TRATAMENTO DE NEURODERMITE COM USO DE ALTA FREQUÊNCIA: RELATO DE CASO

TREATMENT OF NEURODERMIT USING HIGH FREQUENCY – CASE RELATED
1Vivian Petrin Perfeito Brandão, 1Alessandra Bessa Lima, 1Kelli Veiga Nimeth, 2Fábio dos Santos Borges
1Programa de pós-graduação Lato Sensu em Fisioterapia Dermato-Funcional da Universidade Gama Filho-SP
2Fisioterapeuta, mestre em Ciências Pedagógicas, docente da Universidade Estácio de Sá-RJ.
Endereço para correspondência: Vivian P. P. Brandão. Travessa Arraias n.º 80, Vila Augusta – Guarulhos – São Paulo, Brasil, CEP 07040-180. petrin_vivi@yahoo.com.br
RESUMO
Este relato de caso avaliou eficácia do aparelho de alta freqüência com o objetivo de obter cicatrização no tratamento de uma paciente com 56 anos de idade com neurodermite generalizada, diabética e hipertensa. A ferida apresentava 1cm2 de extensão e estava aberta por cerca de 10 meses, tendo a paciente buscado inúmeros recursos de tratamentos. O protocolo de tratamento foi realizado durante oito dias consecutivos, sendo aplicado protocolo específico durante dez minutos duas vezes por dia. O trabalho foi avaliado diariamente por foto documentação e três vezes através do gabarito de papel. Verificamos que o resultado foi eficaz com a utilização do aparelho de Alta Freqüência como recurso potencializador do processo de cicatrização, apresentando uma melhora de 55% no processo de reparação tecidual no 4º dia de atendimento e reparação total no 9º, ou seja, o crescimento final do tecido fibroso, também conhecido como remodelagem. O que nos permitiu concluir que o efeito positivo na redução do processo inflamatório foi evidente, resultando na aceleração da cicatrização da ferida.
Palavras-chave: Alta Freqüência, neurodermite, cicatrização, reparo tecidual, eczema.
ABSTRACT
This case report evaluated the effectiveness of high frequency device with the purpose of obtaining healing in the treatment of a patient with 56 years of age with widespread neurodermite, diabetic and hypertensive. The wound was 1cm2 in size and was open for about 10 months, the patient sought treatment from numerous resources. The protocol of treatment was performed for eight consecutive days, applied specific protocol for ten minutes twice a day. The work was evaluated daily for photo documentation and three times through the feedback of paper. We find that the result was effective with the use of equipment such as High Frequency feature enhanced the healing process, showing an improvement of 55% in the process of tissue repair in the 4th day of service and repair in total 9, or the final growth of fibrous tissue, also known as remodeling. We concluded that the positive effect in reducing the inflammatory process was evident, resulting in accelerating the healing of the wound.
KEY WORDS: High Frequency, neurodermite, healing, tissue repair, eczema.
INTRODUÇÃO
Durante séculos, o tratamento de feridas variou com o objetivo de melhores resultados cicatricial em menor tempo possível. Em uma revisão de literatura, Andrade descreve que já na pré-história vários agentes como extratos de plantas, água, neve, gelo, frutas e lama eram aplicados sobre as feridas. Na Mesopotâmia, elas eram lavadas com água ou leite e o curativo era realizado com mel ou resina. Lã de carneiro, folhas e cascas de árvore eram utilizadas para sua cobertura. Os egípcios concluíram que uma ferida fechada cicatrizava mais rápido do que aberta, por isso, utilizavam tiras de pano para manter unidas as margens da lesão. Hipócrates sugeria que as feridas contusas fossem tratadas com calor e pomadas para promover a supuração, remover material necrótico e reduzir a inflamação. No início da era cristã, Celsus preconizava o fechamento primário das feridas recentes e desbridamento das contaminadas para posteriormente poderem ser suturadas.1
O sistema tegumentar (do latim, tegere, cobrir, revestir) consiste no maior órgão do corpo humano e uma das suas principais funções é a proteção da estrutura subcutânea do meio ambiente, evitando a entrada de microorganismo lesível ao corpo humano, quando ocorre algum tipo de lesão na pele ela tem a capacidade de se regenerar, às vezes esta regeneração pode estar prejudicada ou diminuída podendo haver infecção decorrente de um contado com uma bactéria. 2
A pele possui apenas um número limitado de maneiras pelas quais consegue reagir. Conseqüentemente, o padrão mais comum, que é o eczema, não é um distúrbio homogêneo e não constitui um diagnóstico em si mesmo, embora seja, similarmente à anemia um conjunto de sintomas e sinais físicos que exige classificação para determinar suas origens. Os termos ‘eczema’ e seu correlato ‘dermatite’ são insatisfatórios. 3
O eczema possui vários estágios que dependem do grau de inflamação da pele. Esses estágios são conhecidos como agudo, subagudo ou crônico e um ou todos esses estágios podem estar presentes num paciente em qualquer dado momento. Os vasos sanguíneos estão dilatados (encontrados clinicamente com eritema) e são circundados por células inflamatórias que migram até a epiderme, resultando numa quantidade variável de edema, tanto entre as células epidérmicas (espongiose) como dentro delas. A barreira epidérmica esta desorganizada no eczema, isto predispõe a infecção, conseqüentemente as células epidérmicas funcionam mal e, assim, o epitélio fica espessado (acantose) com produção em excesso de ceratina (hiperceratose) e escamação. 3
Aparentemente, não há relação com alergia, mulheres são geralmente mais acometidas com o início geralmente entre os 20 e 50 anos, sendo rara em negros e mais comum em asiáticos. 4
A cicatrização de feridas consiste em uma perfeita e coordenada cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a repavimentação e a reconstituição do tecido, a cicatrização de feridas ocorre inicialmente com resposta inflamatória, caracterizada pelo aumento de fluxo sangüíneo, permeabilidade capilar e migração de leucócitos para a região lesada. A permeabilidade capilar promove extravasamento de plasma e seus componentes com formação de exsudato inflamatório. Inicialmente, a ferida é preenchida por coágulo, fibrina e exsudato formam uma crosta que a isola do meio ambiente quase que imediatamente. O tecido de granulação ao se contrair, retrai as bordas da ferida para o centro da lesão, permitindo que a área a ser reepitelizada se torne menor. Quando o tecido de granulação é excessivo, pode ocorrer retardamento da cicatrização. 5
O ozônio foi descoberto em 1840 por Schönbein pela observação de um odor característico quando o oxigênio era submetido a uma descarga elétrica, e pela freqüência sistemática que isto ocorria, sendo inicialmente chamado de oxigênio ozonizado. Em 1857, Werner von Siemens desenvolveu o primeiro gerador de ozônio, e através da utilização deste equipamento Kleinmann conduziu seus primeiros estudos sobre a ação deste composto em bactérias e germes, e depois em mucosas de animais e humanos. em 1870 assistiu-se ao primeiro relatório sobre o ozônio a ser utilizada terapeuticamente para purificar sangue, por C. Mutuante na Alemanha. Durante a Guerra Mundial, o ozônio foi utilizado para tratar feridas, trincheira pé, gangrena e os efeitos de gás venenoso. Após praticamente 100 anos Hänsler desenvolveu seu primeiro equipamento médico com dosagens precisas da mistura de oxigênio e ozônio abrindo então um grande espectrum de aplicações terapêuticas. 6
Ozônio terapia é um dos mais poderosos e versáteis recursos de terapêutica conhecida hoje. Extensa investigação médica sobre ozônio tem sido feito principalmente na Europa. Graças ao seu mecanismo de ação, o ozônio tem efeitos benéficos sobre cada parte do corpo. Os efeitos incluem: inativação de bactérias, vírus e fungos: Ozônio perturba a integridade da célula, em fungos, o ozônio inibe o crescimento celular em determinadas fases. Com vírus, o ozônio interrompe o ciclo reprodutivo pela interrupção do vírus a célula. 6
O tratamento médico com ozônio foi introduzido no Brasil em 1975, pelo médico paulista Dr.Henz Konrad, que utiliza esse método com sucesso até os dias atuais. Hoje, após 125 anos de uso, a ozonioterapia é uma modalidade terapêutica reconhecida em muitos países. 7
O aparelho de alta freqüência trabalha com correntes alternadas de alta freqüência, entre 100.000 e 200.000 Hz, com uma tensão que oscila entre 25.000 e 40.000 V e uma intensidade de ordem de 100mA, o aparelho consiste num gerador de alta freqüência, em um porta eletrodos e em diversos eletrodos de vidros. Os eletrodos são ocos ou contêm em seu interior um vácuo parcial, ar rarefeito ou outro gás. O uso do aparelho de alta freqüência na superfície da pele provoca a formação de ozônio (O3), e este por ser uma substância instável se decompõem rapidamente em oxigênio molecular (O2) e em oxigênio atômico (O). A ação desinfetante do ozônio reside na grande agressividade do oxigênio atômico nascente, liberado durante a decomposição do ozônio (O3 = O2 + O). 8
O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia do aparelho de Alta Freqüência como recurso potencializador do processo de cicatrização em um caso de lesão por neurodermite localizado na região torácica.
MATERIAIS E MÉTODOS
Participou do estudo uma paciente do sexo feminino com cinqüenta e seis anos de idade, com neurodermite generalizada, diabética e hipertensa, relatando ter consultado diversos médicos por cerca de quinze anos sempre com o mesmo quadro clínico, e somente em julho de 2006, obteve o diagnóstico de neurodermite ou Líquen Simples Crônico.
A paciente relatou ainda que esteja tratando a doença, porém, sem sucesso, utilizando recursos como corticosteróides tópicos e anti-histamínicos, medicamentos que muitas vezes de alto custo e com reações adversas, como por exemplo, sonolência e quadros de neurose.
Por ser uma patologia caracterizada por liquenificação de lesões em várias regiões, determinamos o acompanhamento de apenas um acometimento, localizado na região torácica, hemicorpo D, apresentando 1 cm2 de extensão. A paciente informou que esta ferida estava aberta por cerca de dez meses e já havia utilizado medicamentos locais sob prescrição médica e não havia obtido a cicatrização.
Foi utilizado o aparelho portátil de Alta Freqüência fabricado pela Skiner modelo, SA3, com um eletrodo de vidro “tipo bico”, e a técnica determinada para a terapia foi à aplicação à distância ou com faíscamento direto, com distância de 1 cm entre a pele da voluntária e o eletrodo, com intensidade suportável (neste aparelho não existe a possibilidade de descrever o nível do potenciômetro, pois este é apontado em forma de um desenho de escala).
O tempo de aplicação foi de dez minutos, com freqüência de duas vezes por dia, por um período de oito dias consecutivos. Antes de cada atendimento, foi realizada uma higienização prévia da pele da voluntária com algodão umedecido em soro fisiológico, tendo assim, a certeza que não tínhamos qualquer tipo de produto ou medicamento no local a ser tratado. Além disso, a paciente foi orientada a não usar qualquer tipo de medicamento durante o tratamento com a Alta Freqüência. Após a utilização do aparelho, o eletrodo era higienizado com álcool a 70%.
A ferida foi avaliada nove vezes por foto-documentação, sempre antes das aplicações e utilizando uma fita métrica inelástica e também avaliada com o recurso do gabarito de papel por três (3) vezes, no qual o método consistiu em colocar um papel vegetal sobre a ferida fazer o contorno da mesma, recortar o papel e pesar o molde em uma balança analítica para tal avaliação.
RESULTADOS
Na 1º avaliação pré-atendimento a ferida apresentava extravasamento de soro, leve edema e eritema, com avaliação do gabarito de papel pesando 0,048 gramas (Figura 1).
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Figura 1 – No 1º dia observamos a presença de extravasamento de soro, com a área ao redor da lesão edemaciada, eritematosa e com um pouco mais que 1cm de diâmetro.
No 4º dia, antes da aplicação a lesão apresentava diminuição de eritema, diminuição significativa do perímetro da lesão e aumento da escamação, com avaliação do gabarito de papel pesando 0,021 gramas (Figura 2).
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No 9º dia, cicatrização completa não houve a aplicação, apenas o registro de foto-documentação (Figura 4).
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Figura 4 – No  9º dia não houve necessidade de aplicação de alta freqüência, uma vez que a cicatrização já estava completa.
Para calcular as porcentagens de área de necrose foi utilizado, no sétimo dia o método do gabarito de papel  (Figura 5) descrito por Sasaki e Pang. 9 O método consistiu em desenhar e pesar um molde, em papel transparente, de todo o retalho e, posteriormente, retirar desse molde a área de necrose. Em seguida, utilizar a seguinte fórmula:
 
Porcentagem da área de necrose =
Peso do molde de papel da área de necrose___ x 100
Peso do molde de papel da área total do retalho
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Figura 5 – Método do Gabarito de Papel mostrando o acompanhamento da cicatrização da lesão.
DISCUSSÃO
Os estudos que envolvem estimulação elétrica como terapêutica para a reparação tecidual, datam da época de 1700, quando eram utilizadas finas chapas de ouro, carregadas eletricamente sobre feridas para facilitar a cura. Os estudos sobre esse recurso foram tendo maior desenvolvimento a partir da década de 60, quando a eletroterapia tornou-se enfoque de pesquisadores e terapeutas. 10
Os efeitos bactericidas e anti-sépticos são os principais efeitos do aparelho de alta freqüência, que ocorre pela formação do ozônio na superfície da pele. As faíscas que saltam entre a superfície do eletrodo e a pele geram o ozônio a partir do oxigênio ambiental. O ozônio formado possui ação muito oxidante, e, portanto é um bom bactericida, germicida e anti-séptico em geral. Além da ação bacteriana, Soriano et al, relataram que a alta freqüência pode atenuar a atividade das toxinas bacterianas. 8
O ozônio (O3), após produzido, se decompõe rapidamente em oxigênio molecular (O2) e em oxigênio atômico (O). Este ultimo tem em seu mecanismo antimicrobiano a lise da membrana dos agentes após oxidação, pelo seu alto potencial oxidativo (2,07 V). 11
Lake et al avaliaram a ação antiinflamatória e antimicrobiana de injeção intravítrea de ozônio diluído em solução salina balanceada em modelo experimental de endoftalmite por Staphylococcus epidermidis em coelhos, e verificaram que o ozônio diminui significativamente a reação inflamatória no modelo de endoftalmite pesquisado. Segundo os autores, isso ocorreu possivelmente devido à redução de carga bacteriana provocada pelo ozônio. Velano et al, também verificaram a ação do gás ozônio dissolvido em água preparada com suspensões de Staphylococcus Aaureus. Os resultados indicaram um efeito antibacteriano significativo. 8
Conforme Vivier3, as lesões de Neurodermite são unilaterais correspondendo ao lado dominante do paciente e intensificada nas dobras cutâneas, o que contradiz ao caso desta paciente, pois após avaliação física foram constatadas lesões por todo o corpo.
De acordo com o manual Merck4, o tratamento médico convencional realizado na neurodermite é o controle do prurido a base de corticosteróide tópicos (creme local) e com melhores resultados quando utilizado curativo oclusivo de fluorandrenolida, em caso de lesão pequena e aplicado corticóide, sendo que estes medicamentos levam a efeitos colaterais.
Este estudo viabiliza o uso do alta freqüência em pesquisas que visem favorecer a reparação tecidual como foi observada na figura 1 comparada com a figura 2 uma vez que já havia acontecido a hemóstase que significa a prevenção da perda de sangue, o que acontece sempre que um vaso é lesionado ou rompido. 10 A paciente tratada neste estudo apresentou evolução no quadro de cicatrização após o acompanhamento de oito dias consecutivos de atendimento com um protocolo individualizado. Apesar de ser um estudo de caso e não apresentar casos comparativos foi mostrado que a estimulação acelerou o processo de reparação tecidual, uma cicatrização eficaz e sem efeito colateral em poucos dias, quando comparado com o tratamento médico convencional, e também pelo fato das outras lesões existentes no corpo que não receberam o tratamento com Alta Freqüência não apresentarem reparo tecidual estimulado.
Não há protocolo de tratamento específico para reparação tecidual, mas a utilização do alta freqüência, vem sendo investigada, mesmo assim, têm se evidenciado efeitos benéficos e resultados satisfatórios com efeito bactericida, fungicida e cicatrizante sem efeitos colaterais. Borges e Borges8 verificaram ótimo resultado no tratamento de úlcera de pressão com o alta freqüência, comprovando a evolução do tratamento com o protocolo de 5 semanas de tratamento realizado diariamente, três vezes por dia, por 15 minutos de estimulação no interior e ao redor da lesão. Barros et al7 estudaram o caso de verruga ungueal causada por virose, após três meses de aplicação do protocolo, 15 minutos três vezes ao dia, demonstrou que o Alta Freqüência foi eficaz proporcionando a regeneração tecidual completa no local da lesão (melhora do trofismo) e o aspecto amarelado sempre presente na unha, desapareceu. Higa et al12, apresentaram o efeito fungicida deste recurso sobre cultura de Candida tropicalis in vitro, a alta freqüência foi aplicada com eletrodo em forma de bico, por 5 minutos sobre colônias isoladas em levedura, foi realizada nova repicagem das colônias submetidas à aplicação do aparelho e da placa controle em placas estéreis para verificar crescimento de novas culturas após 48 horas, verificou que 90% das placas que foram submetidas à ação do aparelho de alta freqüência não foram constatados crescimento de Cândida tropicalis, portando, o aparelho proporcionou um efeito fungicida.
Um dos problemas gerados na literatura referente à estimulação elétrica para a cicatrização de feridas é a existência de várias abordagens possíveis, diversas variações em cada área, e a ausência de experimentos controlados com grande número de indivíduos amostrados. Os mecanismos pelos quais a estimulação elétrica alcança seus resultados estão pouco esclarecidos e, embora claramente existam ligações que podem ser estabelecidas entre os efeitos hipotéticos do tratamento e o resultado da intervenção, ainda permanece tênue a base teórica para o tratamento em discussão. Apesar disto, a tendência geral dos artigos gerados pela pesquisa clínica favorece uma dominância de efeitos benéficos, e apenas uma minoria dos experimentos cita efeitos nulos ou negativos. 13 Esta situação também é verificada no uso do alta freqüência, pois apesar de já encontrarmos na pratica clinica bons resultados no uso deste recurso como reparador tecidual, fato este verificado neste estudo, há ainda carência de parâmetros fidedignos de dosagem e números de sessões para um resultado mais rápido. Entretanto, por ser um recurso de baixo custo e não apresentar efeitos colaterais os estudos deveriam ser intensificados e divulgados.
CONCLUSÃO
O resultado foi eficaz com a utilização do aparelho de Alta Freqüência como recurso potencializador do processo de cicatrização, apresentando uma melhora de 55% no processo de reparação tecidual no 4º dia de atendimento e reparação total no 9ºdia, ou seja, o crescimento final do tecido fibroso, também conhecido como remodelagem. O que nos permite concluir que, o efeito positivo na redução do processo inflamatório é evidente, resultando na aceleração da cicatrização da ferida.
Conforme o material apresentado neste estudo, os resultados clínicos comprovam os efeitos significativos, na descrição de lesões que resistiram a muitas modalidades de tratamentos, com a utilização do alta freqüência propiciando efeito positivo na redução do processo inflamatório, atividade reparadora em decorrência dos seus efeitos bactericida e anti-séptico, e melhorando o trofismo dérmico, com a promoção da cura total, portanto, este seria o recurso terapêutico mais indicado para uma terapia com relativo tempo de tratamento, mais adequado a reabilitação de pacientes no contexto socioeconômico atual, onde o tempo de reabilitação e de terapia devem ser os menores possíveis, e a reabilitação a melhor possível.
Consideramos que existe uma necessidade de mais estudos controlados e com número maior de participantes para atestar a real eficácia deste recurso como potencializador do reparo tecidual em Neurodermite.
REFERÊNCIAS
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3-Vivier AD. Atlas de Dermatologia Clinica. 2ºed. São Paulo: Manole; 1995. Cap3. P.3.1 – 3.16.
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5-Robbins SL, Cotran RS, Kumar V. Fundamentos de Robbins Patologia Estrutural e Funcional. 2º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1996. Cap3. P.22-42
6- Pressman S. The Store of Ozone. 1ª Conferência do uso Médico e Odontológico do Ozônio, 1., 2004,São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 29 jan. 2009.
7 – Barros VCC, Santos VNS, Borges FS. Tratamento de verruga ungueal causada por hpv com o uso do gerador de alta freqüência: relato de caso. Revista de Especialização em Fisioterapia. Vol. 1 – nr 2 – out/nov/dez – 2007. Disponível em: < www.proffabioborges.com>. Acesso em 23 set. 2008
8- Borges FS, Borges FBS. Alta Freqüência. In: Borges FS. Dermatologia Funcional Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. Phorte São Paulo; 2006. cap 2. p. 73-83.
9 -Sasaki GH, Pang CY. Hemodinamics and viability of acute neurovascular island skin flap in rats. Plast Reconstr Surg 1980; 65:152-58.
10 -Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 9ºed. Rio de Janeiro; Guanabara. 1997. Cap32. p.421.
11 – Fleichli JG, Laughlin TJ. Electrical stimulation in would healing. The journal of foot & Ankle Surgery. v.36, n. 6. p. 457-461, 1997.
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13- Kitchen S, Young S. Reparo dos Tecidos. Howe T. Correntes de Baixa Freqüência: Introdução. Watson T. Estimulação Elétrica para a Cicatrização de Feridas. In: Kitchen S; Bazin S. Eletroterapia de Clayton. 10ºed. São Paulo; Manole. 1998. P.311-337.