TRATAMENTOS PARA ESQUIZOFRENIA, DESAFIOS E A BUSCA POR NOVAS ALTERNATIVAS VIÁVEIS PARA O MANEJO DA DOENÇA.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411111515


Laura Virginia Sousa Oliveira ¹
João Victor Soares Figueiredo ¹
Victor Mayrink Braga Silva Lima ¹
Bianca Mirian Garcia Martins Castro ¹
Laura Carolina Andreo Gonçalves Kalbermatter ²
Aliandro Willy Duarte Magalhães³
Mávia Natália Batista Lucena⁴
Eveline Alana Seidel⁵


Resumo 

Objetivos: Realizar uma análise acerca do manejo no que concerne à Esquizofrenia, assim como os avanços tecnológicos que envolvem a mesma, bem como as perspectivas no que tange ao futuro do manejo da comorbidade com tratamentos alternativos. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada a partir da busca por publicações científicas indexadas nas bases de dados: MEDLINE via PubMed, Cocrahne, Lilacs e SciELO. Os seguintes descritores foram utilizados: Esquizofrenia; Desenvolvimento tecnológico; Tratamento. Ao final das buscas, 10 publicações atenderam aos critérios de inclusão e  exclusão propostos, sendo elegíveis para o estudo. Resultados: Diante dos achados extraídos dos estudos selecionados, percebeu-se que os tratamentos formalmente disseminados para Esquizofrenia possuem limitações, sendo um desafio em relação a esse tratamento, a presença de múltiplos efeitos colaterais presentes nos antipsicóticos, assim, avanços tecnológicos como a utilização de terapias com a utilização de Inteligência artificial (IA) ,utilização de probióticos ,assim como o uso de eletroconvulsoterapia , podem proporcionar contribuições importantes para enfrentar as repercussões da doença, que tem sido considerada cada vez mais presente na sociedade. Conclusão: O seguinte estudo permitiu a reflexão acerca da necessidade de garantir tratamentos efetivos para o indivíduo com Esquizofrenia, promovendo melhora na qualidade de vida e maior sobrevida, utilizando para tal novos medicamentos e novas tecnologias. o apoio psicológico e social é essencial no manejo desses indivíduos em estado de vulnerabilidade.

Palavras-chave: Esquizofrenia, avanços tecnológicos, tratamento.

Summary

Objectives:To carry out an analysis of the management of Schizophrenia, as well as the technological advances that involve it, as well as perspectives regarding the future of the management of comorbidity with alternative treatments. Methodology:This is an integrative review of literature, carried out by searching for scientific publications indexed in the databases: MEDLINE via PubMed, Cocrahne, Lilacs and SciELO. The following descriptors were used: Schizophrenia; Technological development; Treatment. At the end of the searches, 10 publications met the proposed inclusion and exclusion criteria, being eligible for the study. Results: Given the findings extracted from the selected studies, it was noticed that formally disseminated treatments for Schizophrenia have limitations, being a challenge in relation to to this treatment, the presence of multiple side effects present in antipsychotics, thus, technological advances such as the use of therapies using Artificial Intelligence (AI), the use of probiotics, as well as the use of electroconvulsive therapy, can provide important contributions to face the repercussions of the disease, which has been considered increasingly present in society. Conclusion: The following study allowed reflection on the need to guarantee effective treatments for individuals with Schizophrenia, promoting improved quality of life and greater survival, using for this purpose new medicines and new technologies. Psychological and social support is essential in managing these individuals in a state of vulnerability.

Keywords: Schizophrenia, technological advances,treatment.

1 Introdução

As doenças psíquicas são consideradas doenças crônicas e apontadas como um problema de saúde pública em virtude da sua frequência, afetando cerca de 700 milhões  de  pessoas  no  mundo,  dentre  essas,  destacamos  a  esquizofrenia, caracterizada  pela  distorção  do pensamento,  percepções,  linguagem,  emoção, autoconsciência  e  comportamento,  estando  em  vigência  nas  experiências  como delírios e alucinações, cercadas de estigmas e preconceitos de toda a sociedade, tornando-se um dos motivos que requer maior inserção ao cuidado destinado a esse indivíduo com esquizofrenia(Francisquini et al., 2020, p. 8).

A esquizofrenia é um transtorno mental grave, crônico, debilitante, que atinge cerca de 0,7% da população mundial. Embora sua prevalência seja relativamente baixa, o agravo vem apresentando tendência crescente, principalmente nos países de baixa e média renda. No Brasil, a prevalência de psicoses em geral é de 0,3 a 2,4%; e de esquizofrenia, próxima a 1% da população (FULONE,2023).

Deste modo, a esquizofrenia pode ser considerada uma doença crônica que afeta significativamente a pessoa acometida. Sendo uma doença complexa e multifatorial, que requer uma abordagem terapêutica abrangente e individualizada. Nesse contexto, o papel do enfermeiro é fundamental, pois ele é responsável por estabelecer uma relação terapêutica com o paciente, identificar suas necessidades e desenvolver um plano de cuidados adequado (Garcia, 2017).

O tratamento da esquizofrenia tem como uma de suas bases a farmacoterapia. Atualmente, os fármacos utilizados nesses acompanhamentos são os antipsicóticos de primeira geração e de segunda geração que apresentam boas evidências na modulação dos sinais e sintomas. O mecanismo de ação de tais medicamentos consistem no bloqueio dos receptores de dopamina D2, uma vez que, fisiologicamente, os pacientes apresentam uma hiperfusão dopaminérgica (ANDRADE et al., 2022).

O tratamento recomendado para este transtorno pela maioria das diretrizes, inclusive pela Diretriz Terapêutica do Ministério da Saúde, consiste inicialmente em antipsicótico em monoterapia, escolhido com base no perfil de segurança e tolerabilidade de cada paciente. Em casos refratários a pelo menos 2 ensaios, com duração de pelo menos 6 semanas, com antipsicóticos diferentes e em dose adequada, é indicado tentar clozapina. Havendo refratariedade à clozapina deve-se considerar uso de outro antipsicótico não utilizado anteriormente, eletroconvulsoterapia ou complementar o tratamento com outro psicotrópico, que não seja antipsicótico. Antipsicóticos em associação (uso concomitante de dois ou mais antipsicóticos) não é uma opção ou é reservada como último recurso (BERTONI,2023).

Hodiernamente, tratamento com medicações psicotrópicas, como antipsicóticos, em associação com psicoterapia, acompanhamento nutricional e atividade física apresentam-se como o tratamento de primeira linha, com alta eficácia, para o manejo da doença (LIMA,2023).Entretanto, nem todos os pacientes portadores de Esquizofrenia ao estabelecerem tratamento, obtém melhora das atividades cotidianas, sendo assim, necessário o estabelecimento de novas pesquisas a fim de estabelecer diretrizes de tratamentos mais eficazes a fim de pormenorizar as intempéries geradas pela não eficácia das terapêuticas vigentes.

Em suma, a abordagem terapêutica da esquizofrenia é um desafio que requer a participação multidisciplinar. Através de uma prática baseada em evidências e centrada no paciente, a qual utiliza-se do aporte farmacológico preconizado, podem contribuir significativamente para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com esquizofrenia, entretanto, nem todos os paciente se beneficiam de forma plena dos das medidas terapêuticas estabelecidas, sendo importante o estabelecimento de novas alternativas para melhora do manejo da comorbidade.

2 Metodologia

Trata-se de um estudo caracterizado como uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), que possibilita a identificação, síntese e a realização de uma análise ampla na literatura acerca de uma temática específica (Silva et al.,2020). Dessa forma, foram utilizadas seis etapas para sua elaboração: (1) delimitação do tema e construção da pergunta norteadora da pesquisa; (2) levantamento das publicações nas bases de dados escolhidas; (3) classificação e análise das informações achadas em cada estudo ; (4) análise crítica das pesquisas selecionadas; (5) descrição dos resultados encontrados e (6) inclusão, análise crítica dos achados e síntese da revisão da literatura.

Assim sendo, a presente RIL tem como pergunta norteadora: “Quais são os desafios presentes no tratamento da Esquizofrenia e a influência dos avanços no que concerne ao tratamento da doença com o fito de proporcionar maior qualidade de vida?” Em seguida, para a construção deste estudo, foram utilizadas as seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE via PubMed), Cochrane, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Para complementar a busca utilizou-se portais de Órgãos Governamentais (Diário Oficial da União do Brasil e Ministério da Saúde do Brasil );portais de Serviços de Saúde (World Health Organization, Fundação Oswaldo Cruz e GlobalMed).

Os estudos foram localizados a partir da busca avançada, realizada entre os meses de Março de 2024 e Junho de 2024, sendo que foram utilizados filtros de três idiomas (português, inglês e espanhol) e com data de publicação entre os anos de 2023 a 2024. A escolha desse recorte temporal dos últimos 2 anos, se deu pela atualidade da temática, com artigos que contemplassem as palavras-chave: Ansiedade, avanços tecnológicos e tratamento. Deste modo, foram incluídas publicações que englobassem a Esquizofrenia de forma geral, bem como a correlação com situações de tratamentos promissores e desafios relacionados aos tratamentos já preconizados. 

Para buscar os estudos científicos correspondentes aos objetivos desta RIL, foram utilizados os seguintes termos de pesquisa:(“Schizophrenia”) AND (“thecnologies”) AND (treatment”) Os descritores foram selecionados de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde(DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH/PubMed). Todos foram combinados entre si por operadores: AND e OR. Ressalta-se que a busca de todos os descritores foi especificada por “Title/Abstract”.

Foram considerados elegíveis os artigos completos disponíveis nas bases de dados definidas; com período de publicação entre 2023 a 2024; nos idiomas português, inglês e espanhol; informações complementar utilizando-se  portais de Órgãos Governamentais, de Serviços de Saúde e de Conselhos de Classe, como supracitados anteriormente que atendessem a pergunta norteadora. Foram excluídos manuscritos que não respeitaram o objetivo do estudo e a pergunta norteadora; assim como os resultantes de publicações entre os anos inferiores a 2023 e que estivessem na literatura cinzenta (publicações não catalogadas em formato impresso e eletrônico).

Utilizou-se o gestor de referências bibliográficas Mendeley versão 2.61.0, como ferramenta para auxiliar na seleção dos estudos e na condução da RIL.Na primeira etapa, um autor independente (VML e BMG) realizou a leitura e avaliação dos títulos e resumos dos artigos selecionados nas bases de dados, em conformidade com os critérios de inclusão/exclusão pré-definidos anteriormente, elegeram os artigos para leitura na íntegra. Não havendo quaisquer divergências entre os revisores sobre a inclusão dos manuscritos, ambos concordando com quais estudos atendiam os elementos necessários para responder à pergunta norteadora deste estudo.

3 Resultados e Discussão

A busca resultou na distribuição que se segue entre as publicações encontradas em cada base de dados:MEDLINE via PubMed (n=1.054), Cocrhane (n=322), Lilacs (n=789), SciELO (n=3.063) e Sites de órgãos governamentais e serviços de saúde (n=3),totalizando 5.231 publicações. Em seguida, foram analisadas as publicações (n=1.569), depois excluídos os manuscritos duplicados pelo título e resumo (n=242).Posteriormente, a leitura na íntegra de cada título e resumo com emprego dos critérios de inclusão (n=326). Após a leitura e avaliação final dos estudos, foram selecionados 10 manuscritos incluídos nessa RIL. Para sistematizar o processo seleção dos artigos optou-se pela metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta Analyses(PRISMA) (MOHER et al.,2009).As etapas deste processo estão descritas na forma de um fluxograma (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma PRISMA de seleção dos estudos que constituíram a amostra.

Fonte: Autoria própria

Na Figura 2, é apresentado um gráfico dos artigos apresentados de acordo com a organização para análise de dados, obtendo-se as seguintes publicações selecionadas na base de dados empregadas na discussão do estudo: MEDLINE via PubMed (n=2), Cochrane (n=1), Lilacs (n=1) e SciELO (n=6), totalizando 10 publicações.

Figura 2.Distribuição dos estudos selecionados de acordo com as publicações elegidas na base de dados e porta eletrônico.

Moher, D., Liberati, A., Tetzlaff, J., Altman, D. G., Altman, D., Antes, G., Atkins, D., Barbour, V., Barrowman, N., Berlin, J. A., Clark, J., Clarke, M., Cook, D., D’Amico, R., Deeks, J. J., Deve

Fonte: Autoria própria

As discussões apresentadas  no  decorrer  deste  estudo  foram  distribuídas  no Quadro 1,de acordo com a autoria, o tipo de estudo, bem como o objeto de estudo e os resultados e conclusões dos trabalhos. Ademais, os textos eleitos foram em seguida, submetidos à análise de maneira crítica e segmentados por meio de quadros.

Quadro 1. Referências distribuídas pelos tipos de estudo e objetos de estudo.

Autor/AnoTipo de estudoObjetivo do EstudoResultados/Conclusão
FULONE, 2023Estudo mistoInvestigar características sociodemográficas e clínicas de usuários de antipsicóticos atípicos assistidos pelo Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), para tratamento da esquizofrenia no Brasil, de 2008 a 2017.759.654 usuários, 50,5% eram do sexo feminino, da região Sudeste (60,2%), diagnosticados com esquizofrenia paranoide (77,6%); observou-se maior prevalência de uso da risperidona (63,3%) entre crianças/adolescentes; de olanzapina (34,0%), em adultos; e quetiapina (47,4%), nos idosos; cerca de 40% das crianças/adolescentes estavam sob uso off-label de antipsicóticos segundo a idade; a adesão ao CEAF foi alta (82%), e o abandono em seis meses foi de 24%.
BERTONI, 2023Estudo qualitativoAvaliar os  benefícios e os  riscos do uso da  associação de antipsicóticos em comparação ao uso de antipsicótico em monoterapia para o tratamento de esquizofrenia.O tratamento da esquizofrenia e do transtorno esquizoafetivo com antipsicótico em monoterapia apresenta um controle de sintomas semelhante ao tratamento com associação de antipsicóticos. Entretanto, em monoterapia é menor a ocorrência de efeitos colaterais, reagudizações e hospitalizações. Portanto, esta revisão reforça que, na prática clínica, o tratamento farmacológico da esquizofrenia, assim como do transtorno esquizoafetivo, deve priorizar o uso de antipsicóticos em monoterapia.
BUDA, 2023Estudo qualitativoApresentar uma revisão bibliográfica sobre o tratamento da esquizofrenia, oferecendo uma comparação entre monoterapia e a associação de antipsicóticos.A monoterapia deve ser a escolha para tratamento de esquizofrenia.
DAMÁZIO, 2024Estudo qualitativoAvaliar a relação da saúde intestinal em pacientes com esquizofrenia.Pacientes com esquizofrenia possuem diversidade dos filos e gêneros de bactérias quando comparado a indivíduos controles. Também apresentam um aumento da translocação bacteriana e anticorpos anti-gliadina e anti-caseína. Sugere-se melhora dos sintomas e de marcadores bioquímicos após o tratamento com probióticos.
DA SILVA, 2024Estudo qualitativoAnalisar criticamente os estudos recentes sobre o tratamento farmacológico da esquizofrenia, identificando as intervenções mais eficazes, os principais desafios e lacunas na literatura.Destaca-se a diversidade de opções de tratamento farmacológico disponíveis para pacientes com esquizofrenia, enfatizando a importância da abordagem multidisciplinar e personalizada. Identificar as intervenções mais eficazes e compreender os desafios associados ao tratamento são passos cruciais para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida desses pacientes.
COSTA, 2023Estudo quantitativoAnalisar as perspectivas acerca da esquizofrenia e os desdobramentos do tratamento e evolução clínica dessa enfermidade de alta complexibilidade que se enquadra como uma das síndromes psicóticas mais graves.A necessidade de aprimorar os conhecimentos sobre uma doença psiquiátrica de difícil diagnóstico e tratamento é de alta relevância para a comunidade médica, principalmente, como forma de romper barreiras sociais e históricas que rondam os pacientes com esquizofrenia que são estigmatizados e necessitam de um atendimento mais humanizado, respeitoso e que proporcione melhor qualidade de vida.
FREIRE, 2024Estudo qualitativoExaminar as estratégias terapêuticas mais recentes e eficazes para este grupo vulnerável.Destacam a eficácia dos antipsicóticos de segunda geração na redução dos sintomas da esquizofrenia, ao mesmo tempo que apontam para o risco significativo de efeitos colaterais, especialmente em populações jovens. A discussão se aprofunda na necessidade crítica de tratamentos psicossociais complementares.
DE JESUS RIBEIRO,2024Estudo qualitativoAnalisar a eficácia da eletroconvulsoterapia (ECT) no tratamento de quadros de esquizofrenia, apontando resultados dos estudos mais recentes na área. A ECT apresentou altos índices de eficácia no tratamento da esquizofrenia, sobretudo com a associação de psicofármacos. Foram apresentados apontamentos relacionados aos efeitos colaterais cognitivos e alterações funcionais e metabólicas causadas pela ECT que ainda merecem uma investigação mais ampla na literatura.
MONTEIRO, 2023Estudo qualitativoAnalisar o uso da inteligência artificial (IA) como uma ferramenta de auxílio no tratamento da esquizofrenia.A IA pode melhorar a eficácia do tratamento da esquizofrenia, oferecendo abordagens mais personalizadas para cada paciente, evitando a resistência a medicamentos e aprimorando as opções terapêuticas. Novos estudos com amostras maiores são necessários para resolver questões técnicas e éticas. Após a validação e correção de limitações, a implementação da IA em hospitais e clínicas poderia beneficiar significativamente os pacientes que enfrentam a esquizofrenia.
FERNANDES, 2024Estudo qualitativoSintetizar as evidências atuais sobre a fisiopatologia e as estratégias terapêuticas da esquizofrenia.A esquizofrenia exige uma abordagem multifacetada e integrada para seu manejo eficaz. Avanços na neuroimagem, genética e terapias emergentes oferecem novas esperanças para tratamentos mais eficazes. A pesquisa contínua e a inovação são essenciais para enfrentar os desafios dessa doença complexa e melhorar os resultados para os pacientes.

Fonte: Autoria Própria.

Diante dos estudos analisados foram listados importantes medidas farmacológicas de tratamento que se mostraram eficientes no manejo do estado de Esquizofrenia, dentre eles é possível listar a utilização de antipsicóticos ,tendo em vista a intrínseca correlação, entre a utilização de tais medicações com a melhora dos quadros citados, minorando também sintomas de insônia, dentre as medicações mais aceitas podemos citar a Risperidona, Olanzapina e Quetiapina, com ênfase na utilização da estratégia de monoterapia, tendo em vista, que esta possui eficácia satisfatória em comparação à terapia combinada, apresentando menores efeitos colaterais, menores risco de reagudizações e menores índices de hospitalização. Tais medicações se apresentam como alternativas importantes, sendo os fármacos on label para tratamento de quadros de Esquizofrenia.

Além disso, os medicamentos probióticos se apresentam como uma alternativa de baixo custo em comparação aos psicofármacos para o tratamento de Esquizofrenia, tendo também menos efeitos colaterais. Entretanto, ainda é pouco disseminada a utilização de tais medicamentos tendo em vista a necessidade de mais estudos acercas dos mesmos. Reiterando Da Silva,2020,que cita em sua pesquisa realizada com universitários da área da saúde que mesmo no ambiente acadêmico nota-se que 38,9% dos universitários não possuem conhecimento sobre as terapias alternativas para a comorbidade. É sabido que nos indivíduos com o transtorno mental supracitado há um aumento da translocação bacteriana e anticorpos anti-gliadina e anti-caseína, sendo os medicamento probiótico uma alternativa à esta complicação.

De modo a gerar melhora significa nos pacientes com Esquizofrenia,o manejo com a utilização de eletroconvulsoterapia se utilizada em associação a tratamentos farmacológicos se mostra eficaz e com boa tolerabilidade para para quaisquer indivíduos portadores de esquizofrenia, independente do grau de acometimento mental. É importante salientar que, avanços na neuroimagem, genética e terapias emergentes como com o uso de IA para o manejo do transtorno oferecem novas esperanças para tratamentos mais eficazes. A pesquisa contínua e a inovação são essenciais para enfrentar os desafios dessa doença complexa e melhorar os resultados para os pacientes.

Desse modo, é importante salientar que apesar de a Esquizofrenia possuir tratamentos já estabelecidos, estes possuem múltiplos efeitos adversos e sua ação pode ser insuficiente em alguns indivíduos acometidos pela comorbidade, dentre os tratamentos preconizados a utilização de eletroconvulsoterapia e a utilização de probióticos é amplamente aceita; Enfatizar a importância da abordagem multidisciplinar, associando ao aprimoramento dos profissionais de saúde sobre a temática, facilitando a difusão de melhores estratégias de tratamento e facilitando o diagnóstico se faz fundamental no manejo do transtorno.

4 Conclusão

No presente estudo, foram sistematizados conhecimentos sobre as intempéries a serem contornadas referentes ao tratamento da Esquizofrenia e  estratégias  de  enfrentamento, assim como opções alternativas de combate à comorbidade, expondo a perspectiva da doença. 

Em  suma, as novas tecnologias como uso de terapias com eletroconvulsoterapia, além da utilização de técnicas genéticas e terapias emergentes como com o uso de IA  para estabelecer o manejo do transtorno podem oferecer importantes contribuições para o enfrentamento da repercussões dessa doença, que vem sendo considerada cada vez mais presente na sociedade, tornando-se uma comorbidade de alto impacto para a saúde pública nacional assim como para a comunidade global. Observa-se que as intempéries ressaltadas por este  estudo foram, sobretudo, limitações quanto ao uso de antipsicóticos, apesar de serem medicações de boa tolerância, estão associados a uma multiplicidade de efeitos colaterais como: boca seca, retenção urinária, queda de pressão, constipação intestinal, bem como ganho de peso; Divergências quanto à adesão do tratamento ,limitação quanto aos estudos acerca da temática que por conseguinte geram dificuldades no tratamento da doença e podem ocasionar no abandono ao tratamento, assim como uma relação médico – paciente enfraquecida, também se apresentam como fatores limitantes para o estabelecimento de tais tratamentos.

Diante disso, estes indivíduos  devem  receber  atenção  especial  nos cuidados da Esquizofrenia, pois encontram-se em situação de vulnerabilidade, no qual esses sintomas e  podem ser aumentados ou minorados através da adesão ou não ao tratamento, sendo as novas alternativas para tal importantes ao diminuírem os impactos para os portadores de comorbidade. Assim, salienta-se, que as  ações  quando aplicadas  associadas às novas tecnologias,  podem  auxiliar e  trazer grandes benefícios à população, minorando  os problemas associados ao tratamento da doença, além de atuar  na  prevenção  de  efeitos adversos e melhorar do tratamento por parte dos indivíduos acometidos. Vale  ressaltar  que, embora a  o tratamento da Esquizofrenia seja desafiador aos profissionais da área da saúde no Brasil e no mundo, tendo em vista as suas limitações, múltiplos novos estudos tem sido realizados de forma a instituir de forma gradual melhores intervenções para o manejo de pacientes com Transtornos esquizofrênicos.

Referências

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1Acadêmicos de Medicina da Universidade Ceuma Campus Imperatriz – Imperatriz-MA – Brasil
2Acadêmica de Medicina da Unimax – Indaituba-SP – Brasil
3Médico pelo Centro Universitário do Estado do Pará – PA – Brasil
4Médica pela Universidade Privada do Leste – UPE (Universidad Privada Del Este) – Cidade do Leste – Paraguai
5Médica pela Universidade Católica de Pelotas – Pelotas-RS – Brasil