TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMORES CARCINOIDES DE APÊNDICE

SURGICAL TREATMENT OF APPENDIX CARCINOID TUMORS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12814747


Maria Gabriella Socci da Costa Raposo da Camara1; Fernanda Marques Pochaczevsky1; Maria Clara Gonçalves de Almeida da Costa2; Rodrigo Garcia Direito2; Giulia Darwin Fachetti2; ⁠Mariana Nunes Sharp2; ⁠Enrico Lobão Brentano2; Pedro Henrique Benevides Costa2; Bruna Kapps Kronemberg2; Filipa Corrêa Viegas3.


Resumo: Este artigo traz as práticas atuais e as evidências recentes no tratamento cirúrgico de tumores carcinoides de apêndice, destacando a importância da abordagem multidisciplinar e da individualização do manejo terapêutico para otimizar os resultados clínicos.

Palavras chave: tumores carcinoides; apêndice; neuroendócrino

Abstract: This article presents current practices and recent evidence in the surgical treatment of appendiceal carcinoid tumors, emphasizing the importance of a multidisciplinary approach and individualization of therapeutic management to optimize clinical outcomes.

Keywords: carcinoid tumors; appendix; neuroendocrine

Introdução: Os tumores carcinoides são neoplasias neuroendócrinas raras que podem surgir em diferentes porções do trato gastrointestinal, sendo o apêndice uma das localidades mais comuns. O presente artigo discute as abordagens contemporâneas no tratamento cirúrgico de tumores carcinoides de apêndice.

Material e métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos científicos de 2008-2024 retirados da plataforma PubMed e Scielo. Foram empregados os descritores: “tumores carcinóides”; “apêndice”; “neuroendócrino”.

Discussão: Os tumores carcinoides de apêndice são frequentemente descobertos de forma incidental durante apendicectomias de rotina. Geralmente são tumores pequenos, de crescimento lento e apresentam bom prognóstico quando diagnosticados precocemente. A maioria é diagnosticada através de exames histopatológicos após a remoção cirúrgica do apêndice.

A principal modalidade terapêutica para tumores carcinoides de apêndice é a apendicectomia, que pode ser realizada por abordagem laparoscópica ou aberta. A escolha entre essas técnicas depende da experiência do cirurgião e das características do tumor. A apendicectomia laparoscópica tem se tornado cada vez mais preferida devido a vantagens como menor tempo de internação, recuperação mais rápida e menor morbidade pós-operatória.

O tamanho dos tumores tem influência na decisão sobre a extensão da cirurgia. Tumores menores, geralmente de até 1 cm, são frequentemente tratados com apendicectomia simples. Já tumorações maiores, especialmente acima de 2 cm, podem necessitar de consideração para ressecções mais extensas, como hemicolectomia direita, dependendo da invasão local e das características histológicas.  Essa decisão depende da extensão do tumor e do envolvimento de estruturas adjacentes. Estudos recentes têm demonstrado que, em casos selecionados, a ressecção adequada pode oferecer resultados excelentes em termos de controle local e sobrevida.

O seguimento pós-operatório de pacientes com tumores carcinoides de apêndice geralmente inclui exames de imagem periódicos para detecção de recorrências. A frequência e o tipo de exames dependem do estadiamento inicial do tumor e de fatores de risco individuais. Em geral, o prognóstico é excelente para a maioria dos pacientes, especialmente quando o tumor é diagnosticado precocemente e tratado adequadamente.

Recentes estudos têm enfatizado a importância da estratificação de risco para determinar a necessidade de ressecções mais extensas em tumores carcinoides de apêndice. Avanços na tecnologia de imagem e na compreensão dos marcadores moleculares têm potencializado abordagens diagnósticas e terapêuticas mais personalizadas.

Conclusão: O tratamento cirúrgico continua sendo o pilar fundamental no manejo de tumores carcinoides de apêndice, proporcionando excelente controle local da doença e bons resultados a longo prazo para a maioria dos pacientes. A pesquisa contínua e a aplicação de novas tecnologias são essenciais para melhorar ainda mais os resultados clínicos nessa população de pacientes.

Referências Bibliográficas:

1. Yao JC, Hassan M, Phan A, et al. One hundred years after “carcinoid”: epidemiology of and prognostic factors for neuroendocrine tumors in 35,825 cases in the United States. J Clin Oncol. 2008;26(18):3063-3072. doi: 10.1200/JCO.2007.15.4377.

2. Pape UF, Niederle B, Costa F, et al. ENETS Consensus Guidelines for Neuroendocrine Neoplasms of the Appendix (Excluding Goblet Cell Carcinomas). Neuroendocrinology. 2016;103(2):144-152. doi: 10.1159/000443171.

3. Howe JR, Cardona K, Fraker DL, et al. The Surgical Management of Small Bowel Neuroendocrine Tumors: Consensus Guidelines of the North American Neuroendocrine Tumor Society. Pancreas. 2017;46(6):715-731. doi: 10.1097/MPA.0000000000000859.

4. Edge SB, Byrd DR, Compton CC, Fritz AG, Greene FL, Trotti A, eds. AJCC Cancer Staging Manual. 7th ed. New York, NY: Springer; 2010.


1Médica pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques
2Graduando(a) de Medicina pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques
3Graduanda de Medicina pela Universidade Estácio de Sá