UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

A LITERATURE REVIEW ON NURSING CARE IN PRENATAL AND PUERPERIAL CARE IN THE FAMILY HEALTH STRATEGY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202410121643


Aline Ledo Passos; Amanda Gabriella Fonseca da Silva; Bruna Silva Xavier; Clara Moura Dias; Daiana dos Santos Ferreira; Daiania Lima Batista Santos; Fabíola Dos Reis Souza; Ruth Rocha Guedes Torres; Taiane de Souza Lima1; Patrícia da Silva Guedes2


RESUMO

O processo de gestação é um acontecimento que requer uma atenção especializada e contínua de cuidados especiais, e esta atenção se dá mediante a assistência pré-natal qualificada. O pré-natal busca garantir uma gravidez adequada e saudável, preparando a gestante para um parto com o menor risco possível, trazendo benefícios tanto a mãe quanto para ao bebê. Levando em consideração que o acompanhamento das gestantes na unidade de saúde pode ser precário, esse estudo tem como objetivo abordar a importância da assistência de enfermagem no pré-natal e puerpério, de modo a demonstrar conforme estudos feitos sobre o tema, que a intervenção aplicada de forma correta deixa as pacientes satisfeitas, melhorando a rotina de saúde no pré-natal e puerpério. Assim, esse estudo objetiva fazer uma revisão de literatura sobre a assistência de enfermagem no pré-natal e puerpério na estratégia saúde da família. Portanto, a equipe de saúde da unidade de saúde dessa forma conseguirá atender todas as gestantes da região que estava adstrita a sua área de abrangência, abarcando todas usuárias no atendimento e instalando inclusive a assistência adequada no pré-natal e puerpério.

Palavras- chave: Mulher. Pré-natal. Puerpério. Atenção primária à saúde.

1 INTRODUÇÃO

Esse estudo prima por fazer uma uma revisão de literatura sobre a assistência de enfermagem no pré-natal e puerpério na estratégia saúde da família em prol de fomentar a necessidade de cuidado com a saúde da mulher e melhorar a sua qualidade de vida, buscando reduzir os índices de  morbidade e mortalidade materna (Baratieri e Natal, 2022), pois conforme aduz o IBGE (2019) as taxas de mortalidade durante a gravidez e o parto permanecem elevadas, mesmo que nas últimas décadas do século XX e as primeiras décadas dos anos 2000, obteve-se avanços expressivos na redução da mortalidade na infância, com o valor alcançando, em 2018, 14,4 óbitos de menores de cinco anos de idade a cada 1000 mil nascidos vivos.

Com relação a mortalidade de gestantes, nota-se que a maioria das mortes de gestantes, puérperas e recém-nascidos poderiam ser evitadas com a atuação de uma atenção à saúde adequada na gravidez, parto e puerpério com a implementação integrada e universal de ações de atendimento à gestante e puérpera por meio da integração conhecimento técnico e capacidade de receber, apoiar e detectar precocemente problemas realizando prevenção, tratamento e acompanhamento necessário e adequado (Kassebaum et al., 2014).

Para Marques et al. (2021) as ações de saúde para a qualificação da atenção à mulher e à criança devem ser prioritárias nas agendas de políticas públicas no Brasil devido a sua salutar importância, visando reduzir as mortalidades de mulheres e crianças, e mesmo com redução dos óbitos maternos e infantil há uma mobilização para programas com o objetivo de qualificar a atenção à criança e à mulher pois ainda há necessidade de muita melhoria no acompanhamento pré-natal.

 Apesar de haver tais iniciativas, há ainda evidências de que os cuidados pós-parto em atenção primária ainda requer ajustes, com melhorias na estrutura física e material, gestão, primando por melhoria na qualificação profissional, com um cuidado centrado na mulher (Diniz, 2015).

Os principais programas de atenção à englobam o Pré-natal de baixo risco; e os atendimentos realizados são: Consultas médicas em clínica geral, Consultas de enfermagem em puericultura, prevenção de câncer ginecológico, hiperdia, planejamento familiar, atividades educativas, conforme as demandas da comunidade, visita domiciliar de atendimento a acamados, vacinas, Teste do Pezinho, administração de medicações injetáveis, nebulizações, controle de T.A., antropometria, curativos, retirada de pontos (Brasil, 2020).

No contexto da assistência pré-natal, a gestão do cuidado de Enfermagem tem peculiaridades com relação ao cuidado das gestantes e suas famílias primando por um atendimento humanizado, com acolhimento nas unidades básicas e acompanhamento de todo pré-natal e no Brasil evidencia-se a problemática de ainda  ter muitas gestantes que não realizam as consultas preconizadas pelo Ministério da Saúde, pelas falhas no atendimento dos profissionais de saúde e pela descontinuidade do acompanhamento pré-natal (Amorim, 2022).

Para Fernandez et al. (2018) para que haja um bom atendimento, a enfermagem deve conhecer os aspectos mais relevantes do desenvolvimento e estar preparado para fazer algumas intervenções, observando as necessidades de uma abordagem ou tratamento especializado para a qualidade da assistência pré-natal na Atenção Primária.

O serviço pode ser melhorado quando as gestantes puderem ser assistidas para o parto, as consultas médicas devem ser ofertadas conforme demanda espontânea e agendada e o profissional de enfermagem é responsável pelo planejamento e relatórios de atividades, organização de pautas para reuniões de equipe de enfermagem, educação em serviço à equipe de enfermagem, execução de campanhas de vacinação, avaliação de casos especiais de usuários para acompanhamento e fornecimento de materiais especiais como curativos, sondas, etc. Tendo possibilidade ainda de oferecer atendimento domiciliar à  acamado, atividades educativas diversas, organização do processo de trabalho da equipe de enfermagem, organização de escalas de atividades e tarefas (Brasil, 2020)

Para melhorar o atendimento se faz necessário incrementar ações que resultem no aumento da cobertura do rastreamento na área de abrangência de sua ESF e ao encaminhar as mulheres para a atenção secundária quando indicado monitorar seu atendimento e tratamento o que não é feito pela equipe por causa da demanda.

Assim, esse estudo objetiva fazer uma revisão de literatura sobre a assistência de enfermagem no pré-natal e puerpério na estratégia saúde da família.

2 METODOLOGIA

Tal estudo fez uma revisão de literatura que abarque estudos sobre o tema no qual é feito um levantamento bibliográfico que engloba a bibliografia e as referências. A bibliografia é toda literatura que se conseguiu levantar sobre um determinado tema, e referências bibliográficas e todo o material utilizado, que foi citado no trabalho.

O presente estudo caracteriza-se como pesquisa qualitativa do tipo descritiva-exploratória no qual foi feito um levantamento, seleção e documentação da bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisados em livros, revistas, jornais, artigos, publicações e impressos e esse tipo de pesquisa foi desenvolvida através de fontes já existente ou publicadas sendo considerado estudos científicos como principal fonte, tendo como objetivo de redefinir um problema, proporcionar uma melhor visão deste ou torná-lo mais específico, considerando que estes são amplos e pouco esclarecidos.

Para a observação do tema foram selecionados artigos científicos do tema de obstetrícia e ginecologia voltados a atenção primária da gestante e puérpera e voltados a população que usa a atenção primária de saúde pública em bases de dados cientificas. Esse estudo buscou pautar em uma revisão de literatura trazendo estudos datados para a discussão datados de 2014 a 2024 sobre tema citado, fazendo uma pesquisa qualitativa e exploratória de caráter bibliográfico.

O presente trabalho se deu a partir do modelo de pesquisa-ação, com objetivo de apresentar alternativas que possam contribuir para melhorar o seu objeto de estudo e propor uma análise acerca do tema através de análise de estudo de bases de dados cientificas, levantando informações concernentes a temática abordada em artigos em inglês e português.

Para discutir os dados apresentados foi feita uma análise através de buscas de artigos de forma sistemática em revistas, teses e periódicos científicos nacionais e internacionais nas bases de dados online encontrados nas bases de buscas bibliográficas PUBMED/Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), Scielo (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) e Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde). As buscas foram realizadas através da utilização dos seguintes descritores:  Atenção primária em saúde, parto e puerpério, pré-natal e enfermagem.

Para análise dos dados utilizou-se a análise descritiva que foi sistematizada em pró-análise, a exploração do material e o tratamento dos dados (inferência e interpretação), tendo sido feita uma leitura dos documentos e após foi feita uma organização do material em que será realizada a leitura inicial da produção existente, extraindo as impressões em função da pesquisa, dos 19 artigos usados no estudo, 15 fizeram parte da tabela e usados para a discussão.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram averiguados 19 (dezenove) estudos sobre o tema, usando como base para discussão desse estudo 15 desses, trazendo autor, ano, título, objetivos, e na discussão os principais conceitos desses estudos para discutir a temática aqui abordada, conforme tabela abaixo:

n.AnoAutoriaTítuloObjetivo Geral
012014Viellas et al.Assistência pré-natal no Brasil.O estudo tem por objetivo analisar a assistência pré-natal oferecida às gestantes usuárias de serviços de saúde públicos e/ou privados utilizando dados da pesquisa Nascer no Brasil, realizada em 2011 e 2012.
022014Kassebaum et al.Níveis globais, regionais e nacionais e causas da mortalidade materna durante 1990-2013.Averiguar, conforme estudo os níveis de mortalidade materna entre 1990 e 2013.
032015Diniz et al.Percepción de directores de la enfermera de salud primaria em el proceso de enfermería.Analisar a percepção dos enfermeiros gestores da atenção primária à saúde sobre o processo de enfermagem.
042016Silva et al.As boas práticas de atenção ao parto e nascimento sob a ótica de enfermeiros.Conhecer como os enfermeiros realizam as boas práticas de atenção ao parto e nascimento em um centro obstétrico do interior do Rio Grande do Sul.
052017TomasiQualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais.O objetivo foi descrever indicadores de qualidade da atenção pré-natal no Brasil no âmbito do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB).
062017Nogueira e OliveiraAssistência pré-natal qualificada: as atribuições do enfermeiro: um levantamento bibliográfico.Delineamos como objeto deste estudo as atribuições do enfermeiro no atendimento pré-natal, com destaque para a assistência qualificada e as competências essenciais para o exercício da obstetrícia dos profissionais de enfermagem.
072018Errico et al.O trabalho do enfermeiro no pré-natal de alto risco sob a ótica das necessidades humanas básicas.Analisar o trabalho do enfermeiro no pré-natal de alto risco na atenção secundária, considerando os problemas de enfermagem e as necessidades humanas básicas das gestantes.
082019Sehnem et al.Consulta de pré-natal na atenção primária à saúde: fragilidades e potencialidades da intervenção de enfermeiros brasileiros.Conhecer as fragilidades e potencialidades da intervenção do enfermeiro na consulta de pré-natal.
092019Paladine et al.Cuidados pós-parto: Uma abordagem para o quarto trimestre.Averiguar os cuidados no pós parto fazendo uma abordagem para o quarto trimestre.
102019SimãoGestão do cuidado de enfermagem pré-natal num Centro de Saúde de Angola.Compreender como acontece a gestão do cuidado no pré-natal num Centro de Assistência em Angola.
112020Mendes et al.Avaliação da qualidade do pré-natal a partir das recomendações do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento.O objetivo deste estudo foi analisar a qualidade do pré-natal no estado de Sergipe a partir das recomendações do PHPN.
122021Marques et al.Orientações às gestantes no pré-natal: a importância do cuidado compartilhado na atenção primária em saúde.Analisar a associação entre a adequação das orientações recebidas durante o pré-natal e o profissional que atendeu a gestante na maioria das consultas na Atenção Primária à Saúde.
132022Baratieri e NatalImplementation of postpartum care for women in primary care in the South of BrazilDeterminar o nível de implementação e analisar aspectos favoráveis ​​e desfavoráveis ​​da operacionalização do cuidado à mulher no puerpério na atenção básica.
142022AmorimGestão do cuidado de Enfermagem para a qualidade da assistência pré-natal na Atenção Primária à Saúde  Compreender o significado da gestão do cuidado de Enfermagem para a qualidade da assistência pré-natal na visão de enfermeiras da Atenção Primária à Saúde.
152023Veiga et al.O objetivo deste artigo é descrever e analisar intervenção educativa interprofissional para a qualificação da atenção pré-natal no contexto da atenção primária à saúde.O objetivo deste artigo é descrever e analisar intervenção educativa interprofissional para a qualificação da atenção pré-natal no contexto da atenção primária à saúde.
Fonte: Própria pesquisa (2024)

A saúde no Brasil é depreciada por causa de muitos elementos que envolvem, sobretudo a falta de cuidados nessa seara e de investimentos, aliados a outros oriundos dá má qualidade da gestão e por esses fatores a efetivação a assistência de uma saúde de qualidade no Brasil não é efetivada, por isso deve-se fazer uma abordagem construtivista na gestão de saúde de modo a melhorar a administração e cuidado com a saúde com públicos mais necessitados elevando a importância do processo de enfermagem e qualificação dos profissionais (Diniz, 2015).

Os desafios contemporâneos apresentam a necessidade de planejar e de oferecer cuidados de Enfermagem adequados as gestantes e puérperas, nesse sentido os estudos demonstraram a necessidade de capacitação, uma melhor gestão e melhoria no monitoramento e cobertura de pacientes da atenção básica de forma que o enfermeiro é o profissional que cria vínculo com paciente e pode verificar as necessidades e pode melhorar o atendimento dos pacientes, melhorando inclusive as taxas de morbidade e mortalidade materno infantil (Sehnem et al., 2019).

Desde a década de 1980, a comunidade global de saúde tem se concentrado na redução da mortalidade materna por meio de uma sequência de iniciativas, dando prioridade aos cuidados do pré-natal e puerpério (Kassebaum et al., 2014).

Para Marques et al. (2021) as ações preventivas são determinantes para que haja o desenvolvimento da gestação de forma saudável e garanta um nascimento de um bebê saudável, pois quando o pré-natal é qualificado reduz se e muito os desfechos negativos de prematuridade, reduzindo complicações obstétricas.

Baratieri e Natal (2022) destacam que mesmo com uma alta cobertura de pré-natal dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), um estudo feito nacionalmente trouxe que apenas 21,6% das mulheres receberam acompanhamento pré-natal considerado adequado o que demonstra que a alta cobertura de consultas no acompanhamento pré-natal não garante uma assistência prestada de forma eficiente.

Nota-se conforme discutido nesse estudo que Amorim (2022) destaca que no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), o enfermeiro possui o encargo de exercer um cuidado diferenciado aos pacientes de modo a trazer meios de solucionar problemas e com a equipe de saúde traçar ações de Enfermagem realizadas sob a perspectiva de executar políticas públicas voltadas para a promoção da saúde.

Sehnem et al. (2019) salienta que para um pequeno número de recomendações relacionadas a questões globais de saúde mais amplas, por exemplo, amamentação e contracepção pós-parto, existia uma série de medidas, enquanto para recomendações que abordavam questões mais específicas de cuidados pós-natais, por exemplo, intervenções nutricionais, triagem universal do recém-nascido, intervenções de saúde mental e medidas de cuidados domiciliares eram escassas.

Revisões recentes sobre medidas de cuidados pré-natais e medidas sobre a experiência de cuidados baseados em instalações relataram desafios mostrando que a falta de consenso sobre medidas bem definidas parece ser um problema abrangente no campo da saúde materna e neonatal. Para melhorar a comparabilidade entre os cenários, medidas de qualidade devem ser claramente definidas que precisam ser priorizadas junto com dados padronizados para esses indicadores, primando medidas de qualidade de cuidados para facilitar o monitoramento e a avaliação harmonizados das medidas de saúde materna e neonatal, primando pelo desenvolvimento de uma estrutura de monitoramento com medidas de qualidade do cuidado, primando pelo processo de priorização, bem como o desenvolvimento de uma agenda de pesquisa para desenvolver e testar novas medidas, conforme apropriado, que possam capturar de forma robusta a qualidade da assistência (Silva et al., 2016).

Por conta dessas questões deve-se ter mais esforços entre os pesquisadores para serem transparentes e distinguir os diferentes conceitos de absorção, cobertura, conteúdo e o termo genérico “qualidade do atendimento” são necessários para melhorar a comparabilidade dos dados entre diferentes estudos e cenários. Com o reconhecimento da natureza multifacetada da qualidade do atendimento que é fundamental para priorizar intervenções de saúde dentro do atendimento a gestante e puérpera (Simão et al., 2019).

Viella et al. (2014) a gestação e o pós-parto são momentos críticos para as mães, e os cuidados primários de saúde desempenham um papel crítico no fornecimento de cuidados pós-parto abrangentes e serviços de promoção da saúde que devem abordar as necessidades físicas, emocionais, passionais e sociais das mulheres e os cuidados pós-parto devem concentrar-se na identificação dos riscos de morbilidade e mortalidade e na prestação de cuidados contínuos para apoiar a saúde das mulheres.

Conforme Paladine et al. (2019) não só na gestação, mas o período pós-parto é um momento importante na vida de uma mulher, e o os profissionais de saúde desempenham um papel importante para garantir a saúde e a importância dos cuidados clínicos pós-parto e dos recursos que estão disponíveis para elas dão a oportunidade de apoiar melhorias nos cuidados de saúde.

Portanto discute-se os benefícios de ter uma meta de buscar admitir as gestantes no primeiro trimestre de gestação, para aquelas que forem acolhidas seja crucial e essencial para manter uma gravidez mais segura e sentir maior amparo e confiança nas atividades da Unidade de saúde, sendo pertencentes à área de abrangência da unidade de saúde gerando maior confiança com as atividades da UBS pois isso é essencial para terem um maior amparo e os profissionais ganham maior respeito e confianças no seu plano de trabalho (Veiga et al., 2023).

Conforme dita Simão et al. (2019) existem perspectivas e barreiras dos provedores de cuidados de saúde que devem ser averiguadas com cautela de modo a reconhecer a importância do período pré-natal e do pós-parto. No entanto, as barreiras relatadas incluem atendimento inadequado, más condições e instalações e falta de continuidade trazendo desafios para melhorar a qualidade do atendimento.

Todas as orientações ministradas pelos profissionais de saúde às gestantes durante o acompanhamento pré-natal e o pós-parto são cruciais e determinantes para a saúde e processo de cuidado e por isso que os profissionais de saúde em devem estar plenamente capacitados para orientar da melhor forma e oferecer informações tanto no pré-natal quanto no pós-parto sendo cruciais para explicar acerca do aleitamento materno e cuidados básicos com o recém-nascido (Nogueira e Oliveira, 2017).

Para Diniz et al. (2015) é necessário, refletidas pela baixa retenção de pacientes e coordenação insuficiente entre as plataformas de atendimento melhorar a qualidade do atendimento para os grupos vulneráveis, pois existem crescentes dificuldades no setor saúde coletiva que demonstram o quão não há uma gestão eficiente, nessa perspectiva, discutir tal demanda é fundamental para comprovar a necessidade de melhorar a gestão na área de saúde em prol de uma gestão mais eficiente gerando um potencial de gerar uma verdadeira prática assistencial.

Para Mendes et al. (2020) os serviços de cuidados pré e pós-natais (PNC) trazem um impacto positivo ao longo da vida na saúde e bem-estar das mulheres, recém-nascidos e crianças, facilitando um ambiente de apoio para os pais, cuidadores e famílias, melhorando a sua saúde e bem-estar.

Deve-se buscar uma experiência de pré e pós-natal positiva para mulheres, recém-nascidos, parceiros, pais, cuidadores e famílias trazendo conhecimento, informação, garantias e apoio de forma consistente com qualificação dos profissionais de saúde que devem estar capacitados e motivados aplicando um sistema de saúde com recursos que reconhece as necessidades de mulheres e bebês e respeita seu contexto cultural firmando a promoção da saúde e intervenções (Silva et al., 2016).

No Brasil faltam estudos que analisem diferenças na qualidade do pré-natal – em particular nas orientações às gestantes, segundo as recomendações do Ministério da Saúde reportando a categoria profissional que realiza tais atendimentos, mas no caso da assistência por enfermeiros vincula-se a necessidade de buscarem capacitação para uma melhor orientação, adequabilidade das orientações, tratamento humanizado e acompanhamento durante o pré-natal e pós parto (Silva et al., 2016).

Para a obtenção de resultados positivos prima-se por políticas públicas, ações, programas governamentais, e formação de agentes capacitados para sua realização, pois tais medidas são imprescindíveis para a mudança do cenário atual e todos profissionais de saúde são cruciais no atendimento e processo da humanização do parto e nascimento e da assistência em geral (Errico et al., 2018).

Na atenção pré-natal de alto risco (PNAR) o Ministério da Saúde preconiza o atendimento da gestante por equipe multidisciplinar, e nesse contexto, o profissional de enfermagem detém ações primordiais e efetivas para que o pré-natal seja adequado e permita identificar os problemas reais e potenciais da gestante e, por conseguinte, organizar o planejamento das ações de cuidado necessárias (Tomasi, 2017).

Veiga et al. (2023) em estudo sobre a qualificação interprofissional da atenção pré-natal no contexto da atenção primária à saúde destacam que nos últimos anos, muitos países encurtaram a duração da estadia após o parto com as visitas domiciliares por profissionais de saúde treinados se tornando uma parte mais importante trazendo medidas de qualidade de cuidados com foco nos cuidados em casa (incluindo cuidados profissionais por profissionais de saúde, autocuidado e práticas de cuidados familiares em casa) que serão necessárias para também monitorar e garantir a qualidade da assistência  a mãe e bebê fora das instalações.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na investigação atual, viu-se que os estudos abordaram a importância de abordar a temática de atendimento mais adequado da enfermagem no período pré-natal e pós-parto como meio de diminuir a taxa de mortalidade materna pois o atendimento do pré e pós-natal está ainda longe de ser ideal.

De acordo com os estudos, os enfermeiros da atenção primária estão posicionados de forma ideal para fazer a ponte entre essa transição do cuidado no pré-natal, monitoramento e acompanhamento e instruções no pós-parto primando pela manutenção contínua da saúde. No entanto, vê-se que as taxas de uso de cuidados primários no período pós-parto permanecem baixas devido a uma série de barreiras únicas que as novas mães enfrentam, agravadas por um sistema de saúde fragmentado e escassez de médicos de atenção primária.

Além disso, o estudo adotou uma abordagem orientada para as unidades de atenção primária a saúde, demonstrando a necessidade de implementação de programas de prevenção, políticas públicas e com a monitorização dos programas de tratamento de saúde é vantajosa e valiosa. Portanto, é imperativo que as autoridades de saúde comunitária implementem programas educacionais afim de promover e melhorar comportamentos preventivos relativos

Nota-se o quão é crucial o papel do enfermeiro atrelado as ações voltadas ao pré-natal e pós-parto incorporando mais humanização, informação e cuidado a paciente e a seu bebê, primando para que haja mais capacitação e um acervo de profissionais qualificados e habilitados para realizar o pré-natal e o pós-parto ajudando assim na qualificação do atendimento e ajudando consequentemente reduzir os números de morte materna e fetal.

Viu-se ainda que a monitorização dos programas de tratamento de saúde é vantajosa e valiosa, portanto, é imperativo que as autoridades de saúde comunitária implementem programas educacionais afim de promover e melhorar comportamentos preventivos e investir na precaução e na educação como promoção da saúde, que é um fator decisivo não só para garantir a qualidade de vida da população, e principalmente das gestantes e parturientes, ajudando a diminuir as internações hospitalares e gastos que estas geram ao sistema de saúde pública.

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1Alunos do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Mauricio de Nassau- Uninassau de Barreiras, Ba

2Orientadora e professora do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Mauricio de Nassau- Uninassau de Barreiras, Ba
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