UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA: HIPOTERMIA INDUZIDA NO MANEJO DO TCE

A SYSTEMATIC REVIEW OF THE LITERATURE: INDUCED HYPOTHERMIA IN THE MANAGEMENT OF TBI

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7916171


Fernanda Souto Nezzo¹
Lyara Almeida Soares Silva¹
Vitoria Mikaella Soares Dias¹
Maria Eduarda Gomes Madruga¹
Mariane da Silva Carvalho¹
Maurício Martins Moreira¹
Ricardo Silva Madruga¹
Julia Cristina Martins Dantas¹
Gilmar dos Santos Lobo¹
Edivan Bezerra dos Santos Júnior²
Luís Fernando da Silva Carvalho²


INTRODUÇÃO:

O traumatismo cranioencefálico pode ocorrer por acidentes  automobilísticos,  atropelamentos, motociclísticos,  agressões  físicas,  quedas,  lesões  por  arma  de  fogo e etc.

As lesões podem afetar o couro cabeludo, meninge, encéfalo e vasos sanguíneos. No Brasil há alta incidência e morbimortalidade, sendo mais frequente no sexo masculino. 

Visto este como um grande problema de saúde pública, são necessárias diversas medidas para o tratamento eficaz, e uma dessas propostas é a aplicação da hipotermia terapêutica na prevenção de lesões secundárias.

OBJETIVO: 

Avaliar  as vantagens e desvantagens da hipotermia terapêutica nos adultos vítimas de TCE.

METODOLOGIA:

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura sobre a eficácia da hipotermia induzida no paciente vítima de TCE onde, efetuou-se uma pesquisa na PUBMED, LILACS e UpToDate de estudos publicados entre 1 de janeiro de 2012 a 30 de setembro de 2022.

RESULTADOS:

As lesões secundárias do TCE podem ser potencialmente evitadas e estão relacionadas com o aumento da PIC, que leva a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Estima-se que 50% dos doentes com um TCE grave desenvolvam frequentemente HIC (Tagliaferri et al., 2006).

Foi observado que a hipotermia (>32ºC), sendo induzida de forma controlada, pode resultar em uma eficaz medida terapêutica contra a evolução do TCE para sua forma mais grave, isso devido seu efeito neuroprotetor, o qual atua reduzindo as reações enzimáticas destrutivas, o estresse oxidativo, a exigência de oxigênio, peroxidação lipídica e acidose intracelular, contribuindo a nível de metabolismo cerebral e resposta inflamatória. 

No entanto, outros estudos encontraram benefícios limítrofes para a morte e desfecho neurológico, há também um risco aumentado para pneumonia.

CONCLUSÃO:

Apesar da hipotermia induzida no manejo do TCE ter se mostrado benéfica ainda há muitos questionamentos sobre seu uso, isso por que o trauma é uma situação clínica heterogênea, sendo as vítimas de TCE na maioria das vezes politraumatizados, o que dificulta a escolha de certas terapias. 

Além disso, a complexidade do sistema nervoso e o desconhecimento do real efeito da hipotermia como terapêutica para a célula nervosa, impedem que haja um protocolo que assegura esse tratamento. 

Em situações favoráveis para sua utilização, deve ser feita com cautela pois, a sua duração pode influenciar na piora do prognóstico, podendo causar arritmias, coagulopatias e infecções pulmonares. 

PALAVRAS-CHAVES: Hipotermia. Manejo. Traumatismo Cranioencefálico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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  8. Alvis-Miranda, Hernando Raphael; Alcalá-Cerra, Gabriel; Calderon-Miranda, Willem; Moscote-Salazar, Luis Rafael. Rev. chil. neurocir ; 41(1): 83-88, jul. 2015. Artigo em Espanhol | LILACS | ID: biblio-836048.

¹Centro Universitário Presidente Antônio Carlos – UNITPAC
²Faculdade de Ciências Médicas do Pará — FACIMPA