1Kaio Batista de Lima, Discente do curso de Fisioterapia UNINORTE
2Barbara Lira Bahia Mendes, Fisioterapeuta e Coordenadora do Curso de Fisioterapia UNINORT
2Bruna Borges Santos, Enfermeira
2Joselaine Dantas, Fisioterapeuta
RESUMO
A estimulação elétrica funcional é uma técnica fisioterapêutica que tem o intuito de produzir contrações musculares funcionais. Todavia, essa técnica é bastante empregada como condutas no processo de reabilitação de pacientes principalmente em pacientes decorrentes de desordens de cunho neurológico como: Acidente Vascular Encefálico (AVE), Neurotoxoplasmose (NTX), Paralisia Cerebral (PC) dentre outros. Tal técnica apresenta como principais objetivos: reeducação muscular, retardar atrofias, atenuar espasticidade, redução de contraturas e edemas. O referido trabalho tem a finalidade de apresentar o papel da estimulação elétrica funcional associada a cinesioterapia em pacientes hemiplégicos. Trata-se de uma revisão dos estudos e protocolos publicados nas principais bases de dados (Pedro, Pubmed, Scielo,Lilacs).
Palavras-chave: Estimulação elétrica funcional, fisioterapia, neurologia, cinesioterapia.
INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a principal causa de morte por doenças cerebrovasculares no Brasil, e consiste na perda repentina da função neurológica causada por interrupção do fluxo sanguíneo para o encéfalo (Cappelari MM, Grave MTQ,2012).
Em decorrência dessa morte celular, várias alterações serão encontradas, sendo as mais comuns: déficits motores, sensitivos e cognitivos, dor, alterações na marcha, equilíbrio e controle postural. Assim é de extrema importância à inclusão do tratamento fisioterapêutico na reabilitação desses pacientes, melhorando a funcionalidade, qualidade de vida e independência. (PIASSAROLI et al., 2012).
Estima-se que mais da metade dos indivíduos acometidos por AVC possuam algum comprometimento do sistema sensoriomotor (Kimberley TJ, et al, 2004).O comprometimento de vias sensoriais e motoras como consequência do AVC frequentemente está correlacionado a uma pobre recuperação funcional, ao aumento da taxa de mortalidade, à deficiência de equilíbrio postural, ao aumento do risco de quedas, à síndrome dolorosa do ombro, dentre outros (Sullivan JE,et al,2008).
Em decorrência dessa morte celular, várias alterações serão encontradas, sendo as mais comuns: déficits motores, sensitivos e cognitivos, dor, alterações na marcha, equilíbrio e controle postural. Assim é de extrema importância à inclusão do tratamento fisioterapêutico na reabilitação desses pacientes, melhorando a funcionalidade, qualidade de vida e independência. (PIASSAROLI et al., 2012).
A NTX é a causa mais comum de lesões cerebrais expansivas com efeito de massa que podem gerar uma variedade de sequelas neurológicas comprometendo a funcionalidade e a realização das atividades da vida diária. (Brasil. Ministério da Saúde,2017 e Kodym P, et al, 2014).
Paralisia Cerebral (PC), acarretam grandes sequelas motoras e funcionais até incapacitantes as quais irão impactar diretamente na funcionalidade na realização das atividades de vida diária como locomoção e também adultos em atividades que requerem essa posição, assim como nas atividades de lazer, trabalho, entre outros propiciando um déficit na qualidade de vida do paciente (ZANINI, Graziela; CEMIN, Natália Fernanda; NIQUE PERALLES, Simone,.2017)
A cinesioterapia é uma forma de tratamento que usa o movimento do corpo humano no processo de reabilitação, associada a recursos terapêuticos como o recurso de estimulação elétrica funcional (FES) onde sincroniza as unidades motoras do músculo estimulado e diminui o tônus dos músculos antagonistas pela inibição recíproca (Silva E.B,.2014)
Através do FES são conduzidos impulsos elétricos que promovem alterações fisiológicas no organismo, através da estimulação do neurônio motor restaurando ou auxiliando no movimento do segmento corporal (Oshiro SH, Oliveira CL, et,al.,2012).
MATERIAL E MÉTODO:
Trabalho de revisão bibliográfica onde foram realizados uma análise da produção bibliográfica da determinada temática, fornecendo uma visão geral de um tópico específico, evidenciando métodos, que receberam maior ou menor ênfase na literatura selecionada. Tal estudo se desenvolverá através de levantamentos bibliográficos em bases de dados eletrônicas conceituadas (LILACS, Pedro, PubMed, Scielo). Será feita a interpretação destes sobre os aspectos relacionados com o tratamento de pacientes neuropatas através da estimulação elétrica funcional associado a cinesioterapia em pacientes hemiplégicos.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A estimulação elétrica funcional (FES ou EEF), através da sua aplicação na neurologia, traz os seguintes benefícios para os pacientes: facilitação da contração muscular voluntária, fortalecimento e/ou prevenção do hipotrofismo, aumento da amplitude de movimento, redução da espasticidade, substituição de órteses para produzir movimento funcional (Schuster RC, Sant CR, Dalbosco V.,2007).
A EEF trabalha da seguinte forma: estimula eletricamente um músculo privado de controle normal para produzir uma contração funcionalmente útil. Esta estimulação despolariza o nervo motor, produzindo uma resposta sincrônica em todas as unidades motoras do músculo estimulado, melhorando seu trofismo. Além disso, o estímulo elétrico diminui o tônus do grupo muscular antagonista, pelo mecanismo de inibição recíproca (Schuster RC, Sant CR, Dalbosco V.,2007),
Sabe-se que a FES provoca a contração de músculos paréticos, por meio de vias sensitivas, que contribuem para a normalização das atividades motoras reflexas básicas. Os efeitos imediatos são: inibição recíproca e relaxamento do músculo espástico e estimulação sensorial de vias aferentes. Os efeitos tardios agem na neuroplasticidade (LIANZA, S. et al., 2011)
A utilização da EENM para restaurar a locomoção é simples: recuperar artificialmente o controle motor perdido. Os músculos dos membros inferiores à lesão e seus motoneurônios normalmente permanecem intactos, portanto, a técnica consiste em promover estímulo elétrico para ativar os neurônios que irão conduzir à contração dos músculos paralisados (LIANZA, S. et al., 2011).
Logo, vale ressaltar que ainda existe uma carência de literaturas sobre o uso da estimulação elétrica funcional associado a cinesioterapia em pacientes hemiplégicos sendo necessário que a referida temática seja mas, explorada pelos pesquisadores e afins com o intuito de promover um acervo maior e com estudos de maior qualidade e abrangência fator esse que visa promover técnicas e protocolos de atendimentos baseados em evidências o que por consequência irá proporcionar um atendimento fisioterapêutico de maior qualidade e embasamento cientifico.
CONCLUSÃO
Através da revisão feita, pode-se concluir que a estimulação elétrica funcional traz inúmeros benefícios aos pacientes acometido pelas neuropatias, e que seu uso já é muito abrangente na Fisioterapia. Os benefícios da estimulação elétrica funcional indicam que esta é uma técnica promissora para complementar as atividades funcionais.
Vale ressaltar que a utilização da estimulação elétrica funcional apresentou resultados positivos quando associados a cinesioterapia com pacientes portadores de neuropatias. Entretanto, ressalta-se que ainda existe uma carência de conteúdo cientifico na referida temática principalmente quando relacionado a pacientes hemiplégicos o qual apresentam sequelas e comprometimentos funcionais em graus mais elevados.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Brasília, DF; 2017.
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Kodym P, Malý M, Beran O, Jilich D, Rozsypal H, Machala L, et al. Incidence, immunological and clinical characteristics of reactivation of latent Toxoplasma gondii infection in HIV-infected patients. Epidemiol Infect. 2014;143(3):1-8. doi: 10.1017/S0950268814001253
LIANZA, S. et al. Diagnóstico e tratamento da espasticidade. Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação. 2011.
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