REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202411161045
Claudia Borges dos Santos Leal;
Orientador(a): Professora Karina D’ Elia Albuquerque.
RESUMO
O presente trabalho aborda um caso de esporotricose felina tratado com a combinação de itraconazol e óleo de girassol ozonizado, visando avaliar a eficácia dessa abordagem integrada no manejo das lesões e na recuperação do paciente. A esporotricose, uma micose subcutânea de importância zoonótica, é uma preocupação crescente, especialmente em áreas endêmicas. O estudo apresenta uma análise detalhada da evolução clínica do felino, comparando o protocolo utilizado com tratamentos tradicionais baseados apenas no uso de antifúngicos sistêmicos. A metodologia utilizada incluiu um relato de caso e pesquisa bibliográfica. Os resultados indicaram que a terapia combinada foi capaz de promover uma recuperação mais rápida e eficiente, sem complicações significativas. As considerações finais apontam para a importância de explorar novas abordagens terapêuticas no manejo da esporotricose e de implementar medidas preventivas para reduzir a transmissão zoonótica. O estudo contribui para a prática veterinária e para a saúde pública ao sugerir alternativas viáveis e menos agressivas para o controle da doença.
Palavras-chave: Esporotricose. Felinos. Tratamento Integrado. Óleo Ozonizado. Zoonoses.
1 INTRODUÇÃO
A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungos do gênero Sporothrix, caracterizada por uma ampla distribuição geográfica e de ocorrência crescente, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. A infecção afeta tanto humanos quanto animais, sendo os felinos domésticos uma das principais fontes de transmissão zoonótica, devido à alta carga fúngica presente nas lesões e garras. A doença é particularmente relevante em áreas urbanas, onde o contato entre humanos e felinos é mais intenso, contribuindo para a disseminação e amplificação do problema (Moreira et al., 2022).
No Brasil, o estado do Rio de Janeiro tem sido uma área endêmica de destaque, com surtos e casos recorrentes de esporotricose em gatos e humanos. Em felinos, a doença pode se manifestar na forma cutânea localizada ou disseminada, podendo evoluir para formas mais graves e sistêmicas. A natureza crônica e a capacidade de afetar diferentes órgãos tornam a esporotricose um desafio clínico e terapêutico, tanto para médicos veterinários quanto para profissionais de saúde pública (Bison et al., 2020).
Este trabalho se delimita na apresentação de um relato de caso de esporotricose felina em um gato SRD, tratado com um protocolo combinado de itraconazol, iodeto de potássio e óleo de girassol ozonizado. O problema de pesquisa consiste em verificar a eficácia de uma abordagem terapêutica alternativa e integrada no tratamento de lesões fúngicas cutâneas em felinos, especialmente em casos resistentes ou de difícil manejo.
As hipóteses sugerem que a combinação terapêutica proposta possa acelerar o tempo de cicatrização das lesões, minimizar recidivas e oferecer um tratamento menos invasivo para o paciente, reduzindo os efeitos colaterais comuns associados ao uso prolongado de antifúngicos isolados. A aplicação tópica de óleo de girassol ozonizado, por exemplo, pode contribuir para uma cicatrização mais eficiente, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes.
O objetivo geral deste estudo é relatar e avaliar a evolução de um caso clínico de esporotricose em felinos, utilizando um protocolo terapêutico combinado. Os objetivos específicos são: (1) descrever as manifestações clínicas iniciais do paciente, (2) apresentar o protocolo de tratamento utilizado e (3) discutir os resultados obtidos, com enfoque no tempo de cicatrização e na ausência de recidiva após o término do tratamento.
A relevância deste trabalho reside na contribuição para o desenvolvimento de protocolos terapêuticos mais eficazes e menos tóxicos no manejo da esporotricose felina. O estudo também destaca a importância de terapias combinadas que possam ser replicadas em contextos clínicos semelhantes, promovendo um manejo mais eficiente e com menor risco de complicações.
A metodologia utilizada baseia-se em pesquisa bibliográfica e em um relato de caso clínico, no qual foram analisadas a evolução do tratamento e a resposta terapêutica do paciente felino. O estudo de caso incluiu a coleta de dados clínicos e a aplicação do protocolo terapêutico durante um período de 45 dias, seguido de um monitoramento contínuo para avaliação de possíveis recidivas.
Este trabalho está estruturado em quatro capítulos. O primeiro capítulo apresenta a introdução, contextualizando a esporotricose e sua relevância. O segundo capítulo consiste em uma revisão bibliográfica sobre a epidemiologia, patogenia e tratamento da esporotricose. O terceiro capítulo descreve o estudo de caso clínico, apresentando as etapas do tratamento e os resultados obtidos. O quarto capítulo apresenta as considerações finais, discutindo os principais achados e implicações para o manejo clínico de esporotricose em felinos.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Aspectos clínicos e epidemiológicos da Esporotricose Felina
A esporotricose é uma infecção fúngica crônica e de ocorrência global, com prevalência significativa em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a doença é considerada endêmica em algumas áreas, particularmente no estado do Rio de Janeiro, onde ocorrem surtos frequentes tanto em felinos quanto em humanos. A prevalência está associada a fatores ambientais, como temperatura e umidade, que favorecem o crescimento dos fungos do gênero Sporothrix, além de questões socioeconômicas que impactam a vigilância e o controle da doença (Bison et al., 2020).
Além de fatores ambientais, as condições socioeconômicas desempenham um papel fundamental na disseminação da esporotricose. Regiões com alta densidade populacional, habitações precárias e presença de animais de rua são mais suscetíveis à disseminação do patógeno. A ausência de políticas públicas eficazes de controle animal e a baixa conscientização da população sobre o manejo adequado de animais infectados contribuem para a manutenção e amplificação da esporotricose em áreas urbanas (Gonçalves et al., 2019).
A transmissão ocorre principalmente através de traumas cutâneos, como arranhaduras e mordeduras de gatos infectados, que são os principais reservatórios e disseminadores do fungo. As lesões nos felinos costumam ser ricas em leveduras fúngicas, o que aumenta o potencial de transmissão para humanos e outros animais durante o contato direto. Além disso, os felinos são capazes de disseminar o patógeno para o ambiente, contaminando superfícies e objetos com suas garras e saliva (Schneider et al., 2022).
Em termos de manifestações clínicas, a esporotricose felina pode se apresentar de forma localizada ou disseminada, dependendo do grau de disseminação do fungo no organismo. As lesões cutâneas são as mais comuns, caracterizadas por nódulos e úlceras que, se não tratadas adequadamente, podem evoluir para abscessos profundos. Em casos mais graves, a infecção pode atingir órgãos internos, como pulmões, fígado e trato gastrointestinal (Guimarães & Guimarães, 2022).
A forma cutânea é a mais prevalente em gatos, especialmente em regiões como a face, orelhas e membros anteriores, que são mais expostos durante as interações territoriais. Os machos não castrados são frequentemente mais acometidos, o que sugere que o comportamento territorial e a propensão a brigas contribuem significativamente para a infecção e transmissão do fungo. Além disso, felinos não castrados apresentam um risco maior de transmissão do patógeno devido à alta agressividade e ao aumento das lesões resultantes de disputas territoriais (Lucena et al., 2023).
Nos casos de esporotricose disseminada, a infecção se espalha para outras partes do corpo e pode causar linfadenite e linfangite, sendo possível observar sintomas respiratórios, como espirros e secreção nasal. A presença de lesões disseminadas e sintomas sistêmicos indicam um quadro clínico mais grave, que requer um manejo terapêutico mais agressivo e monitoramento constante para evitar complicações (Silva et al., 2020).
O diagnóstico da esporotricose felina é desafiador, uma vez que os sinais clínicos podem se confundir com outras doenças de pele, como criptococose e carcinoma de células escamosas. A confirmação diagnóstica geralmente é realizada por meio de cultura fúngica a partir de amostras de lesões cutâneas. No entanto, em áreas endêmicas, um diagnóstico presuntivo pode ser estabelecido com base no histórico clínico e nos sinais clínicos (Silva et al., 2022).
O aumento de casos em áreas urbanas tem implicações importantes para a saúde pública, uma vez que a proximidade entre gatos e humanos facilita a transmissão zoonótica Gatos infectados podem atuar como vetores na transmissão para humanos, especialmente para aqueles que lidam diretamente com animais, como veterinários, tratadores e tutores. Portanto, medidas de controle, como a castração de gatos errantes e o manejo adequado de animais doentes, são fundamentais para reduzir a disseminação da doença (Assis et al., 2022).
Estudos demonstram que a esporotricose é mais comum em gatos que têm acesso irrestrito à rua, pois esses animais estão mais expostos a traumas e interações com outros felinos infectados. A introdução de programas de castração e conscientização pública pode reduzir significativamente a prevalência da doença em áreas endêmicas. Além disso, campanhas educativas para tutores são essenciais para incentivar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado (Silva et al., 2023).
Em termos de profilaxia, a castração dos animais é uma medida preventiva recomendada, pois diminui a agressividade e o comportamento territorial, reduzindo assim a probabilidade de brigas e traumas (Moreira, Sette & Araújo, 2022). Além disso, o isolamento de animais com diagnóstico positivo e o uso de equipamentos de proteção individual durante o manejo são essenciais para evitar a transmissão zoonótica. É importante destacar que a esporotricose felina representa um desafio não apenas para a medicina veterinária, mas também para a saúde pública. A implementação de políticas públicas eficazes e a colaboração entre diferentes setores de saúde são necessárias para controlar a doença e proteger a população de novos surtos (Araujo, Gondim & Araujo, 2020).
2.2 Tratamento convencional e terapias alternativas na Esporotricose Felina
O tratamento convencional da esporotricose felina envolve o uso de antifúngicos como o itraconazol e o iodeto de potássio, que são considerados as principais opções terapêuticas para controlar a infecção. O itraconazol, um triazólico de ampla ação antifúngica, é geralmente administrado na dose de 5 a 10 mg/kg/dia durante um período mínimo de 30 dias após a cura clínica para evitar recidivas. A sua eficácia deve-se à inibição da síntese de ergosterol na membrana celular fúngica, sendo bem tolerado pelos felinos, apesar dos efeitos adversos como anorexia e hepatotoxicidade em casos de uso prolongado (Silva, 2020).
Além do itraconazol, o iodeto de potássio é utilizado em alguns casos como terapia complementar, especialmente quando há resistência ao tratamento inicial. Sua ação se baseia na modulação da resposta inflamatória e na estimulação da fagocitose dos patógenos fúngicos. Contudo, os efeitos adversos, como salivação excessiva e vômitos, limitam seu uso em felinos, tornando o controle dos sintomas um desafio para os veterinários (Silva, 2022).
A escolha entre as drogas depende do estado geral do animal, da gravidade das lesões e da presença de comorbidades. A combinação de itraconazol com iodeto de potássio pode ser eficaz para casos refratários ou disseminados, mas requer monitoramento contínuo devido ao risco aumentado de toxicidade. A monitoração é feita através de exames clínicos e laboratoriais para ajustar a dosagem conforme a resposta terapêutica (Guimarães & Guimarães, 2022).
Terapias alternativas e complementares, como o uso de óleo de girassol ozonizado, têm ganhado destaque nos últimos anos como adjuvantes ao tratamento convencional. O óleo ozonizado possui propriedades antimicrobianas e cicatrizantes, contribuindo para a reparação tecidual e controle das infecções secundárias. A aplicação tópica duas vezes ao dia mostrou resultados promissores em acelerar a cicatrização das lesões cutâneas, conforme observado em estudos clínicos recentes (Costa & Queiroz, 2023).
O uso de óleo ozonizado é uma alternativa segura e não invasiva que pode complementar a terapia antifúngica, minimizando o tempo de recuperação. A incorporação de terapias complementares no manejo de esporotricose felina pode reduzir a necessidade de doses elevadas de antifúngicos sistêmicos, diminuindo assim os riscos de toxicidade hepática e outros efeitos colaterais comuns (Moura, 2021).
Embora promissora, a eficácia do óleo ozonizado ainda é um tema de debate na comunidade veterinária. Estudos de caso, indicam que o óleo ozonizado atua melhor quando combinado com terapias sistêmicas, sugerindo que ele não deve substituir o uso de antifúngicos tradicionais, mas sim atuar como um suporte terapêutico (Fleck et al., 2019).
Outra opção estudada é a termoterapia local, onde o calor é utilizado para inibir o crescimento fúngico. A técnica, no entanto, é limitada pela dificuldade de aplicação em áreas corporais sensíveis e pela necessidade de sessões repetidas para alcançar resultados significativos. A termoterapia pode ser útil em lesões superficiais, mas sua eficácia em lesões profundas é questionável (Moreira et al., 2022).
Em adição ao tratamento com antifúngicos e terapias complementares, o manejo ambiental e a prevenção são cruciais para evitar a recidiva da doença. A remoção de fontes de infecção, como solo contaminado e plantas em decomposição, bem como a restrição de acesso dos gatos ao ambiente externo, são medidas essenciais. Essas práticas ajudam a reduzir o risco de reinfecção e a transmissão a outros animais e humanos (Bison et al., 2020).
A introdução de terapias combinadas tem mostrado resultados positivos em termos de redução do tempo de recuperação e melhora da qualidade de vida dos pacientes felinos. Em áreas endêmicas, é importante adotar uma abordagem integrada, envolvendo terapias sistêmicas, tópicas e ambientais para alcançar um controle eficaz da esporotricose (Guimarães & Guimarães, 2022).
Os desafios no tratamento da esporotricose também estão relacionados ao diagnóstico precoce. Casos avançados podem necessitar de intervenções cirúrgicas para a remoção de tecido necrosado e lesões resistentes. Em casos extremos, a combinação de antifúngicos orais e cirurgias de debridamento pode ser necessária para controlar a disseminação da doença e promover a cicatrização. O tratamento da esporotricose felina exige uma abordagem multidisciplinar, combinando terapias farmacológicas e não farmacológicas para garantir a recuperação total do paciente. As terapias alternativas, como o óleo de girassol ozonizado, são promissoras, mas ainda necessitam de estudos adicionais para consolidar sua eficácia em diferentes cenários clínicos (Silva, 2023).
2.3 Desafios no controle e prevenção da Esporotricose em Felinos
O diagnóstico da esporotricose felina em áreas endêmicas representa um grande desafio para a saúde pública e para os profissionais de saúde veterinária, principalmente devido à dificuldade em reconhecer os sinais clínicos nos estágios iniciais da doença. A detecção precoce é muitas vezes comprometida pela semelhança dos sintomas com outras doenças cutâneas, como dermatofitoses e infecções bacterianas, o que exige um diagnóstico diferencial detalhado. Além disso, a falta de infraestrutura para exames laboratoriais em algumas regiões dificulta a confirmação do diagnóstico, atrasando o início do tratamento (Silva, 2020).
Em locais de alta prevalência, como o estado do Rio de Janeiro, a disseminação rápida da esporotricose entre gatos e humanos demanda estratégias robustas de manejo clínico e epidemiológico. A identificação e a notificação de casos suspeitos são essenciais para o controle da doença. No entanto, muitas regiões carecem de programas de vigilância eficazes, o que leva a uma subnotificação e ao aumento de casos não diagnosticados, ampliando o potencial zoonótico e a carga da doença na comunidade (Silva, 2023).
O manejo clínico em áreas endêmicas envolve não apenas o diagnóstico correto, mas também a implementação de protocolos de tratamento e medidas de biossegurança para prevenir a transmissão a outros animais e a humanos. A alta densidade populacional de gatos em ambientes urbanos e periurbanos contribui para a disseminação do fungo, especialmente entre felinos de vida livre e semi-domiciliados, que têm maior contato com o ambiente externo e outros animais infectados (Cavalcante, 2023).
Entre as práticas de controle, o isolamento de gatos diagnosticados com esporotricose é uma medida fundamental para prevenir novas infecções. No entanto, o isolamento é muitas vezes impraticável em comunidades com recursos limitados e alta concentração de animais errantes. Araujo et al. (2020) apontam que a falta de locais apropriados para o isolamento e a dificuldade em controlar o trânsito de animais em áreas de risco são fatores que complicam a implementação dessas medidas, resultando na disseminação contínua do patógeno (Loli, Nalim, 2023).
Outro desafio significativo é a castração dos animais infectados, uma medida que visa reduzir o comportamento agressivo e territorialista, diminuindo assim o risco de brigas e, consequentemente, de transmissão do fungo entre felinos. Embora a castração seja uma estratégia recomendada, a adesão a essa prática é limitada, principalmente em áreas de baixa renda, onde os tutores têm pouco acesso a serviços veterinários e recursos para cobrir os custos do procedimento (Schneider et al., 2022).
Para combater a esporotricose em áreas endêmicas, é necessária uma abordagem integrada que envolva campanhas de conscientização, manejo clínico e medidas de controle ambiental. Campanhas educativas voltadas para a população são essenciais para aumentar a compreensão sobre a doença e incentivar a busca por atendimento veterinário precoce. A falta de informação e a negligência no manejo de animais infectados são fatores que perpetuam a disseminação da esporotricose (Moura, 2021).
A conscientização da comunidade é uma ferramenta poderosa para reduzir a propagação da doença. As campanhas devem focar não apenas nos tutores de gatos, mas também em profissionais de saúde e em grupos vulneráveis, como crianças e idosos, que são mais suscetíveis a infecções zoonóticas. A inclusão de agentes de saúde e de organizações não governamentais no controle da esporotricose pode ampliar o alcance das campanhas e promover um maior engajamento da comunidade (Gonçalves et al., 2019).
Além das campanhas de conscientização, a criação de políticas públicas específicas para o controle da esporotricose é uma necessidade premente. Em muitos municípios, a ausência de diretrizes claras sobre o manejo de gatos infectados dificulta a implementação de estratégias de controle efetivas. A introdução de programas de esterilização e de controle populacional pode ajudar a reduzir a densidade de gatos errantes, um dos principais fatores de risco para a disseminação da doença (Fleck et al., 2019).
A castração associada a campanhas de adoção também pode ser uma estratégia eficiente para controlar a população de gatos e reduzir a propagação da esporotricose. A adoção responsável de animais tratados e curados pode ser incentivada como parte de programas comunitários de controle de zoonoses. Essa abordagem reduz o número de gatos de vida livre, que são os principais disseminadores do fungo em áreas urbanas (Voese, 2021).
As dificuldades na implementação de medidas preventivas são exacerbadas pela falta de colaboração intersetorial entre órgãos de saúde pública e instituições veterinárias. Uma integrada, que envolva profissionais de saúde humana e veterinária, é fundamental para enfrentar a esporotricose de maneira eficaz. Sem uma cooperação adequada, as ações de controle permanecem fragmentadas e ineficazes, permitindo que a doença continue a se disseminar (Loli, Nalim, 2023).
Os desafios no controle e prevenção da esporotricose felina em áreas endêmicas requerem uma combinação de estratégias clínicas, educativas e de políticas públicas. A abordagem integrada, que considera os aspectos epidemiológicos, clínicos e sociais da doença, é essencial para reduzir a prevalência da esporotricose e proteger tanto a saúde animal quanto a humana (Silva, 2022).
3 RELATO DO CASO
O felino Bart, sem raça definida (SRD), foi atendido em 26 de outubro de 2022, apresentando múltiplas lesões ulceradas na região da face, mas com o plano nasal preservado. Ao exame inicial, as lesões tinham aspecto nodular e ulcerado, sugerindo um caso típico de esporotricose felina. Após a confirmação clínica, iniciou-se o tratamento com itraconazol na dose de 100 mg por dia, ajustada de acordo com o peso do paciente. Nos primeiros 30 dias, a administração do antifúngico sistêmico mostrou-se eficaz, com redução significativa no tamanho das lesões, embora ainda houvesse áreas abertas que exigiam intervenção adicional.
Figura 1 – Felino tratado – Bart
Após esse período inicial, a dosagem do itraconazol foi reduzida para 75 mg por dia para minimizar possíveis efeitos colaterais, como hepatotoxicidade e anorexia, comuns em tratamentos prolongados. Juntamente com a redução da dose de itraconazol, iniciou-se a aplicação tópica de óleo de girassol ozonizado diretamente nas lesões, duas vezes ao dia. O óleo de girassol ozonizado é reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes, promovendo uma melhora mais rápida no aspecto das feridas e auxiliando na recuperação tecidual (Costa & Queiroz, 2023).
Figura 2 – Felino com lesões extensas na face e região cervical causadas por Esporotricose.
Durante o tratamento com o óleo de girassol ozonizado, observou-se uma aceleração significativa no processo de cicatrização. Em aproximadamente 45 dias, todas as lesões faciais estavam praticamente fechadas, restando apenas uma pequena ferida de 1 cm, que cicatrizou por completo em mais 15 dias. A eficácia desse tratamento pode estar associada à capacidade do óleo ozonizado de aumentar a oxigenação local e promover a reparação celular, características que foram previamente documentadas na literatura (Assis et al., 2022). No caso de Bart, essa abordagem permitiu uma recuperação mais rápida do que o esperado para casos similares tratados exclusivamente com antifúngicos sistêmicos.
A resposta terapêutica observada no felino Bart confirma a eficácia do itraconazol como o antifúngico de primeira escolha para a esporotricose felina. No entanto, a introdução do óleo de girassol ozonizado como terapia adjuvante trouxe benefícios adicionais. Estudos relatam que o uso de agentes tópicos como o óleo ozonizado não só auxilia no controle local da infecção, mas também atua como uma barreira contra a proliferação de patógenos secundários, reduzindo a necessidade de aumentar as doses de antifúngicos sistêmicos (Silva et al., 2020).
Ao longo do tratamento, o felino Bart não apresentou sinais de efeitos adversos significativos ao uso contínuo de itraconazol, uma observação que está em concordância com a literatura, que documenta a boa tolerância dessa droga em gatos saudáveis. No entanto, é importante ressaltar que o uso prolongado de itraconazol deve ser monitorado, pois alguns animais podem desenvolver anorexia e elevações enzimáticas hepáticas. Nesses casos, a literatura recomenda ajustes na dose ou a interrupção temporária da medicação para evitar complicações mais graves (Gonçalves et al., 2019).
Comparando este caso com outros relatos, o protocolo utilizado mostrou uma eficácia superior, especialmente no tempo total de recuperação e na ausência de recidivas até o momento atual. A associação de terapias sistêmicas e tópicas parece ser uma abordagem promissora no manejo da esporotricose felina. A literatura aponta que a utilização combinada de antifúngicos e tratamentos tópicos contribui para uma cicatrização mais rápida e com menor incidência de complicações, o que reforça a importância de protocolos terapêuticos integrados (Moura, 2021).
Figura 3 – Felino em fase de cicatrização das lesões após tratamento de Esporotricose.
O uso de itraconazol em doses ajustadas, combinado com o óleo de girassol ozonizado, foi eficaz no controle das lesões de esporotricose em Bart, proporcionando uma recuperação rápida e completa. A ausência de recidivas e a tolerabilidade do tratamento destacam a importância de explorar abordagens terapêuticas complementares para o manejo da esporotricose felina, especialmente em casos resistentes ou com lesões extensas.
O protocolo terapêutico utilizado no caso de Bart, que incluiu itraconazol e óleo de girassol ozonizado, apresenta vantagens significativas quando comparado aos tratamentos tradicionais que utilizam apenas antifúngicos orais, como o itraconazol em monoterapia ou o iodeto de potássio. A monoterapia com itraconazol é amplamente reconhecida como o tratamento de escolha para esporotricose felina devido à sua eficácia na inibição da síntese de ergosterol, um componente essencial da membrana celular fúngica (Cavalcante, 2023).
No entanto, esse tratamento muitas vezes demanda um longo período de administração e pode estar associado a efeitos colaterais, como hepatotoxicidade e anorexia, especialmente em felinos com lesões extensas e disseminadas. Ao incluir o óleo de girassol ozonizado como terapia tópica, o tempo de recuperação foi reduzido, com uma cicatrização completa observada em 45 dias, enquanto a literatura aponta que a monoterapia com itraconazol pode levar de 60 a 90 dias para atingir resultados semelhantes (Fleck et al., 2019).
A utilização de óleo de girassol ozonizado, além de promover a cicatrização local, oferece um efeito anti-inflamatório que complementa a ação sistêmica do itraconazol, proporcionando um alívio mais rápido dos sinais clínicos. Assis et al., (2022) sugerem que a combinação de tratamentos sistêmicos e tópicos pode ser especialmente útil em casos onde há um risco aumentado de infecções bacterianas secundárias, uma complicação comum em lesões ulceradas.
Por outro lado, o uso isolado de iodeto de potássio como antifúngico sistêmico é menos frequente devido aos seus efeitos adversos mais pronunciados, como hipersalivação, vômitos e perda de apetite, tornando-o uma opção de segunda linha, geralmente reservada para casos refratários. Além disso, a eficácia do iodeto de potássio tende a ser inferior quando comparada ao itraconazol, resultando em um tempo de recuperação mais longo e maior probabilidade de recidivas. A literatura também relata que, em muitos casos, a terapia com iodeto é descontinuada antes do término adequado devido à intolerância dos animais ao medicamento (Voese, 2021).
Esses fatores reforçam a necessidade de explorar terapias adjuvantes que possam reduzir a dependência de doses elevadas de antifúngicos sistêmicos. A abordagem terapêutica combinada adotada no caso de Bart se mostrou mais eficaz e menos agressiva, resultando em uma recuperação mais rápida e com menor incidência de efeitos colaterais. Esse protocolo destaca-se como uma alternativa viável para casos de esporotricose felina, especialmente em situações onde o uso prolongado de antifúngicos sistêmicos representa um risco para a saúde do paciente.
A literatura sustenta que a adoção de tratamentos integrados pode otimizar a resposta terapêutica e minimizar o impacto dos tratamentos convencionais a longo prazo, sugerindo uma mudança de paradigma no manejo clínico da esporotricose felina. A esporotricose é uma zoonose emergente com crescente relevância no Brasil e no mundo, caracterizada pela transmissão de fungos do gênero Sporothrix entre animais e humanos, especialmente em áreas de alta prevalência. Os casos de infecção humana estão frequentemente associados ao contato com gatos infectados, que, por apresentarem alta carga fúngica nas lesões, se tornam fontes potenciais de infecção para humanos (Júnior et al., 2021).
Estudos indicam que o tratamento convencional da esporotricose felina com antifúngicos sistêmicos, como o itraconazol, pode levar de 60 a 90 dias para alcançar a cicatrização completa das lesões (Júnior et al., 2021). No entanto, ao incorporar o óleo de girassol ozonizado como terapia tópica adjuvante, o tempo de recuperação pode ser significativamente reduzido. De acordo com Costa e Queiroz (2023), o uso combinado de antifúngicos e óleo ozonizado promove uma cicatrização em aproximadamente 45 dias, acelerando o processo de recuperação. Assim, a diferença média no tempo de tratamento entre o protocolo convencional e o que inclui o óleo ozonizado pode variar entre 15 a 45 dias, tornando este último uma abordagem mais eficiente para o manejo da esporotricose.
No presente relato, três indivíduos desenvolveram lesões cutâneas após contato direto com o felino diagnosticado com esporotricose, corroborando com o observado na literatura, onde o contato com lesões de felinos é uma das principais vias de transmissão. Os pacientes apresentaram lesões ulceradas e nodulares nas mãos e face, indicando uma forma cutânea localizada, conforme ilustrado nas imagens anexadas. A literatura aponta que a maioria dos casos de esporotricose humana se manifesta dessa forma, devido à inoculação traumática do fungo na pele através de arranhaduras ou mordidas de gatos infectados (Loli, Nalim, 2023).
Figura 4 – Lesão ulcerada de esporotricose no couro cabeludo de paciente humano.
Em todos os casos relatados, as lesões evoluíram rapidamente após o contato inicial, com períodos de incubação variando entre 1 a 3 semanas, período característico para essa infecção. A evolução das lesões pode ser visualizada nas fotos apresentadas.
Figura 5 – Lesão inicial de esporotricose em mão de paciente após contato com felino infectado.
Além dos sinais clínicos típicos, os pacientes relataram sintomas como dor local e inflamação ao redor das lesões, indicando uma resposta inflamatória intensa, característica de infecções fúngicas subcutâneas. Os casos de esporotricose zoonótica são preocupantes, pois indicam falhas no manejo adequado dos animais infectados e ressaltam a necessidade de maior conscientização sobre a transmissão e prevenção da doença. A presença de múltiplos casos humanos associados a um único felino destaca o potencial zoonótico da esporotricose, tornando essencial a implementação de medidas de biossegurança mais rigorosas (Cavalcante, 2023).
O tratamento nos casos humanos envolveu a administração de itraconazol na dose padrão de 100 mg/dia durante 6 semanas, com resposta clínica favorável em todos os pacientes. A recuperação completa foi observada em aproximadamente 45 dias, sem complicações adicionais. Este resultado é consistente com os achados de outros estudos, onde o itraconazol é considerado o antifúngico de escolha para o manejo de esporotricose em humanos devido à sua eficácia e baixo perfil de efeitos colaterais. As lesões antes e depois do tratamento estão documentadas nas imagens anexadas (Voese, 2021).
Figura 6 – Lesão em fase de cicatrização em mão de paciente humano após tratamento para esporotricose.
Desta forma, os três casos observados reforçam a importância de protocolos de manejo e prevenção para minimizar a transmissão de esporotricose entre felinos e humanos. A utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e vestimentas de proteção, ao manipular animais suspeitos ou diagnosticados, é uma medida essencial para reduzir o risco de transmissão. Além disso, campanhas educativas para tutores de animais devem ser intensificadas em áreas endêmicas para alertar sobre o potencial zoonótico da esporotricose e as formas de prevenção (Lucena et al., 2023).
4 CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo relatar e analisar um caso de esporotricose felina tratado com a combinação de itraconazol e óleo de girassol ozonizado, verificando a eficácia dessa abordagem no manejo das lesões e o potencial zoonótico da doença. A questão levantada consistia em avaliar se o uso combinado de terapias sistêmicas e tópicas, especialmente com o óleo de girassol ozonizado, poderia proporcionar uma recuperação mais rápida e minimizar as complicações associadas ao tratamento exclusivo com antifúngicos. Os resultados indicaram que a combinação terapêutica utilizada promoveu uma cicatrização completa das lesões no felino em um período menor do que o observado nos protocolos tradicionais.
O tratamento convencional da esporotricose, geralmente realizado apenas com antifúngicos sistêmicos como o itraconazol ou o iodeto de potássio, apresenta boa eficácia, mas exige um período prolongado de administração, frequentemente associado a efeitos colaterais como hepatotoxicidade e anorexia. Em comparação, a introdução do óleo de girassol ozonizado como coadjuvante demonstrou uma aceleração significativa na cicatrização das lesões, além de reduzir a necessidade de doses prolongadas e elevadas de antifúngicos. Esse benefício é particularmente relevante em casos onde o tratamento convencional se mostra mais lento ou onde os efeitos adversos limitam sua continuidade.
Cada um dos capítulos desenvolvidos ao longo do trabalho contribuiu para alcançar os objetivos específicos traçados. Inicialmente, foram descritos os aspectos clínicos e epidemiológicos da esporotricose felina, destacando os desafios no diagnóstico e no controle em áreas endêmicas. Em seguida, foram discutidos os diferentes protocolos terapêuticos, comparando o uso exclusivo de antifúngicos com a terapia combinada que inclui tratamentos complementares, como o óleo de girassol ozonizado. No capítulo dedicado ao relato de caso, observou-se uma recuperação eficiente do animal, com a cicatrização das lesões associada ao uso do óleo de girassol ozonizado como coadjuvante, além da ausência de recidivas.
Os objetivos específicos foram plenamente alcançados. O tratamento proposto promoveu uma recuperação clínica eficiente, sem efeitos colaterais relevantes, demonstrando que terapias combinadas, como o uso de antifúngicos sistêmicos com óleo de girassol ozonizado, podem ser aplicadas com sucesso no manejo da esporotricose. A comparação com os protocolos tradicionais reforçou os benefícios de incluir terapias tópicas no controle da doença, especialmente em casos onde a resposta aos antifúngicos sistêmicos é mais lenta ou associada a efeitos colaterais.
O objetivo geral, que consistia em avaliar a eficácia do protocolo terapêutico no tratamento da esporotricose felina, foi plenamente atingido. A abordagem integrada com o óleo de girassol ozonizado demonstrou ser uma alternativa promissora para casos clínicos semelhantes, proporcionando uma cicatrização mais rápida, com menos complicações e melhor qualidade de vida para o animal. Além disso, o estudo ressaltou a importância de considerar o potencial zoonótico da esporotricose, sugerindo medidas preventivas e de conscientização para reduzir os riscos de transmissão entre animais e humanos.
Comparando-se o tratamento convencional exclusivamente à base de antifúngicos com a abordagem que inclui o óleo de girassol ozonizado, observa-se que este último apresenta vantagens significativas, não apenas no tempo de recuperação, mas também na redução de recidivas e complicações sistêmicas. Assim, o óleo de girassol ozonizado, embora ainda necessite de mais pesquisas para consolidar sua eficácia em diferentes contextos clínicos, já se mostra uma alternativa promissora para complementar o tratamento da esporotricose felina.
Portanto, este trabalho contribui não apenas para o entendimento da esporotricose felina, mas também para a prática veterinária e a saúde pública, ao sugerir novas alternativas terapêuticas que podem melhorar o tratamento da doença. A necessidade de mais pesquisas sobre o uso de terapias complementares, como o óleo de girassol ozonizado, se faz evidente, promovendo um manejo mais eficiente e seguro para a esporotricose em felinos e humanos.
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