A BIBLIOGRAPHIC REVIEW OF THE RELEVANCE OF PHYTOTHERAPY: A COMPLEMENTARY APPROACH IN THE FIGHT AGAINST OBESITY
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10041533
Guilherme dos Santos Almeida1
Lavinia Ferreira Mendes²
Leonardo Henrique Zebiane³
Dirce Maria Ignacio dos Santos Gonzaga4
RESUMO
A fitoterapia tem ganhado destaque como uma abordagem complementar no combate à obesidade, buscando alternativas naturais para auxiliar na perda de peso e no gerenciamento saudável. Este artigo realiza uma revisão bibliográfica minuciosa da relevância da fitoterapia nesse contexto, examinando uma variedade de fontes literárias. A metodologia empregada envolveu uma análise aprofundada de materiais de pesquisa e publicações acadêmicas disponíveis. A discussão dos resultados enfatiza os benefícios potenciais da fitoterapia para a saúde e explora como a incorporação de plantas medicinais pode ser benéfica na abordagem da obesidade. Além disso, a revisão literária examina as evidências científicas, fornecendo insights sobre a eficácia e os possíveis mecanismos de ação envolvidos na fitoterapia contra a obesidade. Este estudo também aborda as precauções necessárias ao considerar essa abordagem, a importância da consulta médica e a integração da fitoterapia em um plano de estilo de vida saudável.
Palavras-chave: fitoterapia, obesidade, abordagem complementar, perda de peso, saúde.
ABSTRACT
Phytotherapy has gained prominence as a complementary approach in combating obesity, seeking natural alternatives to assist in weight loss and healthy management. This article conducts a meticulous bibliographic review of the relevance of phytotherapy in this context, examining a variety of literary sources. The methodology employed involved a thorough analysis of research materials and academic publications available. The discussion of the results emphasizes the potential benefits of phytotherapy for health and explores how the incorporation of medicinal plants can be beneficial in addressing obesity. Additionally, the literature review examines scientific evidence, providing insights into the effectiveness and possible mechanisms of action involved in phytotherapy against obesity. This study also addresses the necessary precautions when considering this approach, the importance of medical consultation, and the integration of phytotherapy into a healthy lifestyle plan.
Keywords: phytotherapy, obesity, complementary approach, weight loss, health.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, a obesidade é um dos principais obstáculos da saúde pública mundial. A crescente prevalência de obesidade e seus efeitos negativos à saúde têm motivado a busca por tratamentos mais eficientes. Dentro desse cenário, a fitoterapia, uma técnica milenar que usa plantas medicinais para fins terapêuticos, surge como uma estratégia complementar promissora contra a obesidade. Esta revisão se propõe a abordar a importância ascendente da fitoterapia, avaliando evidências que destacam seu papel no controle de peso e bem-estar.
A fitoterapia é uma tradição em várias culturas, aproveitando o poder medicinal das plantas para tratar diversas enfermidades. Recentemente, pesquisadores têm se aprofundado nesta antiga prática, examinando os compostos das plantas e seus benefícios à saúde humana. Em relação à obesidade, várias plantas são examinadas por propriedades como termogênese, regulação metabólica e redução do apetite.
Neste trabalho, discutiremos pesquisas recentes sobre o papel da fitoterapia na luta contra a obesidade. Estudos atuais citam exemplos como o chá verde, rico em catequinas antioxidantes e termogênicas, e a Garcinia cambogia, com seu ácido hidroxicítrico que pode impedir o acúmulo de gordura. A revisão também aborda a conexão entre fitoterapia e a microbiota intestinal, um tópico em ascensão que influencia o metabolismo e o aumento de peso.
Porém, é imprescindível destacar as limitações da fitoterapia como tratamento complementar à obesidade. Desafios como a falta de regulamentação padronizada para produtos fitoterápicos e a variação em sua qualidade são preocupações. Além disso, estudos podem apresentar divergências devido a diferentes metodologias e critérios de avaliação.
Concluindo, a fitoterapia está se consolidando como uma alternativa promissora no enfrentamento da obesidade. Esta revisão se debruça sobre as evidências atuais das propriedades terapêuticas das plantas neste contexto, mas ressalta a importância de abordar a temática de maneira crítica, reconhecendo as lacunas da pesquisa atual e a necessidade de estudos mais aprofundados para validar a eficiência, segurança e integração da fitoterapia em abordagens multidisciplinares contra a obesidade.
2 METODOLOGIA
A abordagem utilizada neste artigo baseia-se em uma revisão bibliográfica. Este método envolve o levantamento de materiais já divulgados, tais como livros, artigos científicos e periódicos, visando reunir informações pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho.
A revisão bibliográfica serve para consolidar o saber disponível em um campo específico, destacar brechas no conhecimento, originar novas conjecturas e embasar futuros estudos. Este procedimento é frequentemente adotado na elaboração de artigos acadêmicos, pois proporciona uma visão mais abrangente e detalhada sobre um tema em particular.
Para a confecção deste estudo estabeleceram-se critérios de inclusão e exclusão para identificar os artigos mais relevantes. Os trabalhos selecionados deveriam conter informações atualizadas sobre a eficácia da fitoterapia como método complementar no enfrentamento da obesidade, incluindo também dados estatísticos e referências de autoridades consagradas no campo da fitoterapia e nutrição.
Após essa seleção, as informações recolhidas foram cuidadosamente analisadas, categorizadas e distribuídas em segmentos específicos. Isso permitiu traçar um panorama abrangente e bem fundamentado sobre o valor da fitoterapia, destacando sua importância e potencial no auxílio à redução de peso e promoção da saúde.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e é associada a um aumento no risco de diversas doenças, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão e certos tipos de câncer [1]. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a obesidade como uma epidemia global, com aproximadamente 13% da população mundial considerada obesa em 2016 [2].
Este aumento alarmante na prevalência da obesidade é frequentemente atribuído a mudanças no estilo de vida, incluindo dietas ricas em calorias e baixos níveis de atividade física. No entanto, o tratamento da obesidade é complexo, envolvendo não apenas mudanças no estilo de vida, mas também intervenções farmacológicas e, em casos extremos, cirurgias.
A fitoterapia é o estudo de plantas medicinais e seus derivados para tratar, prevenir ou aliviar doenças. No contexto da obesidade, vários fitoterápicos têm sido investigados devido às suas propriedades potenciais de redução de peso e melhora do metabolismo [3].
A fitoterapia é uma das práticas terapêuticas mais antigas da humanidade e refere-se ao uso de plantas medicinais para prevenir, aliviar ou tratar diversas doenças. A palavra “fitoterapia” tem origem no grego, onde “phyto” significa planta e “therapia” significa tratamento.
A fitoterapia é baseada no uso de preparações a partir de plantas inteiras ou partes de plantas (como folhas, flores, raízes, cascas e sementes) para obter benefícios terapêuticos. Estas preparações podem ser apresentadas sob a forma de infusões, decocções, tinturas, cápsulas, pós, pomadas, entre outras [3] .
Chá verde (Camellia sinensis): Rico em polifenóis, especialmente catequinas, tem sido associado à promoção da termogênese, aumento do gasto energético e oxidação de gorduras. Estudos também indicam seu papel na modulação de enzimas envolvidas no metabolismo de lipídios [4].
Além das conhecidas propriedades antibacterianas [5] anticancerígenas [6], hipocolesterolêmicas [7] e cardioprotetoras [8], a *Camellia sinensis* também tem sido explorada por sua capacidade de reprogramar células cancerígenas [9]. Contudo, o que se destaca aqui é a aplicabilidade desta planta no combate ao sobrepeso, tornando-a uma opção frequente em prescrições para tratar obesidade.
Usando técnicas avançadas de cultivo celular [10] observaram que o extrato de chá branco conseguiu reduzir o acúmulo de triglicerídeos em 70%. Além disso, promoveu um aumento na liberação de glicerol – sugerindo uma amplificação da lipólise, ou quebra de tecido adiposo. O estudo também identificou uma diminuição nos níveis de Fatores de Transcrição Adipogênica (ATF), essenciais para a formação de gordura no corpo. Estes achados posicionam o chá branco como um valioso recurso natural na prevenção e tratamento da obesidade e hipertrigliceridemia.
Garcinia cambogia: Contém ácido hidroxicítrico, que é sugerido para inibir a enzima citrato liase, potencialmente reduzindo a síntese de ácidos graxos e colesterol. Também pode atuar na modulação do apetite [11].
O ácido hidroxicítrico é proposto para inibir a enzima citrato liase, que é uma etapa chave no processo metabólico de conversão de carboidratos em gorduras (especificamente ácidos graxos). Ao inibir essa enzima, a teoria é que o HCA pode reduzir a formação e armazenamento de gordura no corpo [16].
A Garcinia Cambogia é frequentemente empregada como coadjuvante em regimes de perda de peso. Ela atua ao inibir a enzima citrato liase, responsável pela transformação de carboidratos em gordura, o que pode reduzir o apetite e promover um metabolismo mais acelerado, prevenindo o acúmulo de gordura corporal, em especial na região abdominal. Adicionalmente, esta planta potencializa a produção de serotonina, neurotransmissor associado à sensação de satisfação e bem-estar [12].
Além de seu papel no emagrecimento, a Garcinia Cambogia traz outros benefícios à saúde. Ela apresenta propriedades anti-inflamatórias, aromáticas, antioxidantes e antivirais. É capaz ainda de equilibrar os níveis de colesterol, auxiliar no tratamento de úlceras, reumatismo, constipação e disenteria, e de amplificar os níveis de energia e fortalecer o sistema imunológico [13].
Embora existam alguns estudos que mostram resultados promissores, a eficácia da Garcinia cambogia como suplemento para perda de peso permanece um tema de debate. A literatura científica apresenta resultados mistos, com alguns estudos indicando benefícios modestos na perda de peso e outros não mostrando efeito significativo.
Fucus vesiculosus: Uma alga frequentemente utilizada em suplementos dietéticos para perda de peso, graças ao seu teor de iodo, que pode estimular a glândula tireoide e aumentar o metabolismo [14].
Esta alga marinha, também conhecida como bodelha, tem uma longa tradição na fitoterapia, especialmente em regiões costeiras da Europa e América do Norte. Comumente incorporada em suplementos alimentares voltados para a perda de peso, seu alto teor de iodo desempenha um papel fundamental ao atuar diretamente sobre a glândula tireoide. O iodo é crucial para a síntese dos hormônios tireoidianos, tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que são essenciais para regular o metabolismo e manter processos celulares vitais [4].
Além disso, o Fucus vesiculosus é rico em mucilagens, polissacarídeos que têm a capacidade de absorver água e formar um gel. Esta propriedade confere à alga uma ação saciante, sendo útil para reduzir a ingestão calórica quando tomada antes das refeições [9].
Outros componentes bioativos presentes na alga incluem minerais como potássio, magnésio, cálcio e zinco, além de vitaminas do complexo B, antioxidantes e ácidos graxos essenciais. Essa combinação não só beneficia o processo de emagrecimento, mas também fortalece a saúde em geral, contribuindo para a saúde da pele, cabelos e unhas, além de oferecer suporte ao sistema imunológico [14].
Contudo, é fundamental que o uso do Fucus vesiculosus seja feito com cautela e sob orientação profissional, pois a ingestão excessiva de iodo pode desencadear ou agravar problemas tireoidianos. Em algumas pessoas, pode ainda causar reações alérgicas ou interações medicamentosas.
A composição da microbiota intestinal pode ser alterada por diversos fatores, incluindo dieta, uso de medicamentos, estresse e doenças. Um desbalanço na composição destes microrganismos, conhecido como disbiose, tem sido associado a várias condições, incluindo obesidade, diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais. Estudos indicam que indivíduos obesos possuem uma composição bacteriana diferente da de indivíduos magros, sugerindo uma relação entre microbiota e regulação do peso [2].
Embora a fitoterapia possa oferecer benefícios no tratamento da obesidade, também existem preocupações quanto à segurança, eficácia e qualidade dos produtos fitoterápicos [15]. Portanto, é essencial que os pacientes busquem orientação de profissionais de saúde antes de iniciar qualquer regime fitoterápico.
A fitoterapia oferece uma abordagem complementar promissora para o tratamento da obesidade. No entanto, mais pesquisas clínicas são necessárias para avaliar a eficácia e segurança desses tratamentos, bem como a dosagem ideal e a duração do tratamento [3].
4 CONCLUSÃO
Em conclusão, esta pesquisa realizou uma revisão bibliográfica detalhada sobre a relevância da fitoterapia como uma abordagem complementar no combate à obesidade. Com base nos estudos analisados, é evidente que plantas medicinais e seus extratos desempenham um papel crucial na assistência ao controle de peso e à promoção do bem-estar. Além disso, o ceticismo quanto aos benefícios da fitoterapia na obesidade demonstra ser um desafio, especialmente frente à forte presença de soluções farmacêuticas. No entanto, a desinformação e os mitos em torno da fitoterapia podem ser fatores que contribuem para essa hesitação.
Detectamos que uma promoção adequada do conhecimento científico e o acesso a informações corretas sobre fitoterapia podem alavancar sua aceitação e integrá-la mais eficazmente aos tratamentos convencionais. A hesitação em relação à fitoterapia pode ter raízes variadas, influenciadas por contextos sociais, culturais e econômicos, mas enfatizar sua relevância e segurança com base em pesquisas é essencial.
Outro ponto de destaque deste estudo é que, mesmo com evidências crescentes dos benefícios da fitoterapia, uma parcela significativa da população ainda se mantém relutante em incorporá-la como parte de sua abordagem de saúde. Portanto, a promoção da fitoterapia, particularmente no contexto da obesidade, deve ser uma prioridade em políticas de saúde, visando sua maior aceitação e eficácia.
Por fim, reafirmamos que a fitoterapia, quando usada corretamente e em combinação com outros tratamentos, pode ser uma ferramenta poderosa no combate à obesidade. A valorização da fitoterapia exige estratégias robustas de comunicação e educação, acesso a produtos de qualidade e iniciativas para combater mitos e desinformação sobre seu uso e benefícios.
REFERÊNCIAS
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[2] World Health Organization (WHO). Global Health Observatory (GHO) data: Overweight and obesity. 2016.
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¹Discentes Universidade Brasil, Estrada projetada F1, S/N Fazenda Santa Rita, Fernandópolis – SP, 15600-000
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²Discentes Universidade Brasil, Estrada projetada F1, S/N Fazenda Santa Rita, Fernandópolis – SP, 15600-000
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³Discentes Universidade Brasil, Estrada projetada F1, S/N Fazenda Santa Rita, Fernandópolis – SP, 15600-000
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