UM ESTUDO PSICOLÓGICO DOS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DO POLE  DANCE PARA A QUALIDADE DE VIDA  

A PSYCHOLOGICAL STUDY OF THE BENEFITS OF POLE DANCE PRACTICE  FOR QUALITY OF LIFE 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7372428


Kellyane Victória Barbosa Picanço
Letícia da Silva Barreto
Orientador: Prof. Me. Wollace Scantbelruy 


O pole dance é uma modalidade que demanda força, flexibilidade e equilíbrio  tornando-se um método terapêutico para promover um bem-estar psíquico para seus  praticantes. Por outro lado , existe um pensamento preconceituoso econservador  dominante na sociedade, que o torna sexualizado e é visto negativamente por boa parte  da população. Esta pesquisa tem por objetivo compreender a prática do pole dance  para a qualidade de vida e bem-estar psíquico e físico em seus praticantes  caracterizando o que é a dança Pole Dance, apresentando suas principais  subcategorias da prática do pole dance e especificando as contribuições benéficas  psicológicas e físicas do pole dance na qualidade de vida e bem estar em seus  praticantes. A metodologia utilizada foi de uma revisão bibliográfica sendo realizadas  pesquisas nos bancos de dados científicos do Scielo e PubMed, sendo considerados  os materiais de língua portuguesa, inglesa e espanhola de onde foram selecionados  20 artigos publicados entre os anos de 2005 a 2022. Concluímos que o pole dance promove a saúde mental, cria consciência podendo ajudar pessoas com problemas  psicológicos sendo uma grande área de pesquisa que ainda está aberta e precisa de  mais atenção, pois a saúde mental é um tema essencial e sensível que afeta a vida  de cada indivíduo. 

Palavras-chave: Pole dance; bem-estar psíquico e físico; benefícios; qualidade de  vida; praticantes. 

Pole dance is a modality that demands strength, flexibility and balance, becoming a  therapeutic method to promote psychic well-being for its practitioners. On the other  hand, there is a prejudiced and conservative thinking dominant in society, which makes  it sexualized and seen negatively by a large part of the population. This research aims  to understand the practice of pole dancing for quality of life and psychic and physical  well-being in its practitioners, characterizing what Pole Dance is, presenting its main  subcategories of pole dancing practice and specifying the beneficial psychological  contributions and physics of pole dance on the quality of life and well-being of its  practitioners. The methodology used was a bibliographical review, with research being  carried out in the scientific databases of Scielo and PubMed, considering the  Portuguese, English and Spanish language materials from which 20 articles published  between the years 2005 and 2022 were selected. Pole dancing promotes mental  health, creates awareness and can help people with psychological problems. It is a large  area of research that is still open and needs more attention, as mental health is an  essential and sensitive topic that affects the life of every individual. 

Keywords: Pole dance; psychic and physical well-being; benefits; quality of life;  practitioners.

INTRODUÇÃO 

 O pole dance é uma modalidade que demanda força, flexibilidade e equilíbrio podendo ser classificada como um conjunto de movimentos acrobáticos de  força característicos da calistenia e ginástica juntamente com movimentos de  dança utilizando um mastro vertical, podendo ser estático ou giratório e de metal  polido. Sua prática proporciona vários benefícios para a mente e o corpo por ser mais  dinâmico, tornando-o diferente de outras modalidades. 

O pole dance é uma combinação de dança e ginástica que vai além do erotismo  que a sociedade impõe, a qual se torna uma modalidade visualmente sexualizada.  Devido ao preconceito existente, na sociedade, para com o tema, trazer esse tipo de  dança para estudo é o ideal para romper o estereótipo focando no bem-estar psíquico  e físico de quem pratica o pole dance. 

O Pole Dance pode se tornar um método terapêutico para promover um bem  estar psíquico para seus praticantes devido à capacidade de libertação do corpo e da  mente, bem como de evolução das suas potencialidades. Ele está associado à  autoestima pelas possibilidades de ir sempre além do exercício físico permitindo o  conhecimento dos próprios limites do corpo, proporcionando ao praticante enfrentar  sua vida com mais coragem e determinação. Mesmo que o pole dance seja agora  mais popular do que nunca, muitas pessoas desconhecem ou não entendem seu  verdadeiro significado na sociedade moderna. 

A Psicologia do Esporte surgiu no início do século XX, na Rússia e nos Estados  Unidos, e, no Brasil, após a Copa do Mundo de Futebol de 1958. Seu objetivo é  potencializar o rendimento e o desenvolvimento pessoal do atleta, através de técnicas  e teorias apropriadas, ela também foca em indivíduos que praticam esportes somente  com o intuito de bem-estar e saúde, neste caso o Pole Dance (RUBIO, 2007). 

A importância deste trabalho está no fato de que o pole dance é discutido sob  vários ângulos, incluindo artístico, profissional, recreativo e benevolente sempre  trazendo benefícios. O pole dance é uma grande área de pesquisa que ainda está  aberta e precisa de mais atenção, pois a saúde mental é um tema essencial e sensível  que afeta a vida de cada pessoa. Promover a saúde mental cria consciência e pode  ajudar pessoas com problemas psicológicos. Além disso, ajudar aqueles com  problemas de saúde mental cria um efeito cascata de saúde mental positiva.

A pesquisa, em relação à técnica, está classificada como bibliográfica e  documental, por embasar-se em artigos científicos. “A pesquisa bibliográfica é  elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de  pesquisa inclui material impresso como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e  anais de eventos científicos” (GIL, 2017). Sua realização se deu através do levantamento das referências teóricas já produzidas, e publicadas através de meios  eletrônicos e escritos tais como: páginas de web sites, artigos científicos e livros (MARCONE; LAKATOS, 2007). 

A metodologia utilizada foi de uma revisão bibliográfica sendo realizadas  pesquisas nos bancos de dados científicos do Scielo e PubMed, sendo considerados  os materiais de língua portuguesa, inglesa e espanhola de onde foram selecionados  20 artigos. Utilizou-se as palavras chaves: Pole dance; bem-estar psíquico e físico, e  qualidade de vida. Foram selecionadas as publicações entre os anos de 2005 a 2022,  priorizando-se as mais recentes. 

Esta pesquisa tem por objetivo compreender a prática do pole dance para a  qualidade de vida e bem-estar psíquico e físico em seus praticantes desmistificando a dança Pole Dance, apresentando suas principais subcategorias da prática do pole  dance e especificando as contribuições benéficas psicológicas e físicas do pole dance  na qualidade de vida e bem estar em seus praticantes. 

DESENVOLVIMENTO 

Existem diversas atividades que deram origem ao pole dance, como é visto  hoje. Para a associação, a história remete às dançarinas burlescas da década de 1920  e às dançarinas de striptease de casas noturnas da década de 1960, que ganharam popularidade na década de 1980. Nos últimos anos, o pole dance, que antes era uma  atividade com restrição às casas noturnas, realizado por garotas de programa e  strippers, passou a ser considerada uma atividade física sendo inserida como uma  alternativa de exercício no mercado fitness, principalmente para aqueles que não  aderem à musculação ou que não gostam de academia (CURY, 2018). 

Definir o que é o pole dance torna-se uma tarefa complexa, uma vez que ele  pode ser conceituado de diversas maneiras por seus praticantes e entusiastas,  variando de descrições mais técnicas – a execução de acrobacias em uma barra  vertical – a mais metafóricas, por exemplo, entendendo-o como uma forma de libertação. A definição que melhor se implica ao pole dance é a que se relaciona a um  estilo de dança que utiliza a barra (de inox ou de ferro) vertical fixa ou giratória como  parte da sua performance. Em que essa atividade se torna bastante dinâmica por consistir na realização de uma variedade de acrobacias por parte de seu performer na  barra com a combinação de vários movimentos de ginástica e dança, e que exige  força, flexibilidade, coordenação e resistência que requerem muita dedicação ao  treinamento para haver uma habilidade maior para conduzir o próprio corpo (GONÇALVES, 2017). 

 Através disso, já conseguimos ter uma noção de que anteriormente a prática  era realizada apenas por acrobatas circenses e profissionais da dança, mas que com  o decorrer do tempo a atividade tem passado por grandes mudanças e cada vez mais  surgem novos métodos e estilos, e que passou a ocupar em academias e studios de  dança, onde foi encarado como um exercício que pode ser praticado por qualquer  pessoa. Pode se apresentar através de estilos de dança como ballet e dança moderna,  com componente sexy e/ou puramente fitness (CARAMÊS et al, 2014). 

 Apesar de estigmatizado pela sensualidade, o pole dance tem sido cada vez  mais reconhecido mundialmente como forma respeitável de dança e atividade física.  Entretanto, a prática sofre muitos preconceitos fazendo com que automaticamente  seja associada ao erotismo malvisto pela a sociedade, fazendo com que a atividade  seja condenada, marginalizada e estigmatizada devido ao um pensamento  conservador predominante em que as mulheres sofrem com ações machistas,  misóginas e sexistas. E como a prática possibilita a participação de todo tipo de gênero  e idade, a grande maioria dos praticantes são composta por mulheres, a qual se  sentem mais motivadas devido ao aspecto sensual e a melhoria na autoestima, mas  que devido a esse preconceito se sentem desmotivadas e com medo de realizar a  prática atrapalhando seu desenvolvimento pessoal nesse meio (LAWRENCE et al,  2011). 

 Devido a cada componente presente dentro do pole dance, seus praticantes  dessa modalidade são conhecidos como pole dancer, mas que se torna um conjunto  de papéis como: dançarino, performer e ginasta que são encarados como uma forma  de expressão artística. Com isso, é muito importante ressaltar o papel da ginástica  dentro dessa modalidade, pois a ginástica é um elemento constitutivo do pole dance  e, portanto, além de dança, ele também é considerado um esporte, muitas vezes  procurado justamente para atuar como exercício físico (ALVES, 2021).

1 DESMISTIFICANDO O POLE DANCE 

No Brasil, apesar de contar com números consideráveis de academias,  escolas e estúdios, até este momento não é reconhecida como modalidade esportiva,  mesmo que apresente características desportivas, ainda é visto como dança erótica e  sensual. Fazendo com que sua prática seja restrita a pequenos grupos, impedindo  seu pleno desenvolvimento como atividade esportiva. Por não ser reconhecido  oficialmente como atividade competitiva institucionalizada, ou seja, a modalidade não  foi ainda sistematizada no Brasil como esporte, não podendo por esse motivo ter  participação em eventos esportivos oficiais como as Olimpíadas. Até este momento,  pela jurisprudência brasileira o Pole dance faz parte da mesma categoria de atividades  como: ballet, yoga e artes marciais (ABDON, 2021) 

Além de ter sido representado em um segundo momento como dança  sensual, erótica realizada em boates e mostrada dessa forma nos diversos meios de  comunicação, sua prática ainda sofre preconceito da sociedade, e desinteresse no  meio acadêmico, visto que têm surgido poucos estudos acerca dessa temática no  momento. Ainda é um tema pouco discutido e aceito nas universidades, até mesmo  no curso de Educação física (NICHOLAS et al, 2019). 

O Pole Dance de hoje constitui uma modalidade de exercício físico e dança  que envolve o dançar em torno de uma barra polida, incorporando movimentos de  ginástica, do circo, movimentos livres, entre outras. É praticado por homens e  mulheres em academias de ginásticas, musculação, estúdios de dança, como forma  de exercício físico, dança e expressão corporal, e tem ganho um número cada vez  maior de praticantes. Existem competições e campeonatos organizados por todo  mundo: Rússia, Canadá, França, Estados Unidos, Venezuela, Brasil entre outros.  Sendo a Rússia hoje a grande referência na modalidade (FBPOLE, 2020). 

A partir do ano de 2017 a Federação Brasileira de Pole Dance abriu mão do  seu código de arbitragem para aderir integralmente às regras oriundas da POSA, Federação Internacional de Pole Esporte e Arte. Com isso, os campeonatos  Brasileiros passaram a ter um código de arbitragem unificado internacionalmente e os  atletas vencedores, começaram a fazer parte do Ranking do campeonato mundial de  pole anualmente organizado pela POSA. (FBPOLE, 2022).

Estudos em Psicologia do Esporte em que a atividade esportiva é um  preparador para a vida cotidiana, pois promove a capacidade de julgamento e  percepção da situação, possibilitando reações frente a alterações do ambiente (VIEIRA et al, 2010). Outro item que aprimora a eficiência no esporte e está  correlacionado com o suporte social e o encorajamento das pessoas de maior vínculo  afetivo (REBUSTINI; MACHADO, 2012). 

2 O POLE DANCE E SUAS PRINCIPAIS SUBCATEGORIAS 

O que varia são os diferentes níveis e formas com que esses elementos serão  trabalhados no que é tido como suas principais vertentes – os grandes panos de fundo  de onde outras subcategorias possam se originar – o Sexy Pole, o Pole Sport ou Acro  Pole e o Pole Art. Além disso, através da nossa pesquisa foi visto que dentro do pole  dance existem inúmeras formas e possibilidades de interessar os mais variados públicos  em que torna a prática de possível acesso para todos aqueles que têm curiosidade de como funciona e de quem quer experimentar uma forma dinâmica de explorar seu  corpo e seus limites, independentemente da idade ou gênero. Mas, em que os três  estilos citados pelo o autor Gonçalves se tornaram as principais vertentes que  daremos ênfase de como são e o que torna uma moda subcategoria tão diferente da  outra (GONÇALVES, 2017). 

Em termos psicológicos, a dança é uma propulsionadora da satisfação da  autoestima, pois está intrinsecamente relacionada ao corpo, trabalhando as emoções  e os sentimentos. O corpo é o agente e o sujeito da percepção, atuando como  linguagem, meio de diálogo, promovendo a integração com o social e com o ambiente,  manifestando o ser em sua totalidade, expressão da sexualidade, promovendo o  respeito próprio e ao outro, além de transformações e reafirmações do ser (NANNI,  2005; ABRÃO; PEDRÃO, 2005). 

O pole dance, deixou de ser uma dança exclusiva de casas de strip-tease, é  vista com uma atividade aeróbica. Essa nova percepção contextualiza um novo  fenômeno social já que esse se tornou uma atividade recreativa produzindo benefícios  psicológicos para seus praticantes. Com essa mudança, novos conceitos ganharam  discussões acerca de seus significados, principalmente, noções sobre a sexualidade  feminina (WHITEHEAD; KUR, 2009).

2.1 O SEXY POLE 

Também pode ser conhecida como pole sensual é uma das modalidades mais  conhecida devido ser o estilo que mais trabalha a sensualidade, com uma grande  mistura de contato visual, floorwork, salto e reações faciais direcionadas ao público.  Essa vertente, utiliza dos elementos de floorwork, ou seja, acrobacias de chão, as  quais trabalham técnicas de movimentos de chão isoladamente. Durante todo o  treinamento ou até mesmo uma apresentação haverá uma combinação de consciência corporal, a noção espacial e a fluidez na coreografia que está sendo  performada. A pole dance é uma vertente sensual, explora a sensualidade, enfatiza o  empoderamento feminino e o jogo de sedução. É comum exigir o uso de salto em  suas apresentações (PERES, 2022). 

O fortalecimento de vínculos baseado na confiança. Essa confiança se estende  além do outro e invade o próprio ser. As consequências são inúmeras: elevação da  autoestima, da percepção da feminilidade, por muitas vezes esquecida, e as  mudanças físicas e psicológicas. Outro aspecto que também se torna fortalecido é o  relacionamento conjugal que se beneficia dessas mudanças não somente pela  sensualidade manifestada, mas pela autoconfiança estabelecida (FERREIRA, 2015). 

2.2 POLE SPORT OU ACRÓPOLE 

É um estilo mais popular por ser conhecido também como Pole Fitness com  uma característica marcante que é a acrobacia em que exige muito esforço físico para  desenvolver força, flexibilidade e equilíbrio. A mesma acaba sendo muito  comparada com a ginástica rítmica devido essas habilidades que se tornam similares  às práticas esportivas. Além de ser uma prática de exercícios físicos, o Pole Dance  também permite que as praticantes se expressem livremente através da arte e da  dança, tornando- se uma atividade ainda mais completa (RUBCIC, 2013). 

No campo da psicologia aplicada à ciência do esporte, a motivação é um dos  principais objetos de pesquisa. Nesta linha e uma vez aplicada e analisada a  resultados do questionário MPAM-R, foi estabelecido prazer como o fator motivador  mais escolhido entre os atletas participantes, ou seja, a maioria pratica esse esporte  porque ele acha estimulante, agradável, divertido e em Ele definitivamente gosta de  sua prática (SALDAÑA et al, 2017).

2.3 POLE FITNESS 

Para o pole fitness ser classificado como um esporte houve muitas  controvérsias devido o preconceito que implantaram na ideia de que “dançar na barra” não deveria ser considerada esporte, mas que com o passar dos anos conseguiu ser  reconhecido como esporte, e que possibilitou o início de muitas competições,  principalmente na América Latina. No Brasil, a primeira escola de Pole dance foi  fundada em Curitiba pela professora Grazieli Brugner. Em 2008 criou e registrou, na  biblioteca nacional do Brasil, sua metodologia para ensino e capacitação de  instrutores de Pole dance, a qual, foi a pioneira que realizou a primeira competição de  pole dance chamada Brasil Pole Dance Fitness na cidade de Curitiba PR em 2009 (BRITO, 2019). 

O pole fitness não gera impactos psicológicos profundos, no praticante, na sua  forma de se relacionar com outras pessoas e ainda se houver certo impacto em seu  trabalho e consciência corporal, pois as relações interpessoais são afetadas e percebe  parcialmente o outro quando não há consciência corporal clara; é preciso um aumento  da consciência corporal para que ocorra um impacto nas relações interpessoais  (FERNANDES, 2016). 

2.4 POLE ART 

É uma modalidade de caráter exploratório voltado ao lado artístico, no  desempenho da performance juntamente com o ritmo musical e figurino, envolvendo  um conceito do jazz e ballet, sem apelo sensual. Ou seja, o pole art é uma combinação  de exercício físico com arte que trabalha no desenvolvimento de habilidades rítmicas. 

É fundamentada no aprimoramento dos movimentos naturais do ser humano, no  aperfeiçoamento das capacidades psicomotoras, no desenvolvimento das qualidades  físicas, culturais e artísticas (ABDON, 2021).  

Existem inúmeras vertentes dentro do pole dance, mas essas são as principais  bases para o uso de competições realizadas no Brasil, e por outras partes do mundo.  Então deve-se lembrar que nos campeonatos de pole fitness, pole sport e pole art é  vedado qualquer movimento ou figurino que remete a algo sexual (ACHÔA, 2019).

3 CONTRIBUIÇÕES BENÉFICAS PSICOLÓGICAS E FÍSICAS DO POLE DANCE  NA QUALIDADE DE VIDA E BEM ESTAR EM SEUS PRATICANTES   

Essa pesquisa acadêmica nos possibilitou aprofundar em estudos feitos  sobre como a prática do pole dance pode melhorar a qualidade de vida daqueles que  praticam a modalidade, e que pode promover um bem-estar no ambiente que o  praticante está inserido. Então, com isso, especificamos alguns pontos positivos da  prática do pole dance tanto psicológico quanto físico.  

3.1 AUMENTO NA AUTOESTIMA E AUTOCONFIANÇA 

 O pole dance explora um limite acima de ser apenas uma prática, porque é  perceptível como a prática faz o corpo evoluir, exigindo cada vez que seus praticantes  busquem a melhora na performance. No momento em que o praticante reconhece sua  evolução dentro do pole dance, achando que nunca conseguiria alcançar tal feito,  consequentemente, há uma valorização maior de si mesmo e do que faz. O pole dance  está associado à autoestima, devido às possibilidades de ir sempre um pouco mais  adiante do exercício físico, em que permite conhecer os limites do próprio corpo e  proporcionando ao praticante enfrentar sua vida com mais coragem e determinação (GODINHO, 2018). 

A partir desse conceito, reforçamos que esse é um dos motivos que muitas  mulheres praticam ou buscam realizar o pole dance, porque elas querem ter uma visão  mais positiva do seu corpo facilitando a confiança em si mesmo de que seu corpo  deve ser respeitado e amado. As atividades como dança do ventre e o Pole dance,  que promovam o autocontrole de propriedade e respeito pelo corpo, podem facilitar o  aumento positivo da imagem corporal. (TIGGEMANN et al, 2014). 

3.2FORTALECE A SENSUALIDADE  

 Uma das vertentes, por exemplo, no pole dance sensual se desenvolve a  habilidade de saber expressar a sensualidade através do processo de aceitação do  próprio corpo como um incentivo para continuar praticando. A sensualidade, apesar  de relacionada ao ato sexual, é algo muito maior; diz respeito ao universo das sensações e aos prazeres proporcionados ao corpo através dos sentidos. Assim, uma  existência percorrida de sensualidade intensifica a experiência da vida, com energia  e vitalidade. Com isso, o pole dance permite que a sensualidade se torne mais  aflorada na mistura de movimentos rítmicos realizados na barra durante a dança  (ARAÚJO et al, 2015). 

3.3MELHORA NA CAPACIDADE DE SOCIALIZAÇÃO 

 Dentro da Psicologia, aprendemos que somos seres sociais, e que as habilidades  sociais fazem parte do processo de construção da nossa própria identidade, e que a  falta dela pode nos prejudicar causando uma série de problemáticas que dificultam a criação de laços íntimos com as pessoas. Então, o pole dance oferece essa  comunicação e troca de informações com o outro, principalmente, por haver  praticantes iniciantes que necessitam de ajuda dos praticantes mais experientes no  momento que for realizar a prática na barra, servindo como uma abertura para se  conhecerem melhor e até desenvolver uma amizade naquele espaço. Por mais que o  pole dance seja um esporte individual, ele possibilita uma vivência coletiva  experienciada nas aulas que se torna um fator importante no processo de construção  do corpo e de cada aluna como pole dancer (GONÇALVES, 2017). 

3.4 AJUDA NA REDUÇÃO DA ANSIEDADE E ESTRESSE 

 Praticar exercício físico é um fator que nunca pode ser deixado de lado ao  diagnosticarmos qualquer tipo de transtorno mental, em especial, a ansiedade e o  estresse, porque a sua importância vai além de proporcionar um aperfeiçoamento no  corpo físico, mas como uma maneira de acalmar a ansiedade excessiva. É  evidenciado que a prática assídua de exercício físico suscita uma melhora do  funcionamento psíquico e orgânico do indivíduo (BATISTA et al, 2021).  

Percebemos que o pole dance serve como um mecanismo liberador de  endorfina que permite uma sensação de prazer e bem-estar no praticante. Não  apenas uma busca por um corpo bonito, mas usufruir do esporte como uma terapia,  ajudando a se desligar dos problemas diários, ser mais focada, menos ansiosa e mais  feliz. Diariamente estamos enfrentando problemas que nos causam estresse, e a  prática do pole dance gera um ambiente acolhedor a qual permite ser um momento de relaxamento e concentração total no exercício físico fazendo – o esquecer dos  problemas por um curto espaço de tempo, ao menos (SITA, 2020).  

3.5CONTRIBUI NA BUSCA DO AUTOCONHECIMENTO 

 Na Psicologia, o autoconhecimento é a base da construção da nossa  subjetividade devido a habilidade de poder conhecer a si mesmo. E no pole dance,  você se desafia constantemente devido aos movimentos acrobáticos difíceis, ou até  mesmo uma coreografia que explore a sensualidade de uma forma tão intensa que  necessite ter o corpo e a mente em equilíbrio para haver uma conexão consigo mesma  para dançar perfeitamente, principalmente, em mulheres (PODESTÁ, 2022). 

Mulheres bem resolvidas e conscientes de sua força, inteligência, beleza e  coragem se tornam seres mais aptos e confiantes para se libertarem de situações e  hábitos destrutivos, como auto sabotagem, crenças limitantes, abuso de substâncias,  relacionamentos tóxicos, procrastinação, dificuldade em se responsabilizar por sua  própria vida etc. A qual, muitos pole dancers tendem a se habituar a exposição do  corpo, independente, de qual tipo seja, fazendo com que isso se torne uma maneira  de lutar contra si mesmo para se aceitar, se amar e se cuidar (LESCRECK, 2022). 

 Tais benefícios podem gerar um bem-estar na saúde mental de seus praticantes  ao mesmo tempo pode servir como uma maneira de atrair pessoas interessadas ou  curiosas para realizar a prática. Além disso, é importante se sentir confortável em seu próprio  corpo e ter certeza de que você é socialmente ativo o suficiente para participar de danças  públicas, é uma ótima maneira de conhecer novas pessoas e se divertir. Atividade física  para a saúde, uma vida melhor, uma variedade de benefícios, além da qualidade de vida  de um indivíduo independentemente da idade, sendo um excelente promotor de  qualidade. Com o pole dance encontram-se também contribuições físicas para seus  praticantes que podem variar de acordo com o corpo de cada praticante (MARBÁ et al, 2016). 

3.5 MELHORA NA COORDENAÇÃO MOTORA 

 Todos os movimentos do pole dance, sendo do básico ao mais difícil, dependem  de força física, e coordenação motora para poder gerar fluidez e uma segurança a  mais na hora de apresentar na performance que com o tempo poderá se tornar uma habilidade mais fácil de realizar. A prática pode ajudar a melhorar habilidades do pole  dance que são benéficas para outras pessoas, o que se torna mais rápido e eficiente  para os problemas da força, movimento mais rápido, potência e coordenação. A coordenação motora é uma ordem temporal e espacial de movimento, algo que  emerge de um sistema de alta dimensão, limitado pelo organismo, pela tarefa e pelo  ambiente em que o movimento é realizado (PEREIRA et al, 2018). 

3.6 FACILITA TONIFICAR OS MÚSCULOS 

 A maior parte dos movimentos que são feitos no pole dance demandam de muita  força física, ou seja, trabalha todos os grupos musculares, a qual é considerada um  exercício físico de alto potencial de fortalecimento muscular. Esta forma de exercício  aumenta a força superior do corpo utilizando o próprio peso como resistência, melhora  a postura, trabalha a flexibilidade, a coordenação motora e também tonifica o corpo  como um todo, trabalhando de forma mais intensa membros superiores (bíceps,  tríceps, costas, peitoral e ombro) e membros inferiores, coxas e pernas  (FERNANDES, 2013). 

3.7AUMENTA A RESISTÊNCIA FÍSICA E MAIOR FLEXIBILIDADE 

 A resistência física pode ser adquirida de várias maneiras ao praticar um pole dance. Uma maneira é usar adereços como cordas, cintos e outros itens para ajudar a manter o controle ou corpo em uma posição. Outra forma é usar pesos e/ou halteres para aumentar a intensidade do exercício. Outras vantagens do pole dance incluem maior resistência, circulação e maior flexibilidade, Um melhor é que ele pode ajudar a  melhorar a amplitude geral do corpo. Isso ocorre porque a prática da pole dance ajuda a  desenvolver movimentos mais rotacionais e translatórios, o que pode ajudar a melhorar  a flexibilidade e a saúde geral das articulações. A eficiência significativa em termos de  equilíbrio corporal pode ser atingida por meio de programas de treinamento que visam  desenvolver força muscular e flexibilidade articular (ALBINO et al, 2012). 

3.8 AUXILIA NO CONTROLE DO PESO CORPORAL

 Devido a quantidade de movimentos de força, e as inúmeras coreografias da dança. Até mesmo uma sessão de pole dance é capaz de queimar calorias, não esquecendo de ter uma alimentação saudável e hábitos saudáveis que possam contribuir com o resultado que o praticante queira alcançar. Cada hora de aula gasta entre 400 e 700 calorias, de acordo com a intensidade do exercício. Isso torna o pole  dance um exercício que fortalece, usando o peso do próprio corpo, e emagrece ao  mesmo tempo (NARCISO, 2022). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Espera-se que o procedimento utilizado possa contribuir com o estudo como  uma forma de se aprimorar o conhecimento sobre o pole dance e os seus benefícios  para o desenvolvimento pessoal daqueles que querem praticar. Mostrando que a  modalidade vai muito além do que apenas um esporte, mas que pode ser considerado  um método terapêutico para todos aqueles que pretendem cuidar da sua saúde mental  experimentando algo mais moderno, dinâmico e desafiador. 

O pole dance é uma grande área de pesquisa que ainda está aberta e precisa  de mais atenção, pois a saúde mental é um tema essencial e sensível que afeta a vida  de cada pessoa. Promover a saúde mental cria consciência e pode ajudar pessoas  com problemas psicológicos. Além disso, ajudar aqueles com problemas de saúde  mental cria um efeito cascata de saúde mental positiva. Isso significa que quanto mais  pessoas mentalmente saudáveis, mais pessoas estarão dispostas a procurar ajuda  para problemas psicológicos e é do interesse de todos promover a saúde mental. Além  disso, a promoção da saúde mental torna mais fácil para os governos aprovar leis que  promovam a saúde pública e o bem-estar. A mídia pode desempenhar um papel  importante na divulgação de informações sobre problemas de saúde mental. 

Mesmo que o pole dance seja agora mais popular do que nunca, muitas  pessoas desconhecem ou não entendem seu verdadeiro significado na sociedade  moderna. Em geral, o pole dance é uma forma de arte que expressa a alma através  da criatividade do movimento.

A correlação das experiências vividas pelo os participantes com teorias  existentes seja uma forma mais científica de comprovar o seu benefício no campo da  Psicologia para atrair mais pessoas para a modalidade sem medo de se arriscar a algo “novo”, não aceitando opiniões negativas, e que queira melhorar sua saúde  mental com aquilo que combina com a sua personalidade. 

Através desta pesquisa alcançamos nosso objetivo de compreender a prática  do pole dance para a qualidade de vida e bem-estar psíquico e físico em seus  praticantes caracterizando o que é a dança Pole Dance, apresentando suas principais  subcategorias da prática do pole dance e especificando as contribuições benéficas  psicológicas e físicas do pole dance na qualidade de vida e bem estar em seus  praticantes. O pole dance promove a saúde mental, cria consciência podendo ajudar  pessoas com problemas psicológicos. 

Sua importância para a academia e a sociedade é notória pois evidenciamos  que a relação do Pole Dance com a psicologia ainda é muito carente de estudos,  sendo uma grande área de pesquisa que ainda está aberta e precisa de mais atenção, deixamos a sugestão de que pesquisas sejam realizadas em relacionadas à psicologia  e as subcategorias do pole dance, pois a saúde mental é um tema essencial e sensível  que afeta a vida de cada indivíduo necessitando de uma maior atenção do meio  científico. 

REFERÊNCIAS 

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ACHÔA, Júlia de Freitas et al. A mulher escarlate: uma exposição sobre  empoderamento da mulher em espaços urbanos através do pole dance. 2019. 

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ARAÚJO, Pedro Simon Gonçalves et al. Corpos em movimento a partir do olhar de  Pina Bausch–construindo modos de dançar. 2015. 

BATISTA, Maique dos Santos Bezerra et al. Cenários e Perspectivas da Educação  Física: educação, saúde e lazer. 2021. 

BRITO, Italo da Silva. Pole Dance: estudo de Laban aplicado à verticalidade do Pole.  2019.

ALVES, Lorena Araujo. “A gente continua merecendo respeito por fazer pole dance”:  uma análise discursiva de estigmas e identidades em narrativas de mulheres pole  dancers. 2021. Tese de Doutorado. PUC-Rio. 

CARAMÊS, Aline de Souza et al. Professores na corda bamba: as atividades  circenses na formação inicial enquanto conteúdo da educação física. 2014. 

CURY, Cristina Noronha. Pole dance: considerações sobre a prática e sua  multiplicidade. 2018. 

FBPOLE – FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE POEL DANCE, 2020. Disponível em:  https://www.fbpole.org.br/federacao-brasileira-pole-dance/fbpole. Acesso em 19 nov  2022.  

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FERNANDES, Jadna Martinhago. Motivo na aderência de mulheres a prática regular  de aulas de pole dance na cidade de Criciúma-SC. 2013. 

FERNÁNDEZ SCHETTINO, Bertha. Pole fitness como un medio de desarrollo  personal. 2016. Tese de Doutorado. Universidad Veracruzana. Instituto de Psicología  y Educación. Región Xalapa. 

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