e coordenação de cuidados, eles garantem que os idosos possam envelhecer de forma ativa, saudável e independente. As palestras são uma ferramenta poderosa que complementa essas responsabilidades, fornecendo informações, apoio e motivação aos idosos e seus cuidadores (MELO et al., 2023).

As palestras em saúde são oportunidades importantes para que os profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, interajam com a comunidade, esclarecendo dúvidas e adaptando ações conforme as necessidades específicas da população. As palestras contribuem significativamente para a prevenção de doenças crônicas e promoção de comportamentos saudáveis, sendo uma parte essencial do trabalho dos enfermeiros na Atenção Primária à Saúde (JÚNIOR et al., 2024).

A metodologia utilizada nas palestras em saúde varia conforme o público-alvo e os objetivos da atividade. Elas podem ser mais expositivas, com o uso de recursos audiovisuais para facilitar a compreensão, ou mais interativas, promovendo discussões e dinâmicas que envolvem os participantes de forma ativa. Independentemente do formato, é essencial que a linguagem utilizada seja clara e acessível, para que a mensagem seja compreendida por todos (DA SILVA PARDIM et al., 2023).

Durante as palestras, o enfermeiro aborda temas como a importância de uma alimentação balanceada, a prática regular de exercícios físicos, a manutenção da saúde mental, e a prevenção de quedas e outros acidentes. Além disso, são discutidos aspectos relacionados à adaptação do ambiente domiciliar, o uso correto de medicamentos, e a importância de manter uma rede de apoio social (DA SILVA SOUSA et al., 2024).

A educação em saúde através de palestras tem um impacto significativo na prevenção de doenças crônicas. Ao aumentar o conhecimento dos idosos sobre fatores de risco e medidas preventivas, os enfermeiros contribuem para a redução da incidência dessas doenças. Estudos mostram que intervenções educativas são eficazes na promoção de comportamentos saudáveis e na adesão a tratamentos, o que, por sua vez, melhora a qualidade de vida dos idosos e reduz a necessidade de intervenções médicas mais complexas (KATSUYAMA et al., 2023).

3. METODOLOGIA 

Trabalho é um artigo de revisão bibliográfica integrativa básica sobre o papel do enfermeiro e os fatores de contribuição para um envelhecimento saudável na população idosa na AP (PRADO, 2023). Com abordagem qualitativa que é um tipo de revisão de literatura que se concentra na análise e interpretação de dados não quantitativos, ou seja, dados que não podem ser medidos numericamente. Em vez de buscar uma síntese estatística, como em uma revisão quantitativa ou meta-análise, a revisão qualitativa explora temas, padrões e significados presentes nos estudos analisados (KOHLS-SANTOS; MOROSIN, 2021).

Traçada a estratégia de busca dos estudos bibliográficos para o desenvolvimento do trabalho, foram examinadas as inferências orientadoras, reunindo as informações e avaliando como os resultados obtidos  contribuíram na interpretação. As informações foram organizadas  em etapas e estruturadas com base na literatura relevante. A primeira etapa de busca foi feita através da utilização do tema desenvolvido e escolhido para o trabalho na plataforma de pesquisa on-line Google acadêmico. Utilizando essa estratégia de busca das literaturas acadêmicas foram disponibilizadas 4.290 referências. Para refinar a busca, na segunda etapa foi pontuado a linha temporal entre os anos 2015 e 2025 reduzida para 942 estudos. 

A terceira etapa da estratégia foi desenvolvida pela busca avançada disponível no Google acadêmico, utilizando as palavras – chaves e o booleano: Atenção primária AND enfermeiro AND envelhecimento AND fatores AND saudável AND idoso AND palestras, com a frase exata envelhecimento saudável em qualquer lugar do artigo e a linha temporal de 2015 a 2025 foi levantado 42 referências dispostas nas bases de dados de cunho científico como: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Revistas, Repositórios, Estatuto do Idoso, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o CENSO depois de atenderem ao critério de inclusão foram selecionadas apenas 29 referências para execução do trabalho.

Sendo os critérios de inclusão publicações nacionais, internacionais, com a leitura feita pelos desenvolvedores do trabalho os resumos, na sua íntegra, língua portuguesa, espanhola, inglesa disponíveis na versão em portugues e de livre acesso, já os critérios de exclusão foram pesquisas que não compatíveis com a temática e publicações que se igualaram ou que antecederam ao ano de 2015.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os autores Magalhães; Andrade, 2023 em seu trabalho descreve que o envelhecimento saudável refere-se ao processo de envelhecer de maneira que se mantenha a saúde física, mental e social, permitindo que a pessoa idosa continue a viver com qualidade de vida e de forma independente o máximo de tempo possível. Esse conceito vai além da simples ausência de doenças, abrangendo um estado geral de bem-estar e a capacidade de participar ativamente na vida social, cultural e econômica da comunidade.

Os pesquisadores Labegalini e seus colegas, (2023) evidenciam a relevância das práticas de saúde focadas no envelhecimento ativo, entendendo-o como um processo que envolve a manutenção de capacidades funcionais, o estímulo à participação social e a prevenção de condições incapacitantes. No contexto da APS, a realização de palestras direcionadas ao autocuidado, aos cuidados domiciliares e à integração da família contribuem para que os idosos se tornem mais conscientes de suas possibilidades e limites, ressignificando a velhice como uma fase produtiva e socialmente participativa.

Já os pesquisadores Borges; Coelho; Da Rocha, 2024 cita que para ultrapassar as iniciativas essencialmente centradas na cura e ainda insuficientes, é fundamental que o planejamento em saúde priorize esse grupo populacional e adote uma perspectiva mais humanizada, visando à consolidação das práticas sob o enfoque da integralidade, por meio do fortalecimento da rede de atenção à saúde bucal.

Reforça Pimentel; Silva; Pinheiro, 2023 que as palestras em educação em saúde têm o potencial de gerar resultados muito positivos, alcançando diretamente uma ampla gama de pessoas, especialmente a população idosa. Com foco em temas como a prevenção de doenças crônicas, alimentação saudável, atividade física e a importância da saúde mental, essas palestras contribuem para aumentar o conhecimento e a conscientização do público, capacitando os indivíduos a tomarem decisões informadas sobre sua saúde.

Oliveira; Caldato; Carneiro, 2024 descreve que embora as palestras sejam uma ferramenta valiosa, é importante considerar alguns desafios na sua implementação. A heterogeneidade da população idosa, em termos de níveis de alfabetização e condições de saúde, exige que os enfermeiros adaptem o conteúdo e a forma de apresentação das palestras para atender às necessidades de todos os participantes. Além disso, é fundamental que as palestras sejam interativas e envolvam os idosos de maneira ativa, para garantir que as informações sejam compreendidas e aplicadas no cotidiano.

Ratifica os pesquisadores Santos e colegas, 2022 em seu estudo que as palestras educativas oferecem diversos benefícios para os idosos. Em primeiro lugar, elas proporcionam um ambiente de aprendizado coletivo, onde os participantes podem trocar experiências e tirar dúvidas, o que contribui para um maior engajamento e retenção das informações. Além disso, as palestras permitem a abordagem de temas específicos e de interesse do grupo, tornando a informação mais relevante e aplicável à realidade dos participantes.

Silva, 2020 aponta que outro benefício é a possibilidade de desmistificar crenças e mitos relacionados à saúde e ao envelhecimento. Muitas vezes, os idosos são expostos a informações incorretas ou incompletas sobre suas condições de saúde, e a intervenção do enfermeiro, através de palestras, pode corrigir essas percepções equivocadas, promovendo uma compreensão mais adequada dos cuidados necessários.

Pontua o estudo de Acioli, 2024 que o papel do enfermeiro na AP é notadamente importante na promoção da saúde e na prevenção de doenças, especialmente no contexto do envelhecimento saudável. Eles atuam como facilitadores do cuidado integral, promovendo ações que visam manter a qualidade de vida e a autonomia dos idosos. 

Corrobora com o estudo de Pimentel; Silva; Pinheiro, 2023 o estudo dos pesquisadores De Souza et al., 2023 que as estratégias educativas são amplamente utilizadas pelos enfermeiros como uma intervenção eficaz na promoção da saúde e na prevenção de doenças crônicas, especialmente entre a população idosa. Essa abordagem educativa permite a transmissão de conhecimentos de forma estruturada e direcionada, abordando temas relevantes para a saúde dos idosos e incentivando mudanças comportamentais que promovam um envelhecimento saudável.

Reforça as publicações de Feitosa; Serra; Travassos (2024) sobre o papel do enfermeiro no cuidado do idoso hipertenso reforçam como as ações educativas, especialmente palestras e sessões de orientação, são cruciais para a adesão terapêutica e o controle de doenças crônicas. Ao traduzir as recomendações clínicas em linguagem acessível e associá-las à realidade dos idosos, o enfermeiro facilita a compreensão de fatores como dieta, uso correto de medicamentos e prática de atividade física, diminuindo o risco de complicações e internações hospitalares.

O estudo realizado pelos pesquisadores Ferreira et al., 2023 com a comunidade de 30 idosos e os profissionais médico, enfermeiro, preceptor, 2 residentes e 4 agentes comunitários demonstrou que a realização quebrou o gelo no início do estudo refletiu  no final da pesquisa o despertar nos idosos a importância da sua participação nas palestras para aprenderem a trabalhar a prevenção de do adoecimento reforçando o interesse no envelhecimento saudável.

5. CONCLUSÃO 

A consolidação do envelhecimento populacional no Brasil coloca em evidência a necessidade de políticas públicas que promovam uma assistência integral e humanizada à população idosa. Nesse contexto, o PSI, associado à PNSPI, desponta como iniciativa fundamental para atender às múltiplas demandas dessa faixa etária em franca expansão demográfica. Entretanto, sua efetividade depende de uma abordagem intersetorial, de práticas educativas robustas e do fortalecimento da APS. 

A educação em saúde, por meio de palestras, grupos de convivência e ações voltadas à conscientização, mostra-se uma estratégia indispensável para fomentar hábitos de vida saudáveis, prevenir doenças crônicas e promover a autonomia dos idosos. Ademais, a participação ativa da família e dos cuidadores, bem como a articulação entre diferentes profissionais e setores (saúde, transporte, segurança, assistência social), potencializa os resultados alcançados.

Nesse sentido, as palestras configuram uma ferramenta essencial para a difusão de informações de maneira estruturada e acessível, ajudando a esclarecer dúvidas, desmistificar crenças e adaptar comportamentos ao processo de envelhecimento.O papel do enfermeiro na APS é, portanto, importante pois além de liderar atividades educativas, cabe a esse profissional o gerenciamento de condições crônicas, a identificação precoce de problemas de saúde física e mental, e a coordenação do cuidado junto a outros membros da equipe multiprofissional. Por meio de ações personalizadas, embasadas em escuta qualificada e aproximação com a comunidade, o enfermeiro fortalece o vínculo e incentiva a adesão às intervenções preventivas e de promoção do envelhecimento saudável.

Constata-se, assim, que as estratégias educativas propostas – tanto em palestras quanto em demais atividades de grupo – têm impacto significativo na qualidade de vida da população idosa, encorajando a participação ativa dos idosos em seus próprios cuidados. Para que essas iniciativas prosperem de forma consistente, é imprescindível investir em formação continuada de profissionais, na adequação dos serviços de saúde à heterogeneidade desse público e na ampliação do acesso a práticas de educação em saúde. 

Somente por meio de uma abordagem integral, com foco na prevenção, promoção e intervenção precoce, será possível contribuir efetivamente para um envelhecimento digno, ativo e socialmente participativo.

É fundamental promover pesquisas que avaliem intervenções grupais com idosos, a fim de estimular o desenvolvimento de estratégias inovadoras, efetivas e eficazes de promoção da saúde na velhice, especialmente com foco em variáveis psicossociais. Recomenda-se, ainda, a realização de novos estudos que utilizem intervenções psicológicas em grupos de idosos.

6. REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior Bacharel em Enfermagem do Centro Universitário Unidesc Campus I e-mail: daniel.oliveira@sounidesc.com.br
2Discente do Curso Superior Bacharel em Enfermagem do Centro Universitário Unidesc Campus I e-mail: rayanne.sousa@sounidesc.com.br
3Docente do Curso Superior Bacharel em Enfermagem do Centro Universitário Unidesc Campus I e-mail: Enfermeira Mestra Luzia Sousa Ferreira.