REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506101610
Isabela Bezz dos Santos Gentil1
Mauricio Peixoto Cupello2
Resumo: O lipedema é uma doença caracterizada pelo acúmulo simétrico e desproporcional de gordura em mulheres, associada a dor, dificuldade de perda de peso nos membros afetados e prejuízo à mobilidade e qualidade de vida. O diagnóstico clínico, é dificultado pela falta de conhecimento acerca da doença e, consequentemente, pela limitação de tratamentos. Esta revisão integrativa teve como objetivo comparar as principais técnicas no tratamento cirúrgico e conservador. Foram selecionados 13 estudos publicados entre 2020 e 2025, extraídos do PubMed, que abordam o uso de lipoaspiração, terapia de compressão, terapias descongestionantes, exercícios físicos e dietas cetogênicas para o tratamento do lipedema. Os resultados indicam que a lipoaspiração continua liderando a eficácia no controle dos sintomas e na melhora funcional da paciente. Contudo, vale ressaltar que as terapias conservadoras desempenham papel fundamental e necessário, sendo indicadas conforme particularidades clínicas, limitações e expectativa da paciente. Conclui-se que o tratamento deve ser personalizado, respeitando as necessidades e queixas de cada paciente.
Palavras-chave: Lipedema; Lipoaspiração; Tratamento conservador; Dieta Cetogênica; Tratamento cirúrgico; Lipoaspiração tumescente, Lipoaspiração assistida por jato d’água, Terapia descongestionante
1. INTRODUÇÃO
O Lipedema é uma doença crônica reconhecida pela distribuição anormal e acúmulo de gordura especialmente em mulheres. Dor e edema em membros inferiores, hematomas fáceis, redução da mobilidade são características da doença que comprometem a qualidade de vida das pacientes. (AMATO, 2024). A fisiopatologia do Lipedema é compreendida de forma limitada, mas sabe-se que a influência hormonal, como a ação do estrogênio, contribui para o início e progressão da doença, principalmente na puberdade, gestação e com tendência a melhorar com a menopausa. (FORNER-CORDERO,2021).
Existem dois critérios para a classificação do Lipedema: distribuição de gordura e aparência morfológica. A distribuição de gordura é dividida em 5 tipos, o tipo I apresenta acúmulo de gordura em nádegas e quadril, tipo II o acúmulo do tecido adiposo ocorre entre quadril e parte interna dos joelhos, o tipo III apresenta a concentração de gordura entre quadril e tornozelos, o tipo IV acomete membros superiores e o tipo V é identificado pela aglomeração de gordura, principalmente, na parte baixa de membros inferiores (AMATO, 2024). A aparência morfológica é categorizada em 4 estágios, o estágio 1 a gordura subcutânea é espessada e a pele, predominantemente, lisa. No estágio 2, a pele tem aparência desigual e aspecto de casca de laranja com nódulos palpáveis. Os características da pele dos pacientes com Lipedema no estágio 3 são graus altos de deformação, com dobras e afundamentos na pele dura e grossa e o estágio 4, é caracterizado por lipolinfedema ou linfedema secundário (SEEFELDT, 2023).
O diagnóstico da doença é essencialmente clínico e baseia-se em histórico familiar positivo, exame físico, hipertrofia bilateral simétrica e desproporcional do tecido adiposo nos membros afetados, poupando pés e mãos, hematomas por mínimos traumas, sensação de peso nas pernas, circunferência estável dos membros mesmo com redução de peso, hipotermia da pele e piora dos sintomas ao longo do dia. Obesidade, lipohipertrofia e linfedema estão entre os diagnósticos diferenciais do Lipedema e, por ser frequentemente confundida, retarda o manejo e agrava o quadro. (KRUPPA, 2020)
O tratamento do Lipedema é multidisciplinar e inclui abordagens conservadoras e cirúrgicas, visto que não há cura definitiva para a condição. (BUSO, 2019). Ambas terapias visam o alívio dos sintomas e a prevenção do avanço da doença. O tratamento conservador conta com terapia descongestionante complexa, drenagem linfática, compressão e cuidados dermatológicos. (CZERWINSKA, 2022).
Além da alimentação saudável com estratégias anti-inflamatórias e de baixo carboidrato, e atividades físicas aeróbicas, principalmente aquáticas, e de fortalecimento muscular considerando que o tratamento da doença é altamente dependente do IMC da paciente e que as mesmas tendem a apresentar 30% menos de força que indivíduos sem a condição. (AMATO, 2024; KAMAMOTO, 2025)
O tratamento cirúrgico é utilizado de forma complementar quando as medidas conservadoras são ineficazes ou insuficientes para a paciente. A lipoaspiração é a principal técnica empregada, lipoaspiração tumescente e a lipoaspiração assistida por jato de água são as mais utilizadas na prática clínica. (PEPRAH, 2019). A lipoaspiração tumescente consiste na infiltração de grandes volumes de solução salina contendo anestésicos e vasoconstritores, que facilitam a remoção do tecido adiposo, minimizam perda sanguínea e preservam estruturas linfáticas (BERGER, 2022; VAN DE PÁS, 2020). A técnica de lipoaspiração assistida por jato de água utiliza um jato pressurizado de fluido para desalojar a gordura do tecido conjuntivo, sem utilizar a cânula (PEPRAH, 2019). Além de reduzir trauma tecidual, dor e edema no pós-operatório (LAUVRUD, 2021).
Apesar de ambas as técnicas apresentarem bons resultados em relação à melhora da dor, da mobilidade e da autoestima das pacientes, ainda existem divergências quanto à escolha da abordagem mais eficaz, segura e com melhores desfechos a longo prazo. Dados apontam que, enquanto a lipoaspiração tumescente é amplamente utilizada e associada a menor incidência de complicações (DADRAS, 2017). A lipoaspiração assistida por jato de água demonstra ser menos invasiva e com recuperação mais rápida, especialmente em casos de Lipedema tipo IV (GHAZALEH, 2023). O protocolo de segurança perioperatório é essencial para ambas as modalidades, considerando o risco de complicações como trombose venosa profunda e embolia pulmonar (CHANG, 2023).
Considerando a relevância da temática e o impacto direto do Lipedema na qualidade de vida das pacientes, torna-se necessário aprofundar o conhecimento sobre a escolha do tratamento, ou da combinação de tratamentos, mais adequada. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre o tratamento conservador e o tratamento cirúrgico, avaliando a eficácia, segurança e os resultados clínicos, estéticos e funcionais de cada abordagem. Pretende-se, ainda, identificar restrições e benefícios de ambas as terapêuticas, bem como avaliar sua influência na redução do volume adiposo, alívio dos sintomas dolorosos e melhora da autoestima e da qualidade de vida das pacientes.
2. METODOLOGIA
2.1 Desenho do Estudo
O estudo foi realizado baseado em revisão integrativa da literatura. Uma metodologia que emprega materiais já existentes, como livros e artigos científicos, para realizar estudos de ideologias e diferentes perspectivas sobre o assunto em questão. Centrada na compilação e revisão minuciosa de obras publicadas, ela requer do pesquisador um estudo meticuloso e uma análise crítica para seletar e classificar dados pertinentes. Essa abordagem proporciona um suporte teórico sólido ao trabalho científico, permitindo ao pesquisador tanto explorar conhecimentos já estabelecidos quanto adquirir novas compreensões sobre o tema investigado, segundo Guerra (2023).
Para a estruturação desta revisão, foram estabelecidas as etapas de formulação da hipótese, critérios de inclusão e exclusão, seleção dos artigos e estudos, coleta de dados, seleção dos dados coletados, análise dos resultados e apresentação dos resultados. A hipótese que norteou o trabalho foi “Quais intervenções, cirúrgicas e conservadoras, são mais eficazes e seguras no tratamento do lipedema a longo prazo?”.
2.2 Pesquisa Bibliográfica e critérios de elegibilidade
A revisão da literatura foi conduzida entre abril e maio de 2025 na plataforma do PubMed.
Os descritores utilizados foram (“Lipedema”[MeSH] OR lipedema[tiab] OR lipoedema[tiab]) AND (“Therapy”[Subheading] OR “Treatment”[tiab] OR “Management”[tiab] OR “Conservative Treatment”[tiab] OR “Compression Therapy”[MeSH] OR “Exercise Therapy”[MeSH] OR “Liposuction”[MeSH] OR “Surgical Procedures, Operative”[MeSH]) AND (“Treatment Outcome”[MeSH] OR outcome*[tiab]). Como critérios de inclusão “free full text” e artigos publicados entre 2020 e 2025. Como critérios de exclusão, estudos que fugiam da temática.
2.3 Estratégia PICOTT
A estratégia PICOTT foi construída para auxiliar, caso fosse necessária, a seleção de artigos.
•P (Paciente ou Problema): Mulheres com Lipedema
•I (Intervenção): Tratamento conservador ou tratamento cirúrgico
•C (Comparação): Outras formas de intervenção ou ausência de intervenção
•O (Outcome – Desfecho): Melhora clínica, incluindo redução dos sintomas
•T (Tipo de estudo): Não houve restrição ao tipo de estudo.
•T (Tempo): Estudos publicados nos últimos 5 anos
3. RESULTADO
Com os descritores e os filtros aplicados, o resultado foi de 20 artigos. Após análise de título: 16 artigos. Após análise de resumo: 15 artigos. Resultado final, após leitura do artigo na íntegra: 13 artigos.
Tabela 1: Tabela dos resultados
AUTOR | ANO | TÍTULO | CONSIDERAÇÕES OBSERVADAS |
Podda M et al. | 2021 | A randomised controlled multicentre investigator-blinded clinical trial comparing efficacy and safety of surgery versus complex physical decongestive therapy for lipedema (LIPLEG) | Ensaio clínico randomizado multicêntrico e cego para o investigador, comparando a eficácia e segurança da lipoaspiração e terapia física descongestiva complexa para tratamento do lipedema. Busca a padronização do tratamento cirúrgico em comparação com o conservador. |
Bejar-Chapa M et al. | 2024 | Liposuction as a Treatment for Lipedema: A Scoping Review | Revisão de escopo que avaliou a lipoaspiração como tratamento cirúrgico para o lipedema, revisou diversos estudos para identificar tendências, lacunas e práticas atuais no manejo cirúrgico da doença. |
Kirstein F et al. | 2023 | Patient-Reported Outcomes of Liposuction for Lipedema Treatment | Estudo observacional que descreveu os relatos das pacientes submetidas à lipoaspiração para tratamento do lipedema, utilizando questionários e escalas validadas para avaliar a percepção subjetiva dos desfechos do tratamento cirúrgico. |
Ciudad P et al. | 2024 | Outcomes of liposuction techniques for management of lipedema: a case series and narrative review | Série de casos acompanhada de revisão narrativa sobre as diversas técnicas de lipoaspiração aplicadas no tratamento do lipedema, destacando aspectos técnicos e segurança do procedimento. |
Malcolm L | 2024 | A retrospective comparative study of patient-reported outcome measures, pre-treatment and twelve months post-treatment using tumescent liposuction for the management of lower limb lipoedema | Estudo retrospectivo comparativo que examinou resultados e percepções relatados pelas pacientes antes e 12 meses após a realização da lipoaspiração tumescente para tratamento de lipedema. |
Czerwińska M et al | 2023 | The Usefulness of the Application of Compression Therapy among Lipedema Patients-Pilot Study | Estudo piloto que avaliou a aplicação de terapia compressiva em pacientes com lipedema em diferentes graus, analisando adesão e impacto clínico como tratamento conservador. |
Bouillon VN et al. | 2023 | Management of Lipedema Beyond Liposuction: A Case Study | Estudo de caso que descreveu o manejo clínico multidisciplinar do lipedema utilizando terapias conservadoras para o alívio dos sintomas. |
Czerwińska M et al. | 2024 | Evaluation of the Effectiveness of Compression Therapy Combined with Exercises Versus Exercises Only Among Lipedema Patients Using Various Outcome Measures | Estudo comparativo que descreveu a associação da terapia de compressão e atividades físicas versus apenas exercícios em pacientes com lipedema, utilizando medidas de avaliação funcional e clínica. |
Aitzetmüller-Klietz ML et al. | 2025 | Comparative Analysis of Liposuction and Conservative Treatment in Lipedema Patients: A Modified Body-Q Questionnaire Study | Estudo comparativo que utilizou o questionário modificado Body-Q para avaliar um grupo de pacientes submetidas à lipoaspiração e outro grupo submetidas ao tratamento conservador para entender a eficácia, desfecho, percepção e satisfação após o tratamento. |
Amato ACM et al. | 2021 | Lipedema Can Be Treated Non-Surgically: A Report of 5 Cases | Relato de cinco casos clínicos de lipedema tratados de forma conservadora evidenciando a importância da dieta, exercícios e terapias compressivas, com foco em controle de sintomas e qualidade de vida. |
Verde L et al. | 2023 | Ketogenic Diet: A Nutritional Therapeutic Tool for Lipedema? | Revisão que estudou a dieta cetogênica como potencial ferramenta terapêutica para o manejo do lipedema, abordando fundamentos fisiológicos, benefícios potenciais e limitações dessa intervenção nutricional. |
Di Renzo L et al. | 2021 | Potential Effects of a Modified Mediterranean Diet on Body Composition in Lipoedema | Estudo que avaliou os efeitos potenciais de uma dieta mediterrânea modificada na composição corporal de pacientes com lipedema, analisando parâmetros nutricionais e antropométricos relacionados à evolução clínica. |
Amato ACM et al. | 2024 | The Efficacy of Ketogenic Diets (Low Carbohydrate; High Fat) as a Potential Nutritional Intervention for Lipedema: A Systematic Review and Meta-Analysis | Revisão sistemática com meta-análise que descreveu a eficácia das dietas cetogênicas como intervenção nutricional promissora no tratamento conservador do lipedema, em pacientes com lipedema de diversos perfis. |
FONTE: Isabela Bezz dos Santos Gentil (2025)
4. DISCUSSÃO
O presente estudo analisou 13 artigos que abordaram diferentes abordagens terapêuticas para o tratamento do lipedema, com ênfase na redução dos sintomas relatados, progressão da doença e melhora no bem estar. As constatações reforçam a necessidade de novos estudos a respeito da fisiopatologia, com o intuito de auxiliar a compreensão e, consequentemente, o tratamento da doença.
4.1 Introdução: Definição, tratamento conservador e surgimento da cirurgia
O Lipedema foi descrito pela primeira vez em 1940 por Allen e Hines, classificado atualmente pelo CID10-E88.20. A terapia descongestionante abrangente (CDT) faz parte do tratamento conservador padrão e apesar do sucesso desse tratamento ser observado a curto prazo, ele se mostra permanentemente necessário. O CDT consiste em uma combinação de drenagem linfática, terapia de compressão, cuidados com a pele e atividade física. A prática regular de atividades físicas, associada à intervenção dietética, visa reduzir ou prevenir a obesidade, um fator de piora prognóstica no Lipedema (PODDA, 2021).
A partir da década de 90, a lipoaspiração surgiu como uma intervenção cirúrgica importante no manejo do Lipedema. Existem duas principais formas de lipoaspiração: a anestesia tumescente, que infiltra vários litros de solução anestésica na área subcutânea (técnica “úmida” que promove inchaço das células e contração dos vasos), permitindo a aspiração da gordura por uma cânula muito fina e vibratória, e a lipoaspiração assistida por jato d’água (WAL), na qual o jato desaloja o tecido adiposo. O método WAL é menos agressivo, minimizando o risco de lesões vasculares, linfáticas e nervosas. No entanto, a anestesia tumescente permanece como o padrão recomendado para o tratamento cirúrgico, figurando como método de escolha nas diretrizes para Lipedema. A lipoaspiração demonstrou melhora na qualidade de vida e diminuição na necessidade da terapia conservadora mesmo após 12 meses do ato cirúrgico, sendo discutida como uma adição útil ou, eventualmente, uma alternativa terapêutica ao CDT, sobretudo em estágios iniciais, prevenindo progressão e complicações a longo prazo (PODDA, 2021).
4.2 Técnicas cirúrgicas: descrições e vantagens
Para pacientes que não respondem adequadamente à CDT, a lipoaspiração se mostra eficaz, pois remove a gordura, preserva o sistema linfático dos membros e previne o futuro acúmulo de tecido adiposo no local tratado. Estudos relatam baixos índices de complicações graves após lipoaspiração, como trombose venosa profunda (TVP), tromboembolismo pulmonar (TEP) e infecção. As complicações adversas mais comuns foram fibroses, rugas e flacidez cutânea (BEJAR-CHAPA, 2024).
Diversas técnicas de lipoaspiração são aplicadas ao tratamento do Lipedema, cada uma com seus benefícios e limitações:
– Lipectomia assistida por sucção (SAL): utiliza pressão negativa, provocada por uma seringa, para manipular uma cânula de sucção de ponta rota e pequeno volume.
– Lipoaspiração assistida por energia (PAL): usa uma bomba de vácuo elétrica que desloca repetidamente a cânula, sendo mais satisfatória para grandes volumes e áreas fibrosas.
– Lipoaspiração assistida por água (WAL): recorre a um fluxo salino levemente pressurizado para desalojar e extrair a gordura sem danificar as células.
– Lipoaspiração assistida por ultrassom (UAL): aplica energia ultrassônica para dissolver o tecido adiposo antes da retirada, reduzindo a perda sanguínea em comparação à SAL.
– Lipoaspiração assistida a laser (LAL): introduz uma fibra de laser para dissolver gordura e reduzir o sangramento, embora seja necessário cuidado para evitar queimaduras internas.
UAL e LAL demonstraram correlação à redução da hemoglobina e hematócrito em lipoaspirados de alto volume e não há impacto positivo significativo que justifique protocolar UAL ou LAL na prática de rotina. Casos refratários de Lipedema após lipoaspiração são limitados. O aumento do risco de complicações e os desafios de compressão pós-operatória são mais prevalentes em pacientes obesos, que frequentemente não possuem validação adequada da condição subjacente (BEJAR-CHAPA, 2024).
4.3 Efetividade da WAL e comparação de volumes
O Lipedema é uma condição frequentemente subdiagnosticada, e a lipoaspiração se mostrou eficaz na eliminação do tecido adiposo anômalo. Dispositivos assistidos por vibração são amplamente preferidos, devido ao menor trauma causado à matriz tecidual. Segundo Ciudad, a WAL apresenta resultados análogos à lipoaspiração assistida por vibração, mas com melhor preservação estrutural dos vasos sanguíneos e mínima ruptura do tecido linfático, mantendo intacta a estrutura do tecido conjuntivo septal colágeno-fibroso, o que favorece a recuperação e a retração tecidual (CIUDAD, 2024).
O uso de epinefrina no infiltrado é incentivado, pois oferece maior segurança ao procedimento. Não há evidências científicas que definam um volume máximo prejudicial; no entanto, a lipoaspiração de grande volume deve ser realizada em etapas. A WAL permitiu maior remoção de gordura quando comparada à anestesia tumescente (TA). A lipectomia assistida por sucção foi realizada, em média, três vezes, removendo um total de 9.914 ml com intervalos de quatro semanas. A TA utiliza 6.000 ml de infiltrado, visando remover 6% do peso corporal da paciente em três estágios, totalizando, em média, 17.887 ml. A quantidade de volume aspirado deve ser adaptada a cada paciente, configurando-se como um serviço individualizado. Após o procedimento, os indivíduos relataram melhora importante nos sintomas e, em 100% dos casos, melhora na percepção de mobilidade (CIUDAD, 2024).
A drenagem linfática manual (DLM), componente do tratamento conservador, é eficaz nos estágios iniciais da doença. Há evidências de que a lipoaspiração reduziu a dependência da DLM, embora alguns autores afirmem que essa redução é limitada. Ciudad et al. indicam que o estágio da doença pode influenciar os resultados, bem como a possibilidade de interrupção ou diminuição da CDT. Além disso, os resultados permanecem estáveis por até 12 anos após o procedimento, demonstrando que a lipoaspiração é segura a longo prazo, com baixa incidência de complicações pós-operatórias, melhora na qualidade de vida, na vida sexual e redução de quadros de depressão e ansiedade (CIUDAD, 2024).
4.4 Resultados clínicos e satisfação das pacientes
Um estudo longitudinal relatou comparações pré e pós-operatórias de indicadores físicos, psicológicos e funcionais. A diferença de peso corporal médio foi de 2,47 kg e o IMC foi 1,65 vezes maior que antes do procedimento. A escala de dor, importante marcador do lipedema, e a sensibilidade à dor e à pressão foi, respectivamente, 2,67 e 1,97 vezes menor após a lipoaspiração. A sensação de tensão diminuiu 2,17 vezes e a de peso nas pernas, 3,33 vezes. As limitações na caminhada e a insatisfação com a aparência das extremidades apresentaram redução de quase três vezes. O estado mental também apresentou melhora expressiva: a taxa de depressão reduziu de moderada a grave para leve, e 72% das pacientes relataram ser capazes de realizar mais atividades físicas. Apenas 25% das pacientes não apresentaram complicações pós-operatórias, sendo as mais comuns a dor, o inchaço e problemas circulatórios. A satisfação das pacientes com a lipoaspiração foi elevada, atingindo 92,8%. O procedimento foi considerado eficaz, seguro, com melhora do bem-estar, da funcionalidade e redução na progressão da doença (KIRSTEN, 2023).
4.5 Impacto psicossocial e funcional da cirurgia
Estudo retrospectivo comparativo evidenciou melhora em quadros de depressão e ansiedade após os tratamentos, variando conforme o estágio da doença. Nos critérios de dor, qualidade de vida e capacidade funcional, as pacientes que mais se beneficiaram foram as com Lipedema grau III, enquanto aquelas com grau I e II apresentaram melhora mais discreta. Os benefícios do tratamento com TA para pacientes de grau III são mais significativos, dada a gravidade do acometimento funcional (MALCOLM, 2024).
Segundo Lynne Malcolm, os resultados da lipoaspiração também influenciaram positivamente na melhora da imagem corporal, recuperação do senso de normalidade e redução da sensação de julgamento, contribuindo para o bem-estar. O Lipedema exerce impacto negativo na autopercepção e qualidade de vida, com mudanças físicas e psicológicas perceptíveis já nos estágios iniciais. Aitzetmüller-Klietz et al indicam uma discrepância significativamente pior entre pacientes com Lipedema grau I e II na escala de função sexual, afetando profundamente a vida privada, mesmo antes do surgimento de queixas sociais. O estudo sugere elevação da autoestima e maior envolvimento social após intervenções cirúrgicas, com alívio do sofrimento biopsicossocial e das limitações impostas pela doença (MALCOLM, 2024; AITZETMÜLLER-KLIETZ, 2025).
4.6 Considerações sobre tratamento conservador
Segundo Czerwinska, o tratamento antiedematoso tradicional está sendo revisado, uma vez que a doença não apresenta acúmulo de líquido. A CDT é eficaz na redução dos sintomas, mas não atua diretamente sobre a gordura. O estudo reafirma a importância do uso regular da vestimenta compressiva, que tende a manter ou diminuir a circunferência dos membros inferiores, e da atividade física supervisionada, elementos que melhoram significativamente a qualidade de vida (CZERWINSKA, 2023).
Como demonstrado em estudo piloto, a qualidade de vida das pacientes que receberam tratamento conservador completo, com roupas compressivas e exercícios físicos, aumentou de forma significativa. A redução da fadiga foi maior do que no grupo submetido apenas à atividade física, assim como houve uma discreta redução das medidas corporais. Contudo, o foco do tratamento conservador é o alívio dos sintomas. De acordo com Czerwinska, a terapia compressiva combinada com atividade física é um método conservador competente para o tratamento do lipedema. (CZERWIŃSKA, 2023; 2024).
4.7 Nutrição como tratamento adjuvante
A dieta cetogênica, rica em gorduras e restrita em carboidratos, é considerada uma ferramenta eficaz no tratamento conservador do Lipedema: promove rápida perda de peso, melhora sintomas, resistência insulínica, qualidade do sono e vida. Segundo Verde, a dieta cetogênica de muito baixa calorias (VLCKD), com ingestão diária de 700 a 800 kcal e baixa proporção de gorduras, auxilia mais diretamente na redução do tecido adiposo e no alívio dos sintomas. Esta dieta é estruturada em etapas, com reintrodução gradual dos alimentos e manutenção dos resultados a longo prazo. A dieta mediterrânea, embora saudável, não demonstra resultados tão promissores quanto a VLCKD (VERDE, 2023).
A dieta mediterrânea modificada (mMeD) foi avaliada quanto à eficácia em pacientes com Lipedema. A intervenção inclui alimentos à base de plantas, substituição de manteiga por gorduras saudáveis, além de ervas e alimentos anti-inflamatórios. Após quatro semanas, observou-se redução média de 0,36 kg nos braços e 2,26 kg nos membros inferiores. A qualidade de vida também apresentou melhora, conforme apontado no questionário EQ-5D (DI RENZO, 2024).
4.8 Abordagem individualizada e multidisciplinar
A investigação de Amato destaca a importância de um tratamento individualizado e multidisciplinar, com uso de questionários culturalmente adaptados e medidas volumétricas para quantificar a progressão clínica. A prioridade deve ser a preservação da mobilidade e o alívio dos sintomas, sendo a melhora estética e psicológica objetivos secundários. O tratamento conservador mostrou-se bem-sucedido em todos os graus de Lipedema, sendo que a mudança no estilo de vida representa um fator central. A drenagem linfática foi bem aceita, enquanto o tratamento farmacológico incluiu hesperidina, diosmina, quercetina, picnogenol, flavonoides e vassoura-de-açougueiro. O tratamento cirúrgico deve ser realizado apenas após melhora da fase inflamatória, não excluindo o conservador, uma vez que ambos são considerados complementares (AMATO, 2021).
4.9 A importância do tratamento cirúrgico bem planejado
De acordo com Bouillon, a TA é um tratamento bem-sucedido, capaz de desacelerar a progressão da doença, preservar as estruturas linfáticas dos membros inferiores e melhorar significativamente a clínica das pacientes. A TA é frequentemente associada a outros tratamentos, conforme as necessidades individuais. A autora ressalta a importância de não adiar intervenções mais agressivas caso o tratamento conservador se mostre ineficaz, defendendo que atos cirúrgicos bem planejados e acompanhados podem modificar o curso da doença e melhorar substancialmente a qualidade de vida das pacientes (BOUILLON, 2023).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O lipedema é uma condição complexa, com conhecimento limitado sobre a fisiopatologia, pouco reconhecida e, consequentemente, pouco tratada. A falta do diagnóstico e diagnóstico errado, atrasam o início do tratamento e acarretam na progressão da doença e dos sintomas.
O presente estudo evidencia a importância do tratamento personalizado, levando em consideração as limitações, queixas, tolerâncias e necessidades de cada indivíduo. Esse cuidado integrado permite avaliar e planejar o manejo mais adequado para cada perfil de paciente.
A lipoaspiração, sobretudo a TA, segue como uma alternativa eficaz para o tratamento do lipedema, uma intervenção necessária para o alívio dos sintomas e melhora na mobilidade e na qualidade de vida, principalmente em casos mais avançados ou refratários ao manejo clínico. As terapias conservadoras, especialmente, as dietas anti-inflamatórias, terapias de compressão, exercícios físicos e as drenagens manuais combinadas entre si são promissoras, menos invasivas e dolorosas comparadas ao tratamento cirúrgico.
É importante ressaltar que as abordagens terapêuticas não são excludentes, a associação desses dois vieses, cirúrgico e conservador, são de extrema importância para a vida das pacientes devido ao papel complementar que desempenham.
Por fim, destaca-se a necessidade de difundir o conhecimento sobre a doença, aprimorar estudos e superar a dicotomia entre o tratamento conservador e cirúrgico, compreendendo-os como complementares e igualmente importantes no manejo multidisciplinar do lipedema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1Acadêmica. E-mail: isabelab.gentil@gmail.com Universidade do Grande Rio Afya – Duque de Caxias, RJ, Brasil, Faculdade de Medicina, Trabalho de Conclusão de Curso.
2Docente Orientador. E-mail: mauricio.peixoto@unigranrio.edu.br Universidade do Grande Rio Afya – Duque de Caxias, RJ, Brasil.