TRANSTORNOS MENTAIS NA PANDEMIA DE SARS-COV 2: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DO IMPACTO NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7877463


OLIVEIRA Jr., Adivaldo1
DOMEÑO, Lorena2


Resumo:

Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura selecionada, sintetizando resultados de estudos sobre fatores que contribuíram para a prevalência de transtornos mentais em profissionais da saúde atuantes na “linha de frente” de combate à COVID-19. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujo método utilizado foi a Revisão sistemática da literatura. A pesquisa iniciou com a coleta de dados tendo como base pesquisas científicas disponíveis nas plataformas REDALYC, REDIB, SciELO, Scilit e nos repositórios ARCAFIOCRUZ e REVISTA ELETRÔNICA ACERVO SAÚDE, nos idiomas espanhol e português, publicados no período de 2020 a 2022. Resultados: Foram identificados 97.146 artigos baseados em estudos da Saúde Mental dos Profissionais de Saúde atuantes na Pandemia por COVID-19 com estratégia de busca através das palavras chaves “Transtorno mental”, “Saúde Mental”, “Profissionais de Saúde”, “Impactos da Pandemia”, dos quais foram selecionados 27 artigos que atenderam aos critérios de inclusão, compondo a amostra final para este estudo. Os critérios adotados para exclusão foram: ano de publicação, artigos repetidos, de pouca relevância e artigos cujo conteúdo não apresentaram relação com o tema. Conclusão: A pandemia da COVID-19 provocou inúmeros casos de pessoas que precisaram de apoio psicológico para resgatar a saúde mental e, nesse contexto, com a inevitável necessidade de atendimento aos inúmeros pacientes, os profissionais de saúde que atuaram na linha de frente do combate à doença desconhecida, foram os mais expostos. O risco de infecção, as más condições de trabalho e a distância prolongada da família e amigos, foram alguns dos fatores citados nesta pesquisa como relevantes para a prevalência de transtornos mentais. As recomendações advertem à necessidade imediata de implementação de ações que visem o bem-estar psíquico dos profissionais.

PALAVRAS-CHAVE: COVID-19; Transtornos Mentais; Pandemia; Profissionais de Saúde; SARS-Co V-2 

Resumen:

Objetivo: Realizar una revisión sistemática de la literatura seleccionada, sintetizando resultados de estudios sobre factores que contribuyeron a la prevalencia de trastornos mentales en profesionales de la salud que actúan en la “primera línea” de combate a la COVID-19. Métodos: Se trata de una investigación cualitativa, cuyo método utilizado fue la revisión sistemática de la literatura. La investigación inició con la recolección de datos a partir de investigaciones científicas disponibles en las plataformas REDALYC, REDIB, SciELO, Scilit y repositorios ARCAFIOCRUZ y REVISTA ELETRÔNICA ACERVO SAÚDE, en español y portugués, publicadas en el período 2020 a 2022. Resultados: Se identificaron 97.146 artículos a partir de estudios de la Salud Mental de los Profesionales de la Salud que actúan en la Pandemia del COVID-19 con una estrategia de búsqueda utilizando las palabras clave “Trastorno Mental”, “Salud Mental”, “Profesionales de la Salud”, “Impactos de la Pandemia”, de los cuales 27 fueron seleccionados los artículos que cumplieron con los criterios de inclusión, componiendo la muestra final para este estudio. Los criterios adoptados para la exclusión fueron: año de publicación, artículos repetidos de poca relevancia y artículos cuyo contenido no tuviera relación con el tema. Conclusión: La pandemia de la COVID-19 provocó innumerables casos de personas que necesitaron apoyo psicológico para recuperar su salud mental y, en ese contexto, con la inevitable necesidad de atender a innumerables pacientes, los profesionales de la salud que trabajaron en la primera línea de la lucha contra la enfermedad desconocidos, fueron los más expuestos. El riesgo de infección, las malas condiciones de trabajo y la distância prolongada de familiares y amigos fueron algunos de los factores mencionados en esta investigación como relevantes para la prevalencia de los trastornos mentales. Las recomendaciones advierten de la necesidad inmediata de implementar acciones dirigidas al bienestar psicológico de los profesionales.

PALABRAS CLAVE: COVID-19; Desordenes mentales; Pandemia; Profesionales de la salud; SARS-Co V-2

INTRODUÇÃO

O final do ano de 2019 foi de alerta à população mundial, quando foi noticiada a existência de um novo tipo de cepa de coronavírus. A grande preocupação se dava em razão do novo vírus não ter sido identificado antes em seres humanos e estava causando alto índice de pneumonia em parte da população de Wuhan, Província de Hubei, República Popular da China.

Na primeira semana de janeiro de 2020, as autoridades Chinesas confirmaram a existência do novo tipo de coronavírus, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar, em 30 de janeiro de 2020, o surto, constituindo estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), devido à alta transmissibilidade e ao nível de gravidade do vírus. (Fogaça et al, 2021, p. 3)

Em fevereiro de 2020, o vírus responsável por causar a doença COVID-19, recebeu o nome de SARS-Co V-2 e, em março do mesmo ano, foi caracterizada e decretada a pandemia pela OMS, considerando o crescimento exponencial de contaminação em vários países, gerando mudanças imediatas no cotidiano das pessoas.

O cenário expôs as deficiências do serviço público de saúde em diversos países e as condições de trabalho oferecidas aos profissionais da saúde, exigindo atuações mais expressivas de seus representantes com adoção de medidas imediatas como meio de combate à pandemia, entre elas: a aquisição de equipamentos, o aumento de equipes técnicas na área de saúde, adequações das estruturas de hospitais e recursos destinados à produção de vacinas para combater a doença.

Diante do impacto na saúde da população mundial, do número de perdas, além do impacto social, econômico que afetou os meios de subsistência, várias medidas foram adotadas para prevenir e minimizar o ritmo de progressão da doença, levando a necessidade de adaptação aos novos hábitos, entre eles, o uso de máscaras, cuidados frequentes com a higiene, o distanciamento social, a quarentena, o isolamento social, como estratégias para o enfrentamento da COVID-19.

Com a falta de medicamentos para combater a doença e a vacina em fase de teste, o distanciamento físico se mostrava a maneira mais segura para se evitar a disseminação do vírus.

Em alguns Estados, com a alta do índice de contaminação, foi necessário a adoção de Decretos de Lock Down, como medida de proteção, para garantir a redução da contaminação.

Esse cenário provocou impacto psicológico, não apenas em parte da população, mas em profissionais de saúde que estiveram diretamente expostos à contaminação, atuando na “linha de frente” do combate à COVID-19, demandando um conjunto de ações de saúde pública incluindo ações relacionadas à saúde mental e atenção psicossocial.

Nesse contexto, com a exigência de uma jornada de trabalho extensiva ensejando condição de fadiga, expostos a episódios de estresse, entre outros fatores, os profissionais de saúde, comparados à população em geral, estão sujeitos à maior manifestação dos sintomas relacionados a transtornos mentais.

Considerando os efeitos psicológicos causados pela pandemia da COVID-19, este estudo tem como objetivo investigar, através de uma revisão sistemática da literatura, fatores preponderantes à prevalência de transtornos mentais em profissionais da saúde envolvidos na “linha de frente” do combate à COVID-19.

O interesse pela temática é destacar a importância do trabalho desses profissionais, frente aos inúmeros atendimentos em prol da saúde da população, sejam eles médicos, enfermeiros, equipes de apoio e a necessidade de ações voltadas ao seu bem-estar físico e mental.

Para a obtenção dos resultados, o método utilizado foi de revisão sistemática de literatura com abordagem qualitativa e de caráter exploratório, onde os estudos selecionados tiveram como objetivo a compreensão dos fatores que impactaram na saúde mental dos profissionais de saúde que atuaram na “linha de frente” do combate ao novo coronavírus.╩

MÉTODO

Definição da questão de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa qualitativa feita a partir de uma revisão sistemática de literatura, iniciada a partir da coleta de dados bibliográficos, em conformidade com as recomendações da Declaração Prisma17, tendo como base estudos relatando os impactos na saúde mental dos profissionais de saúde atuantes frente a pandemia, que responderam à pergunta: Quais fatores foram relevantes para a prevalência de transtornos mentais em profissionais de saúde que atuaram na linha de frente do combate à COVID-19?

Critérios de Elegibilidade

Para o desenvolvimento desta pesquisa, a estratégia PICOS adotada permitiu definir a população (P) sendo os profissionais de saúde, a Intervenção (I) como sendo programas de atenção psicossocial, a Comparação (C) não houve aplicação e (O) Desfecho ou outcome os fatores condicionantes para a prevalência de transtornos mentais.

Fontes de Informação

Para elaboração deste estudo foi utilizado material virtual através de artigos relacionados com o tema, publicados nas plataformas digitais REDALYC, REDIB, SciELO, Scilit e Repositórios ARCA FIOCRUZ e REVISTA ELETRÔNICA ACERVO SAÚDE, nos idiomas português e espanhol, com publicações no período de 2020 a 2022.

Estratégia de Busca

A coleta de dados, iniciada em novembro de 2022, teve como primeira ação o levantamento bibliográfico buscando identificar artigos que atendessem ao objetivo da pesquisa. A busca foi atendida com base nas palavras-chave: “Transtorno mental”, “Saúde Mental”, “Profissionais de Saúde” e “Impactos da Pandemia”.

Seleção dos Estudos e Análise dos Dados

Para seleção dos estudos de interesse da pesquisa, foram utilizados os seguintes critérios: Período de publicação dos artigos (2020 a 2022), descritores nos idiomas espanhol e português e artigos vinculados ao tema da pesquisa, cuja abordagem tivessem referência a saúde mental dos profissionais de saúde frente à pandemia.

A fase de triagem foi realizada a partir da leitura dos artigos e resumos e, para composição da amostra final, foram elegíveis os artigos que apresentaram resultados de pesquisa em resposta à pergunta chave deste estudo.

RESULTADOS

Na filtragem dos resultados, como critérios de exclusão foram descartados artigos publicados anteriormente ao ano de 2020, artigos em idiomas que não fossem em português e espanhol, artigos repetidos, publicações com pouca relevância em relação ao tema da pesquisa e fuga total ao tema.

Do total, 27 artigos atenderam aos critérios para inclusão e foram selecionados com base nos resultados cujas descobertas evidenciaram os fatores relevantes para a prevalência de transtornos mentais em profissionais de saúde atuantes no enfrentamento à pandemia por COVID-19.

Na composição da pesquisa foram incorporados Cartilha do Ministério da Saúde que se encontra disponível na Biblioteca Virtual da Saúde, informativo da Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde, a Revista Educa Coronavírus da Editora RFB (Belém/PA), compondo a amostra final desta revisão.

A Tabela 1, a seguir, apresenta o fluxograma contendo os números de estudos encontrados durante as buscas feitas nos bancos de dados citados.

Tabela 1. Caracterização dos Estudos incluídos na revisão

Autores/AnoTítuloObjetivo do EstudoPrincipais achados
Alonso-Cruz Y et al, 2021Síntomas afectivos en profesionales que laboran en la atención a casos positivos de COVID-19Caracterizar sintomas afetivos em profissionais de saúde que trabalham em atenção a casos positivos de COVID-19 em Santa Clara – CubaPredominância da ansiedade (64,6%), entre os sintomas afetivos, em profissionais de saúde que trabalham na linha de frente de combate à COVID-19, sendo destes, 43,47% em mulheres
Alves, JS et al, 2022Síntomas psicopatológicos e situação laboral da enfermagem do Sudeste Brasileiro no contexto da COVID-19Avaliar a relação entre sintomas psicopatológicos e a situação laboral de profissionais de enfermagem da Região Sudeste do Brasil, no contexto da pandemia da COVID-19A pesquisa resultou com a associação do aumento dos sintomas psicopatológicos a carga horária elevada e falta de suporte psicológico durante a pandemia, aos 532 profissionais de enfermagem pesquisados
Cavalcante, FLNF et al, 2020Depressão, ansiedade e estresse em profissionais da linha de frente da COVID-19Avaliar a prevalência e os fatores relacionados à ansiedade, depressão e estresse na equipe de saúde de um hospital de referência localizado, no atendimento a pacientes com COVID-19, quatro meses após o primeiro caso confirmado no BrasilParticiparam do estudo 112 profissionais, dos quais 52,68% apresentaram sintomas de depressão, associada ao cargo de enfermeiros; 57,14% apresentaram sintomas de ansiedade associada ao medo de adoecer e 78,75% apresentaram sintomas de estresse associadas à faixa etária entre 30 a 39 anos
Cavalcante, IMF et al, 2020Saúde Mental e o Distanciamento SocialApresentar os possíveis impactos psicológicos causados durante a pandemiaPublicação sobre orientações para cuidados com grupos específicos, incluindo profissionais de saúde, hospitais e centros de referência, diretamente expostos ao risco de contaminação. A obra também compartilha discas para fugir do tédio durante a quarentena e, fatos e fakes sobre saúde mental e COVID-19
Dantas ESO, 2021Saúde mental dos profissionais de saúde no Brasil no contexto da pandemia por COVID-19Discutir nuances que envolvem desafios e possibilidades da saúde mental de profissionais de saúde no Brasil, no contexto da pandemia por COVID-19A pesquisa considera como primordial a agenda de ações de Saúde Mental aos profissionais de saúde.
Fernandes C, et al, 2022Burnout em enfermeiros e assistentes operacionais nun Hospital Central em tempo de pandemia COVID-19Avaliar os níveis de Burnout nos enfermeiros e assistentes operacionais em um Hospital Central no Brasil e identificar a influências de fatores sociodemográficos e profissionais no Burnout nesses profissionais.A pesquisa identificou elevado nível de burnout em enfermeiros e assistentes operacionais, nas dimensões pessoal, trabalho e utentes, relacionado aos fatores profissional, de contexto e pessoal. 
Fernandes MA, et al, 2020Salud Mental y estrés ocupacional en trabajadores de la salud a la primera línea de la pandemia de COVID-19Analisar a carga de saúde mental e do estresse ocupacional dos trabalhadores de saúde no contexto da pandemia da COVID-19O estudo mostra o impacto das demandas relacionadas à pandemia, na saúde física e mental de profissionais que atuarem na linha de frente de combate à COVID-19, com queixas e sintomas relacionados à angústia, insônia, depressão e ansiedade.
Fogaça PC, et al, 2021Impacto do isolamento social ocasionado pela pandemia COVID-19 sobre a saúde mental da população em geral: Uma revisão integrativaAnalisar a carga de saúde mental e do estresse ocupacional dos trabalhadores de saúde no contexto da pandemia da COVID-19A pesquisa cita, como consequências do isolamento social: transtornos de ansiedade, transtornos depressivos e a alteração na qualidade do sono.
Garcia PG et al, 2020Estrés laboral en enfermeras de un Hospital Público de La Zona Fronteriza de México, en el contexto de la pandemia COVID-19Determinar o nível de estresse no trabalho e os principais estressores apresentados pela equipe de enfermagem localizada no contexto da pandemia da COVID-19Entre os participantes, 81% era do sexo feminino e a maioria trabalhava no turno da noite. 58,7% trabalhavam 12 horas/dia. 44,4% tinham 7 pacientes ou mais sob sua custória. 16% informaram que foram infectados pelo vírus.
Gomes LS, et al, 2022Profissionais atuantes frente à pandemia do novo coronavírus: condições de saúde relacionadas ao aspecto emocionalDescrever os aspectos emocionais relacionados aos riscos ocupacionais frente ao novo coronavírus que podem afetar as condições de saúde dos profissionais atuantes durante a pandemia no Município de Rondonópolis-MTA maioria dos profissionais (73,91%) pesquisados, relataram que perceberam mudanças no âmbito emocional e/ou físico e comportamental e as mudanças emocionais mais relatadas foram: ansiedade, medo e irritabilidade
Autores/AnoTítuloObjetivo do EstudoPrincipais achados
Meleiro AMAS, et al, 2021Adoecimento mental dos médicos na pandemia de COVI-19Investigar, refletir e revisar as informações sobre problemas de saúde mental vinculados ao trabalho médico, aos que estão na linha de frente da assistência de pessoas com COVID-19A pesquisa apontou a prevalência de transtorno mental comum, sintomas depressivos, burnout e suicídio, referindo a discentes, docentes, residentes e profissionais da medicina, orientando a necessidade de cuidados físicos em detrimento aos psíquicos.
Ministério da Saúde FIOCRUZ DF et al, 2020Saúde mental dos profissionais da saúde na pandemia da COVID-19 em MS e DF: Relatório Parcial Descritivo do DFAvaliar o impacto dos transtornos mentais no trabalhador e no trabalho em saúde no contexto da pandemia da COVID-19O estudo foi realizado em outubro de 2020 e contemplando diversos cenários de atenção à saúde, incluindo profissionais de saúde, entre enfermeiros, médicos, farmacêuticos, Fisioterapeutas, odontologistas em Mato Grosso do Sul e Brasília-DF (831 profissionais), dos quais 281 apresentaram sintomas severos de ansiedade, 178 com sintomas severos de depressão e 171 com sintomas severos de estresse.
Ministério da Saúde FIOCRUZ RJ, 2020Recomendações e Orientações em Saúde Mental e Atenção Psicossocial na COVID-19Apresentar o GT-SMAPS com o objetivo de fornecer respostas rápidas aos serviços de saúde para enfrentamento do triplo desafio e mitigação dos danos psicológicos em massa no enfrentamento da pandemia.O levantamento relata que o impacto da saúde mental saúde em eventos epidêmicos compromete a atenção e capacidade dos trabalhadores e podem ter efeito duradouro. Além do risco de infecção, os profissionais de saúde enfrentam decisões muito difíceis na triagem dos pacientes, experimentam luto com perda de pacientes e amigos e receiam ser meio de transmissão à família.
Neves V et al, 2020O impacto da pandemia de COVID-19 nas emoções dos trabalhadores da saúde e na aprendizagem profissionalProblematizar sobre as emoções mais prevalentes dos profissionais de saúde atuantes na linha de frente da assistência aos pacientes portadores de COVID-19 e sobre a maneira como os sentimentos por eles experimentados se relacionam com as necessidades de aprendizagem profissional qualificadora ao enfrentamento da pandemiaOs profissionais da saúde pesquisados na ocasião do estudo, relataram a convivência com o aumento de demanda de trabalho e risco biológico e o medo do contágio, adoecimento e morte, porém buscaram conciliar os sentimentos com o dever da função se mantendo firmes na assistência aos pacientes e, simultaneamente, buscando capacitação para o enfrentamento, inclusive, realizando estudos em suas casas, após as excessivas jornadas de trabalho.
Oliveira, FES, et al, 2022Prevalência de Transtornos mentais em profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-19: revisão sistemáticaRealizar uma revisão sistemática da literatura avaliando a prevalência de transtornos mentais em profissionais de saúde durante pandemia de COVID-19Foram aferidos 8.866 profissionais de saúde. A pesquisa identificou como sintomas mais frequentes: depressão, ansiedade, insônia, predominante em profissionais do sexo feminino. Os sintomas foram associados a maior jornada de trabalho, histórico de uso de medicamentos psicotrópicos, condições inadequadas de trabalho, uso de álcool e tabaco, atuação na área de enfermagem.
Pereira MD et al,A Pandemia de COVID-19, o Isolamento Social, consequências na saúde mental e estratégia de enfretamento: uma revisão integrativaRealizar uma análise sobre as consequências na saúde mental advindas do período de isolamento social durante a pandemia de COVID-19 e de prenunciar estratégias de enfrentamento para minimizá-las.O estudo observou que os sintomas psicológicos mais comuns foram: o estresse, medo, pânico, ansiedade, culpa e tristeza que geram sofrimento psíquico que podem ocasionar o surgimento de transtornos de pânico, transtornos de ansiedade, TEPT e depressão e sugere a intervenção de psicologia é para minimize os impactos negativos e promover a saúde mental.
Prado AD, et al, 2020Asaúde mental de profissionais de saúde frenta à pandemia do COVID-19: Uma revisão integrativaConhecer a situação da saúde mental dos profissionais da saúde da linha de frente da pandemia do COVID-19 e suas consequências para os serviços de saúde.A pesquisa identificou em 8 artigos selecionados, o alto índice de ansiedade, estresse, depressão, medo, angústia e sono alterado como fatores relevantes para a saúde mental dos profissionais.
Santos, K et al, 2021Depressão e ansiedade em profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19Avaliar a prevalência dos sintomas de depressão, ansiedade e fatores associados em profissionais da equipe de enfermagem durante a pandemia da COVID-19O estudo relata que a ocorrência dos sintomas de ansiedade e depressão foram mais acentuadas quando os serviços não aparentavam condições adequadas de trabalho. A maioria das ocorrências foram detectadas em profissionais femininas.
Autores/AnoTítuloObjetivo do EstudoPrincipais achados
Scmidt B et al, 2020Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírusSistematizar conhecimentos sobre implicações na saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírusA pesquisa ressalta a atuação de profissionais de saúde mental através dos meios de tecnologia da informação, utilizando plataformas digitais, cuja atuação foi permitida pela Resolução CFP 04/2020, buscando minimize as implicações psicológicas durante a pandemia.
Silva ALP et al,Relação entre o estresse e isolamento social durante a pandemia do Sars-Cov-2 em discentes de medicinaAvaliar o estresse e correlacionar com o isolamento social pela pandemia em discentes do curso de medicina em Universidade do interior do Estado de São Paulo.A pesquisa foi realizada com 170 discentes, dos quais 99 (58,2%) apresentaram sintoma psicológicos de estresse e 112 (65,9%), apresentaram sintomas físicos de estresse, relacionando com a redução do contato social e sobrecarga de atividades online, o que provocou o aproveitamento dos alunos. 
Silva Filho, et al, 2022Fatores relacionados ao estresse em profissionais de saúde no combate à pandemia da COVID-19Resumir e analisar os resultados de pesquisas relacionadas ao temaO estudo identificou que os fatores geradores de estresse nos profissionais de saúde durante o combate à pandemia da COVID-19 podem ser minimizados com a criação de sistemas capazes de gerenciar o estresse, a flexibilidade da jornada laboral e apoio destinado aos profissionais e seus familiares
Silva-Junior, JS, et al, 2022Estressores Psicossociais ocupacionais e sofrimento mental em trabalhadores de saúde na pandemia de COVID-19Analisar os fatores associados ao sofrimento mental de trabalhadores de saúde que atuavam na assistência a pacientes com diagnóstico suspeito ou confirmado de doença pelo COVID-19O estudo pesquisou 437 profissionais de saúde e identificou a prevalência de sofrimento mental em 61,6%, sendo predominantemente em profissionais de enfermagem.
Soares JP et al, 2022Fatores associados ao Burnout em profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19: revisão integrativaCompreender os efeitos e consequências do trabalho durante a pandemia da Covid-19 na saúde mental dos profissionais de saúde e fatores que podem estar associados ao Desenvolvimento da síndrome de BurnoutA pesquisa evidenciou que as experiências vivenciadas, as condições de trabalho, a situação financeira, a relação entre trabalho e família, o medo da contaminação e transmissão da doença, foram os principais fatores associados ao Burnout em profissionais de saúde.
Souza L, et al, 2021Impacto Psicológico da COVID-19 nos profissionais de saúde: revisão sistemática de prevalênciaSintetizar a prevalência de resultados psicológicos e de saúde mental dos profissionais de saúde que tratam doentes com COVID-19.A meta-análise de prevalência identificou: Depressão = 27% Ansiedade = 26,8% Insônia = 35,8% Estresse = 51,9%
Tafuri, A et al, 2022Impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental dos profissionais da área de saúde: uma revisão sistemáticaAnalisar o impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental dos profissionais da área de saúdeA pesquisa identificou que os artigos revisados apontaram o desenvolvimento de transtornos mentais entre os profissionais de saúde atuantes na pandemia de COVID-19, associados à ansiedade, depressão e estresse
Ventura, A, et al, 2022O Stress ocupacional em profissionais de saúde duranta a pandemia por COVID-19Analisar quais as variáveis individuais e organizacionais que predispõem os profissionais de saúde a níveis de stress ocupacional mais elevados durante a pandemia por COVID-19 e identificar quais as estratégias que devem ser adotadas pelos serviços de saúde ocupacional nas instituições, de modo a fornecer suporte aos seus trabalhadores.O estudo identificou o aumento do consumo de álcool, tabaco e açúcar na pandemia. A pesquisa adverte quanto à necessidade de desenvolvimento de estratégias que atenuem ou eliminem os efeitos causados, proporcionando qualidade de vida aos profissionais, destacando os serviços de saúde ocupacional e de psicologia institucional.
Vieira, LS et al, 2022Burnout e resiliência em profissionais de enfermagem de terapia intensive frente à COVID-19Analisar a relação entre as dimensões do Burnout e a resiliência no trabalho dos profissionais de enfermagem de terapia intensiva na pandemia de COVID-19, em quatro hospitais do Sul do Brasil.O estudo relata que o desgaste emocional é conduzido por meio dos distúrbios psíquicos menores, e impacta nas as variáveis de saúde física e mental dos trabalhadores. O nível de exposição à COVID-19 influencia na percepção do impacto da pandemia sobre a saúde mental, advertindo a medidas para minimizar a ocorrência de Burnout entre a equipe enfermagem de terapia intensiva.

DISCUSSÕES

O ambiente hospitalar é local onde são tratados além da saúde física de cada pessoa que busca atendimento médico, diversos outros sentimentos, e nesse sentido, como forma de manter a saúde emocional, os profissionais de saúde são interventores nas emoções dos seus pacientes. No entanto, desde o início da pandemia, os hospitais passaram a atender número elevado de pessoas precisando de apoio emocional, considerando o estado de pânico que assolou à população mundial.

Nesse contexto, não se pode imaginar o estado emocional dos profissionais de saúde, em especial os que foram posicionados na linha de frente do combate à COVID-19, que vivenciaram situações diante das quais muitos se viram incapazes de contribuir.

Estudos foram realizados em diversos países considerando a necessidade de métodos que atendam às condições físicas e emocional desses profissionais que precisaram dispor de forças além do limite na tentativa de salvar vidas, muitas vezes, de amigos e familiares, tendo que lidar com o mínimo de recursos disponíveis, com condições precárias e número elevado de pessoas precisando de suas atenções. Que tiveram experiências inimagináveis e que, certamente permanecem em suas memórias, cujas consequências desencadeiam transtornos mentais que precisam ser tratados.

Os artigos que compõem esta revisão, apontam número elevado de profissionais de saúde que apresentaram transtornos mentais durante a pandemia, com destaque para os fatores: ansiedade, estresse, depressão, medo de infecção, preocupação com a família, falta de condições de trabalho e a falta de ações de saúde mental voltadas em atenção às equipes de saúde que atuaram direta e frequentemente frente a esse combate.

Para Fernandes & Ribeiro (2020) e Santos et al. (2021), de todas as categorias de profissionais atuantes no combate à COVID-19, os profissionais de saúde constituem o grupo mais vulnerável, principalmente os que atuam na linha de assistência direta, expostos às mais altas demandas e exigências de trabalho específicos, sujeitos a riscos maiores resultantes das condições de trabalho.

Salienta-se a necessidade de atenção de Saúde Mental voltada aos grupos de vulnerabilidade específicas, entre eles, os profissionais de saúde, sob registros de Lancet (2020) e Wind et al. (2020), citado por Pereira et al. (2020).

Registro divulgado pela Associação Médica Britânica em 2020, apontou que cerca de 1/3 dos médicos relatou piora na saúde mental com a pandemia. (FIOCRUZ, 2020)

Conforme Oliveira et al. (2022, p. 2) e Souza et al. (2021, p. 6), desde 2020, levantamentos foram realizados em vários países, evidenciando a prevalência de transtornos em profissionais de saúde mais do que na população em geral, conforme. Dentre eles, achados com índices em estado moderado a graves de TM em trabalhadores de saúde, incluem sentimentos de angústia, medo e sono prejudicado aos resultados dos estudos, além de abusos de substâncias e pensamentos suicidas, conforme estudos realizados por Alonso-Cruz et al. (2022); Cavalcante et al. (2022); Fogaça et al. (2021); Santos et al. (2021); Silva et al. (2021) e Souza et al. (2021)

Alonso-Cruz et al. (2022) descreve pesquisa realizada entre médicos, enfermeiros e tecnólogos em um Hospital na Cuba, registrando todos os profissionais pesquisados com sintomas relacionados à ansiedade e que entre eles, 21,95% apresentaram nível de ansiedade severa, 64,63% moderada e 13,41% leve.

Garcia et al. (2020), afirma que o índice mais elevado de sintomas de transtornos mentais foi identificado em profissionais de enfermagem que relataram ter mais de 7 pacientes sob sua custódia e trabalho de 12 horas diárias.

Para Fernandes & Queirós (2022), com a sobrecarga e poucas condições de trabalho, o surgimento de síndromes relacionadas à exaustão e estresse elevado, como o Burnout, citado em estudo realizado com 453 profissionais de saúde, tendo como nível elevado em enfermeiros com menor tempo de experiência na função. Vieira et al. (2022), também realizou estudo sobre a atuação dos profissionais de

enfermagem, mas seu estudo foi direcionado às unidades de terapia intensiva e relata que a alta densidade tecnológica e complexidade do cuidado, exige do profissional conhecimento técnico e específico, raciocínio rápido, constante atualização científica e equilíbrio emocional para enfrentar as adversidades e durante a pandemia, essas exigências foram elevadas frente às demandas.

Com o surto, diversos países tiveram expostos as deficiências na área de saúde pública, tendo que dispor de estratégias para o enfrentamento da pandemia.

Gomes et al. (2022), ressalta que as poucas condições de trabalho expõem os profissionais de saúde a uma rotina diária que tende a intensificar os níveis desses sintomas e, nesse sentido, Meleiro et al. (2021), Soares et al. (2022) e Tafuri et al. (2022), se referem à elevação do índice de manifestação de síndrome de Burnout citando: a carência de equipamentos de proteção individual em determinados centros de atendimento, as horas extras adicionadas, a escassez de insumos hospitalares, como fatores que intensificaram o medo de contaminação, além da sensação de descaso, desamparo e frustração com as condições adversas de trabalho, associando ao esgotamento profissional.

Além da precariedade das condições trabalhistas, os fatores pessoais, como: a situação financeira, a relação entre trabalho e família, somaram para o aumento da preocupação manifestada através da ansiedade, Burnout e crises depressivas.

Segundo Schmidt et al., (2020), diante desses conflitos e do cenário, preservar o exercício da função, administrando a vida pessoal e profissional, se tornou um desafio para cada profissional da saúde superar dia após dia, sendo inevitável a intervenção psicológica, ainda que sendo através de plataformas online.

A afirmativa de Alves et al. (2022), em seu estudo, destaca que os sintomas mais evidentes foram identificados em profissionais de enfermagem, tendo como fator preponderante a carga horária elevada de trabalho e a falta de suporte psicológico durante a pandemia.

Silva Filho et al. (2022), menciona em sua pesquisa, que estudo realizado em 2021 identificou, entre os fatores que mais elevaram o índice de estresse em profissionais da saúde: o aumento do número de casos confirmados e suspeitos, seguida do contato próximo com pacientes contaminados, o distanciamento da família e amigos, a carga horária de trabalho exaustiva e a falta de EPIs.

A separação prolongada da família, conforme afirma Souza et al. (2022), gerou consequências para pais e filhos que foram obrigados a permanecer distantes, vivendo em um ciclo de ausência sem nenhuma noção de quando o cenário mudaria.

Souza et al. (2022), Cavalcanti et al. (2020) e Schmidt et al. (2020), ressaltam em suas respectivas pesquisas, à pressão das notícias e das redes sociais, como fatores contribuintes para os níveis de medo, pois se sabe que com a disseminação de Fake News, muito desespero também foi compartilhado.

Dantas et al. (2021), expõe levantamento realizado em Brasília-DF que avaliou médicos residentes atuantes durante a pandemia, tendo como registro 25% dos profissionais afirmaram ter cogitado trocar de especialidade em razão da ansiedade provocada pela pandemia e as condições de trabalho.

Gomes et al. (2020), destaca a predominância de profissionais do sexo feminino com sintomas de transtornos, em pesquisa realizada com profissionais de saúde em Rondonópolis-MT (Brasil), o que também pode ser identificado em estudo elaborado por Oliveira et al. (2022), Silva-Junior et al. (2021) eCavalcante et al. (2022).

Em 05 (cinco) produções científicas realizadas, Prado et al. (2020), destacou índices de estresse moderado a grave em 59%, depressão em 12,7% a 50,4%, e ansiedade de 20,1% a 44,6% em trabalhadores de saúde. Os artigos também relatam os sentimentos de angústia e medo e sono prejudicado sendo maior nessa população de estudo, em nível maior no público feminino.

Neves et al. (2020), observa que a aprendizagem de saúde também sofreu impacto pelo cenário modificado, quando da redução das atividades práticas e redirecionamento das prioridades.

Em pesquisa realizada com 170 discentes do curso de Medicina em uma Universidade do Interior de São Paulo, Silva et al. (2021), afirma que 67,6% apresentaram algum sintoma de estresse relacionado à fatores como a redução do convívio social e a sobrecarga de atividades online, enquanto 32,4% não manifestaram sintomas suficientes para classificação em alguma fase de estresse.

Ventura et al. (2022), constatou em sua pesquisa que os hábitos de vida saudável foram descuidados e que, parte dos profissionais pesquisados passaram a adotar alimentação diferenciada, consumir álcool, tabaco e açúcar além do limite. Relatou, ainda que a falta de autoestima, levou ao descuido da imagem e, outros, deixaram de realizar passatempos habituais.

A cada variante noticiada, um alerta. E, com a cobertura vacinal, a flexibilização gradual do uso de máscaras e do distanciamento social, as primeiras sensações de alívio, ainda condicionados aos cuidados de higiene e as doses completas de vacinação, mas com a ciência de que a pandemia ainda não acabou, mas é possível vislumbrar.

CONCLUSÕES

Sabe-se que a pandemia por COVID-19 provocou impacto global provocando abalo no estado emocional de parte da população mundial, por se tratar de uma emergência de saúde pública de origem desconhecida.

Nesse contexto, a exposição ao risco de infecção foi inevitável aos profissionais que atuaram frente ao combate da doença.

O meio de imunização se estendeu nas fases de estudo sendo, portanto, necessária a adoção de medidas para o enfrentamento da pandemia, entre as medidas, o isolamento social que causou grande impacto emocional, dada à distância entre familiares e amigos.

Relatos de diversos casos de necessidade de apoio psicológico para resgatar a saúde mental, foram divulgados, considerando as mudanças necessárias visando conter o alto índice de contaminação divulgados nos primeiros relatos, após a Organização Mundial de Saúde decretar estado de Pandemia.

Como uma das ações imediatas foi adotado o atendimento remoto, onde profissionais da área de psicologia passaram a cumprir agendas com a população em geral, através de plataformas online. (Schmidt et al., 2020)

O objetivo desta pesquisa foi investigar, através de uma revisão sistemática da literatura, fatores preponderantes à prevalência de transtornos psicológicos em profissionais da saúde envolvidos na “linha de frente” do combate à COVID-19 e, como resultado, foi possível observar nos diversos estudos que a sobrecarga de trabalho pela brusca demanda, somada ao afastamento prolongado da família, a falta de condições de trabalho (carência de equipamentos de proteção individual, a escassez de insumos hospitalares, falta de apoio psicológico), contribuíram para que número expressivo de profissionais que atuaram e ainda atuam como sentinelas durante a pandemia, apresentassem altos e moderados níveis de ansiedade, estresse, depressão, medo, insônia e Burnout, com índices mais elevados identificados no público feminino, com resultados relevantes nas equipes de enfermagem.

De acordo com os artigos, o objeto deste estudo requer imediata intervenção para o tratamento dos índices de transtornos. As recomendações em cada estudo reforçam a necessária implementação de estratégias de atenção psicológica e resgate da saúde mental desses profissionais cujo papel é fundamental na preservação e tratamento da saúde e, nesse sentido, diante dos primeiros casos de TM, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgaram orientações sobre Saúde Mental em vários idiomas.

Com o reconhecimento do impacto da COVID-19 na saúde mental, países membros da OMS passaram a adotar medidas. Em março deste ano, 90% dos países passaram a fornecer saúde mental e apoio psicossocial à população. (OPAS-OMS, 2020)Da mesma forma, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz, (FIOCRUZ, 2020), desenvolveram material com Recomendações e Orientações em Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia, como meio de prestar atendimento à população e se referindo aos cuidados que devem ser dedicados aos profissionais da saúde. O material foi elaborado por Grupo de Trabalho Voluntário, em março de 2020.

É possível, portanto, constatar ações sendo desenvolvidas com a intenção de prestar apoio e estabilização emocional de profissionais de saúde afetados por transtornos desenvolvidos durante suas atuações frente ao combate.

Destarte, recomenda-se a realização de novos estudos com abordagens que visem a atualização dos resultados desta revisão sistemática, com evidências quanto à implementação de ações assertivas em prol da saúde mental e consequentemente a redução dos índices de TM.

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Doutor em Adm. (UCF, EUA). Médico del Trabajo y Pesquisador do NVST / SVS-SESA (Macapá-AP, Brasil)
ID https://orcid.org/0000-0002-3602-3808
Doutora em Neurociências, Psicologa, Profesora pesquisadora UFLO (Argentina)
ID https://orcid.org/0000-0002-0015-2050