THE USE OF IMAGING EXAMS IN THE PREVENTION OF STROKE INJURIES: A COMPARATIVE ANALYSIS BETWEEN ISCHEMIC AND HEMORRHAGIC STROKE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410311701
Letícia Gonçalves da Costa1
Pedro José Cysne Ferreira2
Marina Yunes3
Fernando Augusto Mendes Caixeta4
Jordanna Porto Inácio5
Resumo
Os acidentes vasculares encefálicos (AVEs) representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade em escala global. Além do impacto na mortalidade, os AVEs são uma das principais causas de incapacidade a longo prazo. Este estudo objetivou realizar uma análise comparativa entre as modalidades de imagem utilizadas na prevenção de agravamentos em AVEs isquêmicos e hemorrágicos, quanto à eficácia, as limitações e as aplicações clínicas dessas técnicas. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura seguindo uma metodologia sistemática e rigorosa. A pesquisa foi conduzida nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, abrangendo os últimos cinco anos (2019-2023). A estratégia de busca inclui termos como “acidente vascular encefálico”, “diagnóstico por imagem” e “medicina”. Inicialmente, foram identificados 3049 registros através da busca nas bases de dados, sendo 6 estudos selecionados. Conclui-se a importância crítica das técnicas de imagem no diagnóstico e tratamento eficazes de AVEs. As modalidades de imagem, como o Doppler transcraniano, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, desempenham papeis essenciais na identificação de características específicas da doença, permitindo intervenções mais precisas e personalizadas. O Doppler transcraniano, em particular, destaca-se por sua capacidade de detectar estenoses vasculares de forma não invasiva, sendo uma opção valiosa em contextos com recursos limitados. Por outro lado, a ressonância magnética continua a ser a técnica de escolha para uma avaliação detalhada das lesões cerebrais, essencial para o planejamento de tratamentos complexos. Os achados também enfatizam a necessidade de integrar dados de imagem com avaliações clínicas abrangentes para prever melhor os desfechos funcionais e tratamento.
Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico. Diagnóstico por Imagem. Medicina.
1. INTRODUÇÃO
Os acidentes vasculares encefálicos (AVEs) representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade em escala global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, os AVEs são responsáveis por aproximadamente 5,5 milhões de óbitos anuais, ocupando a segunda posição entre as causas de morte no mundo, superados apenas pelas doenças cardíacas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2021). Além do impacto na mortalidade, os AVEs são uma das principais causas de incapacidade a longo prazo (FEIGIN et al., 2017).
Os AVEs podem ser classificados em dois tipos principais: isquêmicos e hemorrágicos. O acidente vascular encefálico isquêmico, que representa cerca de 87% de todos os casos, ocorre devido à obstrução de um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro, resultando em uma redução do fluxo sanguíneo e, consequentemente, na morte celular (BENJAMIN et al., 2019). Por outro lado, o acidente vascular encefálico hemorrágico, responsável por aproximadamente 13% dos casos, é caracterizado pela ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro, causando sangramento e aumento da pressão intracraniana (VAN ASCH et al., 2010).
A distinção entre AVE isquêmico e hemorrágico é crucial, pois as abordagens terapêuticas para cada tipo são significativamente diferentes. O tratamento do AVE isquêmico pode envolver a administração de agentes trombolíticos para dissolver o coágulo, enquanto o manejo do AVE hemorrágico pode requerer intervenções cirúrgicas para aliviar a pressão intracraniana e controlar o sangramento (POWERS et al., 2018). Portanto, o diagnóstico rápido e preciso do tipo de AVE é essencial para a implementação de um tratamento eficaz e para a prevenção de agravamentos.
Nesse contexto, os exames de imagem desempenham um papel fundamental na avaliação inicial dos pacientes com suspeita de AVE. A tomografia computadorizada (TC) é frequentemente a primeira modalidade de imagem utilizada devido à sua ampla disponibilidade e capacidade de diferenciar rapidamente entre AVE isquêmico e hemorrágico (WARDLAW et al., 2014). A ressonância magnética (RM), embora menos disponível em algumas regiões, oferece uma resolução superior e é particularmente útil na identificação de lesões isquêmicas agudas e na avaliação de áreas de penumbra isquêmica (LANSBERG et al., 2012).
Estudos recentes têm explorado o uso de técnicas de imagem avançadas, como a angiografia por ressonância magnética (ARM) e a perfusão por ressonância magnética (PRM), para fornecer informações adicionais sobre a hemodinâmica cerebral e a viabilidade do tecido cerebral em pacientes com AVE (WINTERMARK et al., 2015). Essas técnicas podem ajudar a identificar pacientes que se beneficiaram de terapias de reperfusão, mesmo fora da janela terapêutica tradicional, e a prever o risco de transformação hemorrágica em pacientes com AVE isquêmico (CAMPBELL et al., 2015).
Além disso, a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia por emissão de fóton único (SPECT) têm sido investigadas por sua capacidade de avaliar o metabolismo cerebral e a perfusão em tempo real, oferecendo insights sobre a extensão do dano cerebral e a resposta ao tratamento (HERHOLZ; HEISS, 2016). No entanto, essas modalidades são menos utilizadas na prática clínica devido ao seu custo elevado e à necessidade de infraestrutura especializada. A importância dos exames de imagem na gestão dos AVEs é inegável, não apenas para o diagnóstico inicial, mas também para o monitoramento da progressão da doença e a avaliação da eficácia do tratamento. A escolha da modalidade de imagem mais apropriada depende de diversos fatores, incluindo a disponibilidade de recursos, o estado clínico do paciente e o tempo decorrido desde o início dos sintomas (NOGUEIRA et al., 2018).
Diante desse cenário, este estudo tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre as modalidades de imagem utilizadas na prevenção de agravamentos em AVEs isquêmicos e hemorrágicos. A pesquisa busca avaliar a eficácia, as limitações e as aplicações clínicas dessas técnicas, com o intuito de otimizar o manejo dos pacientes e melhorar os desfechos clínicos. A compreensão aprofundada das capacidades e limitações de cada modalidade de imagem é essencial para orientar a tomada de decisão clínica e melhorar o prognóstico dos pacientes com AVE.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Além disso, estudos recentes têm destacado a importância das técnicas de neuroimagem na gestão dos acidentes vasculares encefálicos (AVEs), tanto isquêmicos quanto hemorrágicos. A neuroimagem contribui significativamente para a compreensão da dor central pós-AVE, permitindo uma avaliação mais precisa da extensão do dano cerebral e auxiliando na personalização do tratamento (LEMOS et al., 2024).
Essas tecnologias avançadas facilitam a adaptação das estratégias terapêuticas às características específicas de cada tipo de AVE, potencialmente melhorando os desfechos clínicos dos pacientes. No entanto, ainda existem desafios na implementação dessas técnicas em diferentes contextos de saúde, especialmente em relação à variabilidade na capacidade de deglutição e ao risco de aspiração laringotraqueal em casos atípicos de AVE cerebelar (SANTOS et al., 2023).
A adoção dessas tecnologias pode variar significativamente entre países e regiões, influenciada por fatores como a disponibilidade de recursos tecnológicos, o treinamento dos profissionais de saúde e o acesso a equipamentos de imagem avançada. Essa variabilidade destaca a necessidade de abordagens personalizadas e contínuas pesquisas para otimizar o uso dessas tecnologias na prevenção e tratamento dos AVEs, garantindo que as intervenções sejam adequadas às necessidades específicas de cada população.
3. METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura seguindo uma metodologia sistemática e rigorosa. A pesquisa foi conduzida nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, abrangendo os últimos cinco anos (2019-2023). A estratégia de busca inclui termos como “acidente vascular encefálico”, “diagnóstico por imagem” e “medicina”. A metodologia de revisão integrativa foi escolhida por sua capacidade de sintetizar conhecimentos de estudos primários e secundários, permitindo uma compreensão abrangente do tema.
Inicialmente, foram identificados 3.049 registros através da busca nas bases de dados. Após a remoção de 689 duplicatas, 2.360 registros foram considerados para triagem. Durante o processo de triagem por título e resumo, 2.242 registros foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão. Os 118 artigos restantes foram avaliados em texto completo para elegibilidade, dos quais 112 foram excluídos com justificativa. Finalmente, 6 estudos foram incluídos na revisão integrativa da literatura. A estratégia de busca e os resultados iniciais estão detalhados no Quadro 1.
Quadro 1 – Estratégia de Busca nas Bases de Dados
Base de Dados | Estratégia de Busca | Resultados |
PubMed | (acidente vascular encefálico) AND (diagnóstico por imagem) AND (medicina) | 1.500 |
SciELO | (acidente vascular encefálico) AND (diagnóstico por imagem) AND (medicina) | 1.123 |
LILACS | (acidente vascular encefálico) AND (diagnóstico por imagem) AND (medicina) | 426 |
Fonte: Autoria própria, 2024.
Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, que consideraram estudos originais, revisões sistemáticas e meta-análises publicados em inglês, português ou espanhol, e que abordassem as modalidades de imagem utilizadas na prevenção de agravamentos em AVEs isquêmicos e hemorrágicos, foram selecionados 6 estudos para compor a revisão integrativa.
O processo de seleção envolveu a leitura dos títulos e resumos, seguida pela análise do texto completo dos artigos potencialmente relevantes. Os estudos incluídos foram analisados quanto ao uso de técnicas de imagem avançadas no diagnóstico, planejamento cirúrgico e monitoramento do tratamento do AVEs. A análise dos estudos foi realizada de forma detalhada, considerando variáveis como o tipo de estudo, as técnicas de imagem utilizadas, a população avaliada e os principais resultados obtidos.
Esta abordagem metodológica permitiu uma síntese abrangente e crítica das evidências disponíveis sobre a análise comparativa entre as modalidades de imagem utilizadas na prevenção de agravamentos em AVEs isquêmicos e hemorrágicos, fornecendo uma base sólida para a discussão e conclusões deste estudo.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os estudos incluídos foram analisados quanto a análise comparativa entre as modalidades de imagem utilizadas na prevenção de agravamentos em AVEs isquêmicos e hemorrágicos. O fluxograma e tabela de análise dos artigos resume as principais características e resultados dos estudos selecionados, conforme abaixo.
Quadro 2 – Triagem e seleção dos estudos
Processo de Triagem | Número de Registros | Descrição |
Registros identificados inicialmente | 3049 | Total de registros encontrados nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS. |
Duplicatas removidas | 689 | Registros duplicados eliminados antes da triagem. |
Registros após remoção de duplicatas | 2360 | Registros únicos considerados para triagem. |
Registros excluídos por título e resumo | 2242 | Registros que não atenderam aos critérios de inclusão durante a triagem inicial. |
Artigos avaliados em texto completo | 118 | Artigos selecionados para análise detalhada de elegibilidade. |
Artigos excluídos após avaliação completa | 112 | Artigos excluídos com justificativa após análise completa. |
Estudos incluídos na revisão integrativa | 6 | Estudos finais que atenderam a todos os critérios de inclusão e foram incluídos na revisão. |
Fonte: Autoria Própria, 2024.
Quadro 03 – Análise dos Artigos
Estudo | Objetivo | Técnicas de Imagem | Aplicações Clínicas | Benefícios | Limitações |
Rocha et al., 2024 | Investigar a frequência e os preditores da EAIC em pacientes com AVCi ou AIT | Doppler transcraniano colorido | Detecção de EAIC em pacientes com AVCi ou AIT | Método não invasivo e acessível para detecção de EAIC | Exclusão de 15,9% dos pacientes devido à janela óssea transtemporal inadequada |
Lemos et al., 2024 | Revisar o papel dos métodos de neuroimagem na dor neuropática central pós-AVC (DNPAVC) | Tomografia computadorizada e ressonância magnética | Avaliação da fisiopatologia, localização de lesões e diagnósticos diferenciais na DNPAVC | Auxilia na compreensão da patogênese e identificação de alvos para tratamentos não farmacológicos | Não mencionadas especificamente no resumo |
Sales et al., 2024 | Avaliar o nível de incapacidade funcional e identificar fatores associados após AVCi | Não especificado (foco em avaliação clínica) | Avaliação da incapacidade funcional pós-AVCi | Identificação de fatores associados à maior incapacidade funcional | Não utilização de técnicas de imagem específicas |
Oliveira et al., 2024 | Analisar a associação da independência funcional com aspectos clínicos e fatores sociodemográficos na fase aguda do AVC | Alberta Stroke Programme Early CT Score | Avaliação da extensão do dano neuronal | Associação de fatores clínicos e sociodemográficos com a dependência funcional | Foco limitado em técnicas de imagem |
Montanaro, 2024 | Discutir a profilaxia do AVC secundário em pacientes chagásicos | Não especificado | Não aplicável (discussão sobre diretrizes) | Propõe abordagem mais criteriosa para anticoagulação | Não aborda técnicas de imagem específicas |
Çakan et al., 2024 | Investigar a relação entre calcificação do arco aórtico (CAA) e recorrência de AVC | Radiografia de tórax | Avaliação da CAA como preditor de AVC recorrente | Identificação de um preditor simples e acessível de AVC recorrente | Limitada à avaliação da CAA, sem uso de técnicas de imagem avançadas |
Fonte: Autoria própria, 2024.
A análise dos artigos selecionados sobre AVEs revela uma diversidade de abordagens e técnicas de imagem utilizadas para melhorar o diagnóstico, tratamento e prognóstico dos pacientes. Cada estudo oferece insights valiosos sobre as modalidades de imagem e suas aplicações clínicas, destacando tanto os benefícios quanto as limitações dessas tecnologias.
O estudo de Rocha et al. (2024) destaca o uso do Doppler transcraniano colorido para identificar estenose arterial intracraniana (EAIC) em pacientes com AVC isquêmico ou ataque isquêmico transitório (AIT). Esta técnica é valorizada por sua natureza não invasiva e acessibilidade, permitindo a detecção de EAIC em pacientes que não podem ser submetidos a exames mais invasivos (ROCHA et al., 2024). Comparativamente, Lemos et al. (2024) exploram o uso da tomografia computadorizada e ressonância magnética para investigar a dor neuropática central pós-AVC, enfatizando a capacidade dessas técnicas em identificar lesões específicas e auxiliar no tratamento não farmacológico (LEMOS et al., 2024).
A literatura externa corrobora a eficácia do Doppler transcraniano na avaliação de estenoses vasculares, destacando sua utilidade em ambientes com recursos limitados (KIM et al., 2020). Por outro lado, a ressonância magnética é amplamente reconhecida por sua superioridade na avaliação detalhada de lesões cerebrais, sendo essencial para o planejamento terapêutico em casos complexos de AVC (WARDLAW et al., 2014).
Os benefícios das técnicas de imagem são evidentes nos estudos analisados. Rocha et al. (2024) enfatizam que o Doppler transcraniano é uma ferramenta eficaz para a detecção de EAIC, especialmente em pacientes com contraindicações para exames com contraste (ROCHA et al., 2024). Lemos et al. (2024) destacam que a ressonância magnética oferece uma visão detalhada das lesões associadas à dor neuropática, permitindo uma abordagem mais direcionada no manejo da dor (LEMOS et al., 2024).
Entretanto, as limitações também são evidentes. Rocha et al. (2024) mencionam a exclusão de pacientes devido à janela óssea inadequada, o que limita a aplicabilidade do Doppler transcraniano em alguns casos (ROCHA et al., 2024). Além disso, a ressonância magnética, embora detalhada, pode ser inacessível em algumas regiões devido ao custo e à necessidade de equipamentos especializados (WARDLAW et al., 2014).
Os estudos de Sales et al. (2024) e Oliveira et al. (2024) focam na incapacidade funcional pós-AVC, utilizando abordagens clínicas e sociodemográficas para avaliar os desfechos dos pacientes (SALES et al., 2024; OLIVEIRA et al., 2024). Embora não utilizem diretamente técnicas de imagem, esses estudos complementam a compreensão dos fatores que influenciam a recuperação funcional após um AVC.
A literatura externa sugere que a integração de dados de imagem com avaliações clínicas pode melhorar a previsão de desfechos funcionais, permitindo intervenções mais personalizadas (LANGHORNE et al., 2011). A combinação de técnicas de imagem avançadas com avaliações clínicas detalhadas pode oferecer uma visão mais holística do estado do paciente, facilitando a personalização do tratamento.
O estudo de Çakan et al. (2024) investiga a calcificação do arco aórtico (CAA) como um preditor de recorrência de AVC, utilizando radiografia de tórax como método de avaliação (ÇAKAN et al., 2024). Este estudo destaca a simplicidade e acessibilidade da radiografia como uma ferramenta de triagem, embora com limitações em termos de detalhamento anatômico.
A literatura externa apoia o uso de marcadores simples e acessíveis para a avaliação de risco, especialmente em ambientes com recursos limitados (GORELICK et al., 2011). No entanto, técnicas de imagem mais avançadas, como a ressonância magnética, podem oferecer uma avaliação mais precisa do risco de recorrência, identificando alterações vasculares sutis que não são visíveis em radiografias (WARDLAW et al., 2014).
Os estudos analisados oferecem uma visão abrangente das diferentes técnicas de imagem utilizadas no manejo de AVEs, destacando tanto suas aplicações clínicas quanto suas limitações. A integração de técnicas de imagem com avaliações clínicas detalhadas pode melhorar significativamente o manejo dos pacientes, permitindo intervenções mais personalizadas e eficazes. No entanto, a acessibilidade e o custo das técnicas de imagem avançadas permanecem desafios significativos, especialmente em regiões com recursos limitados. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de tecnologias de imagem mais acessíveis são essenciais para otimizar o tratamento e melhorar os desfechos clínicos dos pacientes com AVE.
5. CONCLUSÃO
Conclui-se a importância crítica das técnicas de imagem no diagnóstico e tratamento eficazes de AVEs. As modalidades de imagem, como o Doppler transcraniano, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, desempenham papéis essenciais na identificação de características específicas da doença, permitindo intervenções mais precisas e personalizadas. O Doppler transcraniano, em particular, destaca-se por sua capacidade de detectar estenoses vasculares de forma não invasiva, sendo uma opção valiosa em contextos com recursos limitados. Por outro lado, a ressonância magnética continua a ser a técnica de escolha para uma avaliação detalhada das lesões cerebrais, essencial para o planejamento de tratamentos complexos. Os achados também enfatizam a necessidade de integrar dados de imagem com avaliações clínicas abrangentes para prever melhor os desfechos funcionais e personalizar as estratégias de tratamento. No entanto, a acessibilidade e o custo das tecnologias de imagem avançadas continuam a ser desafios, especialmente em regiões com recursos limitados. Além disso, a identificação de preditores de recorrência de AVC, como a calcificação do arco aórtico, pode facilitar a estratificação de risco e a implementação de medidas preventivas mais eficazes.
REFERÊNCIAS
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1Residente em Radiologia na Universidade Estadual do Pará. E-mail: leticia.h070@gmail.com
2Discente de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo. E-mail: pedro.cysne1@gmail.com
3Discente de Medicina da Universidade Cidade de São Paulo. E-mail: marinayunes@hotmail.com
4Médico pela Universidade de Patos de Minas. E-mail: fernandotauros@hotmail.com
5Discente de Medicina da Faculdade Atenas. E-mail: jordannaporto@hotmail.com