TRANSTORNOS MENTAIS NA GESTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM

MENTAL DISORDERS IN PREGNANCY: THE IMPORTANCE OF NURSING CARE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11534243


Mara Mikaelly Santos da Silva [1]
Enzo Kaique da Silva Lopes [2]
Janete de Oliveira Briana [3]


Resumo

Os transtornos mentais representam uma questão de saúde pública global, afetando aproximadamente 450 milhões de pessoas em todo o mundo. A gravidez é reconhecida como momento de risco para o desenvolvimento e agravamento de problemas de saúde mental. O objetivo deste trabalho é identificar e apresentar intervenções de enfermagem destinadas a gestantes com transtornos mentais, com o objetivo de descrever sua eficácia na redução de sintomas, melhoria da saúde mental e qualidade de vida durante a gestação. Trata-se de um estudo exploratório, do tipo revisão de literatura integrativa, com abordagem qualitativa. Procurou-se responder ao problema de pesquisa: “Qual a eficácia das intervenções de enfermagem no tratamento de transtornos mentais em gestantes?”, por meio da análise de estudos encontrados na SciELO, PubMed, Google Acadêmico e BVS. Depois da leitura dos trabalhos na íntegra, apenas 18 foram selecionados. Após a seleção das publicações foi atribuído a cada uma um nível de evidência. Após a leitura dos trabalhos selecionados, foi realizada a coleta dos dados dos trabalhos científicos e incluídos na RIL, surgindo assim as seguintes categorias temáticas relacionadas ao objetivo de estudo: Transtornos mentais entre as gestantes, bem como a sua incidência; Dificuldades enfrentadas na assistência de enfermagem em gestantes com transtornos mentais; Intervenções de enfermagem em gestantes com transtornos mentais e Políticas públicas vigentes para promoção, prevenção e reabilitação de gestantes com transtornos mentais. A assistência de enfermagem, quando realizada de forma integral e com intervenções adequadas, mostra-se eficaz na redução de sintomas e na melhoria da qualidade de vida das gestantes. Políticas públicas precisam ser reforçadas para assegurar que todos os aspectos da saúde mental das gestantes sejam devidamente atendidos. Com uma abordagem integrada e multifacetada, é possível melhorar significativamente os cuidados prestados às gestantes com transtornos mentais, garantindo melhores desfechos para mães e bebês.

Palavras-chave: Enfermagem. Transtornos mentais. Gestantes.

1 INTRODUÇÃO

Os transtornos mentais representam uma questão de saúde pública global, afetando aproximadamente 450 milhões de pessoas em todo o mundo. Esses transtornos são responsáveis por uma parcela significativa da mortalidade e incapacidade em países de baixa e média renda, correspondendo a 8,8% e 16,6% das doenças, respectivamente. É fundamental que haja uma maior conscientização sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento adequado desses transtornos para minimizar seu impacto na saúde individual e pública (Santos; Calheiros; Silva, 2021).

De acordo com Costa et al. (2018), durante a gravidez a mulher passa por diversas transformações em nível físico, psicológico, social e individual, tornando sua saúde mental um tópico crucial para discussão entre profissionais de saúde. No entanto, apesar da importância do assunto, muitas vezes a saúde mental da gestante é negligenciada na prática clínica.

A gravidez é reconhecida como momento de risco para o desenvolvimento e agravamento de problemas de saúde mental, especialmente ansiedade e depressão, mas também outros transtornos do humor e, em menor frequência, quadros psicóticos. Além disso, esses transtornos podem trazer graves consequências para a mãe e o feto, tornando essencial o cuidado e a atenção adequados por parte da equipe de saúde (Costa et al., 2018).

Os Transtornos Mentais Comuns (TMC) abrangem sintomas como depressão não psicótica, ansiedade e queixas somáticas que impactam o funcionamento das atividades diárias. Alguns dos sinais distintivos dessa condição incluem dificuldades de concentração e memória, tristeza duradoura, distúrbios do sono, fadiga, sentimentos de desvalorização, queixas físicas, entre outros (Guimarães et al., 2019).

Durante o pré-natal, é comum que haja uma maior ênfase nos problemas físicos enfrentados pelas gestantes, em detrimento de sua saúde mental e bem-estar emocional. Esse desequilíbrio pode ocorrer devido ao estigma que ainda é associado aos transtornos mentais e à crença equivocada de que alguns sentimentos negativos são comuns durante a gravidez e, por isso, não precisam ser compartilhados com os profissionais de saúde. É importante que os serviços de saúde adotem uma abordagem mais ampla e integrada, considerando não só os aspectos físicos, mas também os aspectos psicológicos e emocionais das gestantes, para garantir uma assistência adequada e abrangente às mulheres grávidas (Lopes et al., 2019).

A presença de depressão durante a gestação pode ter um impacto significativo na vida da mãe, do bebê e da família como um todo. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento da depressão gestacional incluem falta de apoio social, histórico de depressão prévia, violência doméstica, idade materna em extremos, problemas com o feto, nuliparidade, entre outros. É importante que a equipe de saúde esteja atenta a esses fatores e forneça um cuidado adequado e específico para as gestantes que apresentam sintomas de depressão (Albuquerque; Leite, 2023).

Nessa perspectiva, a questão norteadora deste trabalho se consolidou em: “Qual a eficácia das intervenções de enfermagem no tratamento de transtornos mentais em gestantes?”.

Destarte, o objetivo deste trabalho é identificar e apresentar intervenções de enfermagem para gestantes com transtornos mentais, avaliando sua eficácia na redução dos sintomas, melhoria da saúde mental e qualidade de vida durante a gestação. Por meio de uma revisão de literatura integrativa, pretende-se destacar os transtornos mentais em gestantes e sua incidência, descrever as intervenções de enfermagem aplicadas a essas gestantes, identificar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de enfermagem na assistência a gestantes com transtornos mentais e descrever as políticas públicas vigentes para a promoção, prevenção e reabilitação da saúde mental dessas gestantes.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. CONCEITO DE GESTAÇÃO E TRANSTORNO MENTAL

O processo de gravidez tem início quando o espermatozoide fecunda o ovócito, usualmente ocorrendo no interior do útero, o qual é responsável pela formação de um novo ser (Oliveira; Santos, 2022).

Ainda de acordo com Oliveira e Santos (2022), esse período é marcado por grandes mudanças tanto para a mulher quanto para as pessoas ao seu redor. Durante todo o processo gestacional, o corpo da mulher sofre gradualmente diversas transformações para se preparar para a gestação, o parto e a maternidade. Assim sendo, ainda que a gravidez seja em grande parte um evento fisiológico que ocorre sem problemas, é uma etapa que necessita de cuidados específicos.

No período gestacional, ocorrem transformações no corpo da mulher e em seu bem-estar, que influenciam sua saúde mental e seu papel na sociedade e na família. Além disso, é possível notar um aumento nos sintomas associados ao sofrimento emocional e até mesmo o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos (Guimarães et al., 2019).

Santos, Calheiros e Silva (2021), também consideram que a gravidez é um período de intensas transformações para a mulher, tanto em termos anatômicos e fisiológicos, como psicológicos, sociais e individuais. Afirmam, ainda, que a saúde mental durante a gravidez é discutida no meio acadêmico, porém, muitas vezes negligenciada na prática (Santos; Calheiros; Silva, 2021).

Os Transtornos Mentais (TM) representam uma questão significativa em termos de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 450 milhões de indivíduos enfrentam algum tipo de TM, o que corresponde a 8,8% das causas de mortalidade e 16,6% dos casos de incapacidade em países com baixa e média renda (Costa et al., 2018).

Os TM são mundialmente reconhecidos como uma das principais enfermidades crônicas e têm o potencial de impactar o indivíduo em todas as etapas de sua existência (Almeida et al., 2012). Nos últimos anos, foi reconhecido como um fator significativo na incidência de doenças e mortalidade tanto no Brasil quanto no mundo, destacando-se como um elemento relevante na saúde da população (Santos; Campos; Fortes, 2019).

O Transtorno Mental Comum (TMC) pode ser descrito como um distúrbio que resulta em sofrimento psicológico, comprometimento funcional e interferência na qualidade de vida da pessoa afetada. A identificação do TMC não implica em certificar um diagnóstico específico, mas sim em detectar possíveis tendências e condições de risco para o desenvolvimento de problemas mentais (Guimarães et al., 2019).

Ainda, os Transtornos Mentais Comuns (TMC) englobam sintomas depressivos não psicóticos, ansiedade e queixas somáticas que afetam o desempenho das atividades diárias. Alguns dos sintomas característicos dessa condição incluem dificuldades de atenção e memória, tristeza persistente, problemas de sono, fadiga, sensação de inutilidade, queixas físicas, entre outros (Guimarães et al., 2019).

A gestação e a maternidade são elementos que resultam em um aumento da ansiedade nas mulheres, o que amplia significativamente as chances de desenvolver algum tipo de transtorno devido à sensibilidade em relação às emoções que surgem nesse novo contexto (Santos; Calheiros; Silva, 2021).

Existem outros elementos que fortalecem a tendência aumentada para TMC em gestantes, tais como viver sem o companheiro, planejamento e aceitação da gestação, tempo de gravidez e complicações durante a gestação (Lucchese et al., 2017).

A vinda de um novo membro para o ambiente familiar nem sempre é acompanhada por emoções positivas. Por exemplo, um estudo prospectivo realizado na Jordânia envolvendo 353 mulheres no último trimestre da gravidez, com idades entre 18 e 45 anos, revelou uma prevalência significativa de sintomas depressivos (19%) durante o período pré-natal, que aumentou substancialmente quando a gravidez não foi planejada (59%) (Lucchese et al., 2017).

A gravidez em mulheres que sofrem de transtornos mentais configura uma situação de elevado risco (Kassada et al., 2015). No contexto brasileiro, aproximadamente 20% das gestações são consideradas de alto risco, o que significa que apresentam algum tipo de condição de saúde que representa uma ameaça à vida da mãe e/ou do feto. Esses distúrbios podem surgir durante o próprio processo de gestação ou serem agravados por problemas de saúde anteriores à gravidez (Nascimento et al., 2022).

2.2. PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS QUE AFETAM GESTANTES

A gestação e o papel de ser mãe são elementos que contribuem para o acréscimo de níveis de ansiedade na mulher, aumentando significativamente a possibilidade de surgimento de algum tipo de distúrbio emocional, em função da sensibilidade em relação às suas novas emoções (Santos; Calheiros; Silva, 2021).

Estudos têm apontado uma alta prevalência de transtornos mentais entre mulheres grávidas. Pesquisas nacionais e internacionais revelam uma variação média de 12,9% a 25,77% na ocorrência de transtornos mentais durante a gestação (Paulino et al., 2021).

A ocorrência e a presença de transtornos psiquiátricos durante o período reprodutivo são frequentes em mulheres, e o tratamento desses transtornos durante a gestação apresenta desafios complexos, exigindo a tomada de decisões clínicas difíceis (Dotto; Bó, 2022).

Estudos científicos apontam que as mulheres apresentam uma maior vulnerabilidade em relação aos homens no que diz respeito ao desenvolvimento de transtornos mentais, especialmente transtornos de humor, ansiedade e comorbidades psiquiátricas. Entre os diversos transtornos mentais, foi constatado que o Transtorno Depressivo Maior afeta 21,6% das mulheres, enquanto o Transtorno de Ansiedade Generalizada ocorre com uma frequência mais elevada, atingindo 19,8% das mulheres (Guimarães et al., 2019).

As mudanças psicológicas têm sido evidenciadas em vários estudos, onde um estudo com 300 gestantes revelou, por meio do uso de um instrumento de avaliação de transtornos mentais na atenção primária, que 76 delas apresentaram um possível diagnóstico de transtorno mental. Dentre essas gestantes, 46 apresentaram sintomas de depressão e 58 apresentaram sintomas de ansiedade/pânico (Teixeira et al., 2019).

Segundo informações epidemiológicas, há uma prevalência de transtornos mentais em mulheres de até 20%, com os transtornos de humor e ansiedade sendo os mais comuns. Ainda, cerca de 10 a 15% das mulheres passam por um episódio depressivo durante a gestação ou no primeiro ano após o parto. É durante o período perinatal que as mulheres enfrentam o maior risco de desenvolver transtornos mentais, especialmente aquelas que têm histórico prévio de problemas dessa natureza (Kassada et al., 2015).

Kassada et al. (2015) realizaram um estudo na qual a depressão foi identificada como o transtorno mental mais comum, o que está em consonância com descobertas de outros estudos nacionais e internacionais, conferindo-lhe uma relevância significativa em termos de saúde pública.

Além disso, o impacto emocional causado pela depressão na mulher grávida pode afetar tanto sua saúde física quanto mental, representando um fator de risco para a ocorrência de depressão pós-parto, além de interferir no desenvolvimento do feto. Além disso, a literatura evidencia que a presença desse transtorno durante a gestação aumenta a probabilidade de complicações, como pré-eclâmpsia e parto prematuro (Kassada et al., 2015).

Estudos indicam que o período que engloba a gravidez e o pós-parto é o momento em que ocorre maior incidência de transtornos psicológicos em mulheres. É necessário dedicar atenção especial para preservar ou restabelecer o bem-estar da mulher e prevenir possíveis dificuldades futuras para o filho. A intensidade das alterações psicológicas será influenciada por fatores como o ambiente familiar, o relacionamento conjugal, fatores sociais, culturais e a personalidade da gestante (Lopes et al., 2023).

Durante o período de gravidez, existem diversos fatores de risco associados à ocorrência de depressão, os quais podem estar relacionados a circunstâncias como a gravidez precoce, concepção não planejada, sentimentos negativos em relação à gestação, ser mãe solteira, ter outros filhos, enfrentar conflitos com o parceiro, falta de apoio social, baixa renda e baixo nível educacional (Guimarães et al., 2019).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência, que abrange a faixa etária entre 10 e 19 anos, é um dos períodos em que há maior vulnerabilidade para o surgimento de transtornos mentais (Dalia et al., 2022).

Pesquisas evidenciam que esse período é caracterizado, inicialmente, por mudanças físicas e desenvolvimento de características secundárias, mas também tem impacto nos aspectos cognitivos e psicológicos. Assim, a adolescência é uma fase em que a instabilidade emocional tende a ser mais acentuada (Dalia et al., 2022).

Ainda de acordo com Dalia et al. (2022), muitas adolescentes enfrentam o desafio da maternidade, o que acarreta mudanças significativas em seu corpo, mente e vida social durante a gravidez. Essa fase da vida representa um período de risco para o desenvolvimento e agravamento de problemas de saúde mental, afetando tanto a gestante quanto os resultados da gravidez. No entanto, é comum observar a negligência por parte dos profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento dos distúrbios de saúde mental dessas adolescentes.

Durante a gestação, a mulher alimenta expectativas em relação ao futuro da gestação, ao parto e à sua vida conjugal e social. O parto é considerado um dos eventos mais significativos de toda a gestação, tornando-se um fenômeno marcante a longo prazo, podendo gerar pensamentos positivos ou negativos. A carga de ansiedade para esse período é justificada e compreendida devido às inúmeras transformações que ocorrerão, sendo uma reação esperada. A maneira como essas informações são fornecidas pode suavizar a jornada da gravidez, bem como o período pós-parto (Santos; Calheiros; Silva, 2021).

Ainda de acordo com Santos, Calheiros e Silva (2021), no que diz respeito às questões inerentes à condição humana, os hormônios desempenham um papel importante não apenas na saúde da mulher, mas também na do feto. Isso ocorre porque a atividade excessiva ou insuficiente do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA) afeta as funções endócrinas, resultando em uma série de aspectos depressivos.

Além disso, existem fatores externos associados aos transtornos mentais em gestantes, como baixo nível socioeconômico, faixa etária, apoio familiar, falta de desejo pela gestação, dificuldade de compreender essa nova fase e predisposição genética a algum transtorno. Vale ressaltar que mulheres que estão começando a desenvolver algum transtorno mental podem ou não apresentar redução no autocuidado e outros sinais e sintomas, tornando seu diagnóstico às vezes imperceptível (Santos; Calheiros; Silva, 2021).

Ainda, a ansiedade e o estresse da gestante promovem a produção de certos hormônios que atravessam a barreira placentária e afetam o organismo do feto em desenvolvimento. Isso resulta em alterações na composição da placenta e no ambiente fetal (Falcone et al., 2005).

Os distúrbios psicológicos durante a gravidez podem ter vínculos com problemas obstétricos, cuidado pré-natal insuficiente, pré-eclâmpsia e ocorrência de depressão e/ou ansiedade após o parto, os quais podem exercer uma influência adversa no crescimento e desenvolvimento da criança, bem como aumentar a probabilidade de surgimento de transtornos mentais, como a depressão, nas crianças nascidas (Kassada et al., 2015).

2.3. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ÀS GESTANTES COM TRANSTORNOS MENTAIS

A assistência de enfermagem durante a gestação é fundamental para a promoção da saúde da mãe e do bebê. Ainda, quando a gestante apresenta transtornos mentais, essa assistência deve ser ainda mais cuidadosa e específica, devido aos riscos que esses transtornos podem representar durante o período gestacional (Santos; Calheiros; Silva, 2021).

O profissional de Enfermagem desempenha um papel crucial no cuidado pré-natal. Além de fornecer atendimento clínico, é responsável por oferecer suporte emocional e conhecimento à gestante, a fim de proporcionar conforto e apoio tanto à mãe quanto ao feto (Leite; Valladares-Torres, 2023).

Ainda, para desempenhar essa função, é necessário que o enfermeiro possua habilidades técnicas, bem como sensibilidade, a fim de estabelecer um vínculo de confiança que facilite o trabalho de forma preventiva e educativa. Além disso, o enfermeiro deve estar disposto a ouvir as queixas e apreensões da gestante, auxiliando no manejo da ansiedade. Esse tipo de atendimento é fundamental para estabelecer uma conexão com a gestante, contribuindo para uma gestação com menor risco, maior conforto e redução dos possíveis prejuízos associados ao período gestacional (Leite; Valladares-Torres, 2023).

De acordo com o Ministério da Saúde, considera-se que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) são o local adequado para o início do pré-natal, em conformidade com o Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM), estabelecido em 1984. Ainda, esse programa visa promover ações de proteção, assistência e recuperação, abrangendo desde o nível básico até o mais complexo. Além disso, as UBS proporcionam acesso da gestante a serviços educativos, preventivos, diagnósticos, de tratamento e recuperação em suas clínicas ginecológicas e obstétricas (Brasil, 2004).

De acordo com o Ministério da Saúde, durante o acompanhamento pré-natal, são realizadas diversas ações voltadas para a promoção da saúde individual e coletiva dessas mulheres, com o objetivo de diminuir os riscos e a gravidade dos problemas de saúde tanto para a mãe quanto para o feto (Brasil, 2006). Uma das medidas importantes nesse contexto é proporcionar um acompanhamento pré-natal de qualidade, que desempenha um papel fundamental ao fornecer informações e oferecer suporte para a gestante durante períodos de instabilidade emocional (Dalia et al., 2022).

De acordo com Sousa e Andrade (2022), o objetivo principal do pré-natal de baixo risco, conduzido por enfermeiros em Unidades Básicas de Saúde (UBS), é monitorar, avaliar, prevenir e detectar quaisquer anormalidades maternas e fetais em gestantes consideradas de baixo risco. Além disso, é oferecido aconselhamento educacional sobre a gestação, parto, puerpério, amamentação e cuidados com o bebê. É responsabilidade do enfermeiro identificar as gestantes que podem estar em risco e encaminhá-las aos serviços especializados.

Cabe ao profissional de Enfermagem a responsabilidade exclusiva de realizar a consulta de pré-natal, com o objetivo de proporcionar acesso adequado ao acolhimento e acompanhamento da gestante. Além disso, como um aspecto diferenciado em sua abordagem, é importante demonstrar interesse pelo estilo de vida da paciente e identificar precocemente fatores que possam representar riscos gestacionais (Brasil, 2012).

A importância de receber cuidados pré-natais é ressaltada devido à compreensão de que transtornos mentais mais graves podem ter impactos futuros tanto na mãe quanto no bebê. Isso ocorre porque os sintomas residuais desses transtornos podem persistir a longo prazo, levando a possíveis consequências para o bem-estar do binômio mãe-bebê (Teixeira et al., 2019).

O enfermeiro deve desempenhar seu papel na equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS), garantindo a presença da gestante nas consultas, exames e retornos programados. Em casos de falta de adesão por parte da gestante, o enfermeiro irá promover abordagens educativas sobre o processo da gestação, enfatizando a importância do comprometimento com o bem-estar do bebê e da atenção aos possíveis problemas de saúde tanto da mãe quanto da criança (Leite; Valladares-Torres, 2023).

Ainda de acordo Leite e Valladares-Torres (2023), o profissional de Enfermagem que atua no pré-natal de gestantes necessita ir além do conhecimento técnico de sua profissão. Para isso, será necessário colher todas as informações pertinentes para a condução do pré-natal, desde o histórico familiar ao seu perfil socioeconômico.

Portanto, ao ter acesso a informações abrangentes das gestantes, é importante que o enfermeiro responsável pelo pré-natal dessas usuárias possua qualificação específica para desenvolver um trabalho mais adequado e personalizado para atender a essas usuárias de forma especializada (Leite; Valladares-Torres, 2023).

De acordo com Oliveira e Santos (2022), para garantir uma atenção pré-natal eficiente, é essencial que a equipe de profissionais que esteja envolvida, seja capacitada não apenas em relação a questões biológicas, mas também em relação aos aspectos subjetivos que envolvem o processo gravídico-puerperal.

Além disso, a família desempenha um papel crucial como a principal fonte de apoio materno, sendo essencial para os cuidados pré e pós-natais recebidos pela mãe, além de contribuir para a redução de eventos estressantes (Costa et al., 2018).

Nesse sentido, a realização de avaliação clínica e acompanhamento na atenção básica é de extrema importância, especialmente no cuidado pré-natal, uma vez que pode ser o único momento em que uma mulher em idade reprodutiva entra em contato com os serviços de saúde. Isso torna essencial para a implementação de intervenções voltadas para a promoção da saúde da mulher (Costa et al., 2018).

Além disso, a identificação de possíveis Transtornos Mentais (TM) durante a gravidez pode fornecer uma compreensão mais abrangente da dinâmica entre mãe e filho, bem como contribuir para a qualidade do atendimento prestado às famílias (Costa et al., 2018).

O cuidado multiprofissional com gestantes deve considerar a interação de diversos aspectos. Isso inclui a história pessoal da mulher, seu histórico ginecológico e obstétrico, o contexto socioeconômico e cultural em que ela está inserida, além da qualidade da assistência que lhe é oferecida. Ainda, uma abordagem abrangente deve ser capaz de proporcionar um período satisfatório de bem-estar tanto para a mulher quanto para o feto (Araújo et al., 2020).

Além disso, é fundamental que esses profissionais estejam atualizados e tenham conhecimentos técnicos e evidências científicas sobre os sintomas psicológicos que podem surgir durante a gravidez e o puerpério, a fim de identificar precocemente possíveis casos de sofrimento. Isso inclui perturbações relacionadas ao sono e ao apetite, perda de energia, sensação de abandono ou culpa excessiva, pensamentos recorrentes relacionados à morte ou até mesmo ideias suicidas, além de um possível sentimento de rejeição em relação ao bebê (Oliveira; Santos, 2022).

Durante o período de gestação, é recomendada uma abordagem mais humanizada e harmoniosa entre os profissionais de saúde e as gestantes. É essencial proporcionar à família um cuidado que leve em consideração os sentimentos, percepções e experiências que inconscientemente afetam a saúde mental materna (Araújo et al., 2020).

Vale destacar, também, que a capacidade de realizar uma escuta humanizada e com empatia à gestante é o requisito fundamental para a prevenção. Através dessa interação, os profissionais de saúde podem identificar variações de humor, pensamento e comportamento que podem indicar a presença de possíveis distúrbios psiquiátricos (Santos et al., 2022).

2.4. POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A SAÚDE MENTAL/TRANSTORNOS MENTAIS DURANTE A GESTAÇÃO

De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (1946), a saúde abrange não apenas a ausência de doenças ou enfermidades, mas também o completo bem-estar físico, mental e social. Da mesma forma que a saúde vai além das condições médicas, a saúde mental também vai além da mera ausência de distúrbios psicológicos (Ribeiro; Alves, 2022).

Nesse contexto, conclui-se que os transtornos neuropsiquiátricos têm um impacto significativo na morbidade social e psicológica, contribuindo para uma série de problemas nesses aspectos (Dalia et al., 2022).

Nos dias de hoje, há amplas discussões em torno da humanização na área de Saúde Mental. Essas discussões tiveram início com a luta antimanicomial, que resultou na abolição de castigos físicos e mentais, bem como no fim do abuso medicamentoso como forma de terapia. Esse movimento também impulsionou o reconhecimento dos direitos dos pacientes em expressar suas opiniões e serem ouvidos, além de promover a transformação das relações entre profissionais de saúde e seus pacientes (Mouzinho; Alves Junior; Luz, 2022).

Em geral, a prática de enfermagem passou a adotar abordagens inovadoras no cuidado em saúde mental, priorizando atitudes de respeito e dignidade. Isso implica em ações direcionadas às particularidades individuais dos indivíduos, promovendo sua participação ativa no processo de tratamento (Calgaro; Souza, 2010).

Os profissionais de saúde enfrentam desafios na investigação dos Transtornos Mentais (TM) na atenção básica, incluindo dificuldades na realização do diagnóstico. Mesmo com a alta prevalência de problemas mentais entre os pacientes atendidos na rede básica de saúde, a detecção adequada ainda não é realizada e isso ocorre devido às dificuldades enfrentadas pelos profissionais para realizar um diagnóstico preciso e, consequentemente, fornecer o tratamento adequado (Costa et al., 2018).

Durante o acompanhamento pré-natal, a atenção é predominantemente direcionada aos aspectos físicos da gravidez, com poucas abordagens voltadas para identificar mulheres com maior probabilidade de desenvolver transtornos mentais durante a gestação e no pós-parto (Teixeira et al., 2019).

A Unidade Básica de Saúde (UBS) deveria ser o ponto de partida para o cuidado abrangente durante a trajetória assistencial da gestante (Teixeira et al., 2019). No entanto, o estudo dos autores anteriormente mencionados revelou a falta de preparo dos profissionais para lidar com situações adversas, como sintomas, suporte psicológico e tratamento medicamentoso.

Desta forma, é fundamental priorizar a saúde mental na atenção básica para identificar precocemente os casos e interromper o processo de adoecimento. Nesse sentido, é necessário que os profissionais sejam capacitados em saúde mental (Costa et al., 2018).

No estudo de Teixeira et al. (2019), foi constatada a importância de políticas de atenção ao planejamento familiar que tenham um papel significativo nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), uma vez que mulheres nessas circunstâncias apresentam altas taxas de gravidezes não planejadas e são mais vulneráveis a abusos sexuais.

Um estudo realizado no Ceará demonstrou que os profissionais dos CAPS têm pouco conhecimento sobre esse tema e necessitam de apoio institucional para desenvolver atividades relacionadas ao planejamento familiar e acolhimento dessas mulheres (Pereira et al., 2014).

A gestação em mulheres com transtornos mentais representa um cenário de alto risco, não apenas devido à presença do transtorno em si, mas também devido às condições sociais e emocionais desafiadoras enfrentadas por essas mulheres. É essencial, portanto, estabelecer serviços especializados que possam fornecer um acompanhamento adequado para essa população (Kassada et al., 2015).

Nesse sentido, a atenção primária, como ponto de entrada no sistema de saúde, deve estar preparada para identificar precocemente os casos em que as gestantes necessitam de suporte dos profissionais de saúde mental, por meio de um pré-natal abrangente e de qualidade (Kassada et al., 2015).

Neste momento, é essencial considerar o cuidado com a saúde mental como parte integrante do cuidado em saúde, seguindo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso implica garantir acesso universal aos serviços em todos os níveis de atenção, promover a integralidade das ações, assegurar equidade de direitos e serviços, além de descentralizar a tomada de decisões, envolvendo todos os atores relevantes (Porcel; Silva, 2023).

É dever da equipe de saúde, especialmente dos enfermeiros, receber a gestante de forma acolhedora, permitindo que ela compartilhe suas preocupações, medos e angústias, além de agir nas atividades que promovem a saúde mental, prevenção, tratamento e recuperação de casos de depressão durante a gestação (Albuquerque; Leite, 2023).

Portanto, é necessário capacitar a equipe multiprofissional, promovendo discussões sobre cuidados adequados e integrados à rede de saúde, utilizando todos os recursos disponíveis no sistema de saúde, a fim de oferecer uma assistência pré-natal adequada para identificar e acompanhar esses casos (Pereira et al., 2014)

3 METODOLOGIA
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo exploratório, do tipo revisão de literatura integrativa, com abordagem qualitativa. Um estudo exploratório é conduzido com o objetivo primordial de fornecer critérios acerca da situação ou problema investigado pelo pesquisador, buscando ampliar sua compreensão (Piovesan e Temporini, 1995).

De acordo com Mendes, Silveira e Galvão (2008), a revisão integrativa é uma metodologia de pesquisa que possibilita a utilização simultânea de múltiplos estudos publicados, permitindo obter conclusões abrangentes sobre uma determinada área de estudo.

Em conformidade, uma pesquisa qualitativa dedica-se ao nível de realidade que não pode ser quantificado; em outras palavras, concentra-se no mundo dos significados, motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes (Minayo, 2014).

3.2. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O presente estudo seguiu o percurso metodológico proposto por Mendes, Silveira e Galvão (2008), que consiste em 6 fases:

1ª Etapa: identificação do tema e seleção da hipótese de pesquisa para a elaboração da revisão integrativa/definição da questão norteadora;

2ª Etapa: amostragem ou busca na literatura/estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão do estudo;

3ª Etapa: definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados;

4ª Etapa: avaliação dos estudos incluídos;

5ª Etapa: interpretação dos resultados; e

6ª Etapa: apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

3.2.1. Elaboração da questão de pesquisa para o desenvolvimento da revisão integrativa

A revisão integrativa da literatura começa ao definir um problema e formular uma hipótese ou pergunta de pesquisa que seja relevante para a enfermagem. É um processo que demanda tempo, esforço e rigor. Essa etapa é fundamental para orientar a condução de uma revisão integrativa da literatura bem estruturada e deve estar fundamentada em um raciocínio teórico (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).

Ao formular a questão inicial, utilizou-se a abordagem PICO, que é um acrônimo para Patient (Paciente/problema), Intervention (Intervenção), Comparison/Control (Comparação) e Outcomes (Resultados). Esses quatro componentes são os elementos essenciais da questão de pesquisa e da construção da pergunta para a pesquisa de evidências, especialmente quando se deseja investigar um tema altamente específico (Santos; Pimenta; Nobre, 2007).

A população da revisão integrativa foi constituída pela produção cientifica relacionada ao tema/questão. Para guiá-la, formulou-se a seguinte questão: “Qual a eficácia das intervenções de enfermagem no tratamento de transtornos mentais em gestantes?”.

Dessa forma, a formulação da pergunta de pesquisa utilizando a estratégia PICO, conforme o Quadro 01 abaixo, orientou a pesquisa ao focar nos pacientes (P), na intervenção (I) oferecida a eles, na possível comparação (C) com outras abordagens e nos resultados (O) esperados da Assistência de Enfermagem para gestantes com transtornos mentais.

QUADRO 01 – Descrição dos componentes da estratégia PICO

ACRÔNIMODEFINIÇÃODESCRIÇÃO
PProblema de interesseGestantes com transtornos mentais.
IÁrea de interesseAssistência de enfermagem especializada, incluindo intervenções de detecção precoce, manejo e suporte contínuo.
CComparaçãoCuidados padrões sem a intervenção específica de enfermagem ou assistência mínima.
ODesfechoMelhora nos desfechos de saúde mental das gestantes, incluindo redução dos sintomas dos transtornos mentais, melhora na qualidade de vida, e desfechos perinatais positivos (saúde materna e fetal).

FONTE: Autores, 2024.

3.2.2. Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão de estudos (amostragem)

Nesta fase da monografia, optou-se por responder à pergunta de pesquisa realizando buscas online nas principais bases de dados comumente utilizadas na investigação da produção em saúde. Essas bases incluem:

Para encontrar os artigos nas bases de dados mencionadas, foi feita uma pesquisa inicial nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Identificou-se os termos que produziram o maior número de estudos relevantes e eles foram selecionados para esta revisão: “GRAVIDEZ”, “GESTAÇÃO”, “ENFERMAGEM”, “ENFERMEIROS”, “CUIDADOS DE ENFERMAGEM” e “TRANSTORNOS MENTAIS”. Utilizou-se o operador booleano AND para unir os descritores. Foram utilizadas 6 chaves de busca no total, pesquisadas nos idiomas Inglês e Português. Para a realização do rastreio, os descritores foram utilizados conforme estão apresentados no Quadro 02:

QUADRO 02 – Descritores indexados no DeCS utilizados na estratégia de busca.

Descritores em portuguêsDescritores em inglês
Gravidez and Gestação and Enfermagem and Enfermeiros and Cuidados de Enfermagem and Transtornos MentaisPregnancy and Gestation and Nursing and Nurses and Nursing Care and Mental Disorders
Gestação and Enfermagem and Cuidados de Enfermagem and Transtornos MentaisGestation and Nursing and Nursing Care and Mental Disorders
Gravidez and Enfermagem and Cuidados de Enfermagem and Transtornos MentaisPregnancy and Nursing and Nursing Care and Mental Disorders
Gravidez and Enfermeiros and Cuidados de Enfermagem and Transtornos MentaisPregnancy and Nurses and Nursing Care and Mental Disorders
Gestação and Enfermeiros and Cuidados de Enfermagem and Transtornos MentaisGestation and Nurses and Nursing Care and Mental Disorders

FONTE: Autores, 2024.

Foram inclusos nessa revisão os trabalhos científicos que apresentam critérios como: trabalhos científicos publicados nos últimos cinco anos; arquivos que estejam indexados em bases de dados, disponíveis na íntegra para leitura; trabalhos que abordem diretamente a temática central; e trabalhos científicos nos idiomas português e inglês.

Quanto aos critérios de exclusão, não foram selecionados: trabalhos disponíveis em outros idiomas; teses; monografias; cartas ao editor; dissertações; trabalhos que não se relacionam com a abordagem temática e/ou que não possuem caráter científico.

Devido às particularidades de acesso de cada uma das três bases de dados escolhidas, as estratégias de busca foram adaptadas para cada uma delas, mantendo a questão de pesquisa e os critérios de inclusão como guia. A coleta de dados ocorreu entre setembro e dezembro de 2023 e entre fevereiro e maio de 2024.

Inicialmente, os artigos foram selecionados com base na leitura dos títulos e resumos, buscando identificar aqueles que abordassem o panorama atual sobre a importância da assistência de enfermagem para gestantes com transtornos mentais. Em casos de dúvida sobre o conteúdo do estudo, o artigo foi marcado para leitura completa, para decidir sobre sua inclusão ou exclusão.

Além disso, foram realizados fichamentos de todos os estudos pré-selecionados e examinadas as referências citadas em cada uma das fontes de dados selecionadas. Após refinamento das publicações encontradas tendo como referência os descritores de busca.

3.2.3. Definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados

Nessa fase, foi desenvolvido um instrumento de coleta de dados (anexo A), para reunir e sintetizar as informações-chave a serem extraídas dos estudos selecionados. Após esta extração foi descrito, por meio de um quadro, o título, autores, ano de publicação, os objetivos, a metodologia empregada, os resultados, as principais conclusões de cada estudo e nível de evidência (Mendes; Silveira; Galvão, 2008). A partir desta análise foram selecionados todos os artigos que se encontraram nos critérios de inclusão no quadro 02.

3.2.4. Avaliação dos estudos incluídos

A ferramenta utilizada para avaliação dos estudos incluídos foi o PRISMA, que emprega como metodologia um fluxograma mostrando todo o percurso da seleção dos estudos para a pesquisa. O objetivo da ferramenta é apoiar os autores em sua busca para melhorar as revisões sistemáticas e metanálises, mas não se limita a isso, pois ele também pode avaliar revisões que foram tornadas públicas (Corvello et al., 2022). A avaliação dos estudos está descrita no Fluxograma 01.

3.2.5. Interpretação dos resultados

Nesta etapa foi discutido os principais resultados, similar à pesquisa convencional.  Comparando os resultados da avaliação crítica dos estudos incluídos com o conhecimento teórico, enfatizando as conclusões e implicações decorrentes da revisão integrativa (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).

A técnica de análise de dados, utilizada nessa pesquisa foi a “Análise de Conteúdo” defendida por Bardin (2004), que diz que a análise de conteúdo é definida como um conjunto de técnicas de “análise das comunicações”, que busca obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos, a descrição do conteúdo das mensagens e a identificação de indicadores (quantitativos ou não) que permitam inferências sobre as condições de produção/recepção dessas mensagens. Ainda, é uma abordagem metodológica que inclui um conjunto de instrumentos em constante aperfeiçoamento, com o objetivo de analisar diversos tipos de conteúdo, sejam eles verbais ou não-verbais, por meio da sistematização de métodos utilizados na análise de dados.

A técnica de pesquisa Análise de Conteúdo defendida por Bardin (2004) se estrutura em três fases: A primeira fase, denominada como Pré-análise, na segunda fase, ou fase de exploração do material e a terceira etapa é denominada tratamento dos resultados – a inferência e interpretação

Sendo assim, após a análise dos processos descritos acima, pautou-se em estudos de autores, sendo que tanto a análise quanto a síntese dos dados extraídos dos artigos foram realizadas de forma descritiva, possibilitando observar, contar, descrever e classificar os dados, com o intuito de reunir o conhecimento produzido sobre o tema explorado na revisão, conforme defendida por Bardin (2004).

3.2.6. Apresentação da revisão/síntese do conhecimento

Nessa etapa, de posse das informações do documento sintetizado, obtidas por meio da análise dos estudos incluídos, onde permitiu evidenciar o percurso metodológico até os resultados selecionados, avaliados e sintetizados, os quais são as principais conclusões decorrentes dessa análise (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).

Inicialmente, realizou-se uma pré-seleção dos estudos, com a leitura dos títulos e resumos, com posterior leitura na íntegra das produções selecionadas. A busca foi realizada por dois revisores independentes, que seguiram um protocolo padronizado com os descritores e cruzamentos nas bases de dados. Em situação de divergência, buscou-se um consenso entre os revisores.

3.3. COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP)

Para evitar plágios, a pesquisa foi realizada respeitando a autoria original dos periódicos, evitando a apropriação do conteúdo autoral de seus autores.

Não houve a necessidade de submeter este trabalho ao CEP, tendo em vista que esse tipo de revisão não necessita de apreciação ética em conformidade com a Resolução nº 446 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Conforme esclarece a resolução nº 510/2016, tendo em vista ser um trabalho bibliográfico do tipo revisão integrativa.

4 ANÁLISE DOS DADOS

A busca resultou em 19.308 publicações, e após a definição do intervalo de tempo 2019 a 2024, foram encontradas 2.210 publicações. Para seleção das publicações, seguiram-se as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), conforme apresentado no Fluxograma 01.

Na tabela 1 estão identificadas as bases de dados utilizadas e a quantidade de artigos encontrados antes e após a definição de tempo que foi de 2019 à 2024, referente a etapa 2.

TABELA 01- Apresentação da população e amostra do estudo do ano de 2019 a 2024

Base de dados e biblioteca eletrônicaArtigos encontradosApós a definição do intervalo de tempo 2019 a 2024
PubMed15.417770
Google Acadêmico2.4401.170
BVS92
SciELO1.442268
Total19.3082.210

Fonte: Autores, 2024.

Dos 19.308 trabalhos publicados, 18.413 foram excluídos após a leitura dos títulos, sendo 895 selecionados para a leitura dos resumos.

Após a leitura dos resumos, 784 foram excluídos, sendo 111 selecionados para leitura na íntegra. Depois da leitura dos trabalhos na íntegra, apenas 18 artigos foram selecionados.

Após a busca refinada entre as publicações encontradas, utilizando os termos de busca os descritores, chegou-se à amostra do estudo do quadro 03 ao 15, onde estão dispostos os artigos selecionados, na qual estão especificados ano, revista, título, objetivo, resultados, metodologia e nível de evidência. Nessa etapa utilizou-se a técnica de análise de dados “Análise de Conteúdo” de Bardin (2004).

Quadro 03 – PubMed – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Ravi, Bernabe e Michopoulos (2022).Fronteiras em PsiquiatriaDistúrbios de saúde mental relacionados ao estresse e inflamação na gravidez: o cenário atual e a necessidade de investigações adicionais.Resumir e sintetizar a literatura existente sobre o sistema imunológico durante a gravidez, bem como as escassas evidências existentes destacando as associações entre inflamação e transtornos relacionados ao humor, ansiedade e medo na gravidez.No geral, o existente a literatura sugere que o estresse, a exposição ao trauma e a psicopatologia relacionada ao estresse estão associados a níveis mais elevados de inflamação sistêmica em gestantes, mas destacam a necessidade de uma investigação mais aprofundada, uma vez que os dados existentes são equívocos e variam com base em quais marcadores imunológicos específicos são afetados. Melhor entendimento da psicoimunologia da gravidez é necessário para reduzir as taxas de doenças mentais, aumentar a probabilidade de uma gravidez bem-sucedida e reduzir o impactos intergeracionais dos transtornos de saúde mental relacionados ao estresse pré-natal.  Revisão sistemática de literatura de caráter exploratório, com abordagem qualitativa, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.I
Quadro 04 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Castilhos, Santos e Lima (2020).    Revista Brasileira Interdisciplinar de SaúdeTranstornos mentais na gravidez: gestantes assistidas na atenção primária.Expressar o processo de enfermagem na aplicação de cuidados às gestantes portadoras de transtornos mentais.De acordo com o estudo feito nessa pesquisa, os fatores que mais cooperam para que as gestantes sejam acometidas com transtornos mentais são: abandono da família e do parceiro, baixa renda, ensino médio incompleto, gestação precoce e não planejada. A probabilidade de sintomas sugerindo diagnóstico de provável transtorno de ansiedade, transtorno de humor, transtorno psicótico, bipolaridade e depressão foi verificada em 60% das gestantes avaliadas na revisão bibliográfica.  apesar da prevalência, em torno de 18% de sofrimento mental nos pacientes atendidos na rede básica de saúde, ainda não há detecção adequada.  A Enfermagem tem um papel muito importante na percepção desses problemas, tendo em vista de que o pré-natal é feito com o auxílio da Equipe de Enfermagem.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.V
Quadro 05 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Oliveira e Santos (2022).Revista JRG de Estudos AcadêmicosSaúde mental das gestantes: a importância dos cuidados de enfermagem.Identificar evidências da literatura sobre a atuação da (o) enfermeira (o) no cuidado a saúde mental do início da gestação até o puerpério, principais problemas relacionados e fatores de risco.Foram localizados 28 artigos e selecionados 6, os quais demonstraram os fatores de risco, fatores de proteção e a falta de capacitação dos profissionais das Equipes de Saúde da Família.  Os fatores de risco considerados de maior prevalência foram: ser adolescente, ter maior paridade e histórico de depressão previa ou na família, gravidez não 104 planejada ou não aceita, ausência de parceiro ou suporte social, nível alto de estresse, história de abuso ou violência doméstica, complicações gestacionais e perda fetal, além desses fatores são inclusos os socioeconômicos e demográficos. Enquanto os fatores de proteção foram os cuidados da equipe de saúde durante o parto e o suporte profissional.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, especificamente de uma revisão narrativa, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Araujo et al., (2020).Research, Society and DevelopmentAssistência de enfermagem a mulheres com ansiedade e depressão na gravidez: uma revisão integrativa.Demonstrar a importância do conhecimento sobre ansiedade e depressão durante a gestação para a melhoria da qualidade na assistência ao pré-natal no âmbito da Atenção Básica em Saúde.É importante a realização do pré-natal desde as primeiras semanas que se descobre a gravidez, tendo em vista, que o acompanhamento dos profissionais da saúde, principalmente o enfermeiro, contribui em uma assistência mais adequada, a partir de intervenções preventivas, educativas e terapêuticas, buscando melhoria do nível de conhecimento da mulher desde o pré-natal e com isso proporcionando menos ansiedade e possivelmente uma depressão.  A atenção à saúde mental na rede básica de saúde é importante para antecipar a detecção de casos e interromper precocemente o processo de adoecimento, para isso, a capacitação em saúde mental dos profissionais torna-se necessária.  Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Quadro 06 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Sousa et al., (2023).e-AcadêmicaTranstornos mentais e o período gestacional.Reunir dados acerca dos transtornos mentais envolvidos no período gestacional e apontar estratégias para minimizar ou evitar tais transtornos, possibilitando que a gestante tenha um período gravídico saudável.Foram incluídos 49 artigos, e desses, as alterações da saúde mental mais prevalentes no período gestacional foram a depressão, a ansiedade, o TMC, a picamalácia e a disforia. Os principais fatores desencadeantes dos transtornos mentais durante a gravidez foram a história prévia da gestante, aborto, gravidez de alto risco, maus tratos e abusos, vulnerabilidade social e apoio familiar. As consequências ao feto, além de afetarem o desenvolvimento infantil, também contribuem para piora na relação mãe/filho, corroboram para o crescimento pós-natal prejudicado, doenças diarreicas infantis frequentes, mau funcionamento social e doenças relacionadas ao sistema imune. Por isso, é necessária uma abordagem para além dos aspectos fisiopatológicos e orgânicos. O pré-natal psicológico, grupos de apoio, técnicas de relaxamento, aconselhamento psicoeducacional, suporte para traçar estratégias de enfrentamento adaptativas à gestação de risco também são métodos com resultados positivos. Destaca-se, também, que Programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde para atender as demandas do pré-natal datam da década de 1980, com a implementação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Em 2000, o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) foi implantado com o propósito de oferecer um acompanhamento mais centrado nas necessidades das gestantes. E, mais adiante, foi estabelecida a Rede Cegonha, normatizada pela Portaria no.1.459 de 24 de junho de 2011.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Quadro 07 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Leite et al., (2021).Research, Society and Development.Contribuições da assistência de enfermagem à gestante com ansiedade: prevalência e fatores associados.Analisar as evidências científicas publicadas acerca das contribuições da assistência de enfermagem à gestante com ansiedade: prevalência e fatores associados.A gestação envolve mudanças nos aspectos hormonais, físicos, psicológicos, familiares e sociais, na possibilidade de adequações e reestruturações na vida das mulheres. Essas mudanças têm desencadeado, muitas vezes, um processo de vulnerabilidade às mulheres grávidas podendo agravar à saúde mental e desenvolver transtornos mentais.  A enfermagem é inserida na atenção primária à saúde que deve incorporar a saúde mental da mulher nas práticas assistenciais do cotidiano, assim como o apoio dos gestores de saúde por meio de políticas e programas que envolvam a saúde mental das mulheres, em especial durante a gestação.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Silva et al., (2021).Research, Society and DevelopmentAnsiedade entre gestantes atendidas na atenção básica.Verificar a relação entre manifestações clínicas e aspectos sociais, reprodutivos e relacionados à gestação de mulheres e elaborar diagnósticos de enfermagem.O quadro de ansiedade não tratada durante a gravidez aumenta o risco de exposição ao uso de tabaco, álcool e outras drogas, além do risco de desnutrição e a dificuldade de seguir orientações médicas no pré-natal, diminuição da frequência às consultas, sendo associado ao risco da mortalidade neonatal.  Sobre diagnósticos de enfermagem: ingestão de alimentos prejudicada, ingestão de líquidos baixa, risco para hipertensão, risco para hiperglicemia, edema nas pernas, dor pélvica e eliminação urinária aumentada.Pesquisa transversal de abordagem quantitativa realizada com 30 gestantes durante o pré-natal, por meio de formulário e inventário, com análise descritiva e inferial.VI
Quadro 08 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Barbosa e Cerqueira-Santos (2023).Saúde e Desenvolvimento HumanoDepressão e Ansiedade entre Gestantes de Sergipe: Prevalência e Fatores Associados.O presente estudo investigou a prevalência e os fatores socioeconômicos, obstétricos, de saúde geral e mental associados à depressão e ansiedade em gestantes residindo em Sergipe.Participaram da pesquisa 60 gestantes com idade média de 31,7 anos, atendidas na rede pública e privada. Observou-se uma prevalência de 28,3% de depressão, de 58,3% para ansiedade estado e 61,7% de ansiedade traço. A depressão se associou à condição empregatícia, receber auxílio social e planejar o nascimento na rede privada. Os fatores associados à depressão foram estado civil, escolaridade, rede do pré-natal, histórico pessoal e familiar de transtornos mentais e não ter perdido alguém para Covid-19.Estudo qualitativo e transversal de caráter exploratório, com dados obtidos por meio de um questionário online.VI
Santos et al., (2022).Research, Society and DevelopmentAssistência de enfermagem na saúde mental da mulher durante o ciclo gravídico puerperal.Analisar a assistência de enfermagem na saúde mental da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal.A amostra final desta revisão foi constituída por onze artigos científicos, onde mostram que a assistência da enfermagem, sendo realizada de maneira integral, é capaz de prevenir transtornos mentais que possam atingir diretamente a mulher no período gestacional, de parto e puerperal, visto que são períodos de vulnerabilidade e transformação.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Quadro 09 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Sousa e Andrade (2022).Research, Society and DevelopmentSaúde Mental das Gestantes: a importância da assistência de Enfermagem.Identificar evidências da atuação da (o) enfermeira (o) no cuidado a saúde mental do início da gestação até o puerpério, os principais problemas relacionados e fatores de risco, de acordo com o estudo exploratório e qualitativo realizado por meio de pesquisa bibliográfica.O estudo identificou os fatores predisponentes para o desenvolvimento da Saúde Mental das Gestantes com um novo olhar acerca da importância da assistência de enfermagem.   O enfermeiro deve identificar quais gestantes tem potencial para evolução desfavorável e encaminhar aos serviços de referência. De maneira geral, os profissionais da atenção primária apresentam dificuldades em detectar essas alterações, por não terem conhecimento do instrumento utilizado na sistematização da saúde mental da gestante, limitando o foco no pós-parto.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Aoyama et al., (2019).Brazilian Journal of health ReviewA importância do profissional de enfermagem qualificado para detecção da depressão gestacional.Conscientizar o profissional de enfermagem a importância de uma consulta de pré-natal qualificada para identificação das gestantes com sinais e sintomas de depressão gestacional.Durante as consultas gestacionais 61% das gestantes com fatores de risco não são identificadas, dos profissionais de enfermagem 29% não sabem reconhecer os sinais e sintomas da doença e o nível de conhecimento da gestante sobre a patologia é de 10% levando assim risco na saúde da gestante e do feto.  Muitas mulheres não são diagnosticadas e tratadas adequadamente, por muitas vezes os sintomas passarem despercebidos durante o pré-natal por falta de conhecimento, capacitação ou negligência do profissional.Estudo do tipo observacional de caráter qualitativo, com dados obtidos por meio de busca na bibliografia.VI
Quadro 10 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Porcel e Silva (2023).    Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas.O cuidado de enfermagem à gestante com depressão: revisão integrativa da literatura.Investigar e analisar as evidências disponíveis na literatura científica sobre o cuidado de enfermagem à gestante com depressão.Em relação ao cuidado de enfermagem frente à depressão na gravidez, emergiram três categorias temáticas: cuidado para a prevenção e diminuição dos sintomas depressivos, intervenções para o cuidado e uso de teorias e modelos como estrutura da intervenção no cuidado de enfermagem. As intervenções de enfermagem realizadas por meio de técnicas de relaxamento se mostraram eficazes. Cabe ressaltar que a escuta qualificada foi colocada em evidência para o cuidado de enfermagem à gestante com depressão em todos os estudos ao executar as intervenções, enfatizando a importância da confiança mútua para obter o vínculo enfermeiro-paciente.  Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Quadro 11 – Scielo – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Silva et al., (2023).Revista Latino-Americana de EnfermagemRisco de depressão na gravidez na assistência pré-natal de risco habitual.Identificar o risco de depressão na gravidez entre gestantes inseridas na assistência pré-natal de risco habitual e os fatores associados.Participaram do estudo 201 gestantes em acompanhamento pré-natal de risco habitual, entre as quais predominaram mulheres jovens, com média de 26 anos, idade mínima de 18 e máxima de 43 anos. Entre as participantes, 68,2% apresentaram maior risco de depressão na gravidez. Houve associação estatisticamente significativa entre o maior risco de depressão na gravidez e a variável ocupação, ou seja, a ausência de emprego aumentou em duas vezes a chance de ocorrência.Estudo observacional, descritivo e correlacional, de corte transversal, com dados obtidos por meio da utilização de uma página online da pesquisa, Google Forms, com a participação de 201 gestantes.IV
Quadro 12 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Souza et al., (2023).                          Peer ReviewA abordagem do enfermeiro no atendimento do pré-natal e do puerpério: ações de prevenção do transtorno de humor depressivo na sua integralidade.Descrição da depressão na gestação e pós-parto e seus tipos, a apresentação dos dados epidemiológicos sobre a depressão pós-parto e a demonstração de ações de enfermagem na prevenção da depressão pós-parto e promoção à saúde da puérpera.  Avaliar a abordagem do enfermeiro no atendimento do pré-natal e no puerpério, em ações de prevenção do transtorno de humor depressivo na sua integralidade.Estima-se que 11,8% das mulheres indicam sintomatologia sugestiva de depressão pós-parto (DPP). É importante a abordagem do Enfermeiro no atendimento do pré-natal e no puerpério. A Enfermagem é a área da saúde com maior contato com o paciente, responsável pela prescrição e prestação de cuidados. As ações preventivas de enfermagem durante o pré-natal são eficazes e diminuem os quadros de DPP. Casos de DPP foram reduzidos através de intervenções feitas pelos enfermeiros, como: conhecer a sintomatologia da DPP, realizar a educação em saúde, auxiliar a puérpera psicologicamente, direciona-la a serviços especializados, e por fim, e o mais importante, conduzir o Pré-Natal Psicológico (PNP), que é considerado um fator de prevenção da DPP.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI
Dias (2020).Estudos Contemporâneos da SubjetividadeSintomatologia Depressiva no Período Gestacional: Uma Revisão Sistemática.Caracterizar a literatura científica brasileira acerca da temática da depressão na gestação a partir de uma revisão sistemática.Em relação ao período gestacional ao qual a maioria das gestantes desta revisão se encontrava, houve predominância do segundo trimestre de gravidez.  As maiores frequências de sintomas depressivos, em geral, ocorreram naquelas com até 20 semanas de gravidez. Das variáveis que influenciam a percepção corporal das mulheres grávidas, os sintomas depressivos e a insatisfação corporal estão incluídos e que a depressão é fator preditor para sentimentos negativos sobre o corpo das gestantes.Revisão sistemática de literatura de caráter exploratório, com abordagem qualitativa, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.I
Quadro 13 – BVS – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência
Silva e Clapis (2020).Revista Mineira de EnfermagemPercepção das gestantes acerca dos fatores de risco para depressão na gravidez.Identificar os fatores de risco para a ocorrência da depressão na gravidez na percepção das gestantes.Os depoimentos das gestantes permitiram identificar 10 fatores de risco para a depressão na gravidez, os quais foram distribuídos em fatores de risco socioeconômico; psíquico; obstétrico/materno; e psicossocial, que podem contribuir para estudos futuros na linha de conhecimento, para a qualificação da assistência pré-natal e promoção da saúde mental das gestantes e para o aperfeiçoamento das práticas de Enfermagem, beneficiando a profissão.Estudo transversal e descritivo, com abordagem qualitativa,  realizado em um ambulatório de um hospital público, com amostra de 15 gestantes, com dados obtidos por meio de questionários.VI
Quadro 14 – Pubmed – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na 1gestação
Rachita et al., (2023).MedicinaPrevalência e fatores de risco de depressão e ansiedade em mulheres no último trimestre de gestação: um estudo transversal.O objetivo principal desta pesquisa foi realizar uma triagem pré-natal em uma coorte de gestantes hospitalizadas para o parto, a fim de avaliar a prevalência de ansiedade e depressão. O objetivo secundário foi identificar os fatores de risco associados à depressão e ansiedade em mulheres no terceiro trimestre de gestação.Os resultados mostraram que a idade e o ambiente de origem são os mais fortes preditores de saúde mental durante a gestação. Para as mulheres da área urbana, há maior probabilidade de cair em um nível mais alto na variável dependente (depressão moderada). Em relação aos comportamentos de saúde, nenhuma das variáveis foi preditora estatisticamente significativa da variável desfecho.Estudo prospectivo, de  campo, quantitativo-descritiva,  na qual 215 gestantes foram avaliadas no terceiro trimestre de gravidez internadas para parto em um serviço de obstetrícia.  IV
Quadro 15 – Google Acadêmico – Características dos estudos selecionados sobre a importância da assistência de enfermagem frente aos transtornos mentais na gestação
Autor e AnoRevistaTítuloObjetivoResultadosMetodologiaEvidência 
Silva, Almeida e Lopes (2023).Enfermagem em EvidênciaAspectos relacionados a depressão em gestantes: sob a ótica da teoria das necessidades humanas básicas (NHB).Discutir as condutas voltadas a gestantes com depressão sob a ótica da teoria das necessidades humanas básicas, e os específicos foram discutir as características das gestantes com depressão e discutir as ações de saúde voltadas a mulher em casos de depressão materna.Através da política nacional de promoção da saúde (PNPS) foram consolidadas as normas de promoção e prevenção a saúde no país, ela ressalta que o seu compromisso está em reconhecer a subjetividade do indivíduo e de forma intersetorial. Sendo assim, o pré-natal está inserido na política do PNPS, pois é um período em que o profissional precisa estar à disposição da gestante. Atualmente, são utilizadas muitas escalas para confirmar a presença de oscilações de humor que podem vir a virar depressão, deste modo, os enfermeiros têm utilizado esses padrões em questionário para elaborar uma rede de atenção a gestante afim de evitar a progressão do dano psicológico. O sentimento de abandono dessas gestantes muitas vezes é relatado durante as consultas, uma das estratégias adotadas por uma equipe de enfermeiros foi a rede de controle telefônico dos enfermeiros que ajudavam a aliviar o estresse e controlar a ansiedade, esse trabalho teve um ótimo feedback e as participantes relataram melhora na tristeza.Estudo bibliográfico, de caráter exploratório e qualitativo, com dados obtidos por meio de busca de estudos nas bases de dados.VI 

4.1. CATEGORIZAÇÃO DOS ESTUDOS

Após a seleção das publicações, conforme o Quadro 16, foi atribuído a cada uma um nível de evidência de acordo com a qualidade de métodos adotados na produção de conhecimento e descritos na produção científica.

QUADRO 16 – Produções científicas: níveis de evidência proposto por Melnyk e Fineout-Overholt

NÍVEL DE EVIDÊNCIATIPO DE EVIDÊNCIADESCRIÇÃO
IRevisão Sistemática ou MetanáliseEvidências oriundas de revisão sistemática ou metanálise de relevantes ensaios clínicos randomizados controlados ou provenientes de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controlados.
IIEstudo randomizado controladoEvidências derivadas de pelo menos um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado.
IIIEstudo controlado sem randomizaçãoEvidências obtidas de ensaios clínicos bem delineados sem randomização.
IVEstudo caso controle ou estudo de coorteEvidências provenientes de estudos de coorte e de caso­controle bem delineados.
VRevisão sistemática de estudos qualitativos ou descritivosEvidências originárias de revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos.
VIEstudo qualitativo ou descritivoEvidências derivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo.
VIIOpinião ou consensoEvidências oriundas de opinião de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas.

Fonte: baseado em Melnyk BM, Fineout-Overholt, 2005.

4.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente estudo revelou uma prevalência significativa de transtornos mentais entre gestantes. Diversos estudos analisados revelam que uma parcela substancial das mulheres grávidas enfrenta algum tipo de transtorno mental durante a gestação, com a depressão e a ansiedade sendo os mais comuns.

Para facilitar a coleta de dados e discussão dos resultados, optou-se por um questionário, a fim de realizar um levantamento dos dados e facilitar na discussão (Anexo A). A maior concentração de publicações foi identificada no Brasil, com 88,89% dos artigos provenientes desse país. Dos 18 artigos analisados, 16 foram publicados no Brasil, 1 na Romênia e 1 nos Estados Unidos. As porcentagens específicas estão descritas na Tabela 02.

Tabela 02 –Descrição dos países de acordo com os artigos estudados

PaísQuantidade de trabalhosPercentual
Brasil1688,89%
Romênia15,56%
Estados Unidos15,56%

Fonte: Autores, 2024.

Entre os autores dos artigos selecionados enquanto profissão, 9 (nove) foram realizados apenas por enfermeiros, 2 (dois) realizados apenas por psicólogos, 5 (cinco)  foram realizados de forma multiprofissional (engenheira médica, docentes de universidades e acadêmicos de medicina) e 2 (dois) artigos se encaixam em outros; 13 (treze) dos artigos são revisões integrativas da literatura, 2 (dois) foram desenvolvidos em hospitais, 1 (um) em uma unidade básica de saúde, 1 (um) em uma maternidade universitária e 1 (um) se tratou de um questionário aplicado de forma online para gestantes.

A análise dos artigos revelou várias características relevantes quanto à origem, ano de publicação, local de pesquisa, revista de publicação e tipo de pesquisa mais realizado dos 18 artigos selecionados, encontrou-se enquanto metodologia qualitativas. No que se refere ao ano de publicação dos artigos selecionados a distribuição aconteceu da seguinte forma: 01 (um) artigos de 2019, 04 (quatro) artigos de 2020, 02 (dois) artigos de 2021, 04 (quatro) artigos de 2022, 07 (sete) artigos de 2023. Conforme a tabela 3.

Ainda, o ano com o maior percentual de publicações foi 2023, representando 38,89% dos artigos. A distribuição dos artigos por ano é a descrita na Tabela 04.

Tabela 03 –Descrição dos artigos selecionados por ano de publicação de 2019 a 2023

AnoQuantidade de trabalhosPercentual
20191 artigo5,56%
20204 artigos22,22%
20212 artigos11,11%
20224 artigos22,22%
20237 artigos38,89%

Fonte: Autores, 2024.

Ademais, a maior parte das pesquisas foi realizada por meio de revisão bibliográfica, representando 66,67% dos estudos. A distribuição dos locais de pesquisa é a descrita na tabela 04.

Tabela 04 –Descrição dos local/instituição dos estudos realizados

LocalQuantidadePercentual
Bibliografia13 estudos72,22%
Unidades Básicas de Saúde1 estudo5,56%
Hospitais2 estudos11,11%
Maternidade Universitária1 estudo5,56%
Questionário online destinado a gestantes atendidas na rede pública e privada1 estudo5,56%

Fonte: Autores, 2024.

Além disso, a revista “Research, Society and Development” destacou-se com o maior número de artigos publicados, 5 artigos, representando 27,78% do total dos artigos. O tipo de pesquisa mais realizado, conforme as características metodológicas, foi a revisão integrativa da literatura (RIL), com 13 estudos representando 72,22% do total dos artigos. Além disso, estas revisões foram caracterizadas como qualitativas.

4.2.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA DA REVISÃO INTEGRATIVA

Após a leitura dos trabalhos selecionados, foi realizada a coleta dos dados dos trabalhos científicos e incluídos na RIL, surgindo assim as seguintes categorias temáticas relacionadas ao objetivo de estudo: Transtornos mentais entre as gestantes, bem como a sua incidência; Dificuldades enfrentadas na assistência de enfermagem em gestantes com transtornos mentais; Intervenções de enfermagem em gestantes com transtornos mentais e Políticas públicas vigentes para promoção, prevenção e reabilitação de gestantes com transtornos mentais.

4.2.2 Categoria I – Transtornos mentais entre as gestantes, bem como a sua incidência.

Esta categoria temática foi identificada no estudo de Leite et al. (2021), nível de evidência VI, onde afirma que a gestação causa diversas mudanças hormonais, físicas, psicológicas, familiares e sociais, que podem aumentar a vulnerabilidade das mulheres a transtornos mentais, especialmente ansiedade. Ainda, esses transtornos mentais podem acarretar consequências negativas para o desenvolvimento fetal, aumentando o risco de atraso no crescimento intrauterino, por exemplo.

Os estudos de Silva e Clapis (2020), nível de evidência VI, e de Rachita et al. (2023), nível de evidência IV, abordam a prevalência e os fatores de risco da depressão em gestantes. Silva e Clapis (2020) identificaram uma alta prevalência de fatores socioeconômicos e psíquicos, como ansiedade e preocupações relacionadas à gravidez. Rachita et al. (2023) revelaram níveis preocupantes de sintomas de ansiedade em gestantes no terceiro trimestre, associados principalmente à idade materna e ao ambiente urbano.

O estudo de Silva et al. (2021), nível de evidência VI, analisou características sociais, reprodutivas e de saúde de mulheres grávidas, investigando a relação com a ansiedade. A média de idade foi de 28,4 anos, com a maioria tendo mais de 26 anos. A maioria tinha mais de 10 anos de estudo, vivia com renda inferior a dois salários-mínimos, e eram católicas. A média de idade para a primeira relação sexual foi de 16,6 anos. A maioria das mulheres realizou menos de seis consultas pré-natais, e muitas não planejaram a gestação. Ainda, a maioria não fumava ou consumia bebida alcoólica, e praticava exercícios físicos.

O estudo de Ravi, Bernabe e Michopoulos (2022), nível de evidência I, aborda que os transtornos mentais durante a gestação apresentam uma série de impactos negativos na saúde tanto da mãe quanto do feto. Mulheres que enfrentam esses transtornos têm maior probabilidade de experimentar complicações obstétricas, como pré-eclâmpsia, parto prematuro e baixo peso ao nascer. Ainda, Leite et al. (2021), abordam que a ansiedade durante a gravidez pode levar a complicações obstétricas e neonatais, como prematuridade e baixo peso ao nascer, além de afetar a qualidade de vida da gestante.

Vale ressaltar, ainda, que o estudo de Sousa e Andrade (2022), nível de evidência VI, identificou que a prevalência de ansiedade moderada foi alta entre as gestantes, especialmente entre as mulheres com mais de 26 anos, mais escolarizadas, não-brancas, de baixa renda, católicas, e com menos consultas pré-natais. Ademais, os diagnósticos de enfermagem identificaram insônia, tontura, desconforto epigástrico, tensão muscular, inquietação, transpiração, palpitações, medos, tremores, nervosismo e sensação de vazio na cabeça como manifestações da ansiedade.

Ademais, o estudo de Oliveira e Santos (2022), nível de evidência VI, destacou que existe uma alta prevalência de transtornos mentais, como depressão, entre gestantes, com taxas de 7,4% no primeiro trimestre, 12,8% no segundo trimestre e 12% no terceiro trimestre. A pesquisa de Castilhos, Santos e Lima (2020), nível de evidência V, destaca que fatores como abandono familiar, baixa renda, desemprego, gestação precoce e não planejada são apontados como contribuintes para o desenvolvimento de transtornos mentais em gestantes.

O estudo de Sousa et al. (2023), nível de evidência VI, aponta que fatores como antecedentes de maus-tratos, depressão prévia, relacionamento disfuncional e falta de apoio sociofamiliar foram identificados como riscos associados à depressão e ansiedade durante a gestação. No estudo realizado 29,6% das gestantes apresentavam risco moderado para depressão e os autores apontam que esse risco está diretamente relacionado com complicações importantes implicações para o bebê.

4.2.3 Categoria II – Dificuldades enfrentadas na assistência de enfermagem em gestantes com transtornos mentais.

O estudo de Sousa e Andrade (2022), nível de evidência VI, aborda que apesar da importância das intervenções de enfermagem, os profissionais enfrentam várias dificuldades. Um dos principais desafios é a falta de capacitação específica para identificar e manejar transtornos mentais durante a gestação. Além disso, há uma escassez de instrumentos padronizados que auxiliem na sistematização da saúde mental das gestantes, o que pode limitar a eficácia do atendimento prestado.

Ainda, Sousa e Andrade (2022) abordam que o pré-natal muitas vezes é contemplado apenas a nível fisiológico e biológico, sem um plano de cuidados que inclua o conhecimento sobre transtornos psiquiátricos comuns e isso ocorre por conta da limitação que existe nas políticas públicas. Desta forma, os autores destacam que é necessário ampliar as políticas públicas na atenção básica para incluir a saúde mental das gestantes.

O estudo de Oliveira e Santos (2022), nível de evidência VI, também aborda acerca da falta de capacitação e especialização dos profissionais em saúde mental dentro das equipes de saúde da família. Destacam que os profissionais muitas vezes não estão preparados para identificar precocemente e tratar os transtornos afetivos das gestantes e puérperas. Ainda, salientam que a inclusão de profissionais especializados em saúde mental nas equipes das Unidades Básicas de Saúde é necessária para um acompanhamento mais diferenciado e eficaz das gestantes identificadas com fatores de risco para depressão​.

A pesquisa de Oliveira e Santos também evidencia que há também uma ausência de estudos direcionados à atuação específica dos enfermeiros na saúde mental das gestantes. A maioria das pesquisas foca na descrição das alterações mentais e nos fatores estressores durante o ciclo gravídico-puerperal, mas há uma carência de orientações práticas sobre como os enfermeiros devem atuar nesses casos. Isso demonstra uma necessidade urgente de mais estudos que explorem e orientem a prática de enfermagem na saúde mental desde o início da gestação até o puerpério.

4.2.4 Categoria III – Intervenções de enfermagem em gestantes com transtornos mentais.

Castilhos, Santos e Lima (2020), nível de evidência V, abordam que os profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, desempenham um papel crucial na detecção precoce e na intervenção desses transtornos, especialmente durante o pré-natal, ajudando a garantir uma gestação mais saudável para a mãe e o bebê. Ainda, Leite et al. (2021), nível de evidência VI, destaca que para implementar intervenções para prevenir, detectar e tratar transtornos psíquicos durante a gestação o profissional pode incluir a triagem e o monitoramento da saúde mental durante o pré-natal, e para isso é necessário apoio de políticas públicas.

Ainda, o estudo de Barbosa e Cerqueira-Santos (2023), nível de evidência VI, aborda que mulheres com ensino superior apresentaram maiores níveis de ansiedade em comparação com aquelas que não possuem e destacam que uma gestação não planejada pode gerar maior estresse e sofrimento psíquico devido às demandas inesperadas e às adaptações necessárias, o que reforça a importância do planejamento familiar e do suporte psicológico dos profissionais durante a gravidez.

A pesquisa de Silva et al. (2023), nível de evidência IV, salienta que as intervenções de enfermagem demonstraram ser cruciais na redução dos sintomas de transtornos mentais em gestantes. Estudos indicam que a assistência integral de enfermagem pode prevenir ou minimizar os efeitos adversos desses transtornos. O estudo de Santos et al. (2022), nível de evidência VI, destaca que a implementação de consultas de pré-natal qualificadas para identificar sinais precoces de depressão e ansiedade é essencial para proporcionar o encaminhamento adequado e intervenções precoces, melhorando assim os desfechos maternos e fetais.

Ainda, Porcel e Silva (2023), com pesquisa de nível de evidência VI, destacam a eficácia das intervenções de enfermagem, como técnicas de relaxamento, aconselhamento e escuta qualificada, na prevenção e redução dos sintomas depressivos em gestantes. O suporte social e familiar é essencial para a manutenção da saúde mental das gestantes e enfrentamento de situações estressantes (Leite et al., 2021).

Os estudos de Araújo et al. (2020), nível de evidência VI e de Souza et al. (2023), nível de evidência VI, destacam que o acompanhamento psicológico durante o pré-natal pode reduzir significativamente os sintomas de ansiedade e depressão nas gestantes. Ainda, o estudo de Araújo et al. (2020) aponta que mulheres que participam de pré-natais com apoio psicológico mostram uma diminuição nos sintomas de depressão pós-parto (DPP) em comparação com aquelas que não recebem esse apoio. No grupo que recebeu apoio psicológico, apenas 10,6% desenvolveram DPP, enquanto no grupo que não recebeu, 44,8% desenvolveram DPP.

4.2.5 Categoria IV – Políticas públicas vigentes para promoção, prevenção e reabilitação de gestantes com transtornos mentais.

Esta categoria temática foi identificada no estudo de Dias (2020), com nível de evidência I, onde a autora aborda que a depressão durante o período gestacional pode estar sendo negligenciada e que isso se trata de um problema de saúde pública. Ainda, aborda sobre a influência dos sintomas depressivos na imagem corporal das gestantes, visto que os sintomas depressivos podem afetar a percepção e a satisfação com o próprio corpo das gestantes.

Os estudos de Silva, Almeida e Lopes (2023), Araújo et al. (2020) e Sousa et al. (2023), com nível de evidência VI, abordam que as políticas públicas desempenham um papel fundamental na promoção, prevenção e reabilitação da saúde mental de gestantes. Programas de saúde como a Rede Cegonha, que busca garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizado para todas as mulheres, e a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), têm sido implementados para consolidar normas que promovam a saúde mental e integrem serviços intersetoriais. Ainda, abordam que a efetividade dessas políticas depende da capacitação contínua dos profissionais de saúde e da disponibilidade de recursos adequados para a sua implementação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão integrativa realizada demonstrou que os transtornos mentais são prevalentes entre gestantes e têm impactos significativos na saúde materna e fetal. A assistência de enfermagem, quando realizada de forma integral e com intervenções adequadas, mostra-se eficaz na redução de sintomas e na melhoria da qualidade de vida das gestantes. No entanto, é necessário abordar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de enfermagem através de uma melhor capacitação e a utilização de instrumentos padronizados para a identificação e manejo de transtornos mentais.

Além disso, as políticas públicas precisam ser reforçadas para assegurar que todos os aspectos da saúde mental das gestantes sejam devidamente atendidos. Com uma abordagem integrada e multifacetada, é possível melhorar significativamente os cuidados prestados às gestantes com transtornos mentais, garantindo melhores desfechos para mães e bebês.

A implementação dessas medidas não só beneficia a saúde individual das gestantes, mas também contribui para a saúde pública em geral, reduzindo o impacto dos transtornos mentais na população e promovendo um ambiente mais saudável e seguro para o desenvolvimento das futuras gerações.

O decreto Nº 94.406/87 que regulamenta a Lei nº 7.489 é o que torna o exercício da enfermagem legal e praticável por toda a extensão do território brasileiro, na qual dispõe sobre o exercício da enfermagem. Onde descreve as atribuições do enfermeiro(a) como membro de uma equipe, descrevendo sua atuação, na prestação de assistência, participação de programas Federais, integração na equipe de saúde multiprofissional, direção de órgãos de saúde, cuidados de maior complexidade técnica, prevenção e controle sistemático de infecção hospitalar e doenças transmissíveis.

Compete ao enfermeiro(a) o acolhimento integral da gestante durante o pré-natal, investigando questões clínicas e psicológicas e psicossociais para que assim possam contribuir, de maneira significativa, na melhora nos níveis de ansiedade e depressão desta gestante, proporcionando um acompanhamento pré-natal de qualidade.

Nesse sentido, recomenda-se que os enfermeiros que realizam a assistência à mulher durante o período gestacional tenham conhecimento sobre a relação da ansiedade em gestantes e incluam a avaliação desses sinais e sintomas na rotina de cuidados.

A identificação dos fatores de risco da ansiedade no pré-natal pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias a fim de identificar grupo de risco de mulheres com necessidade de intervenção durante a assistência no pré-natal.

Identificar precocemente sinais e sintomas de ansiedade durante o pré-natal, bem como promover estratégias para melhoria da assistência durante esse período através de uma anamnese psicossocial, de forma a avaliar o estado emocional dessa gestante enfatizando questões específicas de saúde mental.

Os estudos recomendam a capacitação dos enfermeiros na área saúde mental, pois a maioria evidenciou lacunas na enfermagem quanto ao conhecimento de gravidez com transtorno mental, depressão pós-parto e ações de enfermagem no que se refere aos cuidados pelos profissionais de saúde e o desenvolvimento de trabalhos voltados a temática.

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[1] – Discente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará Campus IX. e-mail: maraatm27@gmail.com

[2] – Discente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará Campus IX. e-mail: enzokayquee@gmail.com

[3] – Docente do Curso Superior de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará Campus IX. Mestre em Virologia (Instituto Evandro Chagas). e-mail: janete.briana@uepa.br