REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7367188
Suellen Fernanda Brito Soares1
Orientador: Ms. Leonardo Guimarães de Andrade2
RESUMO
As drogas psicotrópicas são agentes químicos que interferem no comportamento, na consciência, no humor e na cognição. Progresso significativo foi feito em seu uso desde o seu início. O Brasil tem um dos maiores índices de consumo dessas substâncias. Os componentes dos ansiolíticos podem controlar a ansiedade em pacientes com alterações de saúde relacionadas ao Sistema Nervoso Central (SNC), que podem afetar seu humor e comportamento. Por outro lado, os antidepressivos também atuam nos neurotransmissores que controlam o sistema nervoso central, e são psicotrópicos para doenças como depressão, ansiedade, TDAH, esquizofrenia e distúrbios do sono. No entanto, até mesmo a atividade física e os remédios naturais são considerados antidepressivos. Ao longo dos anos, a humanidade passou por diversas epidemias e situações que ameaçam a saúde pública. Muitas guerras biológicas foram vencidas por meio da descoberta de vacinas e estratégias de saúde que se tornaram cada vez mais eficazes ao longo do tempo. Cuidados especiais para condições psiquiátricas são necessários devido à pandemia e à situação de risco que precisa ser gerenciada. O contexto pandêmico associado ao aumento do surgimento de transtornos mentais é um preditor do aumento do consumo de substâncias psicotrópicas. O fato da exposição desperta o alarme sobre os problemas de abuso de substâncias como forma de reduzir o impacto psicológico, bem como o risco de dependência física e psicológica dessas substâncias psicotrópicas. Dessa forma, ressalta-se a importância da assistência medicamentosa no desenvolvimento de políticas de incentivo ao uso racional desses medicamentos e na investigação de alternativas para o tratamento da doença mental no período pós-pandemia.
Palavras-Chave: Drogas psicotrópicas; Ansiolíticos; Antidepressivos; Pandemia; Assistência farmacêutica;
ABSTRACT
Psychotropic drugs are chemical agents that interfere with behavior, consciousness, mood and cognition. Significant progress has been made in its use since its inception. Brazil has one of the highest rates of consumption of these substances. Components of anxiolytics can control anxiety in patients with health changes related to the central nervous system (CNS), which can affect their mood and behavior. On the other hand, antidepressants also act on the neurotransmitters that control the central nervous system, and are psychotropic for conditions such as depression, anxiety, ADHD, schizophrenia, and sleep disorders. However, even physical activity and natural remedies are considered antidepressants. Over the years, humanity has experienced several epidemics and situations that threaten public health. Many biological wars have been won through the discovery of vaccines and health strategies that have become increasingly effective over time. Special care for psychiatric conditions is needed due to the pandemic and the risk situation that needs to be managed. The pandemic context associated with the increase in the emergence of mental disorders is a predictor of the increase in the consumption of psychotropic substances. The fact of exposure raises alarm about substance abuse problems as a way to reduce the psychological impact, as well as the risk of physical and psychological dependence on these psychotropic substances. In this way, the importance of drug pharmaceutical assistance in the development of policies to encourage the rational use of these drugs and in the investigation of alternatives for the treatment of mental illness in the post-pandemic period.
Key words: Psychotropic drugs; Anxiolytics; Antidepressants; Pandemic; Pharmaceutical care;
INTRODUÇÃO
As drogas psicotrópicas são drogas que atuam no sistema nervoso central (SNC), causando alterações no comportamento, percepção, pensamento, humor e, em alguns casos, dependência. Elas são para pessoas com transtornos mentais e de humor ou outros tipos de problemas que afetam a função cerebral. O aumento do número de prescrições e o possível abuso desses medicamentos, com indicações questionáveis e prazos que podem ser estendidos indefinidamente, com preocupações relacionadas à saúde mental, além do impacto nos custos envolvidos, pois os riscos desses medicamentos precisam estar dentro de um curto período de tempo ou muito longo. Sendo assim, logo se tornou um problema mundial afetando todas as faixas etárias, evidenciando a necessidade de medidas preventivas (VIEIRA, 2018).
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão e os transtornos de ansiedade estão entre os maiores problemas de saúde pública da situação atual. Algumas pesquisas de estudos indiretamente, afirmam que aproximadamente 15% a 29% da população sofrerá algum tipo de doença mental durante a vida. No entanto, sabe-se que um dos fatores que podem ser controlados é o uso de medicamentos psicotrópicos, como ansiolíticos e antidepressivos, que atuam no sistema nervoso central e melhoram a estabilidade da ansiedade e depressão, problemas mais graves com risco reduzido (OMS, 2017).
Em um mundo onde o discurso atual valoriza o humor atemporal, quando alguém está doente, ele é uma ameaça às necessidades e ao funcionamento do sistema social. A formação biomédica tradicional orientada para a “doença”, ao focar nos aspectos biológicos, prioriza a objetivação dos problemas de saúde, transformando os medicamentos em solucionadores milagrosos cujas causas raízes são desconhecidas pelos profissionais. Os medicamentos psicotrópicos são utilizados como recurso terapêutico para qualquer desconforto, seja solidão, desamparo, tristeza, medo ou mesmo insegurança (NOOR et al., 2022).
As doenças causadas por vírus são um desafio permanente para a ciência, que busca identificar mutações virais frequentes para controlar sua transmissibilidade. No final de 2019, surgiu a COVID-19, uma doença viral altamente contagiosa causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). A doença se espalhou rapidamente e fez com que a Organização Mundial da Saúde a declarasse uma pandemia em março de 2020, matando mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo até março de 2022. No contexto desta pandemia, precauções foram tomadas, para ajudar a controlar a transmissão, como isolamento de casos, distanciamento social, uso obrigatório de máscaras, lavagem das mãos, ambiente estéril e não compartilhamento de itens (CASCELLA et al., 2022).
As pandemias são caracterizadas por enormes perdas, não apenas vidas humanas, mas rotinas e regras que forçam as pessoas a lidar com circunstâncias incomumente imprevisíveis. Espere níveis aumentados de sofrimento psicológico, reações psicológicas, estresse, ansiedade e irritabilidade, bem como medo e insegurança persistentes. Como resultado, são esperadas taxas mais altas de transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (WEIR, 2020).
Além do atual fardo inerente de incerteza, hábitos, costumes e protocolos envolvendo pacientes, óbitos e lutos precisam ser alterados para reduzir a propagação do vírus. Claramente, os efeitos dos rituais de morte impactam negativamente os domínios biopsicossociais de indivíduos e grupos sociais enlutados. Além disso, a vivência de lutos consecutivos dentro de uma mesma família não é incomum, tornando o processo ainda mais difícil (DONG et al., 2020).
O tratamento dos transtornos mentais é frequentemente associado ao uso de medicamentos psicotrópicos, que aliviam os sintomas, reduzem a incapacidade e a duração de muitos transtornos e previnem a recorrência das crises. Diante da pandemia, houve relatos de incidentes de ansiedade, depressão, diminuição da qualidade do sono, aumento do uso de drogas, sintomas psicossomáticos e preocupações com a contaminação pelo SARV-CoV-2 ou disseminação do vírus para familiares e entes próximos. Esses fatores podem ter contribuído para o aumento do uso de substâncias psicotrópicas ao longo da pandemia (GONZÁLEZ-LÓPEZ et al., 2022).
Diante disso, a garantia do uso racional desses medicamentos é considerada de fundamental importância, pois podem apresentar diversos efeitos adversos, levar à dependência e, se usados por muito tempo, causar diversos problemas de saúde. O uso racional de medicamentos ocorre quando um paciente recebe o medicamento adequado na dose e dosagem adequadas para atender às suas necessidades, a um custo menor. Princípios para promover o uso racional de medicamentos envolvem informação, foco e abordagens atraentes para mudar a prática de uso de medicamentos para prescritores, farmacêuticos e pacientes.
OBJETIVO GERAL
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo revisar a literatura sobre o uso de substâncias psicotrópicas, com foco em ansiolíticos e antidepressivos na população nacional brasileira. Além da quantificação e caracterização, também são buscadas investigações desse uso. Analisando possíveis causas relacionadas ao crescimento da dependência do uso de psicofármacos, durante a pandemia da Covid-19. Por fim, avaliar se o consumo de ansiolíticos e antidepressivos aumenta à medida que a população progride.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
– Identificar os motivos de uso de psicotrópicos;
– Informar os usuários sobre o uso de medicamentos ansiolíticos.
– Abordar a importância do cuidado farmacêutico para pacientes em uso de psicotrópicos devido às questões relacionadas à COVID-19.
– Investigar a relação entre o abuso de substâncias psicotrópicas e a atuação do farmacêutico na atenção preventiva.
JUSTIFICATIVA
As drogas psicotrópicas ou psicotrópicas são drogas que interferem principalmente no funcionamento do sistema nervoso central. Este grupo de medicamentos inclui ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos e antiepilépticos. Os ansiolíticos são medicamentos destinados a reduzir a ansiedade, dos quais os benzodiazepínicos são os mais usados. Consequentemente, o uso de drogas no Brasil é visto como exacerbado e indiscriminado. As razões para esse padrão de consumo podem estar relacionadas ao compromisso do Estado com a produção e comercialização de medicamentos, a publicidade na indústria farmacêutica, a baixa renda da população brasileira (dado o alto custo dos serviços médicos e a eficácia de muitos medicamentos certas doenças.
METODOLOGIA
O estudo apresenta uma revisão bibliográfica exploratória que coleta dados por meio de consultas em periódicos e periódicos para encontrar artigos científicos nacionais, artigos, monografias, teses e outros trabalhos acadêmicos sobre o tema. Pesquisa nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) entre 2017 e 2022. Baseado em Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Ansiolíticos; Antidepressivos; Pandemia.
REVISÃO DE LITERATURA
PSICOTRÓPICOS
O consumo de substâncias psicotrópicas pela população em geral tem aumentado nas últimas décadas. No entanto, é importante ressaltar que apesar da enorme importância terapêutica que seu uso adquiriu, essa droga pode causar sérios danos à saúde quando abusada pelos indivíduos. As drogas psicotrópicas (psique=mente, topos=alteração) são substâncias que atuam diretamente no Sistema Nervoso Central (SNC) como moduladores seletivos desse sistema e são utilizadas no tratamento de transtornos psiquiátricos buscando alterar ou corrigir comportamentos, emoções ou pensamentos patológicos. Como a causa de várias doenças não foi determinada, esses medicamentos não são curativos, apenas podem aliviar os sintomas por meio de mecanismos ainda não identificados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles podem ser divididos em: ansiolíticos e sedativos; antipsicóticos (antipsicóticos); antidepressivos; estimulantes psicomotores; psicomiméticos e potenciadores cognitivos (ROCHA & WERLANG, 2018).
Os ansiolíticos podem acalmar e reduzir a ansiedade. Os benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais consumidos no mundo. Devido aos possíveis riscos, seu uso deve ser orientado pela menor dose terapêutica. Seu uso por mais de 4-6 semanas pode levar ao desenvolvimento de tolerância, abstinência e dependência. Como tal, o seu consumo indiscriminado está associado a diversos efeitos individuais e coletivos e constitui uma preocupação de saúde pública. Estudos têm demonstrado que os medicamentos ansiolíticos, como os benzodiazepínicos, estão entre os medicamentos mais prescritos e são usados regularmente por mais de 10% da população na maioria dos países desenvolvidos, levantando preocupações porque a overdose de benzodiazepínicos é comum em tentativas de suicídio, se não está relacionado a outras drogas (SANTOS et al., 2018).
Os antipsicóticos são indicados para o tratamento de transtornos mentais, incluindo esquizofrenia. Eles também são usados para tratar a depressão e transtorno bipolar. Eles são muito eficazes, especialmente no tratamento da esquizofrenia. A droga não tem o objetivo de curar, mas apenas atua em sintomas como alucinações, delírios, agitação e agressividade, melhorando diretamente a qualidade de vida do paciente. Portanto, os antipsicóticos são divididos em duas categorias: típicos e atípicos. A primeira categoria inclui medicamentos que foram identificados pela primeira vez e funcionaram bem para o controle dos sintomas, mas causaram alguns efeitos colaterais. Por outro lado, as drogas atípicas são eficazes no controle dos sintomas positivos e negativos da esquizofrenia com menor incidência de efeitos colaterais (CAMPOS et al., 2017).
Os antidepressivos tratam a depressão agindo em certos neurotransmissores, sem sedar ou estimular pessoas que não estão deprimidas. Nesta categoria, os inibidores da captação de serotonina são mais usados porque são mais bem tolerados. A fluoxetina é de longe a droga mais prescrita devido à evidência de que tem efeito na perda de peso, o que pode explicar seu uso pesado. Os estimulantes psicoesportivos são atualmente uma das preocupações de saúde mais importantes, assim como a metanfetamina (Ice® ou Pervitin®) e o metilenodioximentanfetamina/ MDMA (Exctasy®). Os estimulantes têm efeitos significativos na função mental e no comportamento, produzindo excitação e euforia, reduzindo a fadiga, aumentando a atividade motora, dilatando as pupilas e aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial (BORGES et al., 2018).
O aumento do consumo dessas drogas é um problema de saúde pública, não apenas por seus efeitos colaterais e sua associação com problemas sociais como acidentes de carro e violência, mas também porque seu uso continuado causa a degeneração das células cerebrais e os danos são irreversíveis na vida dos usuários. Psicotrópicos ou alucinógenos podem causar mudanças no comportamento e no pensamento, os potenciadores cognitivos aumentam as funções e habilidades cerebrais, como cognição, memória e concentração (WANDERLEY & SANTOS, 2019).
É importante ressaltar que, como os indivíduos desconhecem os riscos que correm, a falta de informação dos usuários sobre os efeitos adversos induzidos por medicamentos facilita o momento do uso. A baixa conscientização do público sobre o risco é evidenciada pela falta de debate social sobre o assunto na mídia, que simplesmente aponta as drogas ilícitas como um problema demográfico. Nessa perspectiva, a atenção primária deve ser o catalisador para a valorização dos usuários de substâncias psicotrópicas e seus familiares sobre os riscos e benefícios do uso dessas substâncias (NORDON et al., 2019).
O USO DOS ANSIOLÍTICOS
Os ansiolíticos são medicamentos utilizados para tratar diversos transtornos psiquiátricos, principalmente a ansiedade. Por causa de seus efeitos sedativos, esses medicamentos também são chamados de sedativos. Mas apesar de ser relativamente conhecido, existem muitas dúvidas e mitos em torno do significado dos ansiolíticos. Assim, o significado de ansiolíticos se resume a sedação, afinal, esse é o termo mais conhecido para essa classe de medicamentos. No entanto, os medicamentos anti-ansiedade são muito mais complicados. Sua ação no sistema nervoso central regula a comunicação entre os neurotransmissores. Isso pode minimizar ou acabar com alguns dos sentimentos ruins que o paciente sente. Portanto, são medicamentos bastante eficazes para o tratamento de diversos transtornos psiquiátricos (VIEIRA, 2018).
Os ansiolíticos não tratam o problema ou o distúrbio em si. A droga funciona diretamente nos sintomas, assim como os analgésicos funcionam na dor. É como se funcionasse para controlar o excesso de trabalho das células superexcitadas. Como resultado, os pacientes podem ficar mais relaxados e ter uma maior qualidade de vida durante todo o processo de tratamento. Isso promove mais felicidade. Mas apesar de ser um ótimo remédio, os medicamentos anti-ansiedade também podem ter efeitos negativos (BORGES et al., 2018).
Os ansiolíticos mais usados são os benzodiazepínicos. Os ansiolíticos deste tipo atuam nas substâncias GABA e no sistema límbico. Em outras palavras, atua no sistema nervoso central, restabelecendo o equilíbrio dos neurotransmissores e reduzindo o estado de alerta. Portanto, os ansiolíticos benzodiazepínicos podem aliviar o estresse e a ansiedade, trazer uma sensação de relaxamento e leve sedação (NORDON et al., 2019).
O USO DOS ANTIDEPRESSIVOS
Os antidepressivos são drogas que funcionam aumentando a disponibilidade de um ou mais neurotransmissores nas sinapses. Essa ação melhora o estado geral do paciente e possibilita, por exemplo, restabelecer o humor, função que levou à adoção do termo antidepressivo. A melhora do humor é resultado do funcionamento normal dos nossos neurotransmissores. É importante notar que os antidepressivos não podem ser considerados “pílulas da felicidade”, como muitos os chamam. Isso porque o medicamento é indicado apenas para pacientes com depressão comprovada e não causa euforia, como pacientes com condições clínicas normais. Portanto, deve ficar claro que esta droga não trará felicidade, apenas alguns dos sintomas da depressão (BORGES et al., 2018).
Os antidepressivos, embora usados principalmente para tratar a depressão, também podem ser usados para tratar outras condições, como distúrbios de ansiedade, distúrbios alimentares, distúrbios do sono, disfunção sexual, dor crônica, vício e doença de Parkinson. Esses medicamentos atuam nos neurotransmissores que controlam o sistema nervoso central e contribuem principalmente para a recuperação do humor. A maioria das pessoas não se adapta facilmente aos antidepressivos, tornando necessário trocar de medicamento para encontrar opções que produzam menos efeitos colaterais. A escolha do melhor medicamento e da dose ideal depende muito do organismo do indivíduo, e essa análise deve ser feita por ele com o auxílio do médico responsável pelo tratamento (SANTOS et al., 2018).
Sendo assim, eles aumentam a concentração de dopamina, norepinefrina, serotonina e outros neurônios, aumentando assim a excitação das vias cerebrais que utilizam essas substâncias nas sinapses associadas à saúde emocional. A eficácia dessas drogas foi estabelecida através de estudos empíricos ao longo de muitos anos de uso experimental. No entanto, agora é hipotetizado que a deficiência de monoamina é insuficiente para explicar o mecanismo de ação dos antidepressivos. Alguns estudos apontam que essas drogas alteram as conexões dos neurônios, o que é preocupante. Este fato pode indicar que eles resolveram definitivamente alguns desequilíbrios bioquímicos. Então, eles aumentam os neurotransmissores na medula espinhal que reduzem os sinais de dor, mas não funcionam imediatamente (BORGES et al., 2018).
O USO INDISCRIMINADO DOS ANSIOLÍTICOS
O uso indiscriminado de medicamentos ansiolíticos tornou-se um grave problema e é considerado um problema de saúde pública com graves consequências para os indivíduos. A literatura atual confirma e ressalta o fato de que mais mulheres estão consumindo essas drogas e, de fato, que essas substâncias psicotrópicas são consumidas de forma mais indiscriminada em todo o mundo. O consumo irregular pode levar a mudanças de comportamento, bem como dependência psicológica e física. As consequências de tal uso são muitas vezes sérias complicações pessoais e sociais. Esses medicamentos, chamados sedativos, tranquilizantes e tranquilizantes, atuam no sistema nervoso central e têm efeito seletivo sobre a ansiedade. O uso dessas substâncias atualmente prescritas pelos médicos é comumente usado para tratar a insônia (VIEIRA, 2018).
Com isso, o abuso de medicamentos ansiolíticos (como os benzodiazepínicos), seja sob supervisão médica ou em doses ou durações de tratamento que excedam a duração prescrita do tratamento, está em ascensão e se tornou uma área de saúde junto com outras substâncias psicotrópicas objeto de atenção. No entanto, cuidar da saúde é mais do que construir um objeto e intervir nele, é preciso pensar e construir o projeto; ao longo do tempo é preciso manter a relação entre matéria e mente, corpo e mente, relação que o sujeito quer contrapor à dissolução, inerte e inerte de sua existência no mundo forma em forma. Dessa forma, percebe-se que a atuação dos profissionais de saúde é fundamental para orientar, esclarecer e buscar questões pessoais, psicossociais e psiquiátricas e não apenas doenças ou medicamentos (SANTOS et al., 2018).
USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS DURANTE A PANDEMIA
De acordo com o United Nations Office On Drug And Crime (UNODC), a Cannabis será a substância ilícita mais consumida até 2018, mas está associada a um menor risco de doenças relacionadas em comparação com outras substâncias, como os opióides. De acordo com o UNODC, em 2018, mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo tinham um distúrbio relacionado a drogas. Com o advento da COVID-19, as tendências no uso de drogas mudaram, levando a opioides e ao aumento do uso de outras substâncias mais prontamente disponíveis, como álcool e benzodiazepínicos (UNODC, 2020).
Como resultado, um estudo realizado em farmácias mostrou um aumento de 40% nas vendas de medicamentos como fluoxetina e alprazolam entre março de 2020 e agosto de 2020, além de um aumento também nas vendas de fitoterápicos, resultando em um aumento de indivíduos não apenas sendo diagnosticados corretamente por profissionais com condições como depressão e ansiedade, mas também desconfiados da automedicação com substâncias que não necessitam de prescrição médica, como os fitoterápicos (SANTOS et al., 2018).
Em um estudo com aproximadamente 1.316 adolescentes canadenses de 14 a 18 anos, houve um aumento no consumo de substâncias como maconha e o uso de cigarros eletrônicos. Eles descobriram que das 589 pessoas diagnosticadas com obesidade, cerca de 10% usavam sedativos, 3,6% maconha e 1% estimulantes, que estavam associados ao aumento do consumo dessas substâncias e ao isolamento social (DUMAS et al., 2020).
O consumo excessivo de álcool também é frequentemente relatado em pessoas que se sentem tristes, isoladas e deprimidas. Especialmente entre aqueles que alcançaram o distanciamento social. Indivíduos com sintomas associados a transtornos mentais pré-pandêmicos observaram maior consumo de álcool. Em um estudo com mais de 1.000 chineses, eles observaram maior consumo de álcool entre aqueles com idades entre 21 e 40 anos. Assim, em outro estudo transversal realizado entre abril de 2020 e maio de 2020, os sentimentos de tristeza ou depressão aumentaram, o consumo de bebidas alcoólicas aumentou 17% e o consumo de cigarros aumentou em até 34% entre ex-fumantes durante o distanciamento social (MALTA et al., 2020).
Como resultado, observam não apenas o aumento do consumo de várias substâncias psicotrópicas, como álcool e cigarro, mas também uma correlação entre indivíduos mais ansiosos e maus hábitos alimentares, ou seja, maior consumo de alimentos ricos em sal ou ricos em açúcar, causando danos a longo prazo à saúde. Dessa forma, os resultados mostram um aumento não só do uso de drogas, mas também do uso de álcool, substâncias ilícitas e hábitos alimentares não saudáveis como forma de minimizar o impacto de possíveis doenças causadas pela pandemia de COVID-19 (WERNECK et al., 2020).
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM SAÚDE MENTAL
A assistência farmacêutica é um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva, tendo os medicamentos como insumo essencial, visando ao acesso e uso racional dos medicamentos. Este conjunto trata da pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos e insumos, bem como sua seleção, planejamento, aquisição, distribuição, distribuição, garantia de qualidade de produtos e serviços, monitoramento e avaliação de seu uso, com vistas à obtenção de resultados específicos, e melhorar a qualidade de vida da população (CFF, 2020).
Pessoas com transtornos mentais que usam medicamentos psicotrópicos geralmente têm dificuldade em aderir aos regimes de tratamento recomendados e correm alto risco de problemas relacionados à medicação. Nos serviços de farmácia, equipes multiprofissionais atuam em conjunto para atuar no acesso e uso racional de medicamentos, visando os serviços de farmácia, que são a relação direta entre pacientes e farmacêuticos, para motivar a medicação adequada. Consumo de medicamentos e manutenção da eficácia e segurança da terapia individual (ANDRADE et al., 2020).
Diante disso, a atenção farmacêutica é essencial para promover o uso racional dos medicamentos, pois fornece a medicação necessária, na dose e na dose corretas e no momento adequado (MATTA et al., 2018).
Nesse sentido, a prática farmacêutica introduz um conjunto de comportamentos, responsabilidades compartilhadas, cargos, competências no processo de medicação com o objetivo de chegar a soluções terapêuticas competentes e estáveis para a prevenção, referência aos problemas relacionados à medicação, bem-estar cooperativo e qualidade de vida. Da mesma forma, permite que os farmacêuticos desempenhem suas funções em uma equipe multidisciplinar, compartilhando informações sobre pacientes com médicos e outros profissionais relevantes como um componente dinâmico nas técnicas de tratamento (FERREIRA et al., 2019).
Nomeadamente, de acordo com o Ministério da Saúde, o cuidado farmacêutico é considerado um modelo de prática de farmácia que tem vindo a ser desenvolvido no contexto da enfermagem de farmácia e inclui atitudes, valores éticos, comportamentos, competências, empenho e responsabilidade partilhada na prevenção de doenças, para promover e restabelecer a saúde, de forma integrada com a equipe de saúde. É uma interação direta entre o farmacêutico e o usuário, visando o tratamento medicamentoso racional com resultados claros e mensuráveis, visando a melhoria da qualidade de vida (CFF, 2020).
CONCLUSÃO
Neste estudo, pode-se avaliar a exacerbação dos transtornos mentais durante a pandemia e, assim, o uso de psicofármacos aumentou significativamente. Os principais fatores que levam as pessoas a consumirem altos níveis desses medicamentos estão relacionados ao isolamento social; insegurança e incerteza futura; medo de doenças; perda; e desemprego crescente.
Ansiolíticos e antidepressivos são fármacos amplamente utilizados para ansiedade e depressão, pois atuam diretamente nos neurotransmissores e proporcionam efeitos sedativos e sedativos sobre a atividade do sistema nervoso central. São considerados medicamentos confiáveis, mas seu uso ou uso excessivo sem supervisão profissional pode acarretar riscos à saúde e dependência.
Benzodiazepínicos, antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos da recaptação de serotonina foram os mais utilizados, especialmente hemitartarato de zolpidem e cloridrato de fluoxetina. Os protagonistas das drogas têm repercutido em diversos veículos de comunicação devido às ações de combate à doença e prestação de serviços à sociedade. No contexto de pandemia, a assistência médica pode facilitar ações para melhorar os sistemas de saúde e reduzir a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência.
Nesse sentido, o uso de ansiolíticos e antidepressivos pode proporcionar alívio do estresse passado temporário, mas se você buscar outras alternativas, como exercícios físicos e psicoterapia, pode evitar os medicamentos correspondentes devido às formas contínuas e moderadas de atividade física do seu corpo, pode trazer muitos benefícios, como aumento do bem-estar e saúde física e mental equilibrada.
Portanto, é de extrema importância que os profissionais de farmácia estejam envolvidos nesse processo, tomando providências para auxiliar os pacientes na adesão ao tratamento e orientando sobre o uso racional de medicamentos psicotrópicos. É cada vez mais necessário desenvolver políticas que estimulem o uso racional desses medicamentos, bem como pesquisas sobre alternativas para o tratamento da doença mental no período pós-pandemia. Portanto, é necessário trabalhar simultaneamente para combater a “epidemia silenciosa”, que prejudica a saúde mental e afeta gravemente a estrutura psicossocial da população. A falta de tratamento pode causar problemas que se refletem globalmente por décadas, pois essas mudanças psicológicas levam mais tempo para alcançar resultados satisfatórios no tratamento.
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1Acadêmica do Curso de Graduação em Farmácia, UNIG – Universidade Iguaçu, Nova Iguaçu-RJ, Brasil.
2Professor orientador UNIG – Universidade Iguaçu, Curso de Graduação em Farmácia, Nova Iguaçu-RJ, Brasil.