USE OF INTRARADICULAR PINS USED BY DENTISTS IN THE CITY OF PORTO VELHO
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7998543
José Olímpio de Vasconcelos Júnior1
Ana Karollyne Rodrigues Viana²
Paulo Roberto Marão de Andrade Carvalho³
Maria Fernanda Borro Bijella⁴
Rodrigo Jacon Jacob⁵
Rogério Batista da Costa⁶
João Carlos Vicente de Barros Júnior⁷
Regina Marcia Serpa Pinheiro⁸
Chimene Kuhn Nobre⁹
RESUMO
O artigo discute como os pinos intrarradiculares podem ser utilizados na reabilitação de dentes com extensa destruição coronária, proporcionando benefícios estéticos e funcionais aos pacientes e também o uso pelos cirurgiões dentistas. Os materiais utilizados na confecção dos pinos têm sido desenvolvidos com propriedades cada vez melhores, como resistência, estética, elasticidade semelhante à dentina e boa adesividade. No entanto, é importante seguir critérios como um tratamento endodôntico satisfatório e um preparo conservador. Além disso, o profissional deve escolher o dispositivo de retenção mais adequado e o melhor material de cimentação conforme a necessidade do caso. A reabilitação com pinos tem mostrado resultados positivos e promissores na odontologia moderna, restaurando a função dos dentes e oferecendo benefícios estéticos e psicológicos para os pacientes.
Palavras-chave: Técnica para retentor intrarradicular. Estética Dentária. Odontólogos.
ABSTRACT
The article discusses how intraradicular posts can be used in the rehabilitation of teeth with extensive coronal destruction, providing aesthetic and functional benefits to patients and also their use by dentists. The materials used in the manufacture of posts have been developed with increasingly better properties, such as resistance, aesthetics, elasticity similar to dentin and good adhesiveness. However, it is important to follow criteria such as satisfactory endodontic treatment and conservative preparation. In addition, the professional must choose the most appropriate retention device and the best cementation material according to the case’s needs. Pin rehabilitation has shown positive and promising results in modern dentistry, restoring tooth function and offering aesthetic and psychological benefits to patients.
Keywords: Technique for intraradicular retainer. Dental Aesthetics. Dentists.
1. INTRODUÇÃO
Os dentes são estruturas naturais que desempenham papel fundamental na alimentação e convívio do ser humano e por vezes são acometidos por lesões cariosas, traumas e desgastes provocados por patologias, todavia, existem situações em que o desgaste é tão extenso que procedimentos convencionais restauradores não são suficientes para reabilitação. Os retentores intrarradiculares surgiram da necessidade de se obter um meio de retenção no canal radicular que promovesse retenção, adesão e suporte do material restaurador ou coroa e que disponibilizasse características inerentes ao dente natural (SALAZAR et al, 2014). Além disso, o uso de pinos intrarradiculares é precedido de tratamento endodôntico satisfatório, a preservação de estrutura dentária durante a endodontia influência na vitalidade dentária e consequentemente na utilização ou não de retentores intraradiculares (ITIKAWA e BALTIERI, 2014). Segundo Baratieri et al (2014), o seu uso depende de certas condições, como é o caso de grande perda de estrutura coronária ou mesmo quando não há paredes cavitarias ou simplesmente uma apenas e para tal faz-se necessário tratamento endodôntico adequado.
A história registra achados surpreendentes quanto à reabilitação dentária, sendo os dentes substituídos por pinos de bambus na China e no Egito por pinos de cobres martelados no maxilar que datam mais de 3.000 anos A.C., dada a
importância da reabilitação. A literatura aponta que os retentores intrarradiculares começaram a ser utilizados ainda no século XVIII, registros apontam para uso de pino de madeira, tal procedimento fora utilizado por Pierre Fauchard, considerado o Pai da Odontologia Moderna, ao entrar em contato com líquido o material acabava por se expandir ficando retido no interior do canal radicular servindo como um meio de retenção, todavia, a madeira não apresenta características ideais de suporte para tal função como elasticidade, estética e retenção, esse experimento foi o que deu início a elaboração de retentores intracanal, sendo utilizado tempos depois pinos de ligas metálicas pelo próprio, e os pré fabricados como de fibras de vidro e carbono são os mais atuais no mercado e mais utilizados. Surgiram, assim, os pinos intrarradiculares que como mecanismo de retenção atuam para o material restaurador e consequentemente a reabilitação, além disso, esses materiais precisam devolver a aparência de naturalidade mimetizando os aspectos naturais da dentição humana. Junto disso, o material para cimentação é selecionado de acordo com as propriedades do retentor e basicamente divide-se em cimentos resinosos e não resinosos. (REIS e LOGUERCIO, 2021).
Outro fator importante quanto ao uso de pinos intrarradiculares é o cimento a ser utilizado, esse material tem a função de preencher os espaços entre o dente preparado e a coroa promovendo a união entre as partes, além de evitar que a restauração se mova durante a função (KRIGER et al, 2021).
2. PINOS INTRARRADICULARES
Há diferentes tipos de retentores que são utilizados de acordo com as necessidades de cada caso, a literatura costuma dividi-los basicamente em dois tipos: Os metálicos e os pré-fabricados. Os metálicos já foram bastante utilizados mesmo possuindo boas propriedades, no entanto estes não oferecem boas condições estéticas, baixa elasticidade, tempo maior na confecção, além de custo mais elevado, por esses motivos pouco é utilizado, (VOLPATO et al., 2005).
O núcleo metálico fundido até os anos de 1980 foi considerado a melhor técnica de retenção coronária em dentes tratados endodonticamente, no entanto problemas relacionados a corrosão dos metais, alergias a componentes das ligas metálicas, estética deficiente, maior desgaste da estrutura dental remanescente e o módulo de elasticidade superior a dentina incentivaram pesquisas por outros materiais, eles também podem gerar uma coloração azulada ou sombreamento na região cervical da raiz, (SALAZAR et al. 2014). Ainda, os núcleos de metálico fundido limitam significativamente a transmissão de luz nas restaurações e tal componente é essencial no quesito estética. As tensões em demasia criadas pela falta de dissipação geram outro problema na hora de escolher o núcleo metálico fundido por gerar efeito cunha na região apical pode facilmente fraturar o dente (REIS e LOGUERCIO, 2020).
Em contrapartida, pinos pré-fabricados de fibra de vidro e carbono possuem excelentes propriedades que os tornam mais utilizados, isto é, características físicas e mecânicas, dentre elas o favorecimento da estética, elasticidade e absorção de impactos, menor risco de fraturas do remanescente dentário, o de carbono não é tão favorável a estética por sua composição que evidencia um certo escurecimento. Nesse contexto, os materiais que atualmente são desenvolvidos buscam atender um número maior de benefícios em propriedades biocompatíveis que mimetizam a naturalidade do dente devolvendo a função e estética. Outros fatores ideais que os pinos devem ter é sobre a distribuição uniforme das forças, evitando estresse na cimentação e na dentina radicular, ele também deve ser responsável por proteger a dentina de fraturas.
Os pinos de fibra de vidro surgiram da necessidade de evitar-se corrosão das matérias dentro da cavidade bucal, a primeira alternativa foi de fibra de carbono que mesmo possuindo boas propriedades mecânicas e próximos da dentina deixava a desejar quanto a estética por serem mais escuros. Desse modo, os pinos pré-fabricados tomaram a atenção das pesquisas por sua praticidade e propriedades, o de fibra de vidro por apresentar um número maior de boas propriedades é o mais utilizado, suas principais características incluem: elasticidade próximo a dentina, flexão mecânica igual ao dente, boa translucidez que oferecem melhores qualidades estéticas, mais facilmente removido (REIS e LOGUERCIO, 2021).
Para Baratieri (2014), existem regras gerais que definem o uso de retentores intrarradiculares e estas condições se baseiam nas seguintes situações clínicas:
● Deve permanecer no canal radicular ao menos 3 ou 4mm de material restaurador.
● A altura de 1:1 entre a altura da coroa e o comprimento radicular do pino.
● O pino deve se estender pelo menos mais da metade do comprimento da raiz suportada por tecido ósseo.
● As paredes que circundam o canal devem ser desgastadas ao mínimo durante o preparo para evitar fragilizar ainda mais o dente.
● Considera-se essencial que possua ao menos 1,25mm a 2,5mm de estrutura coronária.
3. TRATAMENTO ENDODÔNTICO
Segundo Itikawa e Baltieri (2014), o tratamento endodôntico satisfatório constitui via imprescindível na reabilitação por pinos intrarradiculares. A necessidade de um tratamento endodôntico bem realizado conservando o máximo de estrutura dentária é fator importante na longevidade do dente. A endodontia acaba por remover estruturas fundamentais que dão suporte a forças mastigatórias como é o caso do teto da câmara pulpar e estruturas marginais nobres de reforço dentário, mas também, a remoção da dentina facilita o enfraquecimento já que é responsável pelo irrigamento sanguíneo do tecido dentário que gera em torno de 3 a 14% de fragilidade. Cabe ressaltar que segundo um estudo realizado por Reeh et all, o enfraquecimento dentário é bem maior em dentes que receberam procedimentos restauradores do que dentes tratados endodonticamente e que a resistência em dentes com endodontia diminui em torno de 5%, enquanto dentes que receberam preparo restaurador o índice pode chegar em torno de 60% nos preparos (OMD).
4. CIMENTOS ODONTOLÓGICOS
A cimentação é de grande relevância para o sucesso do tratamento com retentores radiculares. Para que seja realizado o uso do cimento é necessário que o profissional saiba as propriedades e indicações, além da forma de manuseio e alguns são mais simplificados e outros mais complexos. O desempenho que o cimento deve ter é de resistência à dissolução do meio oral, apresentar união mecânica juntamente com adesão e conter um bom tempo de trabalho e presa (PEREIRA, 2011).
Atualmente há uma variedade de cimentos odontológicos no mercado, a questão é saber identificar qual cimento é melhor para o uso de um determinado pino, ter o conhecimento do manejo e do preparo que o cimento precisa e averiguar a situação clínica para a escolha ideal para determinada situação. Alguns dos materiais mais utilizados para cimentação são:
● Cimento de Fosfato de Zinco, este foi utilizado por muito tempo, ele apresenta facilidade de manuseio, baixo custo, porém, apresenta alta solubilidade e baixa adesividade, geralmente é utilizado em pinos intra radiculares fundidos.
● Cimento de ionômero de vidro convencional, apresenta baixo custo, fácil manuseio, libera flúor e apresenta adesão molecular ao dente, apresenta propriedades químicas que se aderem quimicamente ao esmalte e dentina, é um material não resinoso que apresenta baixa solubilidade e desintegração. Esse material apresenta um tempo de presa estimado de 24 horas, a indicação desse cimento é para núcleos intrarradiculares metálicos e não metálicos.
● Cimento de ionômero de vidro modificado foram adicionados monômeros resinosos aos cimentos de ionômero de vidro convencional, com a finalidade de obter maior resistência e diminuir a solubilidade. Esse sistema é autoadesivo ao sistema dental, evitando assim pré-tratamento da superfície. Esse cimento é de fácil manejo, ele possui formas de base na qual um é catalisador e o outra base, mas também possui a forma de cápsulas auto misturadoras.
● Cimento Resinoso, esse é bastante utilizado, apesar de apresentar um custo maior. Esse cimento é caracterizado por apresentar capacidade de aderência tanto na superfície dental como no material restaurador, apresenta alta dureza, boas propriedades mecânicas, baixa solubilidade e é vantajoso também para a estética. Esse cimento apresenta complicações ao longo do tempo como degradações e altas temperaturas, o seu custo é alto e a técnica para usá-lo não é simples, (PEREIRA, 2011).
5. REABILITAÇÃO
Diversos efeitos negativos estão relacionados a não reabilitação dentária em um indivíduo. Problemas relacionados à fala, mastigação, deglutição e estética. É comum relatos de queixas por pacientes durante a mastigação, dores e dificuldades de mastigar, dentre os efeitos estão os digestivos alimentos demoram mais para serem digeridos por não serem triturados o valor nutricional é baixo, tempo maior para se alimentar, ineficiência da deglutição já que o alimento não foi mastigado de modo apropriado, dores e estalos na ATM, até mesmo mudanças por alimentos mais macios. Os sons emitidos pelas cordas vocais possuem relação direta com os dentes durante sua emissão de forma que a fala também sofrerá alterações. Os dentes auxiliam em todo o processo de modo que a ausência de alguns elementos afeta todo o sistema estomatognático, (TATIANE et al., 2009).
Além disso, fatores emocionais costumam afetar a saúde mental dos indivíduos. O elemento dentário possui valor relevante no aspecto psicológico afetando o ego do indivíduo, sua ausência chega a ser considerada uma pequena perda do “eu” (BROMBERG, 1994; ROSS, 1992). O edêntulo apresenta baixa autoestima e o seu comportamento social é alterado revelando vergonha e dificuldades em se relacionar, alterações físicas faciais estão relacionadas a perda dentária, (ALLEN; MILLAN, 1999); (SHEIHAM et al, 2001).
Ressalta-se ainda que a perda prematura de um dente permanente por qualquer motivo é capaz de provocar má oclusão dentária. A oclusão dentária caracteriza-se pela intercuspidação de um dente superior com dois inferiores, com exceção dos últimos dentes superiores e dos incisivos centrais inferiores, mantendo, dessa forma, o equilíbrio na cavidade bucal. Isso se dá pelo fato de que sua ausência provoca o mal posicionamento dos demais dentes. Percebe-se que além do fator de reabilitação que tem como objetivo devolver função ao paciente outros problemas também estão diretamente relacionados a não reabilitação. De modo que a intervenção promoverá qualidade de vida, (RENATO et al, 2014).
Esta pesquisa teve como objetivo levantar dados sobre os pinos intrarradiculares e materiais utilizados para cimentação, por cirurgiões dentistas no município de Porto Velho.
6 MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e exploratória que será desenvolvida através dos resultados. A pesquisa buscou conhecer dos cirurgiões dentistas que atuam no município de Porto Velho-RO, se esses profissionais possuem conhecimento dos benefícios e uso de pinos intrarradiculares na reconstrução de dentes severamente destruídos, qual tipo de pino utilizado, a média mensal de utilização de retentores, o tipo de cimento utilizado, se possui alguma especialização ou curso de capacitação, onde aprendeu a técnica de uso de pino intrarradicular e contemplou graduados, especialistas e os que realizaram cursos de imersão para utilizarem da técnica.
A presente pesquisa delimitou como alvo, apenas, os cirurgiões dentistas que atendem no município de Porto Velho e inscritos no Conselho Regional de Rondônia (CRO). A obtenção dos dados se deu por meio de formulários eletrônicos realizados através da plataforma GOOGLE FORMS enviadas aos profissionais por meio do CRO através de e-mail e também de redes sociais, além de questionários impressos que foram distribuídos de forma presencial nas clínicas odontológicas para que os dentistas pudessem responder. Essa pesquisa também contou com o auxílio do google acadêmico, literatura e revistas acadêmicas para o acesso a utilização de artigos preferencialmente da última década com finalidade de embasamento teórico.
7 RESULTADOS
O gráfico 1 mostra a média de há quanto tempo de graduação cada dentista possui. Observou uma predominância de cirurgiões-dentistas formados entre 1 ano, 2 anos, 4 anos, 5 anos e 7 anos.
Gráfico 1 – Há quanto tempo finalizou a graduação?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico 2 é relacionado a especialização, se o cirurgião-dentista apresentava ou não alguma especialização e se no caso tivesse, este responderia a especialização em questão. 32 dos entrevistados apresentavam especialização resultando como maioria.
Gráfico 2 – Você possui alguma especialização ou capacitação?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico 3 é uma extensão do segundo gráfico, pois, no questionário, havia a opção de colocar o nome da especialidade, 8 dos dentistas não possuíam especialização e nem capacitação, 8 deles apresentaram algum curso de capacitação. Um pequeno número apresentou mais de uma especialidade sendo prótese e implantodontia em comum.
Gráfico 3 – Qual especialização ou capacitação?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico 4 apresenta o resultado das respostas dos dentistas sobre os conhecimentos dos benefícios e vantagens sobre o uso clínico dos pinos intrarradiculares. Neste foi observado que 100% da amostra relata reconhecer as vantagens do uso dos pinos intrarradiculares nos consultórios.
Gráfico 4 – Conhece os benefícios e vantagens do uso de pinos?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico 5 apresenta o índice de utilização dos retentores intrarradiculares por esses dentistas e o resultado é que a maioria dos entrevistados faz uso dos pinos intrarradiculares resultando de 46 usam e 3 não usam.
Gráfico 5 – Utiliza pinos no seu consultório?
Fonte: Autores, 2023.
6 é referente a média de frequência da utilização do pino intraradicular por mês, a maioria 22 participantes utilizam em média de 1 a 2 pinos mensal, 18 participantes de 3 a 4 e a minoria utiliza acima de 5 pinos mensal.
Gráfico 6 – Qual a frequência de uso de pinos por mês no seu consultório?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico 7 questionava sobre qual tipo de retentor intrarradicular era utilizado pelo cirurgião dentista, a maioria dos entrevistados utilizaram o pino fibra de vidro, outros utilizavam tanto o pino de fibra de vidro como também o pino metálico e a minoria totalizando 1 participante utiliza pino metálico.
Gráfico 7 – Quais os tipos de pino utilizam?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico 8 está relacionado a escolha do cimento odontológico para restauração com pinos intrarradiculares. A opção com mais prevalência foi do cimento resinoso, apenas 3 dos participantes utilizaram tanto o cimento resinoso como também o cimento fosfato de zinco.
Gráfico 8 – Qual material para cimentação de pino mais utiliza?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico representa o resultado de onde os entrevistados aprenderam a técnica do uso de pinos intrarradiculares. Análise apresentou maior índice para graduação, um participante colocou todas as alternativas.
Gráfico 9 – Onde aprendeu a técnica do uso de pinos intra radicular?
Fonte: Autores, 2023.
O gráfico 10 mostra a opinião dos cirurgiões-dentistas sobre a utilização do pino intrarradicular. A maioria aprovou a utilização voltando em “bom”, outra parte respondeu médio, um participante votou em ruim e quatro participantes votaram em desnecessário.
Gráfico 10 – O que acha da técnica do uso de pinos nas restaurações indiretas?
Fonte: Autores, 2023.
8. DISCUSSÃO
A pesquisa contou com 49 participantes, a grande maioria dos cirurgiões dentistas com menos de 10 anos de formação e a maior parte possuía especialidades, alguns inclusive, contando com mais de duas. Os dados mostraram que todos conheciam os benefícios e vantagens do uso de pinos intrarradiculares e a maioria faz uso dos dispositivos, em contrapartida, um número muito pequeno dos entrevistados revelou não fazer uso, mostrou também que tais profissionais sempre fazem uso do retentor de pelo menos 1 a 2 dentes por mês o que mostra revela muitas situações clínicas que sugerem o uso de retentor em dentes extensamente destruídos…
O tipo de pino de fibra de escolha foi o de fibra de vidro, isso dá-se pelo fato de suas propriedades serem bem mais vantajosas do que as dos outros. Segundo Reis e Loguercio (2021), esses dispositivos possuem melhor elasticidade próximo a dentina, flexionam-se em resposta às forças mecânicas de forma semelhante ao dente o que difere dos metálicos fundidos devido sua rigidez, isso faz com que o risco de fratura seja reduzido, propriedades estéticas superior aos demais dispositivos por possuir uma boa translucidez, é facilmente removido. Além disso, Salazar et al (2014), esclarece que os pinos de fibra de vidro por possuírem diferentes tamanhos e formas facilitam melhor adaptação e cimentação no canal podendo ser utilizadas diferentes técnicas. Já o pino metálico é pouco utilizado devido a suas propriedades serem menos benéficas, os núcleos de metálico fundido limitam significativamente a transmissão de luz nas restaurações e tal componente é essencial no quesito estética. As tensões em demasia criadas pela falta de dissipação geram outro problema na hora de escolher o núcleo metálico fundido por gerar efeito cunha na região apical pode facilmente fraturar o dente (REIS e LOGUERCIO, 2020).
O cimento resinoso predominou pelo fato de ser utilizado nos retentores de fibra de vidro e de suas propriedades, apesar de apresentar um custo maior. Esse cimento é caracterizado por apresentar capacidade de aderência tanto na superfície dental como no material restaurador, apresenta alta dureza, boas propriedades mecânicas, baixa solubilidade e é vantajoso também para a estética, (PEREIRA, 2011).
Dos participantes a maioria aprendeu a técnica durante a graduação e fazem uso de tal conhecimento em sua rotina diária, alguns, por meio da internet e do youtube, curso de imersão e especialização que compreende a minoria dos cirurgiões. Portanto, quanto ao uso não há distinção entre graduados, especializados ou que realizaram imersão para fazer uso da técnica do uso de pinos intrarradiculares.
Questionados sobre o que acham da técnica, a maioria considerou ‘Bom’, uma pessoa ‘Ruim’ e quatro ‘desnecessária’ mesmo em menor percentual, os participantes fazem uso da técnica em seus consultórios.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste trabalho, exploramos o uso de pinos intrarradiculares como uma técnica eficaz para restaurar dentes com comprometimento radicular. A literatura revisada demonstrou que os pinos intrarradiculares desempenham um papel crucial na retenção de restaurações diretas ou indiretas, proporcionando estabilidade e resistência necessárias para suportar as forças mastigatórias.
Uma das principais vantagens dos pinos intrarradiculares é a sua capacidade de fortalecer estruturas dentárias enfraquecidas, permitindo a reabilitação funcional e estética dos dentes afetados. Além disso, esses pinos podem ser utilizados em diferentes tipos de dentes, como molares, pré-molares e incisivos, o que aumenta a sua versatilidade e aplicabilidade clínica.
Durante a revisão da literatura, também foi observado que a seleção adequada do material do pino intrarradicular é essencial para obter resultados clínicos satisfatórios. Diferentes materiais, como metal, fibra de vidro e cerâmica, estão disponíveis para essa finalidade, cada um com suas próprias características e indicações específicas. Portanto, é importante considerar fatores como resistência, estética, biocompatibilidade e facilidade de manipulação ao escolher o material do pino intrarradicular.
Além disso, a técnica de cimentação dos pinos intrarradiculares também influencia diretamente na longevidade da restauração. Um bom protocolo de cimentação, com atenção especial à adesão e à selagem adequada, é fundamental para garantir a estabilidade e a durabilidade da restauração.
No entanto, é importante ressaltar que o uso de pinos intrarradiculares não é indicado em todos os casos. A avaliação criteriosa de cada situação clínica e a análise dos fatores de risco são fundamentais para determinar a necessidade e a viabilidade do uso desses pinos. O profissional deve considerar a quantidade e qualidade do remanescente radicular, a presença de fraturas radiculares, a oclusão, entre outros fatores, para tomar a melhor decisão clínica.
É válido ressaltar que o sucesso a longo prazo de restaurações com pinos intrarradiculares depende não apenas da escolha adequada do material e da técnica de cimentação, mas também de uma abordagem interdisciplinar. A comunicação efetiva entre o cirurgião-dentista e o protesista é fundamental para o planejamento adequado do caso e a obtenção de resultados funcionais e estéticos satisfatórios.
Por fim, o uso de pinos intrarradiculares é uma opção valiosa no campo da Odontologia restauradora, permitindo a reabilitação de dentes com comprometimento radicular. No entanto, é necessário um conhecimento aprofundado dos materiais disponíveis, das técnicas de cimentação e da avaliação criteriosa dos casos para obter resultados clínicos previsíveis e duradouros. O constante aprimoramento técnico e científico dos profissionais é fundamental para garantir a excelência no uso de pinos intrarradiculares e proporcionar aos pacientes um tratamento de qualidade.
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1Acadêmico do curso de Odontologia da Uniron. E-mail: josehvasconcellos3@gmail.com
²Acadêmica do curso de Odontologia da Uniron. E-mail: kr3112502@gmail.com
³Orientador, Doutor em Ciência Odontológica Área Biomateriais, Professor do Curso de Odontologia da Uniron. E-mail: paulo.carvalho@uniron.edu.br
⁴ Professor do curso de Odontologia da Uniron
⁵ Professor do curso de Odontologia da Uniron
⁶ Professor do curso de Odontologia da Uniron
⁷ Professor do curso de Odontologia da Uniron
⁸ Professor do curso de Odontologia da Uniron
⁹ Professor do curso de Odontologia da Uniron