USUÁRIOS DEPENDENTES DE ÁLCOOL: ESPIRITUALIDADE E ADESÃO AO TRATAMENTO

ALCOHOL DEPENDENT USERS: SPIRITUALITY AND ADHERENCE TO TREATMENT

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/cl10202410081744


Jakeline Sousa Silva1
Plácido Lucio Rodrigues Medrado2
Leila Rute O. G. do Amaral3
Talita Buttarello Mucari4


Resumo

O alcoolismo é um problema de saúde pública global, com impactos significativos na saúde física, mental e social. A adesão ao tratamento é essencial para a reabilitação, e a espiritualidade tem se mostrado fator importante nesse processo. Este estudo relaciona à espiritualidade com a adesão ao tratamento em usuários dependentes de álcool, admitidos e readmitidos, em acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) de Palmas/TO. Trata-se de pesquisa observacional, descritiva e prospectiva de abordagem quantitativa, realizada com 40 pacientes dependentes de álcool, entre setembro de 2023 e junho de 2024. Os dados foram coletados por meio de questionários padronizados, incluindo a Escala de Bem-Estar Espiritual (EBE) e a Ficha de Acompanhamento de Adesão ao Tratamento. A análise estatística descritiva das variáveis qualitativas foi efetuada por meio de frequência absoluta e percentual, a associação da adesão ao tratamento e o bem-estar espiritual foi verificada através do teste Exato de Fisher, com uma significância de 5% (p<0,05). A maioria dos participantes eram homens (82,5%), com idade entre 31 e 59 anos (85%), de cor parda (75%), e com renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos (55%). Observou-se que 42,5% dos pacientes aderiram ao tratamento, e 57,5% não aderiram. Apesar da espiritualidade desempenhar um papel relevante, ela não é terminante na adesão ao tratamento para dependência de álcool no contexto do CAPS AD III. A adesão ou não ao tratamento é semelhante entre os pacientes, mesmo que tenham altos escores de espiritualidade.

Palavras-chave: Aderência ao Tratamento; Alcoolismo; Espiritualidade.

1. INTRODUÇÃO

O alcoolismo, também conhecido como síndrome de dependência de álcool (SDA), é um problema de saúde pública de alta prevalência global, impactando profundamente a saúde física, mental e o bem-estar social dos indivíduos (Dieh, Cordeiro & Laranjeira, 2011). A adesão ao tratamento para a dependência de álcool é fundamental para a reabilitação dos pacientes, mas constitui um desafio complexo influenciado por diversos fatores, incluindo os aspectos psicossociais (WHO, 2003). 

A espiritualidade é frequentemente identificada como um fator relevante para a adesão ao tratamento, sendo um conceito amplo que transcende a religião organizada e envolve a busca pessoal por significado e propósito além do eu individual (Koenig, 2001; Hill & Pargament, 2003; Zagozdzon & Wrotkwsa, 2017). Apesar de frequentemente usada como sinônimo de religião, a espiritualidade refere-se a uma busca pessoal por algo transcendente, enquanto a religião envolve sistemas organizados de crenças e práticas (Koenig, 2012). A Organização Mundial de Saúde já reconhecia o bem-estar espiritual como parte do estado de saúde desde 1998, destacando os efeitos benéficos da abordagem espiritual no tratamento de dependências (Sanchez & Nappo, 2007). 

Em razão da alta prevalência de alcoolismo e da escassez de estudos específicos sobre a influência da espiritualidade na adesão ao tratamento do etilismo no estado do Tocantins, o  presente trabalho realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil e da Universidade Federal do Tocantins, tem como objetivo relacionar a espiritualidade com a adesão ao tratamento em usuários dependentes de álcool, admitidos e readmitidos, em acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) de Palmas/TO.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Estima-se que as mortalidades resultantes do consumo de álcool são maiores do que as causadas pela AIDS e tuberculose (WHO, 2018). Sendo um grande problema de saúde pública amplamente estudado, a literatura atual afasta a tese de que o alcoolismo seria apenas um problema comportamental. A síndrome de dependência de álcool (SDA), apresenta-se como uma enfermidade biopsicossocial, com componentes genéticos, neurobiológicos, psicológicos e sociais (Meyers et al., 2023).

Por mais que ainda não tenha sido aderida pelo Brasil, a 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi atualizada com o propósito de evidenciar o avanço científico e médico durante os últimos 30 anos. Nesse contexto, a CID 11 traz uma definição atualizada da dependência de álcool enfatizando a repetição e a continuidade do uso como comportamentos-chave nesse processo, levando a persistência do hábito nocivo mesmo de forma consciente (WHO, 2019).

Segundo Heilig et al., (2019), o alcoolismo é uma área urgente de necessidades médicas não atendidas, uma vez que, apenas uma pequena fração de pacientes recebe tratamentos terapêuticos baseados em evidências. Para tanto, as medidas farmacológicas e comportamentais atuais podem ajudar os pacientes a diminuir o consumo de álcool e levar a abstinência, mas como uma morbidade multifatorial, urge a necessidade de maiores investigações para descobrir os demais componentes críticos que influenciam na etiologia e terapia (Witkiewitz, Litten & Leggio, 2019). 

Nesse contexto, segundo Zerbertto et al., (2017), os etilistas em tratamento reconhecem o papel significativo da espiritualidade como recurso adicional de suporte emocional, propósito e resiliência durante o processo de recuperação. Além disso, a espiritualidade também é posicionada como uma jornada pessoal para compreender questões humanas existenciais, como o significado da vida e da morte (Lucchetti, G.; Lucchetti, A. L. G.; Avezem, A.J, 2011). Com a relevância da temática, busca-se formas de quantificar a espiritualidade dos indivíduos, assim, a medição do bem-estar espiritual pode ser facilitada com escalas validadas como a proposta por Paloutzian & Ellison (1982).

Ellison (1983), define o bem-estar espiritual como a experiência de um senso de propósito que justifica o comprometimento com algo na vida e trazendo um significado supremo. Fortalecendo essa tese, a espiritualidade tem sido associada à melhora da saúde mental, melhor adaptação ao estresse e estilos de vida mais saudáveis (Saad, Masiero & Battistella, 2001). Portanto, a espiritualidade apresenta-se como um tema de relevância, emergindo como um fator importante para a promoção de saúde e bem-estar (Koenig, 2012; Balboni et al., 2022).  

Assim, temos a espiritualidade como um possível fator que influencia positivamente o tratamento e recuperação (Souza, 2015).  Corroborando a isso, Feitosa et al., (2024), em um estudo realizado em uma unidade do CAPS Ad em Belém/PA, verificaram que a espiritualidade se apresenta como um fator de auxílio na busca do enfrentamento das adições, favorecendo a adesão ao tratamento. 

Quando se aborda a temática de adesão ao tratamento, a falta de consenso quanto à sua definição e aos critérios que devem ser aplicados para obter a resposta a esse fenômeno dificultam a realização de estudos que visam investigar as razões por trás da falta de adesão e, consequentemente, as implicações clínicas da problemática (Cruz, 2017).  Dentro desse impasse, têm-se a possibilidade da utilização de medidas subjetivas, como aplicação de instrumentos padronizados para a mensuração, ou solicitar o relato a partir da percepção dos pacientes sobre comportamentos associados à adesão (WHO, 2003). 

Entre as diversas definições, Monteiro et al., (2011) relaciona aderência com a permanência de três meses ou mais, considerando, adicionalmente, o segmento das orientações de saúde indicada pelos profissionais, aliada à regularidade durante todo o curso de tratamento. 

Apesar da clara importância da adesão no tratamento para dependência química, a sua incidência é baixa, com muitos dependentes iniciando o processo terapêutico, mas poucos permanecendo (Monteiro et al., 2011; Araújo et al., 2013). Na busca por conhecer os fatores relevantes à adesão, a literatura aponta a influência de variáveis sociodemográficas, tais como etnia, idade, ocupação e nível educacional (Oslin, Pettinati &Volpicelli, 2002; Peixoto et al., 2010; Monteiro et al., 2011; Araújo et al., 2012; Leite et al., 2018)

3. METODOLOGIA

Pesquisa de caráter observacional, descritiva e prospectiva, com enfoque quantitativo, realizada com indivíduos dependentes de álcool, admitidos ou readmitidos no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD III) do município de Palmas/TO, localizado na Quadra 105 Norte, Alameda dos Jatobás, em Palmas, Tocantins. 

A coleta de dados foi realizada de setembro de 2023 a junho de 2024. A amostra foi composta por 40 pacientes que se enquadraram nos critérios de elegibilidade. Adotaram-se os seguintes critérios de inclusão: indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 59 anos, que foram admitidos ou readmitidos para acompanhamento no CAPS AD III durante o período mencionado. Excluíram-se do estudo: pacientes que já estavam em acompanhamento no início da coleta de dados, com sintomas psicóticos, sob efeito de substâncias psicoativas no momento da coleta, com diagnóstico de deficiência intelectual ou transtornos do neurodesenvolvimento, e com transtornos mentais e comportamentais relacionados ao uso de múltiplas drogas (CID F.19). 

Os dados foram colhidos após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP da Universidade Federal do Tocantins – UFT, por meio do número CAAE: 69731223.9.0000.5519, em conjunto com a autorização da Comissão de Avaliação de Projetos de Pesquisa (CAPP) da Fundação Escola de Saúde de Palmas/TO (FESP) sob número 243/2023. 

Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), em sala climatizada indicada pela coordenação do serviço, aplicou-se os instrumentos de coleta dos dados de forma individual e padronizada. São eles: 

A) Ficha de Acompanhamento de Adesão ao Tratamento da Dependência de Álcool ajustada de Araújo (2021), da qual considera-se como aderido o paciente que se manteve por pelo menos três meses em tratamento (Peixoto et al., 2010; Monteiro et al., 2011) e obteve participação mínima de oito atendimentos (Garcia & Marceiera, 2003), considerando seu plano de tratamento individualizado (PTS). A verificação de frequências às consultas foi realizada por meio do sistema eletrônico de Prontuário (E-SUS) e registradas de forma individualizada em planilhas do Excel.

 B) Escala de Bem-estar Espiritual (EBE) – inicialmente criada por Paloutzian & Ellison (1982), adaptada e validada para o Brasil por Marques, Sarreira & Dell’Aglio (2009). O uso da EBE objetivou obter uma métrica confiável e válida para o bem-estar espiritual. Parte das questões da escala é escrita na direção positiva e parte negativa. O instrumento possui 20 questões que foram respondidas através de escala Likert de seis opções: concordo totalmente (CT), concordo mais que discordo (Cd), concordo parcialmente (CP), discordo parcialmente (DP), discordo mais que concordo (Dc), e discordo totalmente (DT). As questões com conotação positiva (3, 4, 7, 8, 10, 11, 14, 15, 17, 19 e 20) têm sua pontuação somada da seguinte maneira, CT=6, Cd=5, CP=4, DP=3, Dc=2 e DT=1. As demais questões são negativas e foram somadas de forma invertida (CT=1, Cd=2, CP=3 e assim por diante). Para obter o resultado da escala, somou-se as pontuações destas 20 questões e os escores variaram de 20 a 120 (Marques, Sarreira & Dell’Aglio, 2009). Pontuações estabelecidas entre (20 a 40) correspondem a um baixo bem-estar espiritual, bem-estar espiritual moderado está de (41 a 99), já de (100 a 120) demonstra-se um alto bem-estar espiritual (Paloutzian & Ellison, 1982). 

Após a coleta, as respostas foram tabuladas em planilha do Excel (Microsoft Office Excel® 2022) com dupla conferência pelos pesquisadores e, posteriormente, transportadas para o programa estatístico SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences – versão 29.0). A análise estatística descritiva dos dados foi efetuada por meio de frequências absoluta e percentual. A associação entre o Bem-estar Espiritual e Adesão ao Tratamento foi verificada por meio do teste Exato de Fisher, ao nível de significância de 5% (p<0,05).

.4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dos 40 participantes com idades entre 18 e 59 anos, usuários dependentes de álcool, admitidos e readmitidos, em acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD III), 33 (82,5%) eram do sexo masculino, 30 (75,5%) se declararam pardos, 22 (55%) tinham renda familiar de 1 a 3 salários mínimos, 17 (42,5%) possuíam ensino médio completo e 35 (87,5%) relataram professar alguma religião. O perfil sociocultural dos pacientes está detalhado na Tabela1.

A maior parte dos usuários pesquisados pertencer ao sexo masculino é consistente com a literatura, uma vez que, diversas pesquisas relacionam maior aceitação do consumo de álcool pelos homens, consequentemente maior índice de alcoolismo nessa população (Erol & Karpyak, 2015; Patró-Hernández, Robles & Limiña-Gras, 2019). Outrossim, quando analisados os serviços de saúde para o tratamento de adicções, verifica-se que as mulheres têm menor probabilidade de procurá-los (Pierry et al., 2021). O abuso de álcool é um comportamento do qual as mulheres são culturalmente dissociadas, essa invisibilização pode prejudicar a atuação dos serviços nas demandas femininas (Alves & Rosa, 2016).

 A idade média dos participantes foi de 40,28±9,936 anos, coerente com o apontado por Bray, Dziak & Lanza (2019), que demonstraram maior tendência de jovens adultos terem mais episódios de consumo excessivos e extremos, no entanto mais ocasionais; enquanto os bebedores frequentes costumam ser mais velhos com o pico aos 49 anos. A renda familiar foi similar aos dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE (2022). Para Goeji et al., (2015), pessoas que enfrentam dificuldades financeiras podem usar o álcool como forma de manejo da ansiedade, depressão e outras angústias emocionais. Em relação ao nível de instrução, o fato de 42,5% dos participantes terem ensino médio completo, pode sugerir que um nível educacional adequado tenha um impacto positivo na compreensão das consequências negativas do etilismo e encoraje a buscar por tratamento (Rosoff et al., 2019).

 Referente à adesão ao tratamento, os dados obtidos nesta pesquisa revelam que 42,5% (n=17) apresentaram adesão ao tratamento no período de três meses, enquanto 57,5% (n=23) dos pacientes não aderiram. Os achados deste trabalho alinham-se com os resultados de Monteiro (2011) realizado no CAPSad no estado do Piauí, que demonstrou menor adesão ao tratamento dos pacientes estudados. Esses números podem refletir desafios comuns na adesão ao tratamento em contextos de saúde mental e abuso de substâncias. Gonçalves et al., (2019) destacaram fatores que impactam a adesão ao tratamento, como a criação de vínculo significativo com a equipe de saúde, a oferta de atividades e o suporte familiar. Corroborando com esses aspectos, Paiano et al., (2020) apontaram os mesmos fatores e adicionaram a variável facilidade de acesso ao serviço. 

Com relação à espiritualidade, a maioria dos usuários estudados apresenta níveis moderados de bem-estar espiritual (62,5%, n=24), enquanto apenas 2,5% (n=1) possuem nível baixo e 37,5% (n=15) alto. A literatura demonstra que a espiritualidade tem impacto positivo em pacientes com alcoolismo, em termos de prognóstico e adesão ao tratamento, como apontado por Pinderman et al., (2008). A Tabela 2 apresenta a distribuição de frequências para as variáveis Adesão ao Tratamento e Bem-Estar Espiritual, além do resultado do teste de associação entre elas.

Tabela 2: Frequências absolutas (N) e percentuais (%) da Adesão ao Tratamento e do Bem-Estar Espiritual e associação entre as variáveis em usuários de álcool dependentes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) do município de Palmas/TO, Brasil, 2024.

A Tabela 2 apresenta a distribuição de frequências para as variáveis Adesão ao Tratamento e Bem-Estar Espiritual, além do resultado do teste de associação entre elas. Conforme verificado na Tabela 2, não houve associação significativa entre as variáveis Bem-Estar Espiritual e Adesão ao Tratamento. Esse resultado corrobora com os achados de Zonta, Vernáglia & Sória (2020). Observa-se que no contexto dos pacientes do CAPS AD III, mesmo entre os que obtiveram altos escores de espiritualidade, a adesão ou não ao tratamento é relativamente semelhante. Desse modo, embora a espiritualidade desempenhe um papel relevante no contexto de tratamento para dependência de álcool, sua influência na adesão ao tratamento demonstra-se insuficiente, sendo necessário considerar outros fatores interferentes nesse processo. 

Ademais, a religião pode ser interpretada como uma dimensão da espiritualidade, da qual se encarrega os ritos, aliado a isso, a intervenção religiosa demonstra-se como uma ferramenta eficaz na recuperação de dependentes de drogas, proporcionando apoio espiritual e social (Sanchez & Nappo, 2008; Koenig, 2012). Ressalta-se que nesta pesquisa a maioria declarou ter religião, e ainda que entre os 17 pacientes que aderiram ao tratamento, 47,06% (n=8) se denominaram evangélicos, 29,41% (n=5) católicos, 5,88% (n=1) da umbanda e 17,65% (n=3) não possuem religião. Com isso, a religiosidade ilustra uma complexa relação entre fé, comunidade e recuperação.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa demonstrou a inexistência de associação entre Bem-Estar Espiritual e Adesão ao Tratamento, entre os usuários dependentes de álcool admitidos e readmitidos no CAPS AD III de Palmas/TO. A adesão de menos da metade dos usuários ao programa reflete que desafios são enfrentados na manutenção do tratamento. 

Embora a espiritualidade seja frequentemente associada aos melhores resultados de saúde, os dados não demonstraram significância dessa variável para aderência ao tratamento, indicando que a espiritualidade, ainda que relevante, não é um fator determinante na adesão ao tratamento para dependência de álcool entre esses pacientes. 

Como limitação desta pesquisa, a amostra restrita não permite a generalização para outras situações ou regiões. Para futuras pesquisas, sugere-se a realização de estudos longitudinais para avaliar a evolução da adesão ao tratamento ao longo do tempo e o delineamento de fatores influenciadores da aderência de forma mais robusta.

REFERÊNCIAS

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1Discente do curso de Medicina, bolsista Pibic/CNPq, Universidade Federal do Tocantins, Campus Palmas. E-mail: silva.jakeline@mail.uft.edu.br

2Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal do Tocantins Campus Palmas. E-mail: nome@provedor.com.br

3Docente do curso de Medicina, Universidade Federal do Tocantins, Universidade Federal do Tocantins, Campus Palmas. Dra. em Psicologia. E-mail: leila.gurgel@mail.uft.edu.br

4Docente do curso de Medicina, Universidade Federal do Tocantins, Universidade Federal do Tocantins, Campus Palmas. Dra. em Genética e Evolução. E-mail: tmucari@uft.edu.br