TRATAMENTO CONSERVADOR COM USO DE CINESIOTERAPIA NA SÍNDROME DO IMPACTO DE GLENOUMERAL: REVISÃO DE LITERATURA

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CONSERVATIV TREATMENT WITH KINESIOTERAPHY IN GLENOHUMERAL IMPINGEMENT SYNDROME: LITERATURE REVIEW

Raianne Kele da Silva Leão 1; Anchises Alves Corrêa 1
Esp. Klenda Pereira de Oliveira 1
Adson Duarte2

1Especialista, Docente do Curso bacharel em fisioterapia Uninorte – Ser Educacional.
2Coorientador Preceptor de Estágio do Curso bacharel em fisioterapia Uninorte – Ser Educacional


RESUMO

Introdução: A articulação glenoumeral é uma articulação que permite vários movimentos porém não é uma articulação estável e isso resulta em algumas síndromes patológicas naquela articulação. A síndrome do impacto de glenoumeral é muito comum seja por fatores posturais, repetitivos ou excesso de sobrecarga. O tratamento mais comum da síndrome do impacto é o conservador tratando o paciente afim de que ele não chegue no estágio cirúrgico. Na fisioterapia o tratamento conservador usa da cinesioterapia e outras terapias para reabilitar, desenvolvendo a funcionalidade e a melhora na atividade de vida diária. Objetivo: Descrever quais técnicas de cinesioterapia podem ser utilizados no tratamento conservador da síndrome do impacto de glenoumeral. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica de objetivos descritivos com análise quantitativa. Os estudos foram selecionados nas diferente bases de dados Pubmed, Bvs e Google acadêmico com delimitação de 2010 a 2021 com as seguintes palavras chaves: Síndrome do impacto do ombro, cinesioterapia e tratamento conservador. Conclusão: Os exercícios de fortalecimento muscular, exercícios especifico para o ombro, treinamento excêntrico para o grupo dos abdutores do ombro, exercícios de estabilização escapular, alongamento muscular para o alivio da dor e ganho de ADM e exercícios pendulares de codman foram os exercícios utilizados no tratamento conservador e se mostraram bastante eficazes acompanhados de outras terapias

Palavras-chave:” Tratamento conservador” 1. “Cinesioterapia “2. “Síndrome do impacto do ombro”3.

ABSTRACT

Introduction: The glenohumeral joint is a joint that allows several movements but it is not a stable joint and this results in some pathological syndromes in that joint. The glenohumeral impact syndrome is very common, whether due to postural, repetitive factors or excessive overload. The most common treatment of impact syndrome is conservative, treating the patient so that he does not reach the surgical stage. In physical therapy, conservative treatment uses kinesiotherapy and other therapies to rehabilitate, developing functionality and improving daily life activity. Objective: To describe which kinesiotherapy techniques can be used in the conservative treatment of glenohumeral impingement syndrome. Methods: This is a bibliographic review of descriptive objectives with quantitative analysis. The studies were selected from the different Pubmed, Bvs and Google academic databases with a delimitation from 2010 to 2021 with the following keywords: Shoulder impingement syndrome, kinesiotherapy and conservative treatment. Conclusion: Muscle strengthening exercises, specific shoulder exercises, eccentric training for the group of shoulder abductors, scapular stabilization exercises, muscle stretching for pain relief and ROM gain and codman pendulum exercises were the exercises used in conservative treatment and proved to be quite effective accompanied by other therapies.

Keywords: Conservative treatment 1. kinesiotherapy 2. Ombre impact syndrome 3.

INTRODUÇÃO

O ombro é uma articulação bastante vulnerável a sofrer lesões e alguns fatores anatômicos contribuem para tais lesões, uma vez que, essas lesões acometem estruturas diferentes e com isso suas origens são de causas especificas gerando as chamadas síndromes. A síndrome do impacto do ombro acomete uma grande parte da população e desencadeiam limitação funcional impedindo que indivíduo exerça sua função e atividades de vida diária (FLOYD, 2016). A presente pesquisa abordará sobre o tratamento conservador com uso de cinesioterapia na síndrome do impacto de glenoumeral.

De acordo com Neumann (2018), o ombro é formado pela junção dos ossos úmero, clavícula, escápula. Nesse sentido, é composto por quatro articulações onde uma é falsa (escapulotoràcica) pois está somente por cima das costelas mas não se juntam e três fazem a junção entre dois ou mais ossos e com isso são consideradas articulações verdadeiras (esterclavicular, acromiocravicular, glenoumeral).

A articulação glenoumeral é uma articulação bem instável e isso se dá por conta do encaixe da cabeça do úmero que é uma estrutura convexa em formato de bola e a cavidade glenóide na escápula é côncava em forma de disco, porém diferentemente do acetábulo, a cavidade glenóide é bem rasa o que dificulta o encaixe da cabeça do úmero. Os movimentos que acontecem na articulação glenoumeral são: Extensão, Flexão, Hiperextensão, Abdução, adução, rotação interne e externa, adução e abdução horizontal. Com isso se torna a articulação mais livre no corpo humano, ou seja, muita mobilidade e pouca estabilidade (HALL, 2016).

Para Lippert (2016), a síndrome do impacto do ombro gera danos na articulação glenoumeral ocorrendo a compressão entre o arco acromial, a cabeça do úmero e os ligamentos coracoacromial, os músculos do manguito rotador (Supraespinhoso, infraespinhoso, subscapular, redondo menor), o tendão da cabeça longa do bíceps braquial e a bolsa subacromial ou seja, compressão das estruturas consideradas tecidos moles. Baseado no número significativos de pacientes acometidos pela síndrome do impacto do ombro surge a necessidade de saber quais as técnicas de cinesioterapia podem ser utilizadas na síndrome do impacto de glenoumeral no tratamento conservador.

A síndrome do impacto do ombro é um conjunto de desordens na articulação glenoumeral acometendo o complexo do ombro. É considerada uma doença degenerativa e inflamatória ocasionadas por diversos fatores, dentre eles: musculares, posturais, anatômicos, movimentos repetitivos, compressão de tecido mole. Em uma era tecnológica onde a sociedade tem que dividir a mão de obra manuseando máquinas, é notável o aumento de risco lesão e a síndrome do impacto é recorrente. A síndrome do impacto do ombro causa dor e desconforto levando a uma limitação articular que influencia diretamente nas atividades de vida diária (ALMEIDA et.al., 2020).

De acordo com a Sociedade Brasileira de ortopedia e traumatologia (2011), A síndrome do impacto do ombro é dividida por estágios (fase): Estágio 1: Presença de edemas e hemorragias que podem ser revertidas desde que sejam em locais como manguito rotador e na Bursa, esse estágio é bem característicos do público de 25 anos. Estagio 2: Nesse estágio as tendinites e fibroses na sua maioria irreversíveis, ainda fazem parte desse estágio as lesões parciais, acometendo assim o público entre 25 e 40 anos. Estágio 3: No último estágio as lesões dos músculos do manguito rotador e roturas bicipitais são caracterizados como aspectos crônicos bem característico desse estágio e acomete os pacientes com mais de 40 anos.

Sendo assim, o perfil do público acometido pela síndrome do impacto do ombro é na faixa etária é entre 40 a 50 anos, entretanto, varia com perfis diferentes de pessoas. Um atleta pode desenvolver a síndrome do impacto do ombro ainda jovem é isso se deve ao gesto esportivo repetitivo e requer tratamento (METZKER,2010).

Segundo Braun et.al (2018), O tratamento para síndrome do impacto do ombro pode ser dividido em conservador e cirúrgico. O autor também relata que o tratamento conservador é a melhor opção para a síndrome do impacto do ombro pois assim o paciente evita sofrimento, evita perca de tempo ficando de resguardo e se privando de seus afazeres diários, além disso o tratamento conservador ainda diminui o risco de um possível tratamento cirúrgico.

Na fisioterapia o tratamento conservador é a primeira opção na síndrome do impacto do ombro sendo capaz de eliminar a dor do paciente, o tratamento propõe também restaurar a função da articulação e consequentemente o ganho de amplitude de movimento (ADM). Com isso, a cinesioterapia pode ser incluída com exercícios terapêuticos afins de evitar que esse paciente chegue no tratamento cirúrgico, mantenha uma funcionalidade significativa (GARVING et. al.,2017).

Segundo alguns estudos o tratamento conservador se mostrou eficaz na síndrome do impacto do ombro acompanhado de reabilitação, analgésicos, antiflamatórios específicos sem esteroides associado também ao uso de injeções locais de esteroides (GARCIA et.al, 2015).

Portanto a fisioterapia é de suma importância no tratamento conservador e gera resultados satisfatórios aos pacientes. O tratamento fisioterapêutico dispõe de vastas opções para síndrome de impacto do ombro em glenoumeral. Dentre as opções surgem a eletroterapia: Usufruindo através de ondas-choque, ultrassom, laser, exercícios terapêuticos dentro da cinesioterapia que incluem exercícios para aumento de Amplitude de movimento(ADM) ativos e passivos, exercícios de alongamentos ativos e passivos, terapia manual, exercícios isotônicos e isométricos, a termoterapia que dispõe da aplicação de calor e frio (crioterapia) ajudando nos processos de inflamação e edema (CARDOSO; LEITE., 2013).

O presente estudo tem como objetivo descrever quais técnicas de cinesioterapia podem ser utilizados no tratamento conservador da síndrome do impacto de glenoumeral, Levantar fatores que contribuem para síndrome do impacto do ombro, descrever aspectos anatômicos que cooperam para síndrome do impacto do ombro e Identificar a eficácia da cinesioterapia no tratamento fisioterapêutico conservador na síndrome do impacto de glenoumeral. A escolha da temática surge da necessidade de buscar na literatura condutas que venham a somar e assim beneficiar a população com tratamentos eficazes e norteadores aos profissionais. Com isso se faz necessário esse estudo para que sirva de arcabouço teórico para outros pesquisadores que almejam agregar para mais estudos.

METODOLOGIAS

Esse estudo é uma revisão bibliográfica de objetivos descritivos que busca descrever características de determinados fenômenos. Com análise quantitativa.

Os estudos foram delimitados de 2010 a 2021. Os artigos foram coletados entre os meses de fevereiro a março de 2020 nas seguintes bases de dado: Pubmed, Bvs e Google acadêmico com as seguintes palavras chaves: síndrome do impacto do ombro, cinesioterapia e tratamento conservador.

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Os critérios de inclusão foram artigos com abordagens no tratamento conservador na fisioterapia, artigos com abordagens na síndrome do impacto do ombro, artigos com abordagem de técnicas de cinesioterapia na síndrome de impacto do ombro. Os critérios de exclusão foram obras não disponíveis em texto completo, artigos pagos e artigos que não contemplam a proposta desse estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A cinesioterapia introduzida no tratamento conservador na síndrome do impacto de glenoumeral é traçada de acordo com a especificidade de cada paciente como foi mostrado nos estudos.

Quadro 1: Resultado dos Artigos selecionados

AUTOR/ANOTÍTULOOBJETIVOCONCLUSÃO
Chaimongkhol;Benjachava; Mahakkanukrauh 2020Morfologia acromial e morfometria associada a síndrome do impacto subacromialEstudar a morfologia do acrômio e encontrar grupo de risco por meio da morfometria acromialHomens com dor crônica no ombro devem ser investigados a síndrome do impacto do ombro. Esses grupos de pacientes têm uma chance maior de falha do tratamento conservador porque o acrômio em gancho e os osteófitos são principalmente a raiz do problema. O tratamento cirúrgico é recomendado nesses grupos. O estudo radiográfico deve ser realizado para procurar as causas corrigíveis cirurgicamente. Inicialmente, a radiografia deve ser realizada em duas vistas.
Franco et.al 2019O que as revisões sistemáticas da Cochrane dizem sobre as intervenções terapêuticas conservadoras e cirúrgicas para o tratamento da doença do manguito rotador? Síntese de evidênciasIdentificar a eficácia clínica dos tratamentos conservadores e cirúrgicos relatados nas revisões sistemáticas da Cochrane entre indivíduos com diagnóstico de doença do manguito rotador.Os exercícios de fortalecimento associados ou não a terapia manual e outros recursos foram as intervenções com maior poder de tratamento do ombro a médio e longo prazo e tiveram o maior poder terapêutico do que o procedimento cirúrgico, eletroterapia ou fotobiomodulação.
Steuri et.al 2017Eficácia das intervenções conservadoras, incluindo exercícios, terapia manual e tratamento médico em adultos com impacto no ombro: uma revisão sistemática e metaanálise de ECRsFornecer uma visão abrangente da eficácia de todas as intervenções não cirúrgicas relevantes para adultos com Impacto no ombro.Exercícios específicos para os ombros, devem ser prescritos para todos os pacientes com impacto no ombro. A adição de terapia manual, fita, ECSWT e laser pode adicionar um pequeno benefício. Para outras modalidades de fisioterapia sem exercício, portanto, elas devem ser usadas apenas em adição ao exercício. Outra alternativa são corticoides com exercícios
Dong et.al 2015Tratamentos para a síndrome do impacto do ombroFornecer informações úteis sobre as comparações entre todos os tratamentos para SISExercícios e outras terapias devem ser aplicados a pacientes na fase inicial da síndrome de impacto do ombro em tratamento conservador. A cinesioterapia, exercícios específicos e terapia de acupuntura devem ser considerados como primeira linha. A terapia de campo eletromagnético pulsado, injeção l de corticosteroide, fibrólise diacutânea e ultrassom são consideradas segunda linha. A cirurgia é considerada útil em pacientes com SIS crônicos
Camargo et.al 2012O treinamento excêntrico para abdutores do ombro melhora a dor, a função e o desempenho isocinético em indivíduos com síndrome do impacto do ombro: uma série de casosAvaliar os efeitos do treinamento excêntrico para abdutores de ombro sobre a dor, o estado funcional físico e o desempenho isocinético durante a abdução concêntrica e excêntrica do ombro em indivíduos com SIO.Este estudo sugere que o treinamento excêntrico isocinético para abdutores de ombro melhora a função física dos membros superiores em indivíduos com SIO.
Frantz et.al 2012Efeito do tratamento fisioterapêutico em paciente com suspeita de síndrome do impacto do ombro: estudo de casoAvaliar a eficácia do tratamento fisioterapêutico para essa síndrome utilizando diversas técnicas de fisioterapiaResultado satisfatório com o tratamento fisioterapêutico aplicado para a Síndrome do Impacto do Ombro, o qual se baseou em terapia manual, cinesioterapia ativa, fortalecimento muscular isométrico, isotônico e exercícios pendulares de Codman. Os foram obtidos, como o aumento significativo da amplitude de movimento e a diminuição do quadro, tendo como consequência melhora da função da paciente.
Dajah 2021Mobilização de tecidos moles e PNF melhoram a amplitude de movimento e minimizam o nível de dor no impacto do ombro.Avaliar os efeitos da mobilização dos tecidos moles e FNP no nível de dor e ADM do ombro em pacientes com síndrome do impacto do ombro.A combinação de mobilização de tecidos moles para o subescapular por 7 minutos e 5 repetições da técnica de contração e relaxamento dos músculos rotadores internos do ombro seguida por 5 repetições de abdução facilitada por FNP e padrão diagonal de rotação externa foi considerada eficaz na redução da dor e na melhoria da rotação externa glenoumeral e do alcance da cabeça durante uma única sessão de intervenção.
TAHRAN, Yesiliaprak.,2020Efeitos de exercícios de alongamento posterior do ombro modificados na mobilidade, dor e disfunção do ombro em pacientes com síndrome do impacto subacromialAvaliar os Efeitos de exercícios de alongamento posterior do ombro modificados na mobilidade, dor e disfunção do ombro em pacientes com síndrome do impacto subacromialTodos os tratamentos melhoraram a dor, a mobilidade do ombro, a função e a deficiência em pacientes com SIS. No entanto, PSSEs modificados, além de um programa de tratamento, foi superior ao programa de tratamento sozinho (sem PSSEs) na melhora da dor com atividade, ROM de rotação interna e disfunção. Além disso, o alongamento proporcionou melhorias clinicamente significativas.
Hawk et.al 2017Revisão sistemática de tratamento não cirúrgico e não medicamentoso de condições de ombroAvaliar a eficácia das intervenções conservadoras não medicamentosas e não-cirúrgicas, isoladamente ou em combinação, para as condições do ombro.Os resultados desta revisão da literatura podem ajudar a informar os profissionais que usam métodos conservadores (por exemplo, médicos de quiropraxia, fisioterapeutas e outros terapeutas manuais) sobre os níveis de evidência para intervenções não-cirúrgicas e não medicamentosas usadas para doenças comuns do ombro.
Ravichandran et.al 2020Efeito do programa de exercícios de estabilização escapular em pacientes com síndrome do impacto subacromial: uma revisão sistemáticaAvaliar e resumir a melhor evidência sobre o papel das intervenções de estabilização escapular no alívio da disfunção do ombro em indivíduos com síndrome do impacto subacromial.Está revisão sistemática fornece evidências suficientes para sugerir que os exercícios de estabilização escapular oferecem eficácia na redução da dor e incapacidade entre indivíduos com síndrome do impacto subacromial.

Sobre os aspectos anatômicos que contribuem para a Síndrome do impacto, os tipos de acrômio são fatores determinantes como bem aponta Chaimongkhol; Benjachaya e Mahakkanukrauh (2020), pessoas com mais de 40 anos e com acrômio em forma de gancho e osteofitos que podem aparecer no decorrer do tempo tem maiores chances de insucesso no tratamento conservador sendo indicado o tratamento cirúrgico.

Há um consenso entre os autores Franco et.al (2021), Steuri et.al(2017), Dong et.al(2015) e Hawk(2017 ) referente a eficácia da cinesioterapia no tratamento conservador aplicado a síndrome do impacto de glenoumeral.

Franco et.al(2021), mostrou que o tratamento conservador na síndrome de impacto do ombro apresenta maior relevância e resultados superiores comparado ao tratamento cirúrgico, uma vez que, acompanhado da cinesioterapia e terapia manual.

Corroborando Steuri et. al(2017) observou em seu estudo resultados superior do tratamento conservador associado da cinesioterapia e terapia manual aplicado ao impacto do ombro. Já Hawk et.al (2017), ressaltaram que as técnicas de mobilização ou manipulação não foram consideradas eficazes em seus estudo quando aplicadas de maneira isolada sem a adição da cinesioterapia ou outras terapias.

Além disso, Dong et.al(2015) concorda que o exercício baseado na cinesioterapia e outras terapias pode ser aplicado a pacientes em tratamento conservador na fase inicial da síndrome do impacto do ombro por conta da eficácia em seus resultados de estudo no tratamento conservador.

Quanto as técnicas que podem ser aplicadas no tratamento conservador na síndrome de impacto do ombro, para Camargo et.al(2012) na cinesioterapia o treinamento excêntrico isocinético para o deltóide (porção lateral) e supraespinhoso responsável pelos primeiros 30 graus de abdução da articulação glenoumeral com 3 series e 10 repetições com intervalo de 3 minutos melhora a função física e redução da dor na fase mais avançada em pacientes com a Síndrome do impacto do ombro.

Desta forma Frantz et.al(2012) reforçam a partir dos resultados satisfatório com as técnicas de terapia manual, exercícios pendulares de Codman, fortalecimento muscular isométrico e isotônico e cinesioterapia ativa no tratamento da síndrome do impacto do ombro comprovado pelo aumento da ADM e diminuição da dor do indivíduo submetido ao estudo.

Ainda sobre aumento de ADM e diminuição da dor Dajah(2021) também apresenta resultados satisfatório utilizando a técnica de mobilização de tecido moles e PNF que se mostraram bastante eficaz melhorando a rotação externa da articulação glenoumeral e o alcance acima da cabeça.

Uma das características da síndrome do impacto de glenoumeral é a compressão das partes moles do espaço subrmacromial. Autores sugerem que o alongamento pode afetar a cinemática da glenoumeral removendo as compressões do espaço subacromial resultando no alivio da dor fazendo com que o indivíduo tenha mais autonomia em suas atividades de vida diária (TAHRAN, YESILIAPRAK.,2020).

Como descreve Ravichandran et.al (2020) a cinesioterapia apresenta resultados satisfatórios a partir de exercícios resistidos voltado para os músculos que estabilizam a escapula auxilia no fortalecimento desse grupo e consequentemente estabiliza a cabeça do úmero na fossa glenoidal aumentando a estabilidade evitando compressão dos tecidos moles no espaço subacromial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que os exercícios que mais foram reproduzidos nos estudos no tratamento conservador de glenoueral foram os exercícios de fortalecimento muscular, exercícios especifico para o ombro, treinamento excêntrico para o grupo dos abdutores do ombro, exercícios de estabilização escapular, alongamento muscular para o alivio da dor e ganho de ADM e exercícios pendulares de codman. Os tipos de acrômio na forma de gancho são uns dos fatores anatômicos que contribuem para síndrome do impacto do ombro nesse caso sendo indicado o tratamento cirúrgico.

Os exercícios da cinesioterapia no tratamento conservador na síndrome do impacto de glenoumeral se mostraram eficazes acompanhada de outras terapias e uma delas é a manual com a mobilização de tecidos moles e o uso da eletroterapia. Ressalta-se que a escolha dos exercícios é individual de cada terapeuta sob resultados da avaliação de seus pacientes.

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