TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM PROFISSIONAIS QUE ATUAM COM PACIENTES PSIQUIÁTRICOS NA CIDADE DE MARABÁ – PA

COMMON MENTAL DISORDERS IN PROFESSIONALS WHO WORK WITH PSYCHIATRIC PATIENTS IN THE CITY OF MARABÁ – PA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8020124


Hanna Santos Silva1
José Fellipe Santiago de Sousa2
Lucas Carvalho Rocha3
Raquel Gomes Melo4
Patrícia Almeida dos Santos5


RESUMO

Transtornos Mentais Comuns (TMC) são condições psiquiátricas frequentemente causadoras de adoecimento mental e fortemente relacionadas a aspectos ocupacionais. Profissionais da Saúde são especialmente vulneráveis visto a alta demanda emocional de suas atuações. Este trabalho buscou avaliar a prevalência destes distúrbios em servidores do Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS III) e do Hospital Municipal de Marabá (HMM) que atuam com pacientes psiquiátricos na cidade de Marabá-PA. Foi realizada a aplicação de dois instrumentos autoaplicáveis: o Questionário Sociodemográfico e Profissional e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), teste de triagem validado e utilizado internacionalmente para investigar aspectos somáticos e psicoemocionais associados à prevalência de TMC. Em seguida, efetuou-se análise comparativa de variáveis acerca da prevalência. O total de participantes contemplados foi de 80 profissionais, 53,8% do CAPS III e 46,3% do HMM. A prevalência global de casos suspeitos para TMC, conforme o escore obtido no SRQ-20, foi de 20,0%, no entanto foi descoberta uma significativa diferença entre os sexos, cujo feminino obteve uma proporção de 25,0% de casos, o dobro da obtida no sexo masculino. Este estudo evidenciou uma prevalência considerável de TMC nos sujeitos avaliados e cabível de medidas públicas para apoio psicossocial. Além das categorias da saúde, os demais trabalhadores da saúde mental também apresentaram risco relevante de adoecimento. Portanto, abordar a saúde mental de profissionais que trabalham com pacientes psiquiátricos é de fundamental importância.

Palavras chave: Transtornos Mentais Comuns; Saúde Mental; Profissionais da Saúde; Trabalhadores da Saúde Mental.

ABSTRACT

Common Mental Disorders (CMD) are psychiatric conditions that frequently cause mental illness and are strongly related to occupational aspects. Health professionals are especially vulnerable given the high emotional demands of their work. This work sought to evaluate the prevalence of these disorders on servers of the Center for Psychosocial Care (CAPS III) and the Municipal Hospital of Marabá (HMM) who work with psychiatric patients in the city of Marabá-PA. Two self-administered instruments were applied: the Questionnaire aimed at sociodemographic and professional variables and the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), a validated screening test used internationally to investigate somatic and psycho-emotional aspects associated with the prevalence of CMD. Then, a comparative analysis of variables regarding prevalence was carried out. The total number of participants covered was 80 professionals, 53.8% from CAPS and 46.3% from HMM. The overall prevalence of suspected cases of CMD, according to the score obtained in the SRQ-20, was 20.0%, however a significant difference was found between the sexes, where females had a proportion of 25.0% of cases, the double that obtained in males. This study showed a considerable prevalence of CMD in the evaluated subjects and appropriate public measures for psychosocial support. In addition to the health categories, the other mental health workers also had a relevant risk of mental suffering. Therefore, addressing the mental health of professionals who work with psychiatric patients is of fundamental importance.

Keywords: Common Mental Disorders; Mental Health; Health Professionals; Mental Health Workers.

1. INTRODUÇÃO

A saúde mental refere-se a um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de desenvolver suas habilidades pessoais, lidar com eventos estressantes e trabalhar de forma produtiva, para com isso dar sua contribuição à comunidade (OMS, 2014). No cenário atual fala-se amplamente sobre o assunto, uma vez que um grande número de pessoas, assim como profissionais de saúde, é acometido por disfunções mentais (ARAÚJO et al., 2013).

Os Transtornos Mentais Comuns (TMC), também designados Distúrbios Psíquicos Menores, envolvem manifestações cuja intensidade é suficiente para produzir prejuízo funcional, todavia não preenchem necessariamente os critérios diagnósticos do

CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde Correlatos) ou do DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) para transtornos maiores (GOLDBERG; HUXLEY, 1992).

O TMC associa-se a diferentes sintomas combinados, de natura principalmente ansiosa ou depressiva, com evidente sofrimento mental, de intensidade oscilante. Estão relacionados sintomas como insônia, irritabilidade, fadiga, dificuldade de concentração, esquecimento e queixas somáticas (ZENKNER et al., 2020). Os aspectos profissionais podem conferir relação direta à instalação de TMC em função do estresse ocupacional envolvido (CASTRO et al., 2020).

Entende-se que, embora se associem a impactos pessoais significativos, os transtornos mentais e comportamentais normalmente são subestimados e não recebem a mesma relevância dada aos problemas de natureza física (ARAÚJO et al., 2013).

Alguns aspectos relativos às ocupações de trabalhadores da saúde podem comprometer o bem-estar e gerar insatisfação, elevando o risco de transtornos, como alta carga de trabalho, cobrança excessiva, tensão nas relações interpessoais e convívio com pacientes violentos (BAUM; KAGAN, 2015).

A origem dos sintomas relacionados aos transtornos possivelmente está associada a condições de trabalho que envolvem menos horas de sono, má alimentação, menos tempo para lazer e família, fatores comumente presentes na rotina de profissionais de saúde mental e que podem levar ao aparecimento de sinais de estresse e irritabilidade (MEDEIROS et al., 2006).

Conforme Santos e Cardoso (2010), o trabalho diário com pessoas que possuem distúrbios psiquiátricos normalmente exige maior atenção e cuidado intensivo, o que a longo prazo pode resultar em excesso de estresse mental e desencadear maior vulnerabilidade para sobrecarga psicoemocional. Nesse sentido, essa condição pode repercutir efeitos diretos na qualidade de vida e na produtividade laborativa dos profissionais de saúde mental.

Em face deste cenário de convívio com situações desafiadoras, e de poucas literaturas abordando essa temática, considera-se que os profissionais da saúde mental devem receber atenção especial em relação ao risco de transtornos mentais (SENÇO; VENEZIAN, 2016).

Logo, evidências apontam maiores riscos de TMC para tais profissionais, uma vez que muitas características refletem maior suscetibilidade ao sofrimento psíquico, já que diversas dificuldades do cotidiano geram desestabilização emocional frequente (ESPERIDIÃO; SAIDEL, 2020).

Considerando a literatura escassa sobre a temática dos TMC em profissionais que atuam com pacientes psiquiátricos, é de grande relevância buscar conhecimento sobre essa parcela da população e também desse grupo de trabalhadores a fim de subsidiar medidas de proteção e de melhorias na qualidade do trabalho.

Posto isto, este estou trouxe como objetivo avaliar os fatores de risco para desenvolvimento de transtornos mentais comuns em profissionais atuantes em serviços psiquiátricos.

2. METODOLOGIA

Compreende um estudo de base observacional, com delineamento transversal, abordagem majoritariamente quantitativa, conduzido em serviços de saúde mental na cidade de Marabá-PA, sudeste do estado do Pará. As instituições selecionadas para pesquisa foram o Hospital Municipal de Marabá (HMM) e o Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS III).

O HMM representa um dos principais hospitais e a mais comum porta de entrada emergencial no Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade, cuja demanda atendida em saúde se estende para a população de mais vinte municípios próximos, que somam um total de 827.061 habitantes, uma vez que representa a sede da 11ª Regional de Saúde do estado do Pará (SESPA, 2022). Esta instituição dispõe da Ala Psicossocial dedicada à recepção de pacientes psiquiátricos em surto agudo.

O CAPS III, é uma das principais ações do Sistema Único de Saúde (SUS) para integralizar a assistência em saúde mental. Esta instituição é responsável por assistir qualquer indivíduo com sofrimento mental severo e persistente, e é preconizada para municípios com mais de 200.000 habitantes (BRASIL, 2004).

Incluiu-se como público todos os profissionais atuantes nos serviços supracitados, os quais, no exercício de suas funções, possuem contato direto ou indireto com pacientes psiquiátricos, com ou sem diagnóstico formalizado. Porquanto, foram excluídos os trabalhadores que estavam de férias, afastados ou de licença durante o período de coleta, além dos que possuíam um intervalo de vinculo profissional inferior a trinta dias na instituição avaliada. A amostra obtida totalizou 80 profissionais.

Foram empregados dois instrumentos autoaplicáveis: Questionário Sociodemográfico e Profissional e o SelfReporting Questionnaire (SRQ-20), entregues em formulário único de preenchimento anônimo. As variáveis sociodemográficas de interesse compreendem sexo, idade, estado civil, número de filhos, número de pessoas conviventes na residência e, diagnóstico prévio de transtorno mental. Enquanto as profissionais abordadas foram profissão, renda mensal, escolaridade e carga horária semanal.

O SRQ-20 foi instituído por Harding et al., em 1980, como instrumento para rastreamento de risco de TMC na população geral, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como indicador de saúde psicoemocional, com revalidação para a população brasileira em 1986. (MARI; WILLIAMS, 1986). Ele é composto por 20 questionamentos para investigar condições somáticas e psicoemocionais, sobretudo associadas a transtornos dos espectros da ansiedade e do humor.

A coleta de dados consistiu na distribuição dos instrumentos agrupados em um único caderno e o posterior recebimento destes devidamente preenchidos. Para tanto, a abordagem foi realizada no local de trabalho, com esclarecimento da pesquisa e coleta da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) previamente à entrega dos instrumentos. O período de coleta de dados envolveu a segunda quinzena de fevereiro de 2023, e foi instituído um procedimento piloto anterior a fim de aprimorar a técnica de coleta final.

Tabularam-se os dados em planilha eletrônica no programa Microsoft Office Excel 2017. A análise de dados fundamentouse, a princípio, em estatística descritiva, com avaliação segundo as grandezas matemáticas, em seguida, a análise estatística indutiva foi dirigida por análise bivariada, a partir de correlações em face dos de testes de Quiquadrado de Pearson, exato de Fisher e Razão de Prevalência (RP),

A análise multivariada prosseguiu a partir da técnica de Regressão Logística Binomial, considerando-se o enquadramento dos pacientes em caso suspeito ou não suspeito para TMC. O nível de significância considerado à análise foi de 0,05%. O intervalo de confiança atribuído foi de 95%. Os cálculos foram realizados por meio do software JAMOVI.

O perfil de risco conforme as categorias pesquisadas foi estimado com base no escore de corte do SRQ-20, com ponto de corte acima de 7 para definição de casos suspeitos, tal medida será determinante da prevalência de TMC, não foram consideradas 3. RESULTADOS análises internas ao instrumento.

Ao todo foram contemplados 80 Esta pesquisa respeitou todos os participantes para a pesquisa, cuja instituição princípios éticos pertinentes e foi aprovada predominante foi o Centro de Atenção pelo Comitê de ética em Pesquisas com Seres Humanos do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos – enquanto 37 (46,3%) participantes atuavam na UNITPAC (CEP-UNITPAC), conforme parecer nº 5.761.690/2022 e CAAE: 64603422.0.0000.0014.

Psicossocial III (CAPS III), envolvendo 43(53,8%) dos trabalhadores avaliados, Ala Psicossocial do Hospital Municipal de Marabá (HMM). A Tabela 1 expõe com detalhes a distribuição numérica das variáveis.

Tabela 1. Distribuição detalhada das variáveis sociodemográficas e profissionais dos trabalhadores saúde mental do município de Marabá (n = 80).

Variáveis:n (%):Variáveis:n (%):
Instituição:Renda mensal
Centro de Atenção Psicossocial43 (53,8)Até R$ 1212,004 (5,0)
Hospital Municipal de Marabá37 (46,3)R$ 1213,00 – R$ 2424,0025 (31,3)
Sexo:R$ 2425,00 – R$ 3636,0019 (23,8)
Feminino48 (60,0)R$ 3637,00 – R$ 6060,0019 (23,8)
Masculino32 (40,0)Mais de R$ 6060,0013 (16,3)
Idade:Profissão:
Menos de 21 anos0Médico3 (3,8)
21-30 anos17 (21,3)Psicólogo3 (3,8)
31-40 anos26 (32,5)Enfermeiro10 (12,5)
41-50 anos24 (30,0)Técnico de enfermagem10 (12,5)
51-60 anos11 (13,8)Auxiliar de limpeza13 (16,3)
Mais de 60 anos2 (2,5)Cozinheiro4 (5,0)
Estado civilSegurança/ Vigia9 (11,3)
Casado (a)32 (40,0)Auxiliar administrativo8 (10,1)
Solteiro (a)30 (37,5)Professor2 (2,5)
União estável10 (12,5)Não especificada*14 (17,7)
Divorciado8 (10,0)Trabalho em outras instituições não citadas
Viúvo0Sim50 (63,3)
Número de filhos:Não29 (36,7)
Nenhum20 (25)Omisso1
Apenas 121 (26,3)Escolaridade:
224 (30,0)Superior completo42 (53,8)
314 (17,5)Superior incompleto11 (14,1)
Mais de 31 (1,3)Médio completo19 (24,4)
Número de pessoas que moram na residênciaMédio incompleto2 (2,6)
Mora sozinho (a)16 (20,0%)Fundamental completo0
2 pessoas20 (25,5%)Fundamental incompleto3 (3,8)
De 3 a 5 pessoas42 (52,5%)Não especificada*1 (1,3)
Mais de 5 pessoas2 (2,5%)Carga horária semanal:
Diagnóstico de transtorno mentalAté 20h2 (2,5)
Ausente73 (91,3%)20h-40h57 (71,3)
Presente7 (8,8%)Mais de 40h21 (26,3)
*: Profissionais com categoria de trabalho/escolaridade declarada divergente das dispostas para escolha.

Para os aspectos sociodemográficos (Tabela 1) observou-se que a maioria dos participantes eram mulheres (60,0%), apresentavam-se casados(as) (40,0%), idade entre 31 e 40 anos (32,5%), 2 filhos (30%) e compartilhavam a residência com 3 a 5 pessoas (52%).

Mediante análise por agrupamento de categorias (Tabela 2), outrossim, foi percebido a prevalência de participantes com até 40 anos de idade (53,75%), estado conjugal com companheiro(a) (52,50%), com filhos (80,0%), que não moravam sozinhos (80,0%) e sem diagnóstico prévio de transtorno mental.

Em relação à instituição majoritária, foi percebida uma predominância do sexo feminino com 31 (72,0%) participantes, frente a 12 (28,0%) do sexo masculino, todavia no HMM observou-se uma tendência inversa, com 20 (54,0%) indivíduos do sexo masculino e 17 (46,0%) do sexo feminino.

Tabela 2. Associação entre transtornos mentais comuns e variáveis sociodemográficas, em trabalhadores da saúde mental. Marabá. 2023.

VariáveisTMCTMCTMCRPp-value

Sim (n)Não (n)Prev. (%)

Sexo:
Feminino123625,02,000,171Q
Masculino42812,5
Idade:
Até 40 anos93413,8
Acima de 40 anos73018,91,370,823Q
Estado cojugal
Com companheiro(a)73516,7
Sem companheiro(a)92923,71,420,433Q
Número de filhos:
Sem filhos41620,0
Com filhos164825,01,251,000Q
Número de residentes na mesma casa:
Mora sozinho(a)31318,7
Não mora sozinho(a)135120,31,080,889Q
Diagnóstico médico de transtorno mental:
Presente3442,82,400,139F
Ausente136017,8– –
TMC: Transtorno Mental Comum; RP: Razão de Prevalência; Q: Qui-quadrado de Person; F: Teste exato de Fisher.

Outra diferença considerável entre as instituições foi o perfil profissional, com maior prevalência de trabalhadores diversos no CAPS em relação a trabalhadores da saúde.

Acerca das variáveis profissionais, percebeu-se com a distribuição dos dados que a faixa de renda mensal prevalecente foi entre R$ 1213,00 e R$ 2424,00 (31,3%), o grau mais comum de escolaridade foi ensino superior completo, e a maioria dos participantes possuíam uma carga horária entre 20 e 40 horas semanais e não dispunham de outros tipos de trabalho.

Ainda que a natureza das instituições avaliadas seja intrinsicamente voltada à área da saúde, a maioria dos participantes (60,0%) declarou categorias profissionais que não se relacionam diretamente com a saúde, envolvendo atuações de suporte ao funcionamento institucional, como administração, limpeza, cozinha, segurança, entre outras. Todavia, sabe-se que o convívio com os pacientes é inerente a todas as profissões componentes dos locais de assistência, de tal forma que também foram incorporados à pesquisa.

Do total de profissionais, a maioria compreendeu as atuações de auxiliar de limpeza, seguida de enfermeiro, técnico de enfermagem, segurança, auxiliar administrativo e cozinheiro. Não obstante, 11 (13,8%) dos participantes elegeram a categoria “Outros”, o que demonstra a diversidade de profissões componentes do quadro das instituições avaliadas.

Tabela 3. Associação entre transtornos mentais comuns e variáveis profissionais, em trabalhadores da saúde mental. Marabá. 2023.

VariáveisTMCTMCTMCRPp-value

Sim (n)Não (n)Prev. (%)

Instituição de trabalho
Centro de Atenção Psicossocial73616,3
Hospital Municipal de Marabá92824,31,490,370Q
Renda mensal
Até R$ 2424,0072224,11,370,485Q
Acima de R$ 2424,0094217,6
Profissão:
Profissionais da saúde72521,91,310,732Q
Profissionais diversos93916,7
Presença de outros vínculos profissionais:
Sim72224,11,340,513Q
Não94118,0
Escolaridade:
Com nível superior completo93321,41,100,737Q
Sem nível superior completo72919,4
Carga horária semanal:
Até 40 horas104916,9
Mais de 40 horas61528,61,690,253Q

TMC: Transtorno Mental Comum ; RP: Razão de Prevalência; Q: Qui-quadrado de Person; F: Teste exato de Fisher.

A prevalência global de casos suspeitos para TMC, conforme o escore obtido no SRQ-20, foi de 20,0%, sendo o HMM a instituição com o maior número de casos suspeitos (9), alcançando 24,3% de prevalência, fato que possivelmente associa-se a diferenças clínicas e comportamentais dos pacientes recebidos em cada local.

Quanto à prevalência variável de casos suspeitos, foi descoberta uma significativa diferença entre os sexos, cujo feminino obteve uma proporção de 25,0% de casos, o dobro da obtida no sexo masculino, como visto na Tabela 2. Seguidamente, participantes com mais de 40 anos, sem companheiro(a), com filhos e que não moram sozinhos também contabilizaram mais casos suspeitos.

No que tange às variáveis profissionais (Tabela 3), vale destacar que os casos de risco foram concentrados em categorias que incluíram os participantes com menor renda mensal, de até R$ 2424,00, presença de vínculos profissionais externos, nível superior completo e carga horário semanal superior a 40 horas. Enfatiza-se, ainda, uma prevalência superior em profissionais da saúde (21,9%) quando comparada a profissionais diversos (19,4%).

A investigação de diagnóstico prévio para transtornos mentais variados revelou que 7 (8,8%) dos participantes afirmaram possuir diagnóstico médico no momento de coleta, dos quais 3 (75,0%) obtiveram escore suspeito, uma prevalência 2,40 vezes maior do que a encontrada em pacientes sem diagnóstico prévio. Esta associação é presumível, embora não tenha sido apontada significância estatística.

Tabela 4. Regressão logística binomial entre as variáveis sociodemográficas e profissionais e TMC entre
trabalhadores saúde mental do município de Marabá (n = 80)

VariáveisRCPIC95%RCPp-value
InferiorSuperior
Instituição de trabalho2,5430,64210,0850,184
Sexo1,3471,11828,4910,036
Idade5,6450,3065,9270,693
Estado conjugal2,2630,5309,6630,270
Número de filhos1,1150,2026,1650,900
Número de moradores na residência0,9570,1625,6460,961
Diagnóstico de transtorno mental5,5460,73941,6070,091
Renda mensal2,6160,50113,6490,254
Profissão0,5830,1123,0350,522
Trabalho em outras instituições não citadas0,75115,2110,113
Escolaridade1,3540,2656,9290,716
Carga horária semanal2,9240,68812,4370,146
RCP: Razão de Chance de Prevalência; IC: Intervalo de Confiança.

4 DESENVOLVIMENTO

Os transtornos mentais comuns análise multivariada por Regressão Logística representam uma das principais causas de Binomial (Tabela 4) foi percebido incapacitação funcional contemporânea, significância estatística (p= 0,034) para a todavia, embora prevalentes, seus impactos variável sexo, com prevalência ao feminino. são frequentemente subestimados para a população (CARMO et al., 2017). Profissionais de serviços de saúde, especialmente, estão expostos a maiores riscos de adoecimento mental em face de circunstâncias próprias de trabalho. Os atendimentos em serviços especializados contam, além disso, com alto volume de atendimento, parte dele, de pacientes com quadros instáveis (FILHO; ARAÚJO, 2015).

Em meta-análise proposta por Steel et al. (2017), foi estimado que 29,2% da população mundial será acometida por TMC em algum momento da vida. No contexto desta pesquisa, a prevalência global obtida para casos suspeitos de TMC foi 20,0% dos participantes, valor comparável ao encontrado por um estudo realizado com profissionais de enfermagem de serviços de emergência, que totalizou 20,5% (MOURA et al., 2022). Os principais fatores citados como contribuintes deste cenário no estudo citado foram a sobrecarga laboral e a alta demanda psicológica relacionados à assistência ao paciente crítico.

Um cenário de pesquisa similar ocorreu em um estudo que avaliou a prevalência de TMC em trabalhadores de um hospital psiquiátrico, resultando em uma prevalência de 25,7% (SOUSA et al., 2019). Já em um estudo com uma amostra de 285 profissionais de um Hospital no Paraná revelou uma proporção superior, de 32,6% (PINHATTI et al., 2018). Entre trabalhadores da atenção primária de Palmas-TO, Guerra, Santos e Neves (2022) detectaram que 25% dos participantes possuíam TMC.

Pesquisa transversal dirigida por Santos et al. (2019), avaliou uma amostra de 3618 moradores urbanos da cidade de São Paulo-SP, deduzindo uma prevalência de 19,7% para TMC, demonstrativa da população geral em face do não estabelecimento de um perfil específico de inclusão (SANTOS et al., 2019). Já um estudo direcionado para Trabalhadores do Judiciário no Rio Grande do Sul observou prevalência de 27,2% (AMAZARRAY; OLIVEIRA; FEIJÓ et al., 2019).

Estudo proposto por Carvalho, Araújo e Bernardes (2016) analisou 762 trabalhadores da Atenção Básica à Saúde em Feira de Santana-BA, contabilizando prevalência global de 22,9%. Para este grupo de profissionais da saúde avaliado, a prevalência assemelhou-se à encontrada nos resultados desta pesquisa, além disso o sexo feminino também prevaleceu. Para a população geral, alguns estudos demonstraram dados variáveis, entre quais, um realizado em Pelotas evidenciou 23%, enquanto outro em Recife 35% (CARMO et al., 2017).

Evidencia-se que a sobrecarga de trabalho está fortemente associada à prevalência de TMC, tal qual se observa maior proporção de casos suspeitos conforme maior carga horária, em profissionais que trabalham mais do que 40 horas por semana, que possuem uma maior demanda laboral, como possivelmente ocorre no HMM, e que possuem outros vínculos de trabalho além do referido (FERNANDES; SOARES; SILVA, 2018; GERRA; SANTOS; NEVES, 2022).

Foi constatada uma prevalência de TMC consideravelmente maior em participantes do sexo feminino, o que se relaciona em parte à predominância feminina nas profissões da saúde, além de possivelmente ocuparem cargos de maior demanda, entre demais fatores. Outrossim, mulheres são mais propensas a assumirem responsabilidades domésticas e/ou de cuidado com filhos, variável também prevalente, associando um maior estresse ocupacional (ALVES et al., 2017; CARLOTTO et al., 2011; LUA et al., 2018; PINHO; ARAUJO, 2012).

Abordar a saúde mental de profissionais aquém à área da saúde, como dos setores de limpeza, culinária, segurança e administração também é de fundamental importância. Estes setores podem envolver jornadas de trabalho mais longas, maior pressão por produtividade e falta de reconhecimento profissional, além da renda mensal inferior, também associada a uma prevalência aumentada (MACIEL; SANTOS; RODRIGUES, 2015; THISTED; NIELSEN; BJERRUM, 2018).

A categoria profissional de maior prevalência de TMC, por ventura, foi a de Segurança/Vigia, seguido por Enfermeiros. De tal forma, este fato correlaciona-se com a atuação profissional de grande pressão e demanda, dado que a equipe de segurança normalmente requer a contenção direta de pacientes instáveis e exige altos níveis de vigília constante, acarretando maior estresse. Relação evidenciada por um estudo de TMC em Agentes de Segurança Penitenciária no estado de São Paulo (BRAVO et al., 2022; THISTED; NIELSEN; BJERRUM, 2018).

A diferenciação de prevalência de TMC entre os profissionais da saúde e as demais categorias profissionais das instituições avaliadas representa uma investigação de grande interesse ao estudo. O cenário percebido evidenciou maior prevalência entre os profissionais de categorias da saúde.

Diversos fatores podem ser contribuintes para o risco aumentado em profissões da saúde, com destaque à própria natureza de trabalho que implica em desafios proeminentes, como lidar diariamente com pacientes complexos e, em alguns casos, agressivos. A relação entre alta demanda laboral e baixa autonomia e controle também configura um fator de vulnerabilidade (BRITO et al., 2023; DAL’BOSCO et al., 2020; ROSADO; RUSSO; MAIA, 2015; URBANETTO, et al., 2011).

No contexto de emergências psiquiátricas, sobretudo atribuído ao HMM, porta de entrada para pacientes em descontrole mental, entende-se que a pressão e a responsabilidade incumbida pode ser significativamente maior, levando também a um aumento no estresse psicoemocional. Também se pode associar como agravante o aumento da demanda física somada à demanda psicológica e cognitiva excessiva, conforme observaram-se maiores jornadas de trabalho nesta instituição (CARVALHO et al., 2020; RESENDE; SILVA; TEIXEIRA, 2018; ROSADO; RUSSO; MAIA, 2015).

Algumas variáveis específicas, como possuir curso superior, outros trabalhos, idade maior que 40 anos, possuir filhos e não morar sozinho, podem ter a sua prevalência ligada ao fato de estarem relacionadas a uma maior demanda profissional e familiar, acarretando níveis elevados de estresse mental acumulado.

Por outro lado, os resultados evidenciaram que pessoas sem companheiro afetivo aparentam apresentar um risco mais elevado de TMC, visto uma maior prevalência. Algumas razões podem esclarecer esta associação, entre elas a falta de suporte afetivo e emocional oferecida por um cônjuge ou parceiro, capaz de reduzir a capacidade adaptativa ao estresse, conforme demonstraram Senicato, Azevedo e Barros (2018) em seu estudo. Estes pacientes também são sujeitos a sofrerem por sentimentos frequentes de solidão e isolamento, marcadamente características de TMC.

Em relação à variável de idade, foi demonstrado que pessoas acima dos 40 anos possuem maior prevalência se comparados menores faixas etárias. Esse dado vai de encontro a um estudo que afirma que a maior permanência no emprego e a maior idade associa-se negativamente com a saúde geral e positivamente com as queixas psicossomáticas (SCHULZ; ZACHER; LIPPKE, 2017).

Observou-se uma prevalência aumentada de TMC nos participantes com menor renda mensal informada, ainda que este grupo represente minoria em relação à variável renda. Além das condições de trabalho, a falta de reconhecimento profissional autopercebida pode ser agravante do estresse gerado no exercício profissional. Notadamente, este grupo também pode ter menor acesso a serviços de saúde em função da condição socioeconômica, que também pode acompanhar outras vulnerabilidades específicas (SOUZA et al., 2017).

A associação de prevalência à variável profissional revelou que os Enfermeiros representam a categoria com a maior prevalência de TMC entre trabalhadores da saúde, o que se deve, eventualmente, a fatores já citados de aspectos particulares do exercício profissional, que podem envolver a pressão constante para tomadas de decisões, convívio com a morte e relações conflituosas de trabalho (NONNENMACHER, et al., 2019).

Os resultados apresentados sofreram limitação pela quantidade expressiva participantes que não especificaram a sua profissão, presumivelmente pela falta de identificação com as opções disponibilizadas para escolha. Todavia, a associação registrada entre algumas profissões é representativa para demonstrar o risco intrínseco de TMC às naturezas ocupacionais.

Mediante a execução apurada dos testes a amostra obtida para este trabalho carece de medidas estatísticas significativas, todavia corrobora com resultados similares de estudos científicos da área. O agrupamento secundário de categorias de variáveis possibilitou um dimensionar a amostra de forma favorável à análise estatística e à classificação proporcional de casos suspeitos.

Outras limitações descrevem-se em grande parte pelo viés de conveniência e amostragem, logo, foram obtidos como participantes aqueles presentes ao momento de coleta de dados e incluídos nos critérios, sem cálculo amostral específico. As intuições avaliadas possuem uma população contundente aos objetivos de estudo, assim como os instrumentos de coleta utilizados para a finalidade de pesquisa. O delineamento transversal do estudo também implica na impossibilidade de associação de causalidade entre variáveis.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prevalência global de TMC foi de 20,0%, condizente com outros estudos similares. Tendo em vista a variabilidade de resultados da literatura não é possível afirmar uma prevalência em trabalhadores da saúde mental divergente de demais trabalhadores ou da população geral, todavia nota-se uma tendência para proporções menores.

Este estudo traz como implicações retomar a necessidade de maiores produções científicas dedicadas à população em questão, posto que os resultados obtidos estimam que profissionais de centros psiquiátricos podem possuir fatores de risco aumentados e específicos para adoecimento mental, cada qual com suas particularidades.

A categoria de enfermeiros representa uma das mais investigadas entre trabalhos acerca de TMC, em especial por corresponder a grande parte dos profissionais de saúde do país, como também em função de vulnerabilidades próprias. Outras categorias profissionais, associadas a serviços de suporte ao funcionamento das respectivas instituições da cidade também requerem atenção ao seu grau de adoecimento mental.

Este estudo evidenciou uma prevalência considerável de TMC nos sujeitos avaliados e cabível de medidas públicas para apoio psicossocial. Frente a isso, é desejado que este trabalho propicie ações em prol da saúde mental destes trabalhadores.

AGRADECIMENTOS

Ao longo de aproximadamente dezoito meses desenvolveu-se a produção deste trabalho até a sua finalização, dessa forma, inúmeros desafios foram enfrentados neste trajeto. Os autores desejam expressar aqui a sua vasta gratidão e reconhecimento às pessoas que, de algum modo, nos ampararam na condução desta pesquisa.

Inicialmente, agradecemos e dedicamos esta produção aos nossos amados pais e familiares, que acompanharam e empenharam fundamental apoio em cada dia da nossa trajetória acadêmica até este momento, nos oferecendo alicerce afetivo para persistir apesar de todas as dificuldades.

Aos queridos profissionais que prestaram assistência em momentos de dúvidas também expressamos a nossa gratidão, especialmente à professora Luciana Pereira Colares Leitão, coordenadora do eixo de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Faculdade de Ciências Médicas do Pará (FACIMPA).

À gerente do Centro de Atenção Psicossocial III de Marabá, Taliana Morgana da Silva Lobo, que prontamente nos assistiu durante todos os procedimentos necessários na instituição também somos gratos. Igualmente, agradecemos a João Augusto de Sousa Miranda, coordenador da Ala Psicossocial do Hospital Municipal de Marabá, pelo apoio prestado.

Por fim, à nossa estimada orientadora, Patrícia Almeida dos Santos, com quem pudemos compartilhar todos os nossos desafios como pesquisadores, e que sempre nos auxiliou a descobrir a melhor maneira de contorná-los.

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Trabalho de Conclusão de Curso.

Graduanda em Medicina. Faculdade de Ciências Médicas do Pará. hanninhasantos00@gmail.com

Graduando em Medicina. Faculdade de Ciências Médicas do Pará. felipedesousa.web@gmail.com

Graduando em Medicina. Faculdade de Ciências Médicas do Pará. lucas7080@outlook.com.br

Graduanda em Medicina. Faculdade de Ciências Médicas do Pará. raquelgmelo13@hotmail.com

Bióloga. Profa. Dra. da Faculdade de Ciências Médicas do Pará. Orientadora. patrícia.santos@facimpa.edu.br