USE OF ISOTRETINOIN IN THE TREATMENT OF GRADE III ACNE: APPROACH ON RISKS AND BENEFITS.
USO DE ISOTRETINOÍNA EN EL TRATAMENTO DEL ACNÉ DE GRADO III: ENFOQUE SOBRE RIESGOS Y BENEFICIOS.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202412071246
Regina Castro Araújo¹;
Danielle de Souza Brito²;
Vitoria Bispo dos Santos³.
Resumo
A Isotretinoína é um medicamento para tratamento de acne vulgar grau III utilizado de forma oral que necessita de receita especial, ele age para reduzir a produção de secreção de glândulas sebáceas, diminuir o tamanho das glândulas e da sua atividade e também restringir o crescimento da acne. Apesar de apresentar grande efetividade em sua utilização, o medicamento também possui grandes efeitos adversos que podem ser prejudiciais para o usuário e por este motivo necessita de um acompanhamento médico. O objetivo do estudo foi mostrar demulcidamente de forma sucinta os riscos e benefícios do uso do fármaco. A pesquisa teve sua construção com base em revisionandos bibliográficos com buscas rápidas em artigos dos últimos 10 anos que abrangessem o tema de maneira ampla a qual esclarecesse as dúvidas. A aprofundação em estudos dos perfis dos pacientes submetidos ao tratamento com isotretinoína proporciona achados de suma importância sobre a diversidade desse grupo populacional. A investigação desses perfis pode revelar se determinadas faixas etárias ou subtipos de acne que respondem de maneira diferenciada à isotretinoína. Constatou-se que o uso da Isotretinoína é essencial no tratamento da acne grau III enfatizando a prática de abordagem personalizada devido à necessidade de cada paciente, destacando os seus benefícios e alertando sobre os seus riscos principalmente em mulheres com idade fértil.
Palavras-chave: Acne; Isotretinoína; Tratamento; Riscos; Benefícios.
Abstract
Isotretinoin is a medication for the treatment of grade III acne vulgaris used orally that requires a special prescription. It acts to reduce the production of sebaceous gland secretions, reduce the size of the glands and their activity and also restrict the growth of acne. Despite being highly effective in its use, the medicine also has major adverse effects that can be harmful to the user and for this reason requires medical supervision.The objective of the study was to succinctly show the risks and benefits of using the drug. The research was constructed based on bibliographic reviews with quick searches of articles from the last 5 years that covered the topic in a broad way that clarified doubts.In-depth studies of the profiles of patients undergoing treatment with isotretinoin provides extremely important findings on the diversity of this population group. Investigating these profiles can reveal whether certain age groups or subtypes of acne respond differently to isotretinoin. It was found that the use of Isotretinoin is essential in the treatment of grade III acne, emphasizing the practice of a personalized approach due to the needs of each patient, highlighting its benefits and warning about its risks, especially in women of childbearing age.
Keywords: Acne: Isotretinoin; Treatment; Scratchs; Benefits.
Resumen
La isotretinoína es un medicamento para el tratamiento del acné vulgar grado III de uso oral que requiere prescripción especial. Actúa reduciendo la producción de secreciones de las glándulas sebáceas, reduciendo el tamaño de las glándulas y su actividad y también restringiendo el crecimiento del acné. A pesar de ser muy eficaz en su uso, el medicamento también presenta importantes efectos adversos que pueden resultar perjudiciales para el usuario y por ello requiere supervisión médica. El objetivo del estudio fue mostrar de manera sucinta los riesgos y beneficios del uso del medicamento. La investigación se construyó a partir de revisiones bibliográficas con búsquedas rápidas de artículos de los últimos 5 años que abordaron el tema de manera amplia que aclararon dudas. Los estudios en profundidad de los perfiles de los pacientes en tratamiento con isotretinoína aportan hallazgos sumamente importantes sobre la diversidad de este grupo poblacional. La investigación de estos perfiles puede revelar si ciertos grupos de edad o subtipos de acné responden de manera diferente a la isotretinoína. Se encontró que el uso de Isotretinoína es fundamental en el tratamiento del acné grado III, enfatizando la práctica de un abordaje personalizado debido a las necesidades de cada paciente, destacando sus beneficios y advirtiendo sobre sus riesgos, especialmente en mujeres en edad fértil. .
Palabras clave: Acné; isotretinoína; Tratamiento; Arañazos; Beneficios.
1. Introdução
A acne vulgar é uma condição dermatológica inflamatória, caracterizada pela presença de lesões papulosas, pustulosas ou até mesmo nodulares, que surgem principalmente em áreas com folículos sebáceos, como a face, tórax e dorso. Embora não seja uma doença contagiosa, seu desenvolvimento é multifatorial, com fatores como estresse, infecções bacterianas, predisposição genética e alterações hormonais contribuindo para seu surgimento e agravamento (Barros et al., 2020).
A isotretinoína, também conhecida como ácido 13-cis-retinóico, é um medicamento oral amplamente utilizado no tratamento de acnes moderadas a graves. Esse fármaco pertence à classe dos retinoides de primeira geração, derivados da vitamina A (retinol) (Montagner & Costa, 2010). A isotretinoína atua reduzindo a produção de sebo, diminuindo o tamanho das glândulas sebáceas e sua atividade, normalizando o processo de queratinização e prevenindo a formação de novos comedões, o que, em última instância, reduz a inflamação cutânea e melhora o quadro clínico dos pacientes com acne (Almeida, 2019).
Desde sua aprovação para o tratamento da acne em 1982, a isotretinoína tem sido indicada em doses de 1 a 2 mg/kg/dia, até alcançar uma dose cumulativa de 120 a 150 mg/kg, geralmente administrada ao longo de 4 a 5 meses. No Brasil, o medicamento é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como uma substância de uso controlado da lista C2, exigindo receita médica e retenção de acordo com a portaria 344/98 (Almeida, 2019).
Embora apresente alta eficácia no controle da acne, a isotretinoína é associada a diversos efeitos adversos, que vão desde alterações mucocutâneas, como queilite e ressecamento da pele, até efeitos tóxicos sistêmicos, como elevação dos níveis de colesterol, triglicerídeos e enzimas hepáticas. Em razão desses efeitos, é essencial que os pacientes realizem exames laboratoriais antes e durante o tratamento, para monitorar possíveis alterações no perfil lipídico e reduzir os riscos associados ao uso prolongado do fármaco (Montagner & Costa, 2010).
Dada a necessidade de informações precisas sobre o tratamento da acne grau III e o uso da isotretinoína, este estudo busca revisar, de maneira concisa, os principais riscos e benefícios do uso desse medicamento. A pesquisa foi realizada com base em uma revisão bibliográfica abrangente, considerando estudos e artigos científicos dos últimos dez anos, para esclarecer dúvidas e proporcionar uma visão ampla sobre a utilização segura e eficaz da isotretinoína no tratamento da acne severa.
2. Metodologia
Para a construção desta pesquisa bibliográfica realizou-se uma revisão com artigos que permitem uma visão ampla sobre o referido tema e possuem uma descrição sobre o assunto mostrando que a importância está na busca rápida por informações que esclareçam dúvidas sobre a temática apresentada.
Foram utilizados artigos que puderam ser obtidos através de buscas por descritores Isotretinoína, efeitos adversos, riscos, tratamento, acne e benefícios dentro das bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana (LILACS), Pubmed, e no endereço eletrônico Google acadêmicos. Distinguiu-se artigos dos últimos 5 anos que apresentavam grande abrangência e caracterização com o tema optando pelos de revisão bibliográfica descritiva.
3. Resultados e Discussão
3.1 O USO DA ISOTRETINÓINA
A isotretinoína é um retinoide amplamente utilizado no tratamento da acne grau III devido à sua ação antiqueratinizante, que atrofia as glândulas sebáceas, resultando na redução do efeito inflamatório da acne (Santos et al., 2023). Estudos têm demonstrado que a acne não apenas afeta a pele, mas também tem impactos significativos na qualidade de vida dos pacientes, levando a alterações psicológicas como ansiedade, inibição social, depressão e ideação suicida (Ferreira et al., 2023).
O tratamento com isotretinoína oral é uma abordagem eficaz para pacientes com acne grave ou moderada e tem demonstrado não apenas melhorias na condição da pele, mas também na saúde mental dos pacientes. A isotretinoína é um retinoide derivado da vitamina A que atua regulando a produção de sebo, diminuindo a inflamação e normalizando a renovação celular da pele (Santos et al., 2023).
Estudos, como o realizado por Saraiva e Egypto (2021), destacam que, quando administrada corretamente e sob a supervisão de um médico, a isotretinoína pode resultar em melhorias significativas na saúde mental dos pacientes com acne. A melhoria na condição da pele pode levar a uma maior autoestima e bem-estar psicológico, especialmente em casos de acne grave que podem ter um impacto negativo na qualidade de vida e saúde mental dos pacientes.
Além do tratamento da acne, a isotretinoína tem sido utilizada de forma off label no tratamento de diversas dermatoses, ou seja, em condições para as quais não foi especificamente aprovada, mas nas quais se observou benefícios clínicos. Estudos, como o conduzido por Alves, Egypto e Sousa (2022), destacam alguns desses benefícios, como a redução da expressão de p53 epidérmica (uma proteína associada ao envelhecimento e ao câncer de pele), o aumento do colágeno dérmico (o que pode contribuir para a melhoria da elasticidade e firmeza da pele) e a melhora da textura da pele.
Figura 1: Acne no grau III
3.2 RISCOS E BENEFÍCIOS
Embora a isotretinoína seja eficaz no tratamento da acne, é importante considerar os possíveis efeitos adversos, como alterações na cavidade oral e xerostomia (Marques et al., 2021; Kolbe; Silva, 2017). Estudos comparativos têm demonstrado que, apesar dos efeitos adversos durante o tratamento com isotretinoína, estes cessam após a conclusão do tratamento, ressaltando a eficácia do medicamento (Lucena et al., 2023).
A isotretinoína é uma opção terapêutica importante para pacientes com acne resistente a tratamentos convencionais, sendo essencial para melhorar a qualidade de vida e a saúde mental desses indivíduos. No entanto, é fundamental que o uso da isotretinoína seja monitorado de perto devido aos seus potenciais efeitos adversos, garantindo assim um tratamento eficaz e seguro para os pacientes com acne grau III. (Rodrigues et al., 2021).
Um dos problemas destacados é a polifarmácia, que se refere ao uso concomitante de múltiplos medicamentos por um paciente. A polifarmácia pode aumentar o risco de interações medicamentosas prejudiciais, eventos adversos, declínio funcional e até mesmo mortalidade. Estudos, como os realizados por Rodrigues et al. (2021) e Pereira et al. (2022), têm documentado essas preocupações e enfatizado a importância de uma abordagem cuidadosa na prescrição e no monitoramento de medicamentos, especialmente em pacientes vulneráveis.
3.3 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO CONTROLE DA UTILIZAÇÃO DO FÁRMACO
A falta de monitoramento dos riscos ambientais associados aos fármacos é uma preocupação crescente, pois os medicamentos podem acabar tendo impactos negativos no ambiente após serem excretados pelo corpo humano ou descartados inadequadamente. A avaliação do risco ambiental dos medicamentos é crucial para identificar substâncias que podem representar uma ameaça para os ecossistemas aquáticos e terrestres, bem como para priorizar o monitoramento e implementar medidas para mitigar esses impactos. Nesse sentido, Silva et al. (2020) destacam a importância dessa avaliação e ressaltam a necessidade de uma abordagem mais abrangente para lidar com os riscos ambientais associados aos fármacos.
Além disso, a utilização de medicamentos durante a gravidez pode representar riscos teratogênicos para o feto. É essencial conscientizar as gestantes sobre os perigos potenciais associados ao uso de medicamentos durante a gravidez e garantir que os profissionais de saúde considerem cuidadosamente os potenciais riscos e benefícios ao prescrever medicamentos para mulheres grávidas (Silva et al., 2020). Aguiar et al. (2020), enfatizam a importância dessa conscientização para garantir a segurança tanto da mãe quanto do bebê.
Figura 2: Paciente Recém-nascido com histórico de exposição pré-natal a isotretinoina. Graves defeitos congênitos no sistema nervoso central e dismorfias faciais, com evolução clínica desfavorável.
A questão das interações medicamentosas também é relevante, especialmente em pacientes que fazem uso de múltiplos medicamentos. A falta de atenção a essas interações pode resultar em complicações sérias, incluindo hospitalizações e até mesmo óbito. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde estejam cientes dos potenciais riscos de interações medicamentosas e adotem medidas para preveni-las. Sampaio et al. (2022) e Rocha et al. (2023) destacam a importância da vigilância e do manejo adequado das interações medicamentosas para garantir a segurança dos pacientes.
Da mesma forma, o uso off label de medicamentos apresenta desafios, pois pode expor os pacientes a riscos desconhecidos, destacando a importância de revisões literárias para avaliar os benefícios e riscos dessa prática (Guimaraes et al., 2021). Portanto, a utilização de fármacos envolve uma série de riscos que vão desde interações medicamentosas até impactos ambientais e teratogênicos. É fundamental que profissionais de saúde estejam atentos a essas questões, adotando práticas seguras de prescrição e monitoramento para garantir a segurança e eficácia no uso de medicamentos.
3.4 A EFICACIA DO TRATAMENTO
A eficácia da isotretinoína no tratamento da acne severa tem sido objeto de extensiva investigação ao longo dos anos, resultando em uma sólida base de evidências que a posiciona como uma terapia altamente eficaz para casos graves e moderados. Estudos clínicos, como o conduzido por Brito et al. (2010), demonstraram consistentemente taxas de sucesso impressionantes, superiores a 80%, na resolução dessas condições dérmicas complexas. Esses resultados substanciais não apenas confirmam a eficácia terapêutica da isotretinoína, mas também destacam seu papel significativo na melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados pela acne.
Além dos benefícios dermatológicos evidentes, há crescente reconhecimento dos efeitos positivos da isotretinoína na saúde mental dos pacientes. Pesquisas, como as de Saraiva e Egypto (2021), têm revelado resultados promissores em termos de melhoria do bem-estar psicológico dos indivíduos em tratamento. A redução da acne e a melhoria da aparência da pele podem contribuir significativamente para uma maior autoestima e confiança, impactando positivamente a saúde mental de maneira holística.
Aprofundar a compreensão dos perfis dos pacientes submetidos ao tratamento com isotretinoína, como demonstrado nos estudos conduzidos por Santos et al. (2023) e Galvão et al. (2022), tem proporcionado achados de suma importância sobre a diversidade desse grupo populacional. A análise desses perfis permite a identificação não apenas de características demográficas, como idade e sexo, mas também de elementos individuais, como o tipo e a gravidade da acne, histórico médico pregresso e aspectos emocionais e estéticos relevantes. Essa análise mais detalhada possibilita a adaptação do tratamento de forma personalizada para cada paciente, considerando suas necessidades específicas e objetivos de saúde.
Isso porque, a investigação desses perfis pode revelar se determinadas faixas etárias ou subtipos de acne respondem de maneira diferenciada à isotretinoína, permitindo ajustes na dose ou na duração do tratamento conforme apropriado. Além de que, o conhecimento completo do histórico médico do paciente possibilita uma abordagem mais atenta a possíveis interações medicamentosas ou condições de saúde concomitantes que possam influenciar a eficácia ou segurança do tratamento.
Essa abordagem personalizada não apenas visa maximizar os resultados clínicos, mas também contribui para a satisfação do paciente. Ao perceberem que o tratamento é adaptado às suas necessidades individuais, os pacientes tendem a se engajar de maneira mais eficaz no processo terapêutico. Esse engajamento fortalece a relação entre o paciente e o profissional de saúde, promovendo uma colaboração mais eficiente e uma experiência terapêutica mais positiva como um todo.
Além de seu uso convencional no tratamento da acne, a investigação sobre o potencial uso off-label da isotretinoína para outras dermatoses amplia significativamente o espectro terapêutico desse composto (Neta et al., 2022). Essa exploração de novas aplicações ressalta a versatilidade e a potencialidade terapêutica da substância, abrindo caminho para o desenvolvimento de abordagens inovadoras no cuidado dermatológico.
No entanto, à medida que se considera a expansão do uso da isotretinoína, questões relacionadas aos potenciais efeitos adversos, especialmente os de natureza psicológica, emergem como foco de preocupação. Estudos e discussões na literatura científica têm abordado essas preocupações, destacando a importância de uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios associados ao tratamento com esse medicamento (Souza & Sousa, 2022).
Apesar dessas preocupações, evidências recentes sugerem que a isotretinoína não está necessariamente associada a manifestações psiquiátricas adversas. Pelo contrário, alguns estudos indicam que o uso da substância pode até contribuir para melhorias na autoestima e na percepção estética dos pacientes, proporcionando benefícios psicológicos adicionais além do tratamento dermatológico (Souza & Sousa, 2022).
Apesar dos benefícios claros, é crucial reconhecer os potenciais riscos relacionados ao uso da isotretinoína, especialmente em mulheres em idade fértil, devido ao risco de teratogenicidade. Esse aspecto sublinha a importância de uma abordagem informada e monitorada ao longo de todo o curso do tratamento, conforme discutido por Júnior et al. (2019) e Oliveira et al. (2020).
O uso de isotretinoína no tratamento da acne está associado a uma ampla gama de possíveis efeitos adversos, abrangendo desde reações mucocutâneas até complicações neurológicas. Estudos conduzidos por Melnik (2017), Tang et al. (2009), Reilly e Ritsema (2015), Soutou et al. (2023), Siddiqui et al. (2022) e Rosende et al. (2011) destacaram esses efeitos, incluindo aumento das enzimas hepáticas, hipertrigliceridemia e até mesmo casos de hepatite e depressão. Além disso, relatos de associação entre isotretinoína e sacroileíte, conforme discutido por Sargın e Manzo (2022), suscitam preocupações adicionais sobre os possíveis efeitos colaterais.
É importante ressaltar que as evidências sobre os efeitos psiquiátricos associados à isotretinoína ainda são inconclusivas, conforme apontado por Vallerand et al. (2017). No entanto, a atenção e a vigilância em relação aos sintomas psicológicos, como a depressão, são fundamentais para uma gestão eficaz desses casos.
Para lidar com esses efeitos adversos, os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na educação dos pacientes sobre práticas seguras e melhores. É fundamental que eles forneçam orientações claras sobre os potenciais riscos associados ao uso de isotretinoína e instruções sobre como lidar com possíveis efeitos adversos. Prestar atenção regularmente a sintomas potenciais, como depressão e síndrome do intestino irritável, é vital para identificar precocemente qualquer sinal de complicação. Esse monitoramento contínuo permite uma intervenção oportuna e eficaz, ajudando a minimizar o impacto dos efeitos adversos no bem-estar do paciente.
Considerando as pesquisas inconclusivas sobre a relação entre isotretinoína e certas condições, como destacado por Reilly e Ritsema (2015), é ainda mais importante que os profissionais de saúde permaneçam vigilantes e estejam preparados para responder adequadamente a quaisquer preocupações levantadas pelos pacientes. Desta forma, o monitoramento próximo e a intervenção oportuna são essenciais para mitigar os efeitos adversos, especialmente durante o período de tratamento ativo, como ressaltado por Qin (2023). Isso envolve não apenas a avaliação regular dos sintomas físicos, mas também a avaliação do estado psicológico e emocional do paciente para garantir uma abordagem holística e abrangente à sua saúde durante o tratamento com isotretinoína.
Em relação à segurança, estudos como o de Guduk & Demirci (2021) sugerem que a remoção de pelos a laser não aumenta significativamente a incidência de efeitos colaterais em pacientes em tratamento com isotretinoína. Ademais, evidências indicam que a isotretinoína pode não ter efeitos arrítmicos significativos, conforme demonstrado pelo estudo de Selçoki et al. (2008). No entanto, é fundamental reconhecer que a segurança pode variar entre diferentes marcas de isotretinoína oral, conforme discutido por Soutou et al. (2023), destacando a importância de uma avaliação individualizada do risco-benefício em cada caso clínico.
Para garantir a prescrição ética e o uso responsável da isotretinoína, é crucial reconhecer o papel fundamental dos farmacêuticos na prevenção de erros de medicação, conforme salientado por Ferreira et al. (2021). Os farmacêuticos desempenham uma função vital na verificação meticulosa dos registros de medicamentos e na realização de verificações antes da dispensação, garantindo que a isotretinoína seja administrada com segurança e eficácia. Por esse motivo, a compreensão limitada da incidência de lesão hepática induzida por drogas (LHID) em pacientes pediátricos, conforme discutido por Iwaki et al. (2023), destaca a necessidade de monitoramento próximo dos pacientes, especialmente os pediátricos, para detectar precocemente sinais de lesão hepática durante o tratamento com isotretinoína.
Adicionalmente, a responsabilidade ética dos profissionais de saúde, incluindo os farmacêuticos, na prescrição de isotretinoína é primordial. Isso envolve a promoção da educação continuada e a implementação de metodologias ativas para garantir o uso seguro dos medicamentos, conforme aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme abordado por Cavichioli et al. (2021). Destarte, o uso off-label da isotretinoína no tratamento de dermatoses levanta questões éticas importantes, especialmente em relação às contraindicações para mulheres grávidas e indivíduos com alterações cancerígenas relacionadas ao fotoenvelhecimento, conforme discutido por Neta et al. (2022).
Estudos como o de Lucena et al. (2023) têm investigado a eficácia e segurança da isotretinoína em comparação com antibióticos no tratamento da acne vulgar, enfatizando a importância de práticas de prescrição baseadas em evidências. Também é crucial considerar os impactos psicológicos e psicossociais associados ao uso de isotretinoína, incluindo potenciais efeitos adversos psicológicos, como ideação suicida, conforme discutido por Souza & Sousa (2022). Isso demanda uma avaliação holística do bem-estar psicológico dos pacientes antes e durante o tratamento com isotretinoína, destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar e centrada no paciente. Abaixo, uma breve síntese no quadro 1 sobre os pós e contras do uso de Isotretinoína.
Quadro 1- Prós e contras do uso de Isotretinoína
4. Conclusão
Neste estudo, enfatizamos a eficácia da isotretinoína como um tratamento essencial para a acne em seu grau III, destacando seu impacto positivo na vida dos pacientes. Por meio de uma análise abrangente da literatura e de estudos clínicos relevantes, evidenciamos não apenas os benefícios para a pele, mas também os efeitos positivos desse medicamento na saúde mental dos pacientes.
A abordagem personalizada do tratamento, considerando as características individuais dos pacientes, mostrou-se promissora para melhorar os resultados e garantir a satisfação do paciente ao longo do tratamento. Isso envolve uma avaliação cuidadosa dos aspectos físicos, emocionais e sociais, permitindo uma intervenção terapêutica mais completa e centrada no paciente.
Entretanto, é crucial reconhecer os potenciais riscos associados ao uso da isotretinoína, especialmente em mulheres em idade fértil, devido ao risco de defeitos congênitos. A ética na prescrição e no uso da isotretinoína desempenha um papel fundamental na promoção de práticas seguras e responsáveis, sendo que profissionais de saúde, incluindo farmacêuticos, têm um papel crucial na prevenção de erros de medicação e na promoção do uso adequado do medicamento.
Referências
Almeida, C., Barbara P., De Geron (2019). Acne Vulgar e o uso da isotretinoína: Os prós e contra o tratamento. Faema:39 (1), http://repositorio.faema.edu.br:8000/jspui/handle/123456789/2488
Alves, Z., Egypto, L., & Sousa, M. (2022). Isotretinoína no tratamento off label de dermatoses. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 15. https://doi.org/10.25248/reas.e11564.2022
Andrade Júnior, F. P. De, Lima, B. T. De M., Menezes, J. S., Cruz, J. H. De A., Alves, T. W. B., & Oliveira Filho, A. A. De. (2020). Uso de isotretinoína por mulheres em idade reprodutiva. Archives of Health Investigation, 8(8). https://doi.org/10.21270/archi.v8i8.3230
Barros, A. B. de, Sarruf, F. D., Fileto, M. B., & Robles Velasco, M. V. (2020). Acne vulgar: aspectos gerais e atualizações no protocolo de tratamento. BWS Journal. https://bwsjournal.emnuvens.com.br/bwsj/article/view/125
Brito, M., Sant’Anna, I., Galindo, J., Rosendo, L., & Santos, J. (2010). Avaliação dos efeitos adversos clínicos e alterações laboratoriais em pacientes com acne vulgar tratados com isotretinoína oral. Anais Brasileiros de Dermatologia, 85(3), 331-337. https://doi.org/10.1590/s0365-05962010000300006
Cavichioli, F., Nascimento Filho, H. M., Borges, D. T. M., Blanes, L., & Ferreira, L. M. (2021). Educação continuada e metodologias ativas em cursos a distância em enfermagem: revisão integrativa da literatura. Nursing (São Paulo), 24(276), 5670-5685. https://doi.org/10.36489/nursing.2021v24i276p5670-5685
Ferreira, F., Pereira, T., Souza, B., & Sanches, A. (2021). O papel do farmacêutico na prevenção de erros de medicação. Research Society and Development, 10(3), e18310313280. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.13280
Ferreira, R. R., Rebouças, R. C. P., Rodrigues, A. R., Curi, M. G. B., Moises, J. K. A., Dias, C. P., Queiroz, L. A. J. F., & Fernandes, V. F. L. (2023). Os impactos da acne vulgar na qualidade de vida do paciente. Brazilian Journal of Health Review, 6(1), 1366-1375. https://doi.org/10.34119/bjhrv6n1-105
Galvão, E., Falcão, E., & Andrade, K. (2022). Análise do perfil dos pacientes com acne vulgar que são atendidos no consultório de dermatologia.Research Society and Development, 11(1), e25311124912. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24912
Guduk, S., & Demirci, G. (2021). Safety of laser hair removal in patients receiving systemic isotretinoin for acne vulgaris. Dermatologic Surgery, 47(11), 1448-1452. https://doi.org/10.1097/dss.0000000000003185
Iwaki, M. V., Gonçalves, S. T., Louro, E., Furuzawa, T. A., Santos, F. C. S. Dos, Moura, D. R. De O., Cremer, E., Batistela, V. R., & Comar, F. M. De S. S. (2023). Injúria hepática induzida por medicamentos em pacientes pediátricos. Research Society and Development, 12(4), e21612438393. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.38393
Kolbe, A., & Silva, F. (2017). Uso da isotretinoína no tratamento da acne e sua relação com a halitose. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, 16(1), 101. https://doi.org/10.9771/cmbio.v16i1.14169
Lucena, H. A., Gonçalves, C. W. L., Neto, F. T. S., Souza, J. A., Ferreira, R. D. F., Filho, T. F. O. F. F., & Sousa, M. N. A. (2023). Eficácia do tratamento da acne vulgar: um estudo comparativo entre a isotretinoína e antibióticos. Peer Review, 5(1), 94-107. https://doi.org/10.53660/prw.186.23c12
Marques, M. O., Abreu, M. T. R., Marques, M. V. C., Néri, J. S. V., & Dantas, J. B. L. (2021). Alterações em cavidade oral associada ao uso da isotretinoína. Revista Brasileira de Saúde Funcional, 9(2), 121-132. https://doi.org/10.25194/rebrasf.v9i2.1446
Montagner, S.; Costa, A. (2010). Diretrizes modernas no tratamento da acne vulgar: da abordagem inicial à manutenção dos benefícios clínicos. Surgical & Cosmetic Dermatology, 213 (205). http://www.redalyc.org/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=265519983012
Oliveira, G. A. De, Ruas, C. S. L., Lacerda, L. G., Coelho, V. A. T., & Nascimento, E. De S. (2020). Isotretinoína no tratamento da acne: riscos e benefícios. Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro, 1(1). https://doi.org/10.17648/2178-6925-v1-2020-16
Reilly, B., & Ritsema, T. (2015). Managing nonteratogenic adverse reactions to isotretinoin treatment for acne vulgaris. JAAPA, 28(7), 34-39. https://doi.org/10.1097/01.jaa.0000459815.24908.02
Rosende, L., Verea-Hernando, M. M., De Andrés, A., Piñeyro-Molina, F., Barja, J., Castro-Castro, S., & Fonseca, E. (2011). Hypoacusia in a patient treated by isotretinoin. Case Reports in Medicine. https://doi.org/10.1155/2011/789143
Santos, M. C. L., Carvalho, R. L. De, Sousa Júnior, W. L., & Galvão, E. M. L. N. F. (2023). Perfil dos pacientes em uso de isotretinoína em um ambulatório de uma universidade privada no Piauí: uma análise exploratória e descritiva. Research Society and Development, 12(4), e18212441223. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41223
Santos, M. C. L., Carvalho, R. L., Sousa Júnior, W. L., & Galvão, E. M. L. N. F. (2023). Perfil dos pacientes em uso de isotretinoína em um ambulatório de uma universidade privada no Piauí: uma análise exploratória e descritiva. Research Society and Development, 12(4), e18212441223. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41223
Saraiva, K., & Egypto, L. (2021). Impacto na saúde mental do paciente com acne grave/moderada em uso da isotretinoína oral: estudo qualitativo. Research Society and Development, 10(9), e14710917770. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17770
Sargın, B., & Manzo, C. (2022). Oral isotretinoin and sacroiliitis: causal link or coincidence? Discussion points emerging from a case-based review. Reumatologia/Rheumatology, 60(5), 357-360. https://doi.org/10.5114/reum.2022.120761
Selçoki, Y., Gorpelioglu, C., Turgut, F., Sarifakioglu, E., Ozkara, A., Tekin, O., Kanbay, M., & Akçay, A. (2008). Isotretinoin: Is there any arrhythmic effect? International Journal of Dermatology, 47(2), 195-197. https://doi.org/10.1111/j.1365-4632.2008.03341.x
Soutou, B., Sleiman, J., Tomb, R., Kechichian, E., & Helou, J. (2023). Prevalence of adverse events varies with the different oral isotretinoin brands in acne treatment: A retrospective observational study. Archives of Dermatological Research, 315(6), 1533-1539. https://doi.org/10.1007/s00403-023-02532-6
Souza, A., & Sousa, M. (2022). Efeitos psicológicos associados ao uso da isotretinoína. Revista Contemporânea, 2(3), 1038-1052. https://doi.org/10.56083/rcv2n3-049
Tang, M. B. Y., Tan, E. S. T., Tian, E. A. L., Loo, S. C., & Chua, S. H. (2009). Electronic e-isotretinoin prescription chart: Improving physicians’ adherence to isotretinoin prescription guidelines of Der. Australasian Journal matology, 50(2), 107-112. https://doi.org/10.1111/j.1440-0960.2009.00516.x
Teixeira, V., Vieira, R., & Figueiredo, A. (2013). Impacto psicossocial da acne. Journal of the Portuguese Society of Dermatology and Venereology, 70(3), 291. https://doi.org/10.29021/spdv.70.3.4
Vallerand, I. A., Lewinson, R. T., Farris, M. S., Sibley, C. D., Ramien, M. L., Bulloch, A. G. M., & Patten, S. B. (2017). Efficacy and adverse events of oral isotretinoin for acne: A systematic review. British Journal of Dermatology, 178(1), 76-85. https://doi.org/10.1111/bjd.15668
¹Faculdade Integrada Carajás, Brasil. E-mail: reginacoelhocastro@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0005-6973-1471;
²Faculdade Integrada Carajás, Brasil. E-mail: daniellesousabrito@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0003-8575-7386;
³Faculdade Integrada Carajás, Brasil. E-mail: vitoriabispo072016@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-6898-0816.