Tratamento fisioterapêutico em crianças com Síndrome de Down

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10120376


Giovanna Oliveira Jardim1
Orientador: Profº Ronney Jorge de Souza Raimundo2


RESUMO

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Down é uma condição genética causada por um cromossomo extra no vigésimo primeiro par, o que afeta as características físicas e habilidades cognitivas de crianças portadoras da síndrome. OBJETIVO: O principal objetivo do presente estudo foi destacar e evidenciar a importância da fisioterapia para crianças com Síndrome de Down. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão bibliográfica, feita a partir de estudos publicados entre os anos de 2018 e 2023. A busca foi realizada nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Onde os descritores utilizados foram: Síndrome de Down, Especialidade de Fisioterapia, Pediatria. RESULTADOS: Ao analisar os artigos escolhidos percebeu-se que há uma gama de técnicas, métodos e tratamentos podem ser utilizados dentro da fisioterapia com principal intuito de promover qualidade de vida e funcionalidade a esses indivíduos. CONCLUSÕES: Através do trabalho personalizado e do estímulo ao desenvolvimento motor, pode-se concluir que a fisioterapia contribui significativamente para independência e bem-estar das crianças com Síndrome de Down

Palavras-chaves:  Síndrome de Down, Especialidade de Fisioterapia, Pediatria

ABSTRACT

INTRODUCTION: Down Syndrome is a genetic condition caused by an extra chromosome in the twenty-first pair, which affects the physical characteristics and cognitive abilities of children with the syndrome. OBJECTIVE: The main objective of the present study was to highlight the importance of physiotherapy for children with Down Syndrome. METHODS: This is a bibliographic review, based on studies published between 2018 and 2023. The search was carried out in the databases Public/Publish Medline (PubMed), Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Scientific Electronic Library Online (SciELO). Where the descriptors used were: Down Syndrome, Physiotherapy Specialty, Pediatrics. RESULTS: When analyzing the chosen articles, it noticed that there is a range of techniques, methods and treatments that can be used within physiotherapy with the main aim of promoting quality of life and functionality for these individuals. CONCLUSIONS: Through personalized work and stimulation of motor development, it can concluded that physiotherapy contributes significantly to the independence and well-being of children with Down Syndrome

Keywords: Down Syndrome, Physiotherapy Specialty, Pediatrics

SUMÁRIO

1. Introdução ……………………………………………………………………………………….. 6 2. Metodologia …………………………………………………………………………………….. 7 3. Referencial Teórico ………………………………………………………………………….. 8 4. Resultados e discussão………………………………………………………………….. 13 5. Conclusão ……………………………………………………………………………………… 14     Referências ……………………………………………………………………………………. 15

1. Introdução

A Síndrome de Down (SD), é uma cromossomopatia caracterizada pela desordem genética onde há o surgimento de um cromossomo extra no par 21, resultando em alterações físicas e cognitivas do indivíduo.1-4

Por obter uma maior prevalência, esta síndrome é muito conhecida e muito estudada ao longo dos anos. Se tornou popularmente conhecida em meados do século XIX, onde começou a ser estudada por um médico pesquisador chamado John Langdon Down, em 1866, onde ele descreveu seus achados clínicos e comparou com as pessoas que possuíam as características da Síndrome de Down. De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi realizado em 2010, no Brasil existem em torno de 300 mil pessoas portadoras de Síndrome de Down, estimando-se que a cada 700 bebês nascidos vivos, 1 nasça com a síndrome. Enquanto no mundo a estatística aponta que a taxa de nascimentos é de 1 para 1 mil nascidos vivos. 1-4

As principais características presentes nos portadores da síndrome são a deficiência intelectual, uma morfologia específica e diversas condições que afetam a estrutura física. Consequentemente esses aspectos dificultarão o quadro de evolução e seus afazeres diários, porém isso não é indicativo que a pessoa com SD não pode se desenvolver. Quando tratada e estimulada desde os primeiros meses de vida o indivíduo pode se apresentar um bom quadro

evolutivo.1-4

Um importante fator para o desenvolvimento do indivíduo é a estimulação precoce, portanto, quanto mais cedo se iniciar o tratamento mais rápido e melhores serão os resultados. Trata-se de uma série de ações terapêuticas individualizadas e personalizadas que objetivam tratar e prevenir alterações neuropsicomotoras, garantindo o bem-estar e qualidade de vida.1-4

Crianças portadoras da síndrome apresentam predominantemente fraqueza musculares e ligamentares, alterações de motricidade e coordenação, além de problemas respiratório. A junção desses fatores leva a um quadro onde as habilidades funcionais são diretamente afetadas, e a fisioterapia tem como principal papel garantir uma reabilitação neurológica eficiente.1-4

Dentro de uma equipe multidisciplinar o fisioterapeuta tem um papel fundamental assim como todos os outros profissionais, trazendo ao paciente uma maior qualidade de vida e melhoria em suas atividades cotidianas por meio de técnicas e tratamentos.1-4

O presente estudo tem como objetivo destacar a importância da fisioterapia no tratamento de crianças portadoras da síndrome, principalmente se feito de maneira precoce.1-4

2. Metodologia

O presente estudo trata-se de uma revisão da bibliografia, onde foi realizado uma busca por artigos que abordavam o presente tema, nas principais bases de dados: National Library of Medicine (PubMed), Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Os descritores utilizados foram padronizados por meio do DECS

(Descritores em Ciências da Saúde), sendo eles: Síndrome de Down,

Especialidade de Fisioterapia, Pediatria.

Após realizar a busca, foram selecionados aqueles que se encaixavam melhor de acordo com o tema. Foram utilizados os critérios de inclusão, artigos publicados entre os anos de 2018 e 2023 escritos nos idiomas em português e inglês. Tendo como principal pergunta: Quais os tipos de tratamentos fisioterapêuticos que podem ser ofertados a uma criança portadora de Síndrome de Down? 

Foram excluídos artigos duplicados, artigos publicados antes de 2017, artigos em língua espanhola e aqueles que não possuíam informações condizentes ao tema. De acordo com tais critérios, 12 artigos foram selecionados.

3. Referencial teórico

Pode-se definir a Síndrome de Down (SD) como alteração genética, caracterizada por uma desordem cromossômica gerada durante a gestação. Acontece devido a presença de um cromossomo adicional do par 21, tendo no total a presença de 47 cromossomos. 5- 11

Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), a SD pode ser identificada como Q90, referindo-se ao grupo de doenças que possui malformações, deformidades e anomalias cromossômicas. Dentro da patologia, existem três diferentes tipos da SD se manifestar, sendo elas: Trissomia 21 (ou simples), translocação e mosaicismo.5- 11

A trissomia 21 é a forma mais comum encontrada na sociedade, ocorrendo em 96% dos casos, onde o indivíduo apresenta 47 cromossomos pois existe um cromossomo a mais no vigésimo primeiro par. 5- 11

A translocação acontece quando parte do cromossomo 21 se adere a um outro cromossomo, normalmente o décimo quarto. Mesmo que no cariograma apresente 46 cromossomos, ainda assim o indivíduo é portador da Síndrome de Down devido a presença de material genético extra. Este tipo está relacionado a fatores hereditários e não depende da idade dos pais.  5- 11

No mosaicismo há um incidente no momento da divisão celular, portanto somente algumas células do corpo são comprometidas, portanto algumas células possuem 46 cromossomos e outras 47. Por este motivo, as características e sinais físicos podem ser menos evidentes, e podem apresentar maior capacidade intelectual. 5- 11

O diagnóstico pode ser feito logo após o nascimento, sendo identificado através do exame físico e das características fenotípicas comuns, ou pelo exame cariograma que possibilita a análise detalhada dos cromossomos. É também possível identificar a síndrome ainda na gestação, por meio de exames de hemograma da mãe, ultrassom morfológico e transluscência nucal (entre a 11º e 13ª semana gestacional), que quando identificado a presença de alterações, é solicitado uma biópsia para comprovação. 5- 11

Ainda não possui uma causa específica, mas pode estar relacionada a alterações genéticas dos pais, ao uso de substâncias tóxicas ao feto durante a gravidez e à idade da mãe (uma vez que óvulos envelhecidos aumentam a chance de desenvolvimento da SD). Os portadores da SD apresentam um quadro de características físicas em comum, como: prega simiesca, pescoço encurtado, hipermobilidade nas articulações, hipotonia muscular, frouxidão ligamentar, nariz achatado, predisposição a obesidade e a presença de distúrbios congênitos. 5- 11

Devido à presença desses fatores, o indivíduo acaba desenvolvendo uma marcha inadequada, com base aumentada, joelhos flexionados, quadris rodados externamente o que gera a dificuldade em manter-se em equilíbrio. 5- 11

É comum que crianças portadoras da Síndrome de Down apresentem desenvolvimento tardio na parte motora e cognitiva. E apesar de cada indivíduo ter seu determinado tempo de aprendizado, a síndrome não é classificada em graus, mas sim deve ser levado em consideração a diferente realidade em que cada portador se encontra, levando em conta o contexto ambiental em que ele se insere e o tipo de tratamento que é recebido desde a gestação. 5- 11

A exclusão social de pessoas com SD ainda é uma realidade muito comum, seja pela falta de conhecimento ou por puro preconceito enraizado na população. A participação de deficientes na vida comum é um direito garantido pela Constituição, que ajuda a trazer maior qualidade de vida e favorece nos aspectos físicos e sociais. É importante que crianças com SD aprendam a brincar e socializar com outras crianças, esse contato direto fortalece a troca de experiências, além de desenvolver a consciência social e cultural. Para os adultos, é fundamental que haja inclusão social dentro do mercado de trabalho, dando oportunidade de emprego para esses indivíduos, dessa forma o preconceito e capacitismo são aos poucos eliminados. 5- 11

O prognóstico do portador da SD é diretamente ligado ao tipo de tratamento que ele recebe. Segundo Fredes et al., quanto mais precoce for o tratamento, maiores são as chances de desenvolvimento. As crianças que buscam intervenções de forma tardia tendem a ter um prognóstico ruim, no geral. A Estimulação Precoce (EP) é a união de variadas técnicas terapêuticas que visam, prevenir riscos e promover as capacidades físicas de um indivíduo, tornando assim possível a inclusão, bem-estar e independência dentro de um corpo social. Para DAMASCENO et al. o indicado é que o tratamento fisioterapêutico seja iniciado a partir do décimo quinto dia de vida da criança com Síndrome de Down, desde que permitido pelo médico responsável, para que não gere demais complicações à saúde do bebê. A EP tem se destacado pois as crianças possuem uma alta capacidade de neuroplasticidade, favorecendo o desenvolvimento psicomotor, socioafetivo e linguístico. Quando feita de forma especializada, atendendo as demandas de cada paciente, a EP promove o aprimoramento das habilidades motoras da criança. Dentro deste contexto, o fisioterapeuta pode abordar diferentes técnicas para o desenvolvimento dos pacientes.

 Uma das mais conhecidas e indicadas, é a hidroterapia, que trabalha com o paciente em um meio aquático. Dentro da água, a realização dos movimentos se torna mais descomplicada e fácil, graças a sua capacidade térmica e aos princípios fisiológicos da água, como o efeito empuxo, a densidade e a pressão hidrostática. Quando esses princípios atuam sobre o corpo imerso, promovem fortalecimento muscular por meio dos métodos de Halliwick e Bad Ragaz, garantem efeitos terapêuticos, estimulam o equilíbrio e propriocepção, facilitam a coordenação motora, reduzem regiões edemaciadas, trabalham a resistência cardiorrespiratória, além de promover um ambiente recreativo com interação social entre paciente e terapeuta. 5- 11

Outra opção, é a prática da equoterapia, que consiste na utilização do cavalo como abordagem lúdica, de forma que trabalhe em todas as esferas do modelo biopsicossocial. Ao montar no cavalo, o praticante desenvolve habilidades sensoriais e motoras, que proporcionam a orientação espacial e propriocepção. O passo do cavalo é semelhante a marcha humana, fazendo com que o Sistema Nervoso Central receba estímulos sensoriais e vestibulares importantes, além de movimentar as estruturas corporais que necessitam ser alongadas e fortalecidas. Além de trabalhar a parte motora, dentro da parte cognitiva, podem ser adicionados algumas tarefas durante o treino, como: fechar os olhos, trabalhar com formas geométricas, retirar os pés do estribo, se levantar e estender o tronco em cima do cavalo, soltar as mãos, montar na sela ao contrário, entre outras atividades. Inclui também o desenvolvimento social e afetivo da criança, no momento da sessão que há interação entre os profissionais e o paciente, e com outros praticantes. O contato entre o animal e a criança, é também trabalhado durante a sessão, desde o momento em que o cavalo é buscado na baia, até ao final onde pode ser feita a escovação do pelo, tranças na crina, gestos de carinho, colocação e retirada da sela e da rédea, e o que mais o adestrador puder incluir a participação da criança. 5- 11

Apesar de proporcionar resultados positivos aos praticantes, a equoterapia é pouco difundida e praticada, pois necessita da presença do adestrador, do fisioterapeuta e de cavalos treinados para receber a criança. Muitas pessoas também ainda não possuem conhecimento da prática com cavalos, ou existem aqueles que possuem dificuldades de locomoção, ou até mesmo os que possuem medo e/ou fobias do animal. Por esses motivos, acaba se tornando uma opção dispendiosa e puxada para se incluir na rotina. 5- 11

O tratamento com a fisioterapia respiratória também possui grande significância para a qualidade de vida da criança com SD, uma vez que portadores desta condição apresentam cardiopatia congênita e baixa capacidade respiratória, devido fraqueza muscular da caixa torácica, podendo desenvolver com maior facilidade episódios de infecções do trato respiratório superior. A fisioterapia cardiopulmonar atua no fortalecimento das estruturas respiratórias, auxilia na desobstrução das vias aéreas, promove maior expansão pulmonar e de forma geral, previne possíveis quadros de piora. 5- 11

A gameterapia é outra alternativa de tratamento, que utiliza jogos e brincadeiras lúdicas propondo uma aprendizagem de forma agradável, com intuito de agregar na reabilitação do paciente. O uso de recursos recreativos aumenta a motivação e confiança do paciente, e apresenta benefícios até mesmo para o profissional por ser uma modalidade que pode ser adaptável e personalizada de acordo com as preferências e necessidades do paciente, e apresentam um feedback simultâneo. Por meio de dinâmicas, videogames e equipamentos de realidade virtual, é possível desenvolver as principais dificuldades apresentadas pelos pacientes e adquirir novas habilidades como aprimoramento da coordenação, raciocínio lógico, equilíbrio, agilidade e concentração. A montagem da conduta depende da criatividade do fisioterapeuta que pode utilizar um leque de opções divertidas para se usar, desde que tenha como objetivo gerar independência e reintegrar pacientes à realização de tarefas diárias. 5- 11

A cinesioterapia é um conjunto de exercícios terapêuticos que traz a recuperação funcional do corpo, através de movimentos. O atraso motor é um sinal muito característico de crianças lactentes portadoras de SD. Estudos indicam que o nível de motricidade e força das crianças com a síndrome é inferior ao das que não possuem a condição, apresentando dificuldades em realizar habilidades. 5-11

Nota-se ainda um atraso do reflexo motor, que ocorre devido a resposta ser processada a nível de medula espinhal, não tendo a ação do córtex cerebral. Quando há a junção da hipotonia muscular com os atrasos reflexos e motores, tem-se uma resposta muscular com contração lenta e ineficaz, afetando de forma direta as competências funcionais. 5-11

O controle postural é a capacidade de atingir e manter o total equilíbrio do tronco diante de alguma postura adotada, e se uma criança o desenvolve significa que seu sistema sensório motor funciona corretamente. Crianças com SD apresentam dificuldades em adquirir o controle postural ainda na fase da primeira infância (0-3 anos de idade) devido as disfunções musculares e neurológicas, o que pode acarretar ao déficit postural e demais problemas, visto que é por meio dessa posição que é permitido a realização de outras posturas e atividades funcionais do dia a dia. 5- 11

Diante do exposto, o principal é objetivo da estimulação motora é fortalecer a musculatura, desenvolver o equilíbrio, melhorar a postura e a marcha, além de diversos benefícios que podem ser adquiridos, com intuito de gerar maior independência, funcionalidade e qualidade a vida durante a infância e vida do portador de SD. 5- 11

Na estimulação sensorial são feitos exercícios que envolvam os cinco sentidos da criança, para que dessa forma haja aprimoramento da percepção sensorial, através de objetos e brinquedos com cores vivas, materiais texturizados, que emitam sinais luminosos e sons. 5- 11

Existem ainda o uso de técnicas convencionais, como Bobath e Kabat. O método

Bobath tem como principal fundamento a realização de exercícios no solo ou com bola com auxílio do terapeuta através do contato manual, de forma que estimule a resposta do SNC. Tem como resultado o alinhamento postural, fortalecimento muscular, facilitação ao se movimentar, ganho da neuroplasticidade, garantindo eficiência na reabilitação motora e na qualidade de vida. Na técnica Kabat é um tipo de facilitação neuromuscular propioceptiva, que tem como objetivo aprimorar os movimentos que envolvem a coordenação motora e reestabelecer a força muscular dos membros. 5- 11

A família também tem um significativo papel durante o crescimento dos portadores de SD. Um papel importante que deve ser exercido pela equipe multidisciplinar é passar as devidas orientações aos pais e responsáveis da criança com SD. É indicado que o fisioterapeuta, passe quais os exercícios que devem ser feitos em casa, detalhes importantes a serem aplicados na rotina da criança, formas de estimular a criança em casa, e apresentar ideias e sugestões de tarefas. Dessa forma, o tratamento se torna mais eficaz, uma vez que o diálogo direto entre responsável e terapeuta promove um melhor conhecimento a respeito da evolução e desenvolvimento do paciente. 5- 11

4. Resultados e discussão 

Os tratamentos propostos apresentaram ótimos resultados na vida dos pacientes. Dentro os diversos tipos de tratamento podem ser aplicados aquele que o profissional achar que será melhor, avaliando o grau de comprometimento e respeitando a individualidade de cada um, conforme o que cada um necessita.

5- 11

Os portadores de SD carecem de um atendimento multidisciplinar, visto que apresentam limitações físicas, psicológicas e fisiológicas. Ter um profissional capacitado para atender cada uma das demandas deste individuo, torna-o mais independente e funcional.  A atuação de um fisioterapeuta é essencial dentro de uma equipe multidisciplinar, pois seu principal papel é estimular e desenvolver as habilidades motoras e cognitivas da criança, desde seus primeiros dias de vida, por meio da plasticidade neuronal. Através deste tratamento a criança superará suas barreiras físicas e fisiológicas, garantindo a ela autonomia e independência. 5- 11

O tratamento precoce oportuniza ao portador de SD maiores desenvolvimentos motores, sociais, linguísticos, socioafetivos e dentre outros aspectos. Apesar de não haver cura, o tratamento é fundamental ainda mais se realizado de forma precoce, já que impede a formação de limitações e déficits. 5- 11

Para o portador de SD ainda existem muitos obstáculos físicos e culturais, impostos pela sociedade, que veem essas pessoas com olhar capacitista. Oferecer a esses indivíduos uma chance de ser incluído em ambientes sociais tem como resultado o aumento da expectativa e qualidade de vida, portanto é de extrema importância que a sociedade ofereça oportunidades dignas na vida, visando garantir um envelhecimento saudável. 5- 11

Está, de certa forma, enraizado na sociedade o pensamento que as intervenções fisioterapêuticas são voltadas apenas para o desenvolvimento motor, o que na realidade é uma inverdade. A fisioterapia envolve e considera o desenvolvimento humano de uma forma holística, não olhando somente a uma parte específica. Melhorar as habilidades físicas, como andar, pular e fortalecer músculos, por si só, não é suficiente para garantir que uma pessoa com síndrome de Down se integre na sociedade. É importante não apenas focar em metas técnicas, mas também considerar o que a pessoa realmente deseja fazer e alcançar. Pessoas com síndrome de Down têm desafios únicos em seu desenvolvimento, então não devemos apenas nos concentrar em aspectos técnicos, mas entender suas necessidades e desejos de maneira mais completa. 5- 11

5. Considerações finais

O tratamento fisioterapêutico se mostrou essencial na vida do indivíduo com Síndrome de Down, contribuindo desde o nascimento até a fase adulta. É de suma importância que a estimulação precoce seja aplicada, para que esse bebê cresça de forma funcional e saudável

Referências
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