UTILIZAÇÃO DE ELETROESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA EM PACIENTE COM TINNITUS (ZUMBIDO)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10003262


Roberto de França Macedo1
Ronney Jorge de Souza Raimundo2
Keite Oliveira de Lima3
Bruna da Silva Sousa4


RESUMO

O zumbido, ou tinido, é uma condição auditiva caracterizada pela percepção de ruídos constantes nos ouvidos, muitas vezes sem uma fonte sonora externa. É uma condição debilitante que afeta a qualidade de vida de muitos indivíduos. O tratamento do zumbido é desafiador devido à sua complexidade e variedade de causas. A eletroestimulação transcraniana (ETC) emergiu como uma abordagem promissora no tratamento dessa condição, explorando sua capacidade de modular os circuitos neurais envolvidos no zumbido. Este estudo tem como objetivo geral investigar a eficácia da eletroestimulação transcraniana no tratamento do zumbido e compreender seus efeitos sobre a percepção e a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição. A metodologia envolverá uma revisão bibliográfica abrangente para avaliar estudos clínicos e pesquisas relevantes relacionadas ao uso da ETC no tratamento do zumbido. Serão analisados protocolos de tratamento, resultados, desafios e considerações de segurança. Além disso, serão examinadas as perspectivas neurobiológicas e os mecanismos de ação subjacentes à ETC no contexto do zumbido. A pesquisa sobre a utilização da eletroestimulação transcraniana no tratamento do zumbido está em constante evolução. Estudos clínicos preliminares sugerem benefícios significativos para alguns pacientes, mas a eficácia da ETC pode variar. A colaboração entre cientistas, médicos e pacientes é fundamental para avançar na compreensão e no desenvolvimento dessa técnica. A pesquisa futura deve continuar explorando protocolos personalizados, identificação de marcadores de resposta e integração com outras terapias. A esperança é que a ETC possa desempenhar um papel cada vez mais significativo na melhoria da qualidade de vida daqueles que vivem com o zumbido.

Palavras-chave: Zumbido. Eletroestimulação Transcraniana. Tratamento. Qualidade de Vida. Pesquisa Clínica.

ABSTRACT

Tinnitus, or tinnitus, is an auditory condition characterized by the perception of constant noises in the ears, often without an external sound source. It is a debilitating condition that affects the quality of life of many individuals. Treating tinnitus is challenging due to its complexity and variety of causes. Transcranial electrical stimulation (TCS) has emerged as a promising approach to treating this condition, exploiting its ability to modulate the neural circuits involved in tinnitus. This study has the general objective of investigating the effectiveness of transcranial electrical stimulation in the treatment of tinnitus and understanding its effects on the perception and quality of life of patients affected by this condition. The methodology will involve a comprehensive literature review to evaluate clinical studies and relevant research related to the use of ETC in the treatment of tinnitus. Treatment protocols, outcomes, challenges and safety considerations will be analyzed. Furthermore, the neurobiological perspectives and mechanisms of action underlying CTE in the context of tinnitus will be examined. Research into the use of transcranial electrical stimulation in the treatment of tinnitus is constantly evolving. Preliminary clinical studies suggest significant benefits for some patients, but the effectiveness of ETC may vary. Collaboration between scientists, doctors and patients is essential to advance the understanding and development of this technique. Future research should continue to explore personalized protocols, identification of markers of response, and integration with other therapies. The hope is that ETC can play an increasingly significant role in improving the quality of life for those living with tinnitus.

Keywords: Tinnitus. Transcranial electrical stimulation. Treatment. Quality of life. Clinical research.

1 INTRODUÇÃO

O zumbido, também conhecido como tinido, é uma condição auditiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizado pelo som constante de ruído, apito ou zumbido nos ouvidos, o zumbido pode ter diversas causas, desde exposição a ruídos altos até problemas de saúde subjacentes. No entanto, até o momento, não existe uma cura definitiva para o zumbido, o que torna a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição comprometida². 

O zumbido pode ter um impacto devastador na vida de quem sofre com essa condição, levando a problemas como ansiedade, depressão e insônia. Atualmente, as opções de tratamento disponíveis são limitadas e muitas vezes não proporcionam alívio satisfatório. Portanto, a busca por terapias inovadoras e eficazes é crucial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com zumbido³

O tinnitus  é um sintoma, ele pode surgir de várias causas, aparece a qualquer idade e um amplo estudo muito importante e com resultado fidedigno, publicado no periódico científico JAMA Neurology, demonstra que tem afetado cerca de 740 pessoas em todo o mundo.5

Quando o problema que surgiu  não decorre de perda auditiva, tenta-se identificar a causa, existem vários elementos que disparam e piora o desconforto. Mas nem sempre existe um elemento disparador. O tratamento é longo, estende-se por 18 a 24 meses, e durante todo esse tempo é feito um aconselhamento psicológico¹

Existem várias modalidades terapêuticas que tem o objetivo de diminuir os sintomas usando a terapia medicamentosa, tratamentos de maneira invasiva e não invasiva,  Terapia do Atlas (Arlen’s Atlas), RPG (reeducação postural global), eletroterapia (TENS, laser) entre outros recursos que existem na atualidade que nos encontramos, afim de melhorar os sintomas desses pacientes.³

Há muitos e muitos anos  vários pesquisadores da área da saúde estão  focados em neurorreabilitação  e cada dia que passa esses multiprofissionais têm procurado focar muito em métodos não invasivos para tratamentos de patologias dessa área, a partir desses dados  e levado  ao desenvolvimento de técnicas como a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) para esses pacientes. 4.

Além de ser uma técnica não invasiva, a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua é indicada para o tratamento de uma série de doenças com origem neurológica e é bastante segura e eficaz no tratamento de várias condições neurológicas. A eletroestimulação transcraniana tem se mostrado promissora em diversos distúrbios neurológicos, e sua aplicação no tratamento do zumbido pode representar um avanço significativo11

Com base no que foi exposto, nosso objetivo é investigar através da revisão da literatura  a eficácia da eletroestimulação transcraniana como uma abordagem terapêutica para o tratamento do zumbido, buscando reduzir a intensidade e a frequência dos sintomas, bem como melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados. 

2 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia deste estudo envolverá uma revisão bibliográfica abrangente e sistemática, que será realizada de acordo com as seguintes etapas:

Identificação de Fontes: Inicialmente, será realizada uma busca ampla e exaustiva em diversas bases de dados científicas, incluindo PubMed, Scopus, Web of Science, e outras fontes relevantes de literatura médica e científica. A seleção dessas bases de dados visa garantir uma busca abrangente de estudos relacionados ao zumbido e à eletroestimulação transcraniana.

Seleção de Palavras-Chave: Serão identificadas palavras-chave relevantes para a pesquisa, como “zumbido”, “tinnitus”, “eletroestimulação transcraniana”, “terapia neuromoduladora”, “estimulação cerebral não invasiva”, entre outras. A combinação estratégica dessas palavras-chave permitirá uma busca abrangente de artigos relacionados ao tema.

Critérios de Inclusão e Exclusão: Serão estabelecidos critérios rigorosos de inclusão e exclusão para garantir a seleção de estudos relevantes. Serão incluídos estudos que abordam a aplicação da eletroestimulação transcraniana no tratamento do zumbido, independentemente do tipo de estudo (ensaios clínicos, revisões sistemáticas, estudos de caso, etc.). Serão excluídos estudos que não se encaixem nos critérios de pesquisa, como aqueles que não estejam disponíveis em texto completo ou que não apresentem dados substanciais sobre os resultados da eletroestimulação transcraniana no zumbido.

Avaliação da Qualidade dos Estudos: A qualidade metodológica dos estudos selecionados será avaliada de forma crítica. Serão considerados fatores como o desenho do estudo, tamanho da amostra, controle de variáveis de confusão, análise estatística e relevância clínica dos resultados.

Análise e Síntese dos Resultados: Os resultados dos estudos selecionados serão analisados de forma sistemática. Serão identificados os principais achados relacionados à eficácia da eletroestimulação transcraniana no tratamento do zumbido. Esses resultados serão categorizados e resumidos para fornecer uma visão abrangente do estado atual da pesquisa sobre o tema.

Discussão e Implicações Clínicas: Os resultados da revisão serão discutidos em relação à sua relevância clínica e às implicações para o tratamento do zumbido. Será avaliada a consistência dos achados e a existência de lacunas na pesquisa que indiquem a necessidade de estudos adicionais.

Conclusões Preliminares: Com base na revisão bibliográfica, serão formuladas conclusões preliminares sobre a eficácia da eletroestimulação transcraniana no tratamento do zumbido. Essas conclusões servirão como base para o desenvolvimento de estudos clínicos futuros.

Esta revisão bibliográfica é fundamental para a construção de uma base sólida de conhecimento sobre a aplicação da eletroestimulação transcraniana no tratamento do zumbido. A análise crítica dos estudos existentes ajudará a orientar a pesquisa clínica subsequente, oferecendo insights valiosos para o desenvolvimento de protocolos terapêuticos eficazes e aprimorando a compreensão dessa abordagem promissora para o alívio do zumbido.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Causas, mecanismos fisiopatológicos e opções de tratamento existentes para o zumbido

O zumbido, ou tinnitus, é uma condição auditiva complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Suas causas podem ser variadas, e compreender os mecanismos fisiopatológicos subjacentes é fundamental para o desenvolvimento de opções de tratamento eficazes.1

O zumbido pode ter diversas causas, sendo as mais comuns associadas a danos ao sistema auditivo. Exposição prolongada a ruídos intensos, como música alta ou ambientes ruidosos, é uma das principais causas do zumbido. Além disso, o envelhecimento natural do sistema auditivo, conhecido como presbiacusia, pode contribuir para o surgimento do zumbido.3 Outras causas incluem:

Lesões no Ouvido: Traumas físicos, infecções no ouvido e a presença de corpos estranhos podem danificar as estruturas auditivas, levando ao zumbido.4

Medicamentos Ototóxicos: Alguns medicamentos, como antibióticos aminoglicosídeos e quimioterápicos, podem causar danos auditivos e, consequentemente, zumbido.4

Doenças Cardiovasculares: Problemas circulatórios, como hipertensão arterial, podem afetar a circulação sanguínea no ouvido interno, resultando em zumbido.4

Problemas Neurológicos: Distúrbios neurológicos, como a doença de Menière e esclerose múltipla, podem causar zumbido devido a disfunções nos nervos auditivos.5

Os mecanismos fisiopatológicos do zumbido são complexos e ainda não estão completamente compreendidos. No entanto, algumas teorias foram desenvolvidas para explicar a origem desse fenômeno auditivo incômodo.2 Entre essas teorias, destacam-se:

Dano às Células Ciliadas: A teoria mais aceita sugere que o zumbido ocorre devido ao dano às células ciliadas na cóclea, parte do ouvido interno responsável pela detecção de sons. Esse dano pode resultar em uma disfunção na transmissão de sinais auditivos ao cérebro, levando à percepção de zumbido.6

Neuroplasticidade Mal adaptativa: Alterações na plasticidade cerebral podem levar a uma interpretação incorreta dos sinais neurais, amplificando a percepção do zumbido. O cérebro pode super compensar o sinal fraco da cóclea, aumentando a percepção do zumbido.6

O tratamento do zumbido é desafiador devido à sua natureza variada e aos mecanismos fisiopatológicos complexos.7 No entanto, várias opções terapêuticas estão disponíveis:

Gerenciamento de Causas Subjacentes: Identificar e tratar as causas subjacentes, como infecções, lesões ou problemas cardiovasculares, pode reduzir ou eliminar o zumbido em alguns casos.8

Terapia de Máscara de Ruído: Essa terapia utiliza sons de máscara (ruído branco) para mascarar o zumbido, tornando-o menos perceptível.8

Terapia Comportamental: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar os pacientes a mudar sua resposta emocional ao zumbido, reduzindo o estresse e a ansiedade associados a ele.8

Medicamentos: Em alguns casos, medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos, podem ser prescritos para aliviar os sintomas emocionais relacionados ao zumbido.9

Dispositivos de Estimulação Auditiva: A utilização de aparelhos auditivos ou implantes cocleares pode melhorar a audição e reduzir a percepção do zumbido em pacientes com perda auditiva concomitante.10

Abordagens Experimentais: Pesquisas estão em andamento para desenvolver tratamentos mais avançados, como a eletroestimulação transcraniana, que visa modular os circuitos cerebrais responsáveis pela percepção do zumbido.11

Embora as opções de tratamento existentes tenham proporcionado alívio para muitos pacientes com zumbido, ainda há um espaço considerável para avanços terapêuticos.11 Além da eletroestimulação transcraniana mencionada anteriormente, outras abordagens inovadoras estão sendo exploradas na pesquisa:

Farmacoterapia Avançada: Pesquisadores estão investigando medicamentos específicos para direcionar os mecanismos fisiopatológicos subjacentes ao zumbido, como drogas que visam proteger ou regenerar as células ciliadas da cóclea.1

Estimulação do Nervo Vago: A estimulação do nervo vago, que modula a atividade neural em todo o corpo, está sendo estudada como uma possível intervenção para reduzir o zumbido.1

Terapias de Neuromodulação: Além da eletroestimulação transcraniana, outras terapias de neuromodulação, como a estimulação do tronco encefálico, estão sendo exploradas para modificar a atividade neural e reduzir o zumbido.2

Genética e Terapia Gênica: Estudos genéticos estão sendo conduzidos para identificar fatores genéticos que possam predispor os indivíduos ao zumbido. A terapia gênica também é uma área de pesquisa promissora para abordar causas genéticas do zumbido.2

Intervenções Psicossociais Personalizadas: A abordagem futura pode envolver intervenções mais personalizadas, levando em consideração não apenas os aspectos físicos do zumbido, mas também os fatores psicológicos e sociais únicos de cada paciente.3

Integração de Tecnologia: O desenvolvimento de aplicativos e dispositivos de monitoramento pode permitir que os pacientes gerenciam seus sintomas de zumbido de forma mais eficaz e fornecem dados valiosos para a pesquisa clínica.4

A compreensão das causas e mecanismos do zumbido está em constante evolução, o que, por sua vez, impulsiona a pesquisa de novas estratégias de tratamento. A abordagem ideal para o zumbido pode variar de paciente para paciente, dependendo das causas subjacentes e das características individuais, e é provável que a medicina personalizada desempenhe um papel cada vez mais importante no tratamento dessa condição.5

Embora o zumbido possa ser uma condição desafiadora de tratar devido à sua complexidade, os avanços contínuos na pesquisa médica oferecem esperança para uma melhor qualidade de vida para aqueles que sofrem com essa condição auditiva debilitante. É fundamental que pacientes e profissionais de saúde continuem a colaborar na busca por soluções cada vez mais eficazes para o zumbido.7

3.2 Eficácia da eletroestimulação transcraniana

A eficácia da eletroestimulação transcraniana (ETC) no tratamento de uma variedade de condições neuropsiquiátricas tem sido um tópico de crescente interesse na comunidade científica e médica. A ETC envolve a aplicação de estímulos elétricos de baixa intensidade diretamente no cérebro por meio de eletrodos posicionados na superfície do couro cabeludo.8

Muitos estudos clínicos têm sido conduzidos para avaliar os efeitos terapêuticos da ETC em condições como depressão, transtorno de ansiedade, esquizofrenia e, mais recentemente, o zumbido, uma condição auditiva caracterizada pelo som constante de ruído ou zumbido nos ouvidos.9

Os resultados desses estudos têm sido variados, e a eficácia da ETC pode depender de vários fatores, incluindo o protocolo de tratamento utilizado, a duração do tratamento e as características individuais do paciente.1 No entanto, algumas descobertas promissoras emergiram:

Depressão Resistente ao Tratamento: A ETC tem demonstrado eficácia no tratamento da depressão resistente ao tratamento com antidepressivos. Muitos pacientes que não respondem a outras formas de terapia encontraram alívio significativo dos sintomas depressivos com a ETC.3

Melhoria dos Sintomas de Ansiedade: Em transtornos de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada, a ETC tem mostrado potencial para reduzir a ansiedade e melhorar o funcionamento emocional.2

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Estudos iniciais sugerem que a ETC pode ser uma opção eficaz para pacientes com TEPT, auxiliando na redução dos sintomas relacionados ao trauma.2

Potencial no Tratamento do Zumbido: Embora a pesquisa esteja em andamento, a ETC também está sendo investigada como uma intervenção promissora no tratamento do zumbido. A aplicação de estimulação elétrica no cérebro pode modular os circuitos neurais envolvidos na percepção do zumbido, com resultados preliminares sugerindo redução dos sintomas em alguns pacientes.4

É importante destacar que a ETC não é uma panaceia e pode não ser eficaz para todos os pacientes ou para todas as condições. Além disso, a pesquisa continua a se aprofundar nos mecanismos de ação e nas melhores práticas de aplicação da ETC. A decisão de utilizar a ETC como parte de um plano de tratamento deve ser feita em consulta com um profissional de saúde qualificado e deve levar em consideração o perfil individual de cada paciente, bem como os benefícios e riscos potenciais associados a essa técnica.5

A pesquisa contínua sobre a eficácia da eletroestimulação transcraniana (ETC) é fundamental para aprimorar nossa compreensão de como essa técnica pode ser melhor aplicada em diferentes contextos clínicos.6 Isso inclui:

Exploração de Protocolos de Tratamento Personalizados: À medida que a pesquisa avança, uma abordagem mais personalizada para a ETC pode se tornar uma realidade. Isso envolveria a adaptação dos protocolos de tratamento com base nas características individuais dos pacientes, como a localização dos circuitos neurais afetados e a gravidade dos sintomas.7

Aprofundamento nos Mecanismos Neurobiológicos: Compreender em detalhes os mecanismos neurobiológicos pelos quais a ETC age no cérebro é crucial. Isso pode levar ao desenvolvimento de protocolos mais eficazes e específicos para tratar condições específicas.7

Identificação de Marcadores de Resposta: A pesquisa pode ajudar a identificar marcadores biológicos que predizem a resposta de um paciente à ETC. Isso permitiria uma seleção mais precisa de pacientes que provavelmente se beneficiariam mais com essa abordagem.8

Avaliação de Efeitos a Longo Prazo: É importante entender não apenas a eficácia da ETC a curto prazo, mas também seus efeitos a longo prazo. Estudos de acompanhamento são necessários para avaliar a estabilidade dos resultados ao longo do tempo.8

Comparação com Outras Terapias: A pesquisa deve continuar comparando a eficácia da ETC com outras formas de tratamento disponíveis. Isso pode ajudar os profissionais de saúde a tomar decisões informadas sobre qual abordagem é mais apropriada para cada paciente.9

Segurança a Longo Prazo: Monitorar a segurança da ETC a longo prazo é essencial. Isso inclui investigar a ocorrência de potenciais efeitos colaterais e garantir que os benefícios superem os riscos.10

A ETC é uma técnica promissora que tem demonstrado eficácia em uma variedade de condições neuropsiquiátricas, incluindo depressão, ansiedade e, possivelmente, zumbido. No entanto, a pesquisa contínua é necessária para refinar protocolos de tratamento, compreender melhor os mecanismos de ação e identificar pacientes que mais se beneficiam com essa abordagem. A colaboração entre cientistas, médicos e pacientes desempenha um papel fundamental no progresso dessa área e na melhoria do tratamento para aqueles que necessitam de intervenções eficazes.11

3.3 Os fundamentos neurobiológicos da eletroestimulação transcraniana e seu potencial para modular os circuitos neurais envolvidos no zumbido

Os fundamentos neurobiológicos da eletroestimulação transcraniana (ETC) residem na capacidade dessa técnica de influenciar a atividade neural por meio da aplicação de estímulos elétricos diretos sobre o cérebro. A ETC envolve a utilização de eletrodos posicionados na superfície do couro cabeludo, por onde são aplicadas correntes elétricas de baixa intensidade. Essas correntes elétricas podem modular a excitabilidade neuronal e, assim, afetar a atividade dos circuitos neurais envolvidos no zumbido.1

O cérebro é uma rede complexa de neurônios que se comunicam por meio de sinais elétricos. No contexto do zumbido, a atividade anormal nesses circuitos neurais pode levar à percepção do som fantasma. A ETC atua interferindo nessa atividade anômala por meio de seus efeitos na polarização neuronal.2

A polarização neuronal é o processo pelo qual a carga elétrica dentro das células nervosas é ajustada para controlar sua excitabilidade. A ETC pode induzir a polarização neuronal, alterando o potencial de repouso das células nervosas e, assim, afetando sua capacidade de disparar impulsos elétricos. Isso pode ser benéfico no tratamento do zumbido, pois circuitos neurais hiperativos ou desregulados podem ser normalizados ou silenciados.3

Além disso, a ETC pode influenciar a liberação de neurotransmissores, substâncias químicas que permitem a comunicação entre neurônios. A estimulação elétrica pode modular a liberação de neurotransmissores, afetando a transmissão sináptica e, por sua vez, a atividade dos circuitos neurais. Essa capacidade de alterar a química cerebral é um aspecto fundamental do potencial terapêutico da ETC no tratamento do zumbido.4

A compreensão dos mecanismos neurobiológicos subjacentes à eletroestimulação transcraniana (ETC) e seu potencial na modulação dos circuitos neurais envolvidos no zumbido é fundamental para a pesquisa e desenvolvimento de intervenções terapêuticas eficazes. A ETC é uma técnica que se baseia na plasticidade cerebral, a capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar suas conexões em resposta a estímulos externos. Nesse contexto, a ETC tem o potencial de remodelar circuitos neurais disfuncionais associados ao zumbido.4

A aplicação controlada de correntes elétricas por meio da ETC pode ter vários efeitos sobre os circuitos neurais:

Modulação da Excitabilidade Neuronal: A ETC pode aumentar ou diminuir a excitabilidade neuronal em áreas específicas do cérebro. Isso é fundamental para normalizar a atividade neural hiperativa ou desequilibrada associada ao zumbido.5

Neurotransmissão: A ETC pode influenciar a liberação de neurotransmissores, como o glutamato e o GABA, que desempenham papéis cruciais na comunicação entre neurônios. Essa influência na química cerebral pode ajudar a restaurar o equilíbrio neuronal.5

Reorganização Neural: Por meio de sessões de ETC repetidas, os circuitos neurais podem passar por reorganizações duradouras, o que pode resultar em uma redução sustentada dos sintomas do zumbido.7

É importante ressaltar que a ETC pode ser direcionada para áreas específicas do cérebro, dependendo do protocolo de tratamento utilizado. Portanto, uma abordagem personalizada, baseada na localização dos circuitos neurais envolvidos no zumbido de cada paciente, pode ser desenvolvida para otimizar os resultados terapêuticos.8

A pesquisa nessa área está em constante evolução, com estudos clínicos em andamento para avaliar a eficácia da ETC no tratamento do zumbido. Além disso, avanços na neuroimagem, como a ressonância magnética funcional, estão permitindo uma compreensão mais profunda dos efeitos da ETC no cérebro humano, auxiliando no refinamento das técnicas.11

À medida que a pesquisa avança no campo da eletroestimulação transcraniana (ETC) para o tratamento do zumbido, torna-se cada vez mais evidente que essa técnica oferece oportunidades significativas para abordar os desafios associados a essa condição auditiva debilitante.10

A compreensão dos fundamentos neurobiológicos da ETC levanta questões importantes sobre como essa técnica pode ser otimizada para obter os melhores resultados no tratamento do zumbido.11 Alguns dos principais tópicos de pesquisa e considerações incluem:

Localização e Alvo da ETC: Identificar as áreas específicas do cérebro relacionadas ao zumbido e definir os melhores alvos para a ETC é crucial. A pesquisa deve explorar quais regiões cerebrais e protocolos de estimulação são mais eficazes para reduzir os sintomas do zumbido.1

Duração e Frequência da Terapia: Determinar a frequência e a duração ideais das sessões de ETC é fundamental para a eficácia do tratamento. Estudos clínicos precisam avaliar diferentes regimes de tratamento para encontrar o equilíbrio certo entre eficácia e tolerabilidade.2

Personalização do Tratamento: Reconhecer que o zumbido pode ter várias causas e mecanismos subjacentes é essencial. A pesquisa deve se concentrar em desenvolver abordagens personalizadas, levando em consideração as características individuais dos pacientes.3

Segurança e Efeitos Colaterais: A segurança da ETC é uma consideração importante. Estudos clínicos devem avaliar cuidadosamente os potenciais efeitos colaterais e riscos associados à técnica.3

Integração com Outras Terapias: A ETC pode ser usada isoladamente ou em combinação com outras terapias, como terapia cognitivo-comportamental, reabilitação auditiva e farmacoterapia. A pesquisa deve investigar como a ETC pode ser integrada eficazmente em protocolos de tratamento abrangentes.4

Avaliação de Resultados: Desenvolver critérios claros e medidas objetivas para avaliar a eficácia da ETC é fundamental. Isso inclui não apenas a redução do zumbido em si, mas também a melhoria na qualidade de vida dos pacientes.4

Mecanismos Neurobiológicos Detalhados: Continuar a pesquisa para uma compreensão mais profunda dos mecanismos neurobiológicos pelos quais a ETC atua no cérebro é essencial para o desenvolvimento de protocolos de tratamento mais eficazes.5

A pesquisa em ETC para o tratamento do zumbido está em constante evolução, e a colaboração entre cientistas, médicos e pacientes desempenha um papel fundamental no progresso dessa área. À medida que a compreensão dos fundamentos neurobiológicos se aprofunda e a pesquisa clínica continua, a esperança é que a ETC se torne uma opção terapêutica mais acessível e eficaz para aqueles que vivem com o zumbido, melhorando significativamente sua qualidade de vida e aliviando os sintomas debilitantes associados a essa condição auditiva.6

Embora a eletroestimulação transcraniana (ETC) mostre grande promessa no tratamento do zumbido, é importante reconhecer que existem desafios a serem superados antes que essa técnica seja amplamente adotada na prática clínica.9 Alguns desses desafios incluem:

Padronização: Estabelecer protocolos de tratamento padronizados e diretrizes clínicas claras é essencial para garantir a eficácia e a segurança da ETC. Isso requer pesquisa adicional para determinar as melhores práticas.11

Aprofundamento dos Mecanismos de Ação: Compreender os mecanismos precisos pelos quais a ETC afeta os circuitos neurais envolvidos no zumbido é crucial. Isso pode ajudar a direcionar a terapia de forma mais específica e eficaz.11

Custos e Acessibilidade: A ETC envolve equipamentos especializados e profissionais treinados, o que pode tornar o tratamento caro e menos acessível para alguns pacientes. É importante explorar opções para tornar a ETC mais acessível.2

Resultados a Longo Prazo: A eficácia da ETC a longo prazo e sua capacidade de manter a redução dos sintomas do zumbido são áreas de pesquisa crítica. A determinação da duração dos benefícios é fundamental para o gerenciamento contínuo do zumbido.3

Efeitos Colaterais e Segurança a Longo Prazo: Embora a ETC seja considerada segura, é importante continuar monitorando e relatando quaisquer efeitos colaterais ou riscos associados ao tratamento a longo prazo.4

A pesquisa em ETC para o tratamento do zumbido está em um estágio empolgante e em constante evolução. À medida que os fundamentos neurobiológicos são melhor compreendidos e os estudos clínicos continuam a fornecer insights valiosos, é possível que a ETC se torne uma opção terapêutica amplamente reconhecida e eficaz para uma parcela significativa de pessoas que sofrem com o zumbido.2

No entanto, é importante que os pacientes que considerem a ETC como parte de seu tratamento discutam suas opções com profissionais de saúde qualificados e participem de estudos clínicos, quando apropriado, para contribuir para o avanço da pesquisa nesse campo. Com esforços contínuos e colaborativos, a esperança é que o zumbido possa ser cada vez mais controlado e aliviado, proporcionando uma melhor qualidade de vida para aqueles que vivem com essa condição auditiva desafiadora.1

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A utilização da eletroestimulação transcraniana (ETC) em pacientes com zumbido, também conhecido como tinido, é uma área de pesquisa e tratamento em constante evolução. O zumbido é uma condição auditiva debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada pela percepção de ruídos ou sons persistentes nos ouvidos, mesmo na ausência de uma fonte sonora externa.1

A ETC, que envolve a aplicação de correntes elétricas de baixa intensidade diretamente no cérebro por meio de eletrodos posicionados na superfície do couro cabeludo, tem se mostrado uma abordagem promissora no tratamento do zumbido. A pesquisa nessa área busca entender os mecanismos neurobiológicos pelos quais a ETC pode modular os circuitos neurais envolvidos na percepção do zumbido e, assim, reduzir ou aliviar os sintomas.2

Estudos clínicos preliminares sugerem que a ETC pode oferecer benefícios significativos para alguns pacientes com zumbido, levando a uma redução na intensidade do zumbido e na angústia associada. No entanto, é importante destacar que os resultados variam entre os indivíduos, e a eficácia da ETC pode depender de vários fatores, incluindo a causa subjacente do zumbido, a localização dos circuitos neurais afetados e a duração do tratamento.3

A pesquisa futura na área da ETC para o zumbido deve continuar a explorar questões importantes, como a otimização dos protocolos de tratamento, a identificação de marcadores de resposta, a avaliação da segurança a longo prazo e a comparação da ETC com outras opções terapêuticas disponíveis. Além disso, a personalização do tratamento com base nas características individuais dos pacientes pode desempenhar um papel fundamental na maximização dos benefícios terapêuticos.4

O progresso contínuo na pesquisa sobre a utilização da eletroestimulação transcraniana (ETC) no tratamento do zumbido reflete a busca incessante por terapias eficazes e inovadoras para aliviar essa condição auditiva debilitante.5 À medida que avançamos no entendimento dos mecanismos neurobiológicos subjacentes e na otimização dos protocolos de tratamento, é importante ressaltar algumas perspectivas e considerações adicionais:

Abordagem Multidisciplinar: O tratamento do zumbido muitas vezes requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo audiologistas, otorrinolaringologistas, neurologistas, psicólogos e outros profissionais de saúde. A ETC pode ser uma parte integrante desse arsenal terapêutico, complementando outras intervenções.6

A Importância da Pesquisa Clínica: Estudos clínicos rigorosos e bem conduzidos são essenciais para determinar a eficácia e a segurança da ETC no tratamento do zumbido. A participação de pacientes em ensaios clínicos é fundamental para avançar na compreensão e no desenvolvimento dessa técnica.7

Cautela e Expectativas Realistas: Embora a ETC tenha mostrado promessas promissoras, é importante que os pacientes e profissionais de saúde mantenham expectativas realistas. Nem todos os pacientes podem se beneficiar da mesma forma da ETC, e os resultados podem variar.8

Pesquisa Contínua: A pesquisa deve continuar a explorar novos aspectos da ETC, como a personalização do tratamento com base na anatomia cerebral individual, a identificação de subtipos de zumbido que podem responder melhor à ETC e a combinação da ETC com outras terapias.9

Avaliação de Qualidade de Vida: Além da redução dos sintomas do zumbido, é importante avaliar o impacto da ETC na qualidade de vida dos pacientes, incluindo seu bem-estar emocional e social.10

A ETC representa uma opção terapêutica emocionante e em desenvolvimento para pacientes com zumbido. A pesquisa contínua e a colaboração entre cientistas, médicos e pacientes desempenham um papel fundamental na busca por terapias cada vez mais eficazes e personalizadas para essa condição auditiva desafiadora. Embora os desafios permaneçam, a esperança é que a ETC possa, no futuro, desempenhar um papel significativo na melhoria da qualidade de vida daqueles que vivem com o zumbido.11

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas considerações finais, é importante destacar que o zumbido é uma condição auditiva que afeta muitos indivíduos e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida. A busca por tratamentos eficazes e inovadores para o zumbido é uma prioridade médica e de pesquisa, e a eletroestimulação transcraniana (ETC) representa uma das abordagens mais promissoras nesse campo.

A pesquisa sobre a ETC no tratamento do zumbido continua a avançar, com resultados iniciais que sugerem benefícios significativos para alguns pacientes. No entanto, é fundamental reconhecer que a eficácia da ETC pode variar de pessoa para pessoa e depende de diversos fatores, incluindo a causa subjacente do zumbido e as características individuais do paciente.

A colaboração entre cientistas, médicos e pacientes é essencial para o progresso nessa área. A participação em estudos clínicos e a coleta de dados são vitais para aprimorar nossos conhecimentos sobre a ETC e seu potencial no tratamento do zumbido.

Além disso, a pesquisa deve continuar a explorar novas direções, como a personalização do tratamento, a identificação de marcadores de resposta e a combinação da ETC com outras terapias.

À medida que a pesquisa avança e a compreensão dos mecanismos neurobiológicos melhora, a esperança é que a ETC possa desempenhar um papel cada vez mais significativo no alívio dos sintomas do zumbido e na melhoria da qualidade de vida daqueles que sofrem com essa condição auditiva debilitante.

Portanto, as considerações finais destacam a importância da perseverança na busca por soluções terapêuticas para o zumbido e incentivam a comunidade médica e científica a continuar explorando novas abordagens, visando um futuro mais promissor para aqueles afetados por essa condição.

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1Graduado do Curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas IESGO, Orcid:https://orcid.org/0009-0000-0176-9127  E-mail: robertofrancamf@gmail.com

2Graduado em fisioterapia pela faculdade UNOESTE- SP, mestrado e doutorado em ciências da saúde pela UnB, professor  da faculdade IESGO-GO. Contato email.ronney.jorge@gmail.com

3Graduado em fisioterapia pela faculdade UNOESTE- SP, mestrado em ciências da saúde pela UnB, professora  da faculdade IESGO-GO

4Graduada em fisioterapia pela UnB, mestrado pela UnB e professora da faculdade IESGO