UMA ANÁLISE COMPARATIVA DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS ENTRE A ALVENARIA  ESTRUTURAL E A ALVENARIA CONVENCIONAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA 

A COMPARATIVE ANALYSIS OF THE ADVANTAGES AND DISADVANTAGES BETWEEN STRUCTURAL  MASONRY AND CONVENTIONAL MASONRY: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7478310


Italo Mannuel Lacerda1
Maíza Steffany Duarte Gonçalves2,3 


RESUMO 

A alvenaria convencional surge como uma das principais alvenarias utilizadas no país, se não a mais utilizada é preterida no Brasil. Porém,  a alvenaria estrutural vem cada vez mais crescendo, chegando a serem feitas comparações sobre suas vantagens e desvantagens em  relação a alvenaria convencional. No caso da alvenaria estrutural, apresenta-se uma alvenaria composta por projeções, dimensões e  execuções racionais, além de uma dupla função, enquanto a alvenaria convencional foca em um fornecimento mais específico funcional,  o que por um lado é desvantajoso, e por outro lado, fornece um foco e uma maior determinação para uma função específica. Este artigo  tem o objetivo de detalhar as vantagens e desvantagens dos tipos de alvenaria estrutural e convencional, mostrando em quais momentos  estas alvenarias serão ideais. Foram considerados artigos publicados nos últimos 19 anos, ou seja, publicados entre os anos de 2003 e  2022. Foram buscados nas plataformas PubMed, Bireme, SciELO, Google Acadêmico, entre outros. Mostrou-se que ambas as alvenarias  apresentam várias vantagens e desvantagens, as quais se adequam a situação e ambiente respectivos. 

Palavras-chaves: alvenaria convencional, alvenaria estrutural, vantagens da alvenaria convencional, vantagens da alvenaria  estrutural. 

ABSTRACT 

Conventional masonry emerges as one of the main masonries used in the country, if not the most used and neglected in Brazil. However,  structural masonry is growing more and more, with comparisons being made about its advantages and disadvantages in relation to  conventional masonry. In the case of structural masonry, masonry composed of projections, dimensions and rational executions is  presented, in addition to a dual function, while conventional masonry focuses on a more specific functional provision, which on the one  hand is disadvantageous, and on the other hand, provides a focus and greater determination for a specific role. This article aims to detail  the advantages and disadvantages of the types of structural and conventional masonry, showing when these masonries will be ideal.  Articles published in the last 19 years were considered, that is, published between 2003 and 2022. They were searched on PubMed, Bireme,  SciELO, Google Scholar platforms, among others. It was shown that both masonries have several advantages and disadvantages, which  suit the respective situation and environment. 

Keywords: conventional masonry, structural masonry, advantages of conventional masonry, advantages of structural  masonry. 

1 – INTRODUÇÃO 

Este trabalho foi feito no intuito de estabelecer um  grau de comparação entre o sistema construtivo da alvenaria  convencional e o sistema construtivo da alvenaria estrutural,  visando detalhar as vantagens e desvantagens para o  estabelecimento de um sistema construtivo que concilie  benefícios e menor quantidade de malefícios. 

Camacho (2006) traz uma ótima definição sobre a  alvenaria estrutural, dizendo: “Conceitua-se de Alvenaria  Estrutural o processo construtivo na qual, os elementos que  desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os  mesmos projetados, dimensionados e executados de forma  racional.” 

Segundo Ramalho e Corrêa (2003), a alvenaria  estrutural exige uma mão de obra qualificada, além de uma 

aptidão no uso de instrumentos e ferramentas adequadas  para sua execução. Neste caso, é preciso o treinamento  prévio da equipe, no intuito de não existir os riscos de falhas  comprometendo a segurança da estrutura. Por mais que este  fato seja evidente, a alvenaria convencional baseada no  concreto armado ainda é a alvenaria mais predominante no  Brasil, pois se apresenta como um sistema familiarizado  pelos trabalhadores, apesar de manifestar um enorme nível  de desperdícios e uma produtividade reduzida. 

A alvenaria estrutural possui classificações quanto  ao processo empregado, quanto ao tipo de unidades ou  quanto ao material utilizado: (CAMACHO, 2006) 

Alvenaria Estrutural Armada: processo construtivo em que os elementos resistentes (estruturais) possuem uma armadura passiva de aço devido à necessidade estrutural. Estas, são dispostas nas localizações cavitárias dos blocos, sendo preenchidas com micro concreto (Graute) posteriormente. 
Alvenaria Estrutural Não Armada: neste caso, o processo construtivo possui elementos estruturais com finalidades apenas construtivas, promovendo a prevenção contra problemas patológicos, como fissuras, concentração de tensões, etc. 
Alvenaria Estrutural Protendida: neste  tipo, há a presença de uma armadura ativa de aço contida no elemento resistente do seu respectivo processo construtivo. 
Alvenaria Estrutural Cerâmica ou de  Concreto: conforme as unidades (tijolos ou blocos) sejam de material cerâmico ou de concreto. 
Alvenaria Estrutural Parcialmente  Armada: “processo construtivo em que alguns elementos resistentes são projetados como armados e outros como não armados. De uma forma geral, essa definição é empregada somente no Brasil.” 
Alvenaria Estrutural de Tijolos ou de  Blocos: função relacionada ao tipo das  unidades. 

Até o final do século XIX, a alvenaria era um dos  principais materiais de construção utilizados pelo homem.  As construções da época eram então erguidas segundo  regras puramente empíricas, baseadas nos conhecimentos  adquiridos ao longo dos séculos.  

Com o advento do aço e do concreto armado no  início do século XX, uma revolução veio abalar a arte de  construir. Juntamente com os novos materiais, que  possibilitaram a construção de obras de maior porte e arrojo,  surgiram também novas técnicas construtivas com  embasamento científico que se desenvolveram rapidamente.  Em meio a isso, a alvenaria foi relegada a um segundo  plano, passando a ser usada quase que exclusivamente como  elemento de fechamento (CAMACHO, 2006). 

O projeto estrutural, individualmente, responde  pela etapa de maior representatividade no custo total da  construção (15% a 25% do custo total). Justifica-se então  um estudo prévio para a escolha do sistema estrutural a ser  adotado, pois se sabe que uma redução de 10% no custo da  estrutura pode representar, no custo total, uma diminuição  de 2% (NUNES; JUNGES, 2008). 

A alvenaria estrutural tem suas origens na Pré História. É assim um dos mais antigos sistemas de  construção da humanidade. As primeiras alvenarias, em  pedra ou em tijolo cerâmico seco ao sol, apresentavam  grandes espessuras em suas obras mais imponentes, face ao  desconhecimento das características resistentes dos  materiais e de procedimentos racionais de cálculo. Valeu  por muitos séculos a prática adquirida pelos construtores.  

As construções em alvenaria de pedra ou tijolo  cerâmico queimado, assentados com barro, betume e mais  tarde com argamassas de cal, pozolana e finalmente cimento  Portland, predominaram até o início de nosso século. No  final do século 19 as estruturas em aço começam a assumir  o domínio das grandes obras, face à evolução dos métodos  de cálculo e da tecnologia do metal, resultando em  aproveitamento de espaços perdidos no então reinante  empirismo da alvenaria estrutural.  

Com o aprimoramento do cimento e o domínio do  aço, as estruturas em concreto armado são marcantes no  início do nosso século e se tornam, junto com as edificações  metálicas, os sistemas estruturais predominantes até a  metade do século, não só pela menor área útil ocupada, mas  igualmente pelo custo mais baixo em relação às pesadas  obras em alvenaria estrutural (CAVALHEIRO, 2009). 

Em meados do século XX, com a necessidade do  mercado em buscar novas técnicas alternativas de  construção, a alvenaria foi, por assim dizer, redescoberta. A  partir daí um grande número de pesquisas foram  desenvolvidas em muitos países, permitindo que fossem  criadas normas, e adotados critérios de cálculo baseados em  métodos racionalizados.  

Na Europa e Estados Unidos a evolução das  pesquisas em Alvenaria Estrutural tem permitido que sejam  elaboradas normas modernas, contendo recomendações  para o projeto e execução dessas obras, fazendo com que se  tornem competitivas com as demais técnicas existentes. No  Brasil, a introdução da Alvenaria Estrutural se deu no final  da década de 60, sendo até hoje pouco conhecida no meio  técnico e empregada quase que somente nos grandes centros  (CAMACHO, 2006). 

No campo das edificações no Brasil pode-se  estabelecer duas formas básicas de construir: pelo Sistema  Convencional, empregando estruturas reticuladas de  concreto armado moldadas “in loco”, e pelos Sistemas  Industrializados, norteados pela pré-fabricação dos seus  elementos ou execução “in loco”, mas de forma mecanizada  e racionalizada.  

Entre os processos de construção industrializada  pode-se citar: os que produzem todas as peças da estrutura  reticulada, em concreto armado ou protendido, em usinas de  pré-fabricados, para posterior montagem no local da obra;  os que utilizam formas metálicas tipo túnel, com  concretagem simultânea de paredes e lajes na obra; os sistemas totalmente industrializados que “depositam” no local da obra módulos totalmente acabados, com aberturas, vidros, etc.; as estruturas metálicas, utilizando perfis de aço montados no local e outros processos ditos inovadores, muitos deles apresentando, no entanto, sérios problemas patológicos e mesmo inadequação ao uso habitacional.

Alguns destes sistemas foram importados sem a devida adaptação à realidade brasileira. A alvenaria estrutural se situa entre os sistemas industrializados, uma vez que o componente básico de seus elementos estruturais, o bloco ou o tijolo, é uma peça modular, feita em usina ou indústria cerâmica e o sistema construtivo é racionalizado (CAVALHEIRO, 2009). 

Berti e Rafael (2019) relatam que “a alvenaria estrutural é algo que já se executa desde a antiguidade, dentre algumas obras importantes estã pontes, catedrais e monumentos que resistem até os dias atuais” 

Com a utilização de blocos de diversos materiais, como argila, pedra e outros, foram produzidas obras que desafiaram o tempo, atravessando séculos ou mesmo milênios e chegando até nossos dias como verdadeiros monumentos de grande importância histórica. Outras edificações não têm grande importância histórica geral, mas, dentro do sistema construtivo estudado, acabaram se tornando marcos a serem mencionados. 

O sistema estrutural se iniciou apenas com empilhamento de unidades, seja de tijolos ou de blocos, de forma a cumprir o projeto. Nessa fase sem muito conhecimento, alguns vãos eram criados, porém usam peças  secundárias como exemplo madeiras ou pedras  (RAMALHO; CORRÊA, 2003).

O edifício Monadnock Building foi construído em  Chicago entre 1889 e 1891 tem 16 pisos e paredes com  espessura de 1,80m na base e 65m de altura, foi uma das  obras mais ousadas para o padrão da época (BERTI;  RAFAEL, 2019). Ramalho e Corrêa (2003) trazem uma  conceitualização sobre o os procedimentos utilizados no  passado com potencial uso no future: “Acredita-se que se  fosse dimensionado pelos procedimentos utilizados  atualmente, com os mesmos materiais, essa espessura seria  inferior a 30 cm.” A figura 1, retirada do trabalho de Berti e  Rafael (2019), traz a imagem do edifício Monadnock  Building, demonstrando-se sua utilização plena, que por  mais que possua uma idade avançada, não possui nenhum  problema aparente. 

Figura 1 – Edifício Monadnock Building

Fonte: Berti e Rafael (2019) 

Dentre os materiais utilizados na alvenaria  convencional, Jesus e Barreto (2018) trazem o memorial  descritivo para a alvenaria convencional, demonstrado na  Tabela 1. 

Tabela 1 – Memorial descritivo para alvenaria  estrutural

SISTEMAS MATERIAIS
Estrutura/VedaçãoCinta de amarração: Moldada  in loco, com utilização de  blocos canaleta e concreto  usinado bombeado fck=20  MPa. Vergas e Contravergas: Pré moldadas, com transpasse de  30 cm para cada lado do vão  sobre o qual está sendo  executada. Alvenaria: Blocos cerâmicos  14x19x29 cm, assentados com  argamassa de revestimento  com espessura de 25mm,  interno e externo, de cimento,  cal e areia, feita em betoneira  na proporção 1:1:6
RevestimentosRevestimento Externo: Chapisco aplicado em  alvenaria (com presença de  vãos) e em estruturas de  concreto de fachada, com rolo  para textura acrílica.  Argamassa industrializada  com preparo manual. Emboço  ou massa única em argamassa  traço 1:2:8, preparo manual,  aplicada manualmente em  panos de fachada com  presença de vãos, espessura de  25mm. Revestimento Interno: Chapisco aplicado em  alvenaria e estruturas de  concreto internas, com rolo  para textura acrílica.  Argamassa industrializada  com preparo manual. Massa  única, para recebimento de  pintura, em argamassa traço  1:2:8, preparo manual,  aplicada manualmente em  faces internas de paredes, com espessura de 20mm, com  execução de taliscas.

Fonte: Adaptado de Jesus e Barreto (2018) 

A alvenaria convencional ou de bloco cerâmico é a  mais conhecida popularmente e a mais usada no Brasil. Por  isso, muitos construtores fazem questão de usá-la e não a  trocam por nenhum outro método construtivo. Ela pode ser  dividida em duas categorias: Alvenaria de vedação e  estrutural.  

A alvenaria de vedação nada mais é que um  separador de ambientes, sem nenhuma responsabilidade de  manter a estrutura da residência ou da edificação de pé. Esse  método é muito utilizado, pois permite diversas reformas e  eliminação de paredes sem a preocupação de refazer os  cálculos estruturais para determinar se a estrutura 24 pode  ser modificada.  

Nesses casos, os elementos que formam o ambiente  ficam por conta das estruturas de concreto armado,  metálicas, entre outras. Do outro lado está a alvenaria  estrutural que se classifica também como elemento de  estrutura. Esse método tem como características as paredes  que apresentam a função de suportar o peso da laje ou da  cobertura. Neste caso não há pilares ou vigas (AMORIM JUNIOR; RODRIGUES, 2017). 

Figura 2 – Obra com bloco cerâmico estrutural 

Fonte: Fórum da Construção 

Segundo Hometeka (2014), a peça fundamental  para a construção da alvenaria convencional é o tijolo, ou  também chamado de bloco cerâmico. Este material possui  como matéria-prima a argila, a qual assume uma coloração  avermelhada após a influência das altas temperaturas no  seu processo de formação de cerâmica em bloco. 

Segundo Gonçalves, et al. (2022) diz que a alvenaria  convencional também é conhecida como alvenaria de  vedação. Além disso, o autor a descreve como um Sistema  utilizado com muita frequência no país, devido sua técnica  construtiva ter a possibilidade de ser usada em diversos  projetos, incluindo edificações de grandes alturas. 

Por não assumir uma função estrutural, as  alvenarias convencionais são cortadas para a passagem de  um sistema hidráulico e eletrodutos, nele há uma  flexibilidade arquitetônica, onde as paredes são dispostas  com menor exigência, além de poder ser feito uma possível  troca de lugares, não se fazendo necessário um rigoroso  acompanhamento em relação a qualidade do material e na  execução da mão de obra.  

A alvenaria convencional utiliza-se de blocos  cerâmicos com seus furos disposto na vertical, como dito  acima, não apresentam função estrutural, possuindo uma  resistência muito baixa comparado aos blocos de alvenaria  estrutural, que a NBR 15270;2005 sua resistência de  compressão é 1,5Mpa (GONÇALVES, et al., 2022). 

A alvenaria é toda construída por meio de  pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto que visa oferecer resistência, durabilidade e  impermeabilidade. A utilização de tijolos garante resistência e durabilidade. A impermeabilização é garantida  com a utilização de produtos específicos. As alvenarias  podem ser classificadas como de vedação ou estrutural. 

A alvenaria mais utilizada é a de tijolos de barro  cozido, a matéria prima é a argila misturada com pedra  arenosa. Depois que selecionada a argila, ela é misturada  com um pouco de água até formar uma pasta. São cozidos  no forno por uma temperatura entre 900 e 1100 ⁰C. A cor do  tijolo varia de acordo com a qualidade da argila utilizada.  Através do teste de sonoridade pode-se distinguir o grau de cozimento de um tijolo, pois ele bem cozido apresenta um  som particular. Um tijolo de qualidade deve ter uma cor  agradável, reentrâncias bem definidas e arestas vivas. 

Com objetivo de trazer maior velocidade e  qualidade na execução da alvenaria, o processo foi dividido  em sub – etapas para contemplar as diretrizes técnicas  descritas na NBR 8545 (Execução de Alvenaria sem função  estrutural de tijolos e blocos cerâmicos) e evitar futuras  patologias. Essas sub – etapas são divididas em marcação,  assentamento e encunhamento. Devem ser respeitados os  prazos técnicos de execução para o início da próxima etapa  sem causar danos à alvenaria (SANTOS, 2013). 

Figura 3 – a) Tipologia de parede da alvenaria  convencional; b) Tipologia de parede da alvenaria  estrutural; c) Tipologia de parede do sistema ICF 

Fonte: Jesus e Barreto (2018) 

Alvenaria convencional com estrutura de concreto armado:  parede composta por tijolos cerâmicos de 6 furos quadrados  9x14x19cm, assentados na menor direção, com espessura da  argamassa de revestimento de 25 mm, interno e externo,  totalizando uma espessura total de 14 cm de parede; b)  Alvenaria estrutural: parede com blocos cerâmicos  14x19x29cm, com espessura da argamassa de revestimento  de 25 mm, interno e externo, totalizando uma espessura de  19cm. 

Dentre os materiais utilizados na alvenaria convencional, Jesus e Barreto (2018) trazem o memorial  descritivo para a alvenaria convencional, demonstrado na  Tabela 2. 

Tabela 2 – Memorial descritivo para alvenaria  convencional 

SISTEMAS MATERIAIS
EstruturaPilares e Vigas: Dimensões  15x30cm, moldadas em  fôrmas de madeira, armadas  com barras de aço de bitola Ø10mm, com taxa de  armadura de 80kg/m³ de  concreto, com concreto  Usinado bombeável, fck=20  Mpa. Vergas e Contravergas: Pré moldadas, com transpasse de  30 cm para cada lado do vão sobre o qual está sendo executada.
VedaçãoAlvenaria: Tijolos cerâmicos de 8 furos 9x14x19 cm,  assentados com argamassa de  revestimento com espessura de  25 mm, interno e externo, feita  em betoneira, traço 1:2:8 de  cimento, cal e areia.
RevestimentosRevestimento Externo: Chapisco aplicado em  alvenaria (com presença de  vãos) e em estruturas de concreto de fachada, com rolo  para textura acrílica.  Argamassa industrializada  com preparo manual. Emboço  ou massa única em argamassa  traço 1:2:8, preparo manual,  aplicada manualmente em  panos de fachada com  presença de vãos, espessura de  25mm. Revestimento Interno: Chapisco aplicado em alvenaria e em estruturas de  concreto internas, com rolo para textura acrílica. Argamassa industrializada com preparo manual. Massa única para recebimento de  pintura, em argamassa traço  1:2:8, preparo manual, aplicada manualmente em  faces internas de paredes,  espessura de 20mm e execução  de taliscas.

Fonte: Adaptado de Jesus e Barreto (2018) 

Figura 4 – Obra com concreto armado

Fonte: Fórum da Construção

Figura 5 – Sistema construtivo convencional em alvenaria

Fonte: Fórum da Construção 

Segundo Botelho e Marchetti (2019), o processo  construtivo relacionado a alvenaria convencional em  concreto armado é realizado através da construção dos  elementos estruturais. Posteriormente, o fechamento é  realizado por meio da alvenaria do tipo vedação, a qual não  possui função estrutural e também não participa do sistema  da edificação de forma resistente. Neste caso, participa  somente a estrutura, formada pelas lajes, vigas, pilares e  elementos da fundação, os quais possuem a tarefa de  resistir aos esforços solicitados pela edificação. 

Freitas e Gomes (2022), trazem uma série de  considerações comparativas entre o sistema construtivo da  alvenaria estrutural e da alvenaria convencional:

• Economia de 32,81% da alvenaria estrutural se comparado à alvenaria convencional.  
• A economia foi gerada, principalmente, pela redução do aço na alvenaria estrutural, que atualmente teve um aumento muito alto de preço, logo, foi o que mais refletiu no aumento do orçamento em alvenaria convencional, o aço da alvenaria estrutural representa uma economia de 68,88% do aço utilizado no concreto armado.  
• Outro fator dessa diferença de custo foi o  material utilizado para as formas de madeira, que foi de R$6.956,50, o que gerou uma economia de 100% nas formas já que na alvenaria estrutural elas não foram utilizadas.  
• Além disso, o material que também reduziu o custo do orçamento da alvenaria estrutural foi a quantidade de cimento utilizada na estrutura, como os blocos substituem as vigas e pilares, a redução desse material causou bastante impacto, uma economia de 56,79% no uso do cimento na alvenaria estrutural.
• Contudo, foi escolhido o acabamento de  gesso na alvenaria estrutural mesmo não sendo o mais econômico, pela facilidade e rapidez de aplicação. Isso culmina em maiores vantagens no aproveitamento do material uma vez que a mão de obra torna o tempo do serviço mais ágil e vantajoso. 

2 – METODOLOGIA 

Inicialmente os artigos serão classificados por data  de publicação e passarão por análise avaliativa de acordo  com instrumentos de coleta de dados composto com as  questões: identificação numérica do artigo; autores; ano de  publicação; objetivo(s); resultados; e conclusão dos  trabalhos. Após essa fase de levantamento e análise de  conteúdo, este será analisado e utilizado para o  desenvolvimento do estudo. 

O estudo será realizado através de uma pesquisa  bibliográfica, sendo utilizado as principais plataformas de  busca científica online, como: Public Medical Literature  Analysis and Retrieval System Online (PubMed),  Medscape, Scientific Electronic Library Online (Scielo),  Google Acadêmico, entre outros. 

Para a seleção do material bibliográfico, serão  considerados os artigos publicados nos últimos 19 anos  (2003 a 2022). Já os estudos incompletos, que não oferecem  as informações necessárias para a abordagem do tema  proposto no trabalho, serão excluídos. Também será um  critério de exclusão a repetição de estudos em diferentes  bases de dados 

Para a seleção dos artigos, serão utilizados os  seguintes descritores: alvenaria convencional, alvenaria  estrutural, vantagens da alvenaria convencional, vantagens  da alvenaria estrutural. Além disso, foram buscados esses  termos em inglês: conventional masonry, structural  masonry, advantages of conventional masonry, advantages  of structural masonry, no intuito de dispor de maior  amplitude de revisões. 

A partir das buscas com as combinações de tópicos  e descritores propostos, será realizada a leitura exploratória  dos resumos desses materiais bibliográficos. E  posteriormente a leitura completa do texto desses estudos.  Portanto, após esse procedimento, serão selecionados  trabalhos científicos para constituir a presente revisão. 

Por se tratar de uma revisão bibliográfica, o  presente estudo não necessita de aprovação em Comitê de  Ética em Pesquisa – CEP, atendendo as normas  estabelecidas na resolução nº 466, de 12 de dezembro de  2012 e a resolução nº 510/2016. 

3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 VANTAGENS DA ALVENARIA  ESTRUTURAL 

Dentre as várias vantagens técnicas e econômicas  associadas a alvenaria estrutural, a Tabela 3 ressalta e  destaca de maneira ideal algumas vantagens: 

Tabela 3 – Vantagens da Alvenaria Estrutural 

REDUÇÃO DE CUSTOSA redução de custos que se  obtém está intimamente  relacionada à adequada  aplicação das técnicas de  projeto e execução, podendo  chegar, segundo a literatura,  até a 30%, sendo proveniente  basicamente da: a. Simplificação das  técnicas de  execução; b. Economia de  formas de  escoramento.
MENOR  DIVERSIDADE DE  MATERIAIS  EMPREGADOSReduz o número de  subempreiteiras na obra, a  complexidade da etapa  executiva e o risco de atraso  no cronograma de execução  em função de eventuais faltas  de materiais, equipamentos  ou mão de obra.
REDUÇÃO DA  DIVERSIDADE DE  MATERIAIS  EMPREGADOSNecessita-se de mão-de-obra  especializada somente para a  execução da alvenaria,  diferentemente do que ocorre  nas estruturas de concreto  armado e aço.
MAIOR RAPIDEZ DE  EXECUÇÃOEssa vantagem é notória  nesse tipo de construção,  decorrente principalmente da  simplificação das técnicas  construtivas, que permite  maior rapidez no retorno do  capital empregado.
ROBUSTEZ  ESTRUTURALDecorrente da própria  característica estrutural,  resultando em maior  resistência à danos  patológicos decorrentes de  movimentações, além de  apresentar maior reserva de  segurança frente a ruínas  parciais.

Fonte: Adaptado de Camacho (2006) 

Cavalheiro (2009) estabelece algumas  diferenciações levando em consideração a Alvenaria Estrutural (AE) e as edificações com Estruturas de Concreto  Armado Convencionais (CA), as mais utilizadas no país na  atualidade e os mais econômicos em relação aos sistemas de  utilização da pré-fabricação, representadas pela Tabela 4. 

Tabela 4 – Comparação dos tópicos envolvendo a  Alvenaria Estrutural (AE) e a Alvenaria Convencional  (CA)

Paredes– CA: desenvolvem apenas  papel de vedação,  proporcionando uma  estrutura reticulada com seu  próprio peso, tendo sua  robustez diretamente  proporcional a densidade  dos componentes de  vedação. Este fato  proporciona melhor  performance acústica. – AE: desempenham função  tanto de vedação quanto a  função de estrutura, de  forma simultânea. Além  disso, promovem a absorção  das cargas permanentes e  acidentais, promovendo  uma melhora acústica como  consequência das unidades  mais resistentes  empregadas. Estas paredes  ainda servem como  alojamento para dutos  elétricos.
Fundações– CA: quando se fala das  cargas das lajes, estas são  conduzidas para as vigas, as  quais transferem os esforços  daí originados quando  somados aos esforços dos  seus carregamentos  específicos (paredes de  vedação e eventuais reações  de vigas secundárias) para  os pilares e para as  fundações de forma pontual.  Dessa forma, as cargas  distribuídas e concentradas  dos prédios comuns  acabam, no caso de  fundações em sapatas, por  se distribuírem em pequenas  superfícies, originando no  solo tensões relativamente  elevadas. – AE: absorvem os esforços  por serem resistentes,  resultando na distribuição de superfícies maiores  (sapatas corridas ao longo  de todo o perímetro das  paredes resistentes),  promovendo baixas tensões  no solo. Além disso, a  perfeição dimensional deste  tipo de alvenaria  proporciona um alívio de até  25% nas fundações diretas  através da frutificação  produzida pela inexistência  do “entulho de  revestimento” ou da  inexistência do próprio  revestimento.
FôrmasCA: não há uma perfeita  coincidência entre  espessuras de vigas e pilares  de CA, gerando recortes nas  formas, os quais as tornam  onerosas, principalmente se  houver reduções de  dimensões das seções dos  pilares nos andares  superiores. Em algumas  situações as formas nas  estruturas de CA são  complexas e sempre caras,  face ao limitado  reaproveitamento. AE: Neste caso, as formas  podem inexistir,  dispensando-se totalmente o  uso da madeira, a não ser  quando a opção é pela  execução de lajes moldadas  “in loco” (ou algum outro  detalhe especial). E mesmo  neste caso há um ganho da  redução do escoramento,  pelo aproveitamento das  paredes como apoio parcial  das formas. Numa obra  comum de concreto armado  a madeira corresponde a  quase 50 % do preço do  concreto empregado, ou  seja, cerca de 12 % do custo  total.
ArmaduraÉ inerente às estruturas de  concreto armado a  existência de armaduras  “trabalhadas” e em grande  quantidade. Já na AE as  armaduras podem até  inexistir (apenas  construtivas e de amarração)  e quando necessárias são retas, sem ganchos ou  dobras, na sua grande  maioria. Ao contrário do  que pode ocorrer no CA, as  armaduras na AE são bem  protegidas da corrosão. Por  outro lado, o consumo de  aço, mesmo na alvenaria  estrutural armada, é inferior  ao do CA para obras  correntes.
Etapas e temposCA: as fases de execução de  uma obra em CA  convencional são bem  diferenciadas entre si e,  obrigatoriamente,  sequenciais: execução de  formas, colocação das  armaduras, concretagem,  retirada das formas,  alvenaria de vedação e  instalações, usualmente com  rasgos indiscriminados nas  paredes. AE: pela simultaneidade das  etapas, ocorre uma  economia de tempo que  pode chegar a 50%, na  execução até as instalações  básicas, acelerando o  cronograma da obra e  consequentemente  diminuindo os encargos  financeiros.
Mão-de-obraCA: exigem mão-de-obra  bastante especializada:  pedreiro, carpinteiro,  eletricista, encanador,  armador, apontador, além de  servente e ajudante especial. AE: O elenco é bem mais  reduzido pela  simultaneidade das etapas  de execução, a qual induz à  polivalência do operário  através de relativamente  fácil treinamento. Assim, na  medida em que o pedreiro  executa a alvenaria, ele  próprio, por exemplo, pode  colocar a ferragem e  eletrodutos nos vazados dos  blocos, podendo ainda  deixar instaladas peças pré- moldadas como vergas,  peitoris, marcos, etc.
RacionalizaçãoEnquanto no CA a  racionalização exige uma certa “sofisticação” para ser  implantada, na AE ela é  simples, favorecida,  principalmente, pela  coordenação modular do  projeto.
RevestimentosCA: As alvenarias de  vedação são executadas com  blocos ou tijolos comuns, os  quais, em geral, deixam  muito a desejar em termos  de precisão de dimensões,  onerando bastante o  revestimento em pelo menos  uma das faces da parede. EA: A elevada precisão  dimensional das unidades de  alvenaria estrutural resultam  em economia de  revestimento. Em alguns  casos, chapisco e emboço  podem ser dispensados sem  prejudicar a uniformidade  de espessura do reboco.
EntulhoCA: A madeira utilizada nas  formas das estruturas  convencionais de CA e os  tijolos ou blocos de  dimensões pouco precisas e  baixa resistência,  empregados para vedação  de vãos estruturais não  coordenados modularmente,  são itens de acentuado peso  na composição final do  entulho deste tipo de obra.  Alguns estudos mostram  que numa obra  convencional entre 1,8 t/m2  de material e fica apenas 1,2  t/m2 , ou seja, 0,6 t/m2 é  entulho que sai AE: neste caso, entre 1,0  t/m2 e fica 0,8 t/m2 ,  reduzindo assim em 67% o  material não aproveitável a  ser retirado. E a retirada da  cada caminhão de entulho (6  m3 ) de uma obra pode  equivaler ao custo de uma  ou mais semanas de pedreiro.
Integração de projetosA alvenaria estrutural, como  sistema de construção  racionalizado, exige do  projetista da estrutura uma  integração bem maior com  os projetos de arquitetura e  instalações do que no caso dos projetos de estruturas  convencionais de CA, até  pelo fato da dupla função  das paredes. Assim, esta  coordenação já deve existir  na fase do anteprojeto  arquitetônico. Isto é uma  condição bastante favorável  para evitar dissabores, tão  comuns nas obras  convencionais, pelo  “desencontro” de projetos.  Nada impede, entretanto,  que um determinado projeto  arquitetônico, já pronto,  possa ser adaptado para  alvenaria estrutural.

Fonte: Adaptado de Cavalheiro (2009) 

Numa análise feita por Jesus e Barreto (2018),  percebeu-se que o sistema de alvenaria estrutural apresentou  menor custo direto dentre os sistemas analisados, enquanto  a alvenaria convencional ficou com os maiores custos totais. 

Jesus e Barreto (2018) constataram, ainda, que a  alvenaria estrutural e o ICF (Molde Isolante para Concreto),  são os únicos sistemas que desempenham tanto a função  de estrutura quanto a de vedação. No entanto, a alvenaria de  vedação com estrutura de concreto armado, possui dois  sistemas complementares um ao outro, o que aumenta o  custo em R$ 9.327,77 (30,35%) em relação ao sistema mais  barato. 

Ramalho e Corrêa (2003) demonstram que o custo  da construção baseada na alvenaria estrutural tende a ser  menor que o baseado na alvenaria convencional em  concreto armado. Isso se dá pelo fato de a técnica substituir  o uso de vigas e pilares. Neste tipo de alvenaria, as paredes  são autoportantes. Isso significa que elas possuem dupla  função, a de vedação e a de suporte estrutural para a  edificação, resultando na geração de uma economia maior. 

3.2 VANTAGENS DA ALVENARIA  CONVENCIONAL 

Diante do exposto previamente na introdução,  percebe-se que algumas vantagens na estruturação  contêineres são de fundamental importância nos critérios de  comparação entre as duas estruturas. Sendo assim,  dentre as principais vantagens da estruturação convencional,  destaca-se sua leveza, o que permite uma maior  produtividade no canteiro de obras, porém, por outro lado,  são frágeis (HOMETEKA, 2014). 

Obras de grandes vãos não interferem na sua  execução, pois o concreto armado ajuda nessa distribuição  de esforços. Reformas futuras não são uma dor de cabeça,  pois as alvenarias convencionais estão dispostas somente para dividir ambientes, é possível medidas de portas e  janelas fora das medidas padronizadas. 

Seu tempo de execução é geralmente mais longo do  que as obras de alvenaria estrutural. Geração de entulho  excessivo causando impactos ambientais. Em partes de  execuções de elétrica e hidráulica, é preciso cortar paredes  para sua instalação, causando perda de tempo e um  desperdício, pois terá que fechar novamente com argamassa  (GONÇALVES, et al., 2022). 

Tres (2017) estipula as vantagens que mais se  destacam no meio da alvenaria convencional quando  relacionada ao bloco cerâmico, que são: 

• Excelente estanqueidade à água; 
• Não há restrições de uso em relação às condições ambientais; 
• Boa resistência ao fogo; 
• Bom isolamento acústico e térmico; 
• Boa durabilidade, chegando a cem anos,  sem manutenção e proteção. 

Pires (2017) apresenta sua ideia ao dizer que este  tipo de sistema condiz com um baixo custo nos processos de  reformas. Isso se dá pelo fato de os materiais e componentes  necessários para realização da reforma serem encontrados  em qualquer cidade. Além disso, Pires (2017) ainda diz que  seu peso próprio pode chegar a 180 kg/m2, sendo  necessário fundações e estruturas mais robustas, sendo este  fato atribuído ao grupo das desvantagens. 

Oliveira (2013) traz uma vantagem de grande  espectro neste sistema, que é a possibilidade de uma fixação  direta das cargas, dispensando-se o uso de reforços  internamente e a necessidade de um planejamento prévio. 

Côrtes (2018) detalha um aspecto negativo  importante neste tipo de Sistema construtivo, que é a  execução demorada e a grande geração de resíduos.  Portanto, dentre as etapas do processo executivo, algumas  necessitam de um tempo de cura, o que resulta num tempo  aumentado e nos custos com mão de obra. 

Segundo Fleury (2015), cerca de 30% do peso total  deste tipo de alvenaria se torna entulho. Este fato se dá pela  necessidade da realização de cortes nas paredes para a  passagem das instalações elétricas e hidráulicas durante o  processo de estabelecimento das mesmas. 

Labuto (2014) traz informações suficientes para  montagem de uma tabela baseada nas vantagens e  desvantagens que a alvenaria convencional tem a oferecer.  Estes fatores são demonstrados na Tabela 5. 

Tabela 5 – Vantagens e Desvantagens da Alvenaria  Convencional 

DESVANTAGENS VANTAGENS
É necessário paredes bem  mais espessas que as  utilizadas de costume para  obter um desempenho  acústico maior que o  padrão, gerando mais carregamento e mais gastos  com material;Em caso de vazamento, o  mesmo é mais fácil de  identificar;
Precisão na montagem  depende da qualidade da  mão-de-obra;Boa resistência a  umidade, reparos pontuais  na estrutura e demora na  propagação de patologias;
Execução demorada, alta  geração de resíduos;Fixação simples e direta  dos objetos de utilização  doméstica sem a  necessidade de análise  prévia;
Acabamento exige um  cuidado Elevado;Um nível médio de  organização a torna  atraente;
Espaço conhecido por ser a  técnica mais utilizada;Para um volume de obra  pequeno como reforma,  este tipo de estrutura  possui um custo bem  inferior;
Parede limitada a pontos  específicos, sem grandes  mobilidades (Elevado peso  próprio);Acessórios e peças  baratos e facilmente  encontrados em  comércios e bairros.
O aumento dos custos  globais está diretamente  ligado à quantidade de  profissionais executores, no  intuito de aumentar a  velocidade desta etapa em  específico. Além disso, é  dependente de outros  profissionais que não estão  diretamente ligados a ela,  sendo um trabalho mais  braçal e cansativo. Isto  resulta numa renda menor.
Reparos nas paredes e  instalações são mais  complicados. Isso ocorre  pelo fato de o acesso ser  muito difícil e mais  oneroso;
Por esse tipo de estrutura  ser de 6 a 7 vezes mais  pesada que a estrutura de  chapa de gesso, é  necessário a utilização de  uma fundação e de  estruturas mais robustas.

Fonte: Adaptado de Labuto (2014) 

Os custos de materiais no método convencional são  menores porque os insumos utilizados não são  industrializados e a mão de obra para esse sistema  construtivo é abundante, porém, as desvantagens são a  geração de resíduos, retrabalhos, técnicas construtivas que  muitas vezes são improvisadas durante a execução do  serviço, matéria prima de alguns elementos de fontes não renováveis e sistema de produção lento. (RIBEIRO; CARVALHO, 2018). 

4 – CONCLUSÃO 

Figura 6 – Comparação global dos custos: Estrutura  Convencional e Alvenaria Estrutural 

Fonte: Nunes e Junges (2008) 

O resultado demonstra uma grande diferença de  custo entre os dois sistemas. A execução da estrutura  representa uma diferença de 26,38% favorecendo a  alvenaria estrutural. O revestimento da alvenaria estrutural  chega a ser 49,4% mais econômica que a alternativa  convencional. Esta diferença é justificada pela eliminação  de etapas como chapisco e amassamento no revestimento  das paredes de blocos de concreto.  

Percebe-se que o projeto de fundação da estrutura  convencional teve seu custo 29,14% mais econômico que o  de alvenaria estrutural. Isto deve-se principalmente à diferença do número de fundações de um projeto para outro,  enquanto que na estrutura convencional são 26 tubulões, no  projeto de fundação do sistema alvenaria estrutural são 44  tubulões.  

Na estrutura convencional a estrutura incluindo a  alvenaria de vedação representou 67% dos custos  englobando o revestimento das paredes e fundações. Já na  alvenaria estrutural a percentagem da estrutura é 71% dos  custos. Ao se comparar os custos dos dois sistemas  englobando a estrutura, revestimento das paredes e  fundações chegou-se ao resultado de que o sistema de  alvenaria estrutural apresenta seu custo 29,72% inferior ao  sistema de estrutura convencional com alvenaria de vedação  de tijolos cerâmicos.  

Este número é bastante expressivo e deve-se a  racionalização do sistema que exclui a necessidade do uso  de formas, diminui o consumo de aço e concreto, apresenta  menor diversidade de mão-de-obra, menor desperdício de  material e espessura dos revestimentos (NUNES; JUNGES,  2008). 

Este estudo buscou, através de uma análise  revisional de trabalhos comparativos construtivos, levando  em consideração os custos, o método mais adequado, entre  o sistema construtivo relacionado a alvenaria convencional  e a alvenaria estrutural. 

Após a realização do trabalho, constatou-se que  tanto a alvenaria convencional quanto a alvenaria estrutural,  apresentam uma grande gama de vantagens e desvantagens  no mundo da engenharia, sendo necessário uma adequação  de cada tipo de alvenaria para situações específicas, as quais  irão exigir o melhor da respectiva alvenaria. Neste caso,  cabe ao engenheiro responsável optar e esclarecer o melhor  uso para o tipo de engenharia envolvida. 

O estudo conseguiu atingir seus objetivos, ao  detalhar e listar o amplo espectro vantajoso ou desvantajoso  que os tipos de alvenaria convencional e estrutural têm a  oferecer. 

O público alvo do artigo gira em torno dos mais  estudiosos e curiosos do mundo da engenharia, e dos leitores  que queiram se inteirar das qualidades e entraves que cada  sistema construtivo abrange atualmente. 

REFERÊNCIAS 

CAMACHO J.S. Projeto de edifícios de alvenaria  estrutural. Universidade Estadual Paulista “Júlio de  Mesquita Filho”. 2006 

CAVALHEIRO O.P. Alvenaria Estrutural: Tão antiga e  tão atual. Universidade Federal de Santa Maria. 2009 

BERTI L.H., RAFAEL V.E. Comparação de custos de  material de uma obra de pequeno porte em alvenaria  estrutural em relação a alvenaria convencional.  Universidade do Sul de Santa Catarina. 2019 

RAMALHO M. A., CORRÊA M. R. S. Projeto de edifícios  de alvenaria estrutural. São Paulo: Pini, 2003. 

AMORIM-JUNIOR J.A.L., RODRIGUES R.V.L. Um  estudo comparativo entre as vantagens construtivas das  paredes de concreto e alvenaria convencional. Centro  Universitário CESMAC. 2017 

HOMETEKA. Saiba tudo sobre concreto pré-moldado e  paredes multilaminares. 2014. Disponível em:  https://www.hometeka.com.br/aprenda/saiba-tudo-sobre concraeto-pre-moldado-e-paredes-multilaminares/ 

GONÇALVES L.S., CAZELLA P.H.S., AGIADO A.C.,  PEDREIRO M.R.M. Análise comparative entre alvenaria  convencional e alvenaria estrutural. Revista Ibero –

Americana de Humanidades, Ciências e Educação – REASE. 2022 

PIRES L.G., et al. Uso de drywall na construção civil.  Placo, Placas de gesso. 2017 

TRES K. Utilização do Sistema drywall em uma  edificação residencial: análise comparative entre  alvenaria em bloco cerâmico e drywall. Engenharia Civil  – Tubarão. 2017 

CÔRTES L.R. Análise comparative entre alvenaria em  bloco cerâmico de vedação e drywall. Fundação  Carmelitana Mário Palmério. 2018 

LABUTO L.V. Parede seca: sistema construtivo de  fechamento em estrutura de drywall. 2014 

RIBEIRO V.M., CARVALHO L.C. VANTAGENS EM  ADOTAR O LIGHT STEEL FRAME: Comparativo  entre método construtivo Light Steel Frame e o método  convencional de alvenaria. Centro Universitário do Sul de  Minas, MG. 2018 

SANTOS E.B. Estudo comparative de viabilidade entre  alvenaria de blocos cerâmicos e paredes de concreto moldadas no local com fôrmas metálicas em habitações  populares. Campo Mourão. 2013 

JESUS A.T.C., BARRETO M.F.F.M. Análise  Comparativa dos Sistemas Construtivos em Alvenaria  Convencional, Alvenaria Estrutural e Moldes Isolantes  para Concreto (Icf). Engineering of Science. 2018 

LIMA J.S. Análise comparativa de paredes em drywall e  alvenaria convencional. Recima 21, v.3, n.12. 2022 

NUNES C.C., JUNGES E. Comparação de custo entre  estrutura convencional em concreto armado e alvenaria  estrutural de blocos de concreto para edifício residencial  em Cuiabá – MT. XII Encontro Nacional de Tecnologia do  Ambiente Construído. 2008 

RAMALHO M.A., CORRÊA M.R.S. Projeto de Edifícios  de Alvenaria Estrutural. São Paulo: Pini, 2003. 

FREITAS T.S.A., GOMES G.A.M. Análise comparativa  de custo de material entre alvenaria estrutural e  alvenaria convencional para residencia em São  Lourenço – MG. UNIS – MG. 2022


1 Graduando em Engenharia Civil. E-mail: italocaio.soria@gmail.com 
2 Graduando em Engenharia Civil. E-mail: maizasteffany@hotmail.com 
3 Professor Orientador(a), Mestre em Engenharia de Estrutura. E-mail: 
Faculdade de Educação e Cultura de Porto Velho – FAEC-PVH Porto Velho, RO, Brasil