DENTAL TRAUMA IN CHILDHOOD AND ITS IMPLICATIONS ON THE PULP: LITERATURE REVIEW
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411180047
Ana Clara Gomes Araújo Pires1, Nicoly dos Santos Patrício de Oliveira3, Guilherme Soares Lima3, Erick Monteiro Almeida3, Gabriel Campos Tude3, Orientadora: Danielle Cardoso Albuquerque Maia Freire2
RESUMO
O trauma dental infantil é comum, principalmente na faixa etária de 2 e 7 anos, acometendo mais os incisivos centrais superiores devido à sua exposição em situações de impacto. Quando o trauma envolve a polpa dental, o tratamento é preservar a vitalidade do dente, sendo os procedimentos de capeamento pulpar e pulpotomia os mais recomendados. Atualmente, houve uma mudança de práticas invasivas para técnicas conservadoras, afim de minimizar danos a longo prazo e melhorar o prognóstico da criança. As diretrizes da International Association of Dental Traumatology (IADT) contribuem para essa abordagem conservadora, afirmando a importância dos tratamentos imediatos e acompanhamento para evitar complicações. O objetivo desse trabalho é demonstrar a implicação do trauma dental na infância, bem como a polpa reage ao trauma. A presente revisão de literatura é baseada em artigos publicados entre 2014 e 2024, pesquisados nas bases de dados Scielo, Pubmed, Google Acadêmico e Periódico Capes. Foi possível concluir que, quando submetido ao trauma o dente afetado pode apresentar algumas respostas pulpares, sendo a necrose pulpar a alteração que acontece com maior frequência.
Palavras-chave: Trauma dental infantil; Lesões pulpares; Polpa dental.
ABSTRACT
Childhood dental trauma is common, especially in the 2-7 age group, and affects the upper central incisors more due to their exposure in impact situations. When the trauma involves the dental pulp, the treatment is to preserve the vitality of the tooth, with pulp capping and pulpotomy procedures being the most recommended. Currently, there has been a shift from invasive practices to conservative techniques in order to minimize long-term damage and improve the child’s prognosis. The International Association of Dental Traumatology (IADT) guidelines contribute to this conservative approach, affirming the importance of immediate treatment and follow-up to avoid complications. The objective of this study is to demonstrate the implications of dental trauma in childhood, as well as how the pulp reacts to trauma. This literature review is based on articles published between 2014 and 2024, searched in the Scielo, Pubmed, Google Scholar and Periódico Capes databases. It was possible to conclude that, when subjected to trauma, the affected tooth may present some pulp responses, with pulp necrosis was the most frequent alteration.
Keywords: Childhood dental trauma; Pulp injuries; Dental pulp.
1 INTRODUÇÃO
A polpa dentária é um tecido que preenche a parte interna do dente e é composta por nervos vasos, células, fibras e substâncias intercelulares. Dessa forma a polpa é a parte vital do dente, pois é através dela que ocorre a nutrição dos tecidos dentários e defesa contra infecções. Ela também permite sensibilidade ao dente e tem a função reparadora nos casos de trauma. (Mendes et al., 2023).
Ao ser exposta ao trauma, muitas vezes a integridade polpa pode ser comprometida, levando a presença de sinais e sintomas como por exemplo, a mudança na coloração do elemento, dor, sensibilidade a diferentes temperaturas (frio e calor) e até mesmo perda total da sensibilidade nos casos de necrose pulpar (Wanderley et al., 2014).
É fato que quando um dente é submetido ao trauma, o exame radiográfico é de suma importância, para que seja possível identificar e entender as consequências do impacto nas estruturas dentais, além do mais nos casos de dentição decídua e mista é imprescindível visualizar se houve prejuízo no germe do dente permanente (Reddy et al., 2019).
Assim sendo, o pronto atendimento nos casos de traumatismo dental na infância não pode ser subestimado, uma vez que intervir rápido pode diminuir as consequências danosas ao dente e à polpa, aumentando a chance de um prognóstico favorável e evitar que seja necessário tratamentos invasivos posteriormente (Fouad et al., 2020).
O trauma dental na infância pode ter várias implicações na polpa do dente. A presente revisão de literatura visa esclarecer como a polpa dentária reage ao ser exposta ao traumatismo dentário.
Portanto o objetivo desse trabalho é demonstrar a implicação do trauma dental na infância, bem como a polpa reage aos danos, analisando através da revisão bibliográfica a prevalência dos traumatismos dentários na primeira infância, verificando as reações pulpares frente ao traumatismo dental.
2. METODOLOGIA
Este trabalho é uma revisão de literatura, nele foram utilizados artigos pesquisados nas bases de dados Pubmed, Scielo, Google Acadêmico e Periódico Capes para identificar estudos sobre o traumatismo dental na infância e suas implicações na polpa. Os critérios de busca foram relacionados ao período dos artigos pesquisados e foram utilizados os publicados nos últimos 10 anos. As palavras-chave utilizadas foram: Polpa dentária; Traumatismos dentários; Necrose da polpa dentária; Dente Decíduo; A seleção de dados relevantes de cada estudo utilizado, incluiu informações sobre a prevalência dos traumatismos dentais, reações pulpares pós traumatismo e importância do pronto atendimento nos casos em questão.
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Etiologia dos traumatismos dentários
A etiologia dos traumatismos dentais apresenta natureza multifatorial e inúmeros fatores podem ser destacados, como idade, sexo, acidentes esportivos e domésticos, entre outros. Segundo Lam et al. (2016) durante a infância, a evolução incompleta do sistema neuromotor provoca um alto número de quedas; assim, a dentição decídua é mais propensa à lesões. Contrastantemente, durante a pré-adolescência, o envolvimento em esportes de contato, como futebol ou artes marciais, aumenta o risco de trauma, especialmente entre os 7 a 12 anos.
Quando os dentes são submetidos a uma força intensa e repentina ocorre o traumatismo dentário, resultando em vários danos orais. Esses danos podem variar desde fraturas do esmalte até a perda completa do dente. Em casos de traumas, dentes e tecidos de sustentação podem ser afetados. A força e a direção da lesão decidirão a natureza e a intensidade do dano (Dang et al., 2015).
Conforme Ferreira et al. (2015) os principais fatores etiológicos de lesões dentárias são quedas, acidentes de trânsito, atividades esportivas, uso de bicicleta, e violência.
Na Índia por exemplo, uma pesquisa teve como conclusão que a prevalência combinada de TDI foi de 13 casos em 100 indivíduos e um pouco maior em crianças menores de 6 anos de idade. A causa mais comum dos traumatismos dentais foram quedas, e o local mais frequente foi a residência (Tewari et al., 2020).
De acordo com Bourguignon et al. (2020) nos primeiros 2 anos de vida é o momento em que ocorrem os primeiros incidentes traumáticos, pois nessa fase a criança está começando a desenvolver capacidades motoras e aprendendo a andar, além de ser uma fase de muita curiosidade.
3.2 Prevalência dos traumatismos dentários na infância
O Traumatismo Dental na Infância (TDI) é um problema significativo de saúde pública por conta da sua prevalência e capacidade de interferir na saúde bucal e qualidade de vida das crianças. A prevalência de traumatismos dentais em crianças é um tema que requer atenção e intervenção eficaz afim de amenizar o impacto dessas lesões na qualidade de vida e saúde bucal infantil (Zaleckiene et al., 2014).
É importante citar pesquisas realizadas em outros países em relação ao TDI, pois associam muito bem questões como diferenças de gênero, idade, regiões, tipo de TDI e fatores de risco associados. Tewari et al. (2020) mostraram em sua pesquisa na Índia a prevalência combinada de TDI, onde a razão de chances para ocorrência de traumas e cobertura labial inadequada foi de 3,35 e overjet maior que 3 mm foi de 3,53.
Os dentes anteriores superiores são os mais acometidos ao traumatismo dental na infância, o que pode ser consequência de overjet acentuado em crianças na faixa etária de 8 a 12 anos (Todero et al.,2018).
O sexo masculino apresenta uma pequena taxa de diferença nos traumatismos quando relacionado ao sexo feminino (Goettems et al., 2014; Todero et al., 2018). Segundo Astolfi et al., (2017) o elemento mais acometido aos traumatismos dentários é o incisivo central superior.
Segundo Patnana et al. (2021) A prevalência geral de TDI em dentes primários foi de 24,2% e as quedas contribuíram com o maior número de TDI – 59,3% em dentes primários.
Vale ressaltar que questões nutricionais, como por exemplo a obesidade, associa-se à mobilidade das crianças, uma vez que as mesmas em situações de sobrepeso têm uma facilidade de desequilíbrio e queda de própria altura, levando assim a um possível trauma dental. Portanto crianças com o peso considerado normal, tendem a ter mais coordenação motora ao realizar algumas atividades recreativas, diminuindo as chances de tropeços e quedas por acidente (Soares et al., 2022).
Crianças que apresentam problemas com sono, principalmente sonolência diurna ao serem submetidas a exame clínico, apresentam sinais de trauma dental na infância. Quando apresentam distúrbios do sono tendem a diminuir sua concentração e capacidade cognitiva, abrindo espaço para incidentes que podem levar ao TDI (Todero et al., 2018).
3.3 Tipos de traumatismos dentais
Os traumatismos dentais são classificados segundo Andreasen e Andreasen (2001) que se baseia nos critérios estabelecidos e padronizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quadro 1- Classificação das lesões dentoalveolares e de mucosa oral proposta por Andreasen e Andreasen (2001)
Fonte: Elaborado com base em Andreasen e Andreasen (2001).
3.4 Reações pulpares frente ao trauma
A polpa quando exposta ao TDI pode responder de algumas formas, variando desde a inflamação reversível até necrose pulpar. Sendo as mais comuns a hiperemia pulpar, necrose pulpar e calcificação pulpar (Yu et al., 2016).
De acordo com Wanderley et al. (2014) traumas mais severos como fratura de dentina e esmalte com exposição pulpar, precisam de um tratamento endodôntico, pois podem resultar em uma necrose da polpa. Quando o paciente/criança apresenta alteração de cor no elemento dental e fístula são sinais clínicos de necrose pulpar. No exame radiográfico essa necrose pulpar vai ser diagnosticada por meio de uma lesão associada ao ápice dental e/ou reabsorção apical com uma perda óssea. No entanto o diagnóstico dessa patologia em dentes decíduos é um pouco difícil, pois muitas vezes no exame radiográfico a lesão no ápice não pode ser identificada, por conta da interação do ápice do dente decíduo sobre o germe do dente permanente. Um sobrepõe o outro, respectivamente.
Segundo Consolaro et al. (2018) a polpa inicia uma resposta inflamatória assim que ocorre um estimulo, nessa resposta ocorre a liberação de mediadores inflamatórios e um aumento do fluxo sanguíneo no local. Esse processo inflamatório é uma resposta natural de defesa, para prevenir infecções e recuperar o tecido. A gravidade e a extensão do trauma determinam se a inflamação vai ser reversível ou se evoluirá para uma inflamação irreversível, levando à necrose pulpar.
Nos casos de traumas leves, a polpa pode desenvolver uma “metaplasia cálcica”, conforme descrito por Consolaro. A mesma ocorre quando a polpa inicia a deposição de tecido mineralizado no canal radicular, criando uma barreira que visa proteger a polpa dos danos. A formação de dentina reparadora é observada principalmente em dentes jovens, onde a capacidade de resposta do tecido pulpar é maior. Esse processo de calcificação é, um mecanismo de defesa que a polpa usa para tentar preservar sua vitalidade, embora em alguns casos extensos possa comprometer a nutrição do tecido devido à perda de vascularização normal (Consolaro et al., 2018; Fonseca et al., 2021).
Ademais, em traumas que comprometem a vascularização do dente, a resposta da polpa será necrose asséptica. Consolaro também destaca que, sem suprimento adequado de sangue, o tecido pulpar perde a capacidade de se regenerar e acaba necrosando, o que pode ocorrer de forma silenciosa e sem infecção inicial. Nesses casos, a necrose pulpar asséptica representa um risco de complicações futuras, como infecções secundárias, que requerem tratamento endodôntico. A necrose em dentes decíduos, por exemplo, pode ocorrer de forma mais rápida devido à estrutura anatômica simplificada e à um menor suprimento vascular (Fonseca et al., 2021).
3.5 A importância do diagnóstico precoce
O conhecimento sobre as diferentes respostas da polpa ao TDI é fundamental para o diagnóstico correto e o planejamento adequado e eficiente (Diangelis et al., 2012).
Quando ocorre um trauma dental em adulto, a conduta clinica é a realização de testes de sensibilidade pulpar, no entanto em crianças a conduta é diferente, pois não se deve utilizar estímulos que provoquem dor na criança. Outra consideração importante é que se o trauma for recente pode acontecer um resultado errôneo, porque a polpa não responderá de maneira correta (Elleray et al., 2023).
Como citado anteriormente, o ápice do dente decíduo tem uma proximidade significativa com o germe permanente, sendo por esse motivo que ocorrem os danos na dentição permanente, quando o dente é exposto ao TDI.
Como avaliado acima os TDIs ocorrem na maioria das vezes na fase escolar, conforme a pesquisa de Costa et al., 2014 que demonstra que é de extrema importância o atendimento de emergência nos casos de dentes traumatizados para que se obtenha um bom resultado no tratamento.
Muitas vezes os traumatismos dentais na primeira infância passam despercebidos pelos pais, além do mais alguns são considerados de baixa intensidade e não recebem a importância que deveria. Desse modo a criança passa tempos sem ser diagnosticada e sem saber da existência do TDI, e as alterações só serão diagnosticadas em uma consulta futura com o dentista, mediante exame clinico e radiografias complementares (Wanderley et al., 2014).
3.6 Tratamento nos casos de traumatismos dentais com comprometimento pulpar
De acordo com Andreasen et al., (2007) quando a polpa dentária é afetada, a resposta biológica e clinica vai variar conforme a extensão e tipo do trauma, também com a idade do paciente e o tempo até a procura do tratamento odontológico. E a escolha do tratamento irá depender desses mesmos fatores.
Para os dentes permanentes jovens com ápices abertos, a terapia conservadora (pulpotomia) é um tratamento recomendado para manter a vitalidade da polpa radicular. Nesse tratamento ocorre a remoção parcial do tecido pulpar inflamado seguida da aplicação de um material obturador biocompatível na câmara pulpar. Nos casos de formação radicular completa recomenda-se a pulpectomia (FONSECA et al., 2021).
De acordo com Nagata et al. (2015); Vicente et al. (2019) Traumatismos dentários em elementos permanentes jovens podem levar à necrose pulpar interrompendo o desenvolvimento da radicular, impossibilitando o seu completo vedamento apical, tornando o dente frágil e suscetível a fraturas.
Existem também protocolos para o tratamento das lesões de luxação, sendo assim: casos de concussão, a conduta é monitorar a vitalidade da polpa por aproximadamente 1 ano; subluxação deve-se , estabilizar o elemento dentário com uma contenção flexível por cerca de duas semanas; rizogênese completa, indica-se tratamento endodôntico; luxações laterais, deve-se reposicionar o dente deslocando-o do osso, e estabilizar por quatro semanas, observando a vitalidade pulpar; intrusão, é crucial permitir a erupção sem intervenção, no entanto, caso o dente tenha instruído mais do que 7 mm, deve-se reposicionar com tratamento ortodôntico ou cirúrgico (FONSECA et al., 2021).
Como já foi citado a avulsão é um TDI que pode causar danos à saúde pulpar, principalmente pela interrupção do suprimento sanguíneo, levando frequentemente à necrose pulpar. Segundo Andreasen et al. (2011) o tratamento imediato, como o reimplante do dente ou sua preservação em meio adequado, é essencial para minimizar os danos. Além disso, o acompanhamento odontológico contínuo é crucial para monitorar possíveis inflamações e reabsorções radiculares, garantindo a manutenção da funcionalidade do dente a longo prazo.
4. DISCUSSÃO
De acordo com Wanderley et al., (2014) os primeiros incidentes traumáticos ocorrem nos primeiros 2 anos de vida, por causa da fase de exploração e curiosidade, além de ser uma fase de poucas capacidades motoras, onde a criança está aprendendo a andar. No entanto, Para Souza et al. (2018) e Menegotto et al. (2017), a maior prevalência entre as crianças foi na faixa etária de 7 a 12 anos. Fatores como o gênero e o tipo de atividade estão entre as principais associações ao risco, sendo os meninos mais afetados, por conta do envolvimento em atividades recreativas que aumentam a chance de quedas e impactos (Todero et al., 2018).
Os elementos mais acometidos nos casos de traumatismos dentais, são os incisivos centrais superiores, devido à sua posição anatômica. Os tipos de lesões vão variar de fraturas simples até exposições pulpares, que precisam de uma atenção urgente para evitar complicações futuras. Essa vulnerabilidade dos incisivos centrais superiores foi confirmada por estudos epidemiológicos, que demonstram a necessidade de proteção específica para esses dentes durante as atividades recreativas (Tewari et al., 2020; Todero et al., 2018).
Recentemente, os tratamentos de traumas dentais com comprometimento pulpar evoluíram para métodos mais conservadores, priorizando a preservação do dente traumatizado. Procedimentos como o capeamento pulpar e a pulpotomia são recomendados para casos em que há possíveis chances de manter a vitalidade pulpar. Conforme as diretrizes da International Association of Dental Traumatology (IADT), essas intervenções são super importantes para o desenvolvimento adequado da dentição e para diminuir futuros impactos estéticos e funcionais (Gonçalves et al., 2017; Bourguignon et al., 2020; IADT et al., 2020).
Anteriormente, o tratamento de dentes permanentes jovens com rizogênese incompleta traumatizados era apicificação, que consiste em uma troca sucessiva do hidróxido de cálcio para manter uma barreira calcificada no ápice radicular para permitir o selamento e posterior restauração do dente. Contudo, com esse método o dente não ganhava estrutura e permanecia frágil, resultando em raízes curtas e paredes dentinárias finas (Andreasen et al., 2011). Atualmente, o tratamento de escolha é a regeneração pulpar, que visa preservar a vitalidade pulpar e estimular o contínuo desenvolvimento radicular e o fechamento apical (Teixeira et al., 2013).
O acompanhamento após o trauma inicial é muito importante, principalmente nas situações de envolvimento pulpar, para poder observar a resposta do tecido dentário ao tratamento. As diretrizes da IADT reforçam que acompanhar periodicamente ajuda a identificar precocemente complicações, como infecções ou alterações de cor, que podem aparecer após o trauma. Estudos sugerem que a visita regular ao consultório odontológico melhora significativamente o prognóstico e reduz a necessidade de tratamentos mais complexos no futuro (Costa et al., 2014; Vieira et al., 2024).
Além dos tratamentos, é muito importante uma educação preventiva para os pais e cuidadores, falando sobre práticas que vão diminuir os riscos de trauma dental. Segundo estudos campanhas educativas têm um efeito positivo na redução de episódios e na resposta adequada em casos de trauma, permitindo que os responsáveis saibam como agir até o momento do atendimento odontológico (Gonçalves et al., 2017). Essa abordagem é essencial para tentar diminuir as consequências dos traumas e permitir o bem-estar das crianças.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, através do desenvolvimento do trabalho foi possível revisar a prevalência do TDI, onde a maioria dos traumas acometem pacientes do gênero masculino e a primeira década de vida. Os dentes mais acometidos foram os incisivos centrais superiores.
Além disso, a necrose pulpar foi a alteração que aconteceu com maior frequência, e a preservação pulpar traz benefícios funcionais e estéticos, promovendo o desenvolvimento saudável da dentição infantil.
Desse modo é de suma importância estudar e pesquisar sobre o tema abordado, associando à programas de conscientização e capacitação para os pais e professores da educação infantil sobre como agir mediante situações de acidentes que envolvam TDI.
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1Discente do curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior,
Ilhéus, Bahia. e-mail: ana.gap4@gmail.com
2Docente do curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior,
Ilhéus, Bahia. e-mail: danitamaia@gmail.com
3Discentes do curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus, Centro de Ensino Superior, Ilhéus, Bahia. e-mail: no97392@gmail.com ; guilhermeslxd@gmail.com ; erickmonteiro_18@hotmail.com ; tudegabriel@gmail.com