TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE: UM OLHAR SOBRE O SOFRIMENTO HUMANO

BORDERLINE PERSONALITY DISORDER: A LOOK AT HUMAN SUFFERING

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411281518


John Kennedy Simões Corrêa1
Jackson Junio de Paula Silva Borges2
Alessandra Tozatto3


RESUMO: O presente trabalho tem como foco estabelecer um olhar sobre o Transtorno de Personalidade Borderline. Tem como objetivo propor uma reflexão sobre a complexidade de seu diagnóstico, o sofrimento da pessoa borderline na sociedade atual e apresentar a Terapia Comportamental Dialética como um tratamento eficaz. Para alcançar tal fim, foi realizada uma revisão bibliográfica através da leitura de diversos artigos e livros que tratam do tema. O ponto de partida é o pressuposto de que, pelo crescente número de pessoas que sofrem com algum transtorno mental na sociedade, torna-se essencial abordar um tema tão importante e que é desconhecido por grande parte da população. 

Palavras-chave: Transtorno de Personalidade Borderline. Sofrimento humano. Terapia Comportamental Dialética. 

ABSTRACT: The present work focuses on establishing a look at Borderline Personality Disorder. Its objective is to propose a reflection on the complexity of its diagnosis, the suffering of borderline people in today’s society and to present Dialectical Behavior Therapy as an effective treatment. To achieve this end, a bibliographical review was carried out by reading several articles and books that deal with the topic. The starting point is the assumption that, due to the growing number of people suffering from a mental disorder in society, it is essential to address such an important topic and which is unknown to a large part of the population. 

Keywords: Borderline Personality Disorder. Human suffering. Dialectical Behavior Therapy. 

INTRODUÇÃO 

A saúde mental é um dos temas que mais ganhou espaço no noticiário, na internet e em pesquisas científicas nos últimos anos. Isso porque houve um aumento considerável no número de casos de transtornos mentais. Dentre tais transtornos está o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). 

A psicóloga e escritora americana Marsha M. Linehan, afirma que “atualmente, indivíduos que preencham critérios para o transtorno da personalidade borderline (TPB) têm lotado consultórios de profissionais clínicos e da saúde mental” (Linehan, M. 2010, p. 17). 

O Transtorno de Personalidade Borderline é um assunto que não pode ser ignorado. Quando o tema é abordado da forma adequada surge a oportunidade de levar um valioso conhecimento que pode ajudar inúmeras pessoas. 

Nem todos realmente compreendem a seriedade dos transtornos de personalidade. Apenas quem passa por isso, ou quem convive com alguém assim, é capaz de compreender o quanto os transtornos, como o próprio borderline, podem despedaçar vidas e famílias. 

O psiquiatra e psicanalista Mauro Hegenberg (2005) reflete sobre o cotidiano de muitas pessoas acometidas com o transtorno: 

Sentimentos crônicos de vazio e tédio, relacionamentos intensos e instáveis, impulsividade, uso de drogas, bulimia, instabilidade da autoimagem, automutilação, tentativas de suicídio, irritabilidade, brigas constantes, necessidade extrema de apoio das pessoas, dificuldades com a identidade pessoal; pessoas difíceis no trato comum com os outros, que sofrem muito no cotidiano com o seu modo de ser. Aí está: o ´borderline´. 

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (2023), cerca de 2 milhões de pessoas padecem de transtorno de personalidade Borderline no Brasil. O borderline tem se tornado cada vez mais comum, embora seja pouco lembrado e compreendido. 

A Associação Americana de Psiquiatria traz uma estimativa de que cerca de 1 a 5% da população mundial seja acometida de TPB. Em torno de 10% dos pacientes ambulatoriais e cerca de 20% dos pacientes que fazem tratamento em hospitais psiquiátricos são diagnosticados com borderline (Magalhães, 2021). 

Percebe-se que o tema em análise é muito relevante para a sociedade. Muitas pessoas sofrem com o transtorno diariamente. Com o número cada vez maior de diagnósticos, torna-se necessário trazer luz sobre o que é o transtorno de personalidade borderline, a complexidade de seu diagnóstico, o sofrimento causado pelos sintomas e a importância de um tratamento eficaz. 

METODOLOGIA 

Neste trabalho foi adotada uma revisão bibliográfica de literatura com características qualitativas. A revisão foi baseada em artigos científicos, revistas e livros que tratam do tema. Foram consultadas obras de autores como: Ana Beatriz Barbosa, Mauro Hegenberg, Marsha M. Linehan, Paul T. Mason e Randi Kreger, entre outros. 

O objetivo é apresentar uma reflexão, através de artigos científicos e livros, acerca do sofrimento de pacientes que sofrem de transtorno de personalidade borderline e da eficácia da Terapia Comportamental Dialética, provando a relevância do tema para a sociedade atual. 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

1. A PERSONALIDADE HUMANA 

Antes de abordar diretamente o conceito de Transtorno de Personalidade Boderline, faz-se necessário descrever no que consiste a personalidade. A personalidade humana não é algo simples de se compreender, pois cada ser humano possui sua individualidade e subjetividade. Durante muitos anos diversos estudiosos se debruçaram sobre o tema, buscando um conceito que traduzisse tal fenômeno. 

A médica psiquiatra e autora Ana Beatriz descreve que “de forma bem abrangente, a personalidade é um conjunto de padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos que uma pessoa apresenta ao longo de sua existência” (Silva, 2018, p.9). 

Ou seja, a personalidade humana pode ser descrita como o conjunto de características individuais que fundamentam um padrão constante de comportamentos, emoções e pensamentos. 

De uma perspectiva sociológica, pode-se dizer que: “a personalidade é um processo resultante de relações entre as condições objetivas e subjetivas do indivíduo, que, inserido numa sociedade (e essa é a condição fundamental), singulariza-se e diferencia-se ao ponto de ser único” (Silva, 2009, p.169). 

A personalidade é construída por fatores genéticos, experiências vividas e pela interação social com o meio em que se vive. A personalidade é também a forma como o indivíduo se apresenta ao mundo externo; a forma pela qual ele experimenta e enxerga o ambiente ao redor e a si próprio. A personalidade é o que marca a individualidade, diferenciando cada pessoa (Silva, 2018). 

Pode-se dizer então que “personalidade pode ser definida como um sistema organizacional de individualidades que modela a forma de interação de uma pessoa com o ambiente” (Ehrlich et.al, 2015). 

Cada ser humano é único. Cada indivíduo possui sua própria personalidade. E esta, por sua vez, possui suas características que vão distinguir aquele indivíduo dos demais. Essa personalidade irá ressoar nas ações, emoções e pensamentos de cada pessoa. 

Ainda sobre a personalidade, pode-se acrescentar a visão de Mazer et.al (2017, p.86): 

Os traços da personalidade têm consequências, no sentido de que suas características estão associadas a uma variedade importante de indicadores nos níveis individual, interpessoal e social, tais como: felicidade, saúde física e psicológica, espiritualidade e identidade; qualidade das relações familiares, amorosas e com colegas; escolha, satisfação e desempenho profissionais; envolvimento na comunidade, atividade criminosa, e ideologia política. É importante a ressalva de que, por mais que cada indivíduo tenha sua própria personalidade, existem atributos que são tidos como predominantes, enquadrando tal personalidade em um determinado “tipo”. Dessa forma, essa pessoa torna-se semelhante a outra. Tal semelhança diz respeito ao mesmo padrão de funcionamento mental. (Silva, 2018). 

Ou seja, percebe-se que por mais que hajam diferenças na personalidade de cada ser humano, existem também semelhanças em sua forma de pensar, sentir e agir. Através de uma observação mais atenta, pode-se perceber que existem grupos de pessoas que apresentam em sua forma de agir, pensar e se comportar aspectos parecidos. 

2. O CONCEITO DE TRANSTORNO DE PERSONALIDADE 

Toda pessoa, em algum momento da vida, sofreu por conta de ciúmes, medo de sofrer rejeição, raiva, tristeza profunda e demais sentimentos desconfortantes. No entanto, quando essas explosões de sentimentos surgem de forma intensa e persistente geram enorme sofrimento emocional e psicológico para a própria pessoa e também para aqueles que o cercam. 

Um padrão de emoções, pensamentos e comportamentos disfuncionais gera dificuldades de interação e de relacionamento entre a pessoa e seu meio social. Em alguns casos, tais dificuldades podem causar prejuízos no campo profissional e até pessoal. Quando tais comportamentos se apresentam de forma inflexível e constante, surge a possibilidade de um diagnóstico de Transtorno de Personalidade. 

Embora todos os indivíduos tenham características e padrões de personalidade, nem todos são inadequados. Essas características são diagnosticadas como transtorno de personalidade (TP) somente a partir do momento em que começam a interferir no exercício das funções sociais ou em que causam desconforto acentuado (Ehrlich et.al, 2015). 

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), espécie de bíblia da psiquiatria, desenvolvido pela Associação de Psiquiatria Americana (APA), define o termo Transtorno de Personalidade como “um padrão global e inflexível de comportamentos estáveis e duráveis ao longo do tempo, e que estão fora das normas culturais, que se desenvolve na adolescência ou no início da vida adulta” (Ehrlich et.al, 2015). 

O psiquiatra e pesquisador Mark Zimmerman (2023) acrescenta que: 

Transtornos de personalidade geralmente são padrões generalizados e persistentes de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo ou comprometimento funcional. Os transtornos de personalidade variam significativamente em suas manifestações, mas acredita-se que todos sejam causados por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Muitos tornam-se menos graves com a idade, mas certos traços podem persistir com alguma intensidade após os sintomas agudos que levaram ao diagnóstico de um transtorno diminuírem. 

Conclui-se então que o transtorno de personalidade apresenta-se quando padrões disfuncionais de personalidade se dão de forma constante ao longo do tempo, ocasionando intenso sofrimento para o indivíduo que sofre com o transtorno e para aqueles em sua volta. 

3. O TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE 

O termo borderline tem origem na língua inglesa, e possui o significado de limite fronteiriço, referindo-se também à linha que forma uma margem. A expressão margem pode ser compreendida como limite externo, uma faixa que limita algo. “A própria denominação, mesmo que em outra língua, já nos leva a deduzir que o funcionamento mental border guarda relação estreita com o substantivo limite. Os borders vivem literalmente ´nos limites´” (Silva, 2018, p.11). 

A expressão borderline foi utilizada pela primeira vez pelo psiquiatra e psicanalista americano Adolf Stern. Em um artigo publicado no ano de 1938, Stern descreveu o borderline como uma espécie de neurose. 

“A noção de borderline constitui-se inicialmente como uma entidade vaga e imprecisa, que compreende sintomas que se estendem desde o espectro ´neurótico´, passando pelos ´distúrbios de personalidade´, até o espectro ´psicótico´” (Dalgalarrondo; Vilela, 1999, p. 53). 

Durante muitas décadas o termo borderline era utilizado para descrever uma espécie de estágio intermediário entre a neurose e a psicose, recebendo o nome de “estado limítrofe”. Por conta disso, ganhou o nome de borderline, ou seja, fronteiriço (Pereira, 1999). 

O termo “Borderline” começa a se consolidar e ganhar maior relevância na literatura da psiquiatria e da psicanálise a partir das pesquisas de Robert Knight. Em seu trabalho intitulado “Estados Borderline”, publicado em 1953, “Knight utilizava o termo borderline para pacientes, geralmente encontrados no contexto da internação psiquiátrica, que não poderiam ser classificados nem como psicóticos, nem como neuróticos” (Dalgalarrondo; Vilela, 1999, p. 56). 

No decorrer das últimas décadas, houve um considerável crescimento no número de estudos e pesquisas sobre o transtorno borderline. Com o passar dos anos, graças aos esforços de clínicos e pesquisadores, seu conceito tem ganhado uma forma mais precisa e clara. 

A psiquiatria de nossos dias classifica os estados borderline como uma forma de transtorno da personalidade. Tal estado de coisas, longe de ser auto- evidente, corresponde à sedimentação de uma longa contenda teórica, cuja complexidade vem do fato de a entidade clínica em questão caracterizar-se, precisamente, por sua extrema plasticidade e semelhança com diversas condições psicopatológicas “clássicas”. É sua situação entre os campos da neurose e da psicose (e frequentemente com atuações do tipo psicopático) que inspirou a designação de borderline ou “fronteiriço” (Pereira, 1999). 

O transtorno de personalidade borderline “deixa de ser uma acepção relativamente vaga de estados intermediários neurose-psicose, para ser um distúrbio específico de personalidade” (Dalgalarrondo; Vilela, 1999, p. 58). 

O TPB possui atributos e sintomas próprios, não sendo classificado como neurose e nem psicose. Sendo assim, o indivíduo que sofre com o borderline não pode ser considerado neurótico e nem psicótico. 

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – V), o transtorno borderline é definido como um padrão difuso de instabilidade nos afetos, na estrutura emocional, nos relacionamentos e também na autoimagem, incluindo elevada impulsividade, surgindo no início da vida adulta (Cerutti, Duarte. 2016). 

O DSM – 5 apresenta nove critérios para identificação do transtorno de personalidade borderline. Importante destacar que, para o diagnóstico de um paciente, é necessário a presença de pelo menos cinco dos indicadores descritos por um intervalo de tempo de no mínimo um ano. 

  1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. 
  2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização. 
  3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo. 
  4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p. ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão alimentar). 
  5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante. 
  6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex., disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias). 
  7. Sentimentos crônicos de vazio. 
  8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes); 
  9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos. (American Psychiatric Association, 2013). É importante mencionar que as características do TPB começam a surgir na adolescência ou começo da fase adulta, persistindo por tempo indeterminado. A intensidade dos sintomas e a frequência com que eles aparecem variam com o tempo, podendo até mesmo diminuir com o passar dos anos. 

Pelo rol de características listadas acima é possível perceber que o TPB é um transtorno complexo e angustiante, seus portadores vivem no limite da vida e dos relacionamentos. Tais pessoas vivem no limite entre sensações e emoções intensas diariamente. 

3.1 A Complexidade do diagnóstico Borderline 

Diagnosticar o TPB não é algo simples. Isso ocorre pelo fato do borderline apresentar sintomas de outros quadros clínicos, o que dificulta a realização de um diagnóstico preciso. Muitos pacientes borderline são diagnosticados como depressivos, bipolares ou com transtornos de ansiedade, por exemplo. 

O transtorno de personalidade borderline ultrapassa as fronteiras de diferentes transtornos mentais, criando áreas de convergência sem, no entanto, estar intrinsecamente ligado a elas. Ou seja, a personalidade borderline pode se manifestar através de sintomas que compõem diversos quadros clínicos. Tal situação pode gerar um pensamento errôneo de que tal paciente é acometido de uma coleção de diagnósticos psicopatológicos. 

É perceptível que as características do TPB, na maioria das vezes, são difíceis de serem corretamente identificadas. Diferenciar o TPB de outros transtornos mentais é uma tarefa complexa que requer muita atenção e conhecimento técnico. 

Entre tais transtornos, pode-se citar o transtorno de personalidade bipolar, o transtorno de personalidade antissocial, os transtornos de ansiedade, o TDAH e a depressão. 

Não é raridade para o profissional de saúde mental se deparar com determinado paciente que há anos faz tratamentos em face de diversos transtornos, quando na verdade tal indivíduo é acometido de apenas um: o transtorno de personalidade Borderline. A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa registra o seguinte relato: 

Para se ter uma ideia prática da complexidade que envolve o diagnóstico de uma personalidade borderline, é bastante comum atender em minha clínica pacientes que levaram, em média, dez anos até receberem o diagnóstico correto. Isto é, por dez anos eles foram atendidos, mas com diagnósticos equivocados. A maioria desses pacientes nem sequer possuía algum tipo de avaliação consistente que indicasse, mesmo que de forma leve, um possível diagnóstico de borderline. Uma parcela significativa desses pacientes sem avaliação adequada já havia passado por internações em função de diversos sintomas, como depressão, pânico, abuso de álcool e de outras drogas, e tentativas de suicídio. Apesar de todo esse histórico, a maior parte dessas pessoas e de seus familiares jamais ouviu falar em personalidade borderline (Silva, 2018, p -19). 

Ao tratar sobre os sintomas do TPB, Hegenberg (2013) corrobora a ideia: “A amplitude dos sintomas – tão comuns no momento atual – tornam o diagnóstico algo complexo”. 

É comum que o paciente com TPB passe por quadros depressivos e eufóricos, e ambos tendem a ser causados por acontecimentos externos e imediatos. Ele é capaz de deprimir-se de forma imediata diante de uma frustração, principalmente quando o assunto é rejeição afetiva. Isto pode ocorrer em caso de término de relacionamento, ou até mesmo por conta de um pequeno desentendimento. 

De igual modo, tal personalidade pode apresentar, também de maneira intensa e imediata, muita euforia diante de um acontecimento emocional ou profissional que gere a sensação de aceitação e aprovação. 

O borderline é confundido com frequência com o bipolar. Isto ocorre porque ele pode apresentar-se acelerado, por estar apaixonado por alguém ou por alguma ideia. Quando angustiado ou delirante, também se encontra acelerado. Nesses casos, a confusão com drogadição também é frequente. Pode passar da excitação para a depressão rapidamente, sempre dependendo das circunstâncias que está vivendo (Hegenberg, 2013). 

Importante ressaltar que as variações de humor em pacientes com TPB se manifestam diariamente, não sendo limitadas a circunstâncias extremas e pontuais, como é o caso dos demais transtornos citados. 

Por sua complexidade e pelo estigma social atrelado aos transtornos de personalidade, o diagnóstico de TPB deve ser feito com cautela. O médico psiquiatra responsável pelo paciente deve ter domínio sobre o tema, conhecendo o transtorno e suas nuances. 

3.2 Um olhar sobre o sofrimento humano 

Pacientes borderline vivem em uma “corda bamba”, como se, a qualquer hora, pudessem se desequilibrar e cair. Tal expressão remete à própria insegurança desses pacientes, pois na vida de um borderline o medo de “explodir” é algo constante. 

É como se um belo dia ensolarado acompanhado de uma leve brisa fosse, de um minuto ao outro, interrompido por uma forte chuva acompanhada de trovões e relâmpagos. Tal metáfora é um retrato da instabilidade emocional na vida de tais pessoas. A personalidade borderline é tida como uma personalidade tempestuosa. 

Silva (2018) afirma que “a característica essencial do transtorno de personalidade borderline é um padrão comportamental marcado pela instabilidade nos relacionamentos interpessoais, na autoimagem e nos afetos”. 

Aqueles que são acometidos de TPB apresentam muita instabilidade emocional, são cercados de sentimentos de incompletude e vivem em constante luta consigo mesmos. 

Seus relacionamentos amorosos são marcados por grande intensidade e dependência emocional. Tal dependência ocorre porque o borderline vê no outro uma conexão vital, um ponto de equilíbrio. “Os borderlines exigem constantemente a atenção do parceiro e necessitam desse amor para preencher a sensação crônica de vazio e legitimar sua própria existência” (Silva, 2018, p -62). 

Um dos maiores pavores de uma pessoa acometida de TPB é o abandono, seja ele real ou imaginário. Por isso, que uma das características de um paciente borderline é justamente o esforço desesperado para evitar o abandono. 

O borderline não tem sua subjetividade constituída, seu Eu não está plenamente formado. Talvez por isso mesmo a relação de dependência se estabeleça de maneira tão forte; quando a pessoa de apoio se afasta, o TPB se sente mais do que desamparado, sente-se como que inexistente. (Hegenberg, 2005, p. 29). 

Quando alguém de seu convívio faz ou diz algo que seja interpretado como um sinal de abandono, a pessoa borderline pode apresentar pânico, crises de ansiedade e explosões de fúria, ou simplesmente implorar pela presença do outro (Mason; Kreger, 2013). 

Borders esperam que outras pessoas lhes deem o que eles não conseguem dar a si próprios, como autoestima, aprovação e senso de identidade. Acima de tudo, os borders buscam um cuidador dedicado, cujo amor e cuja compaixão preencham os buracos negros de vazio e desespero que eles têm dentro de si (Mason; Kreger, 2013, p. 20). 

Além disso, pessoas que sofrem de TPB, possuem uma perturbação em sua identidade, fruto da inexistência do sentimento de self. Elas não encontram sentido em si mesmas, não possuem algo dentro de si para se firmar. É uma espécie de difusão da própria identidade, pois não reconhecem quem realmente são. Em consequência disso, sentem um enorme vazio, falta de sentido na vida e uma profunda insatisfação (Mason; Kreger, 2013). 

É justamente para preencher esse vazio que muitos borderlines apresentam comportamentos impulsivos em áreas prejudiciais. Os exemplos mais comuns são: uso de drogas, uso excessivo de álcool, promiscuidade sexual, direção imprudente, compulsão alimentar e abuso financeiro. 

Outro comportamento disfuncional destacado por Mason e Kreger (2013) é a automutilação. Eles afirmam que ela é uma espécie de mecanismo utilizado para aliviar os sofrimentos emocionais, como por exemplo, tristeza, medo do abandono, culpa, ansiedade e raiva. 

Mason e Kreger (2013) destacam ainda que, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, cerca de 8% a 10% das pessoas com borderline cometem suicídio. A busca pelo suicídio e demais comportamentos impulsivos são vistos como solução e alívio para tamanho sofrimento emocional. 

Por conta de sua necessidade de amparo, a pessoa boderline busca por pessoas que o acolham e compreendam. Porém, na atual sociedade, esse lugar de abrigo e acolhimento tem se tornado cada vez mais difícil de se encontrar. No ritmo acelerado da sociedade de consumo, cada pessoa vive em sua própria “correria”. Não há tempo para olhar para o lado, para se importar com a dor alheia. 

Acerca da relação entre o indivíduo borderline e o momento atual da sociedade, Hegenberg (2013, p.16) afirma que: 

O borderline, em virtude de sua necessidade de apoio, procura um lugar de acolhimento que está cada vez mais difícil de encontrar. A quebra de valores tradicionais observada ao longo do século XX empurra o ser humano para uma crise existencial, em razão da solidão provocada pela ruptura da família e dos laços de solidariedade, pelo individualismo crescente, pela competição feroz em uma sociedade em contínua transformação. Com tudo isso, as relações estáveis de outrora são apenas recordações. 

Voltando os olhos para o passado é possível perceber que havia uma maior estabilidade nos relacionamentos, nos valores morais e nas convenções sociais. Essa estabilidade determinava as regras a serem seguidas, o que era certo e o que era errado. Tal solidez de princípios e valores era responsável por garantir uma sensação interna de segurança. 

Quando a estabilidade dos relacionamentos estava garantida por valores morais reconhecidos, podia-se observar que a solidão, o vazio e o tédio, próprios da existência humana, estavam escamoteados por um caminho a seguir, definido por convenções sociais marcadas pela tradição e pelo respeito a normas consagradas. Na sociedade atual, onde tudo se transforma e novos valores são rapidamente consumidos e substituídos por outros que serão também logo desmanchados, o nível de angústia tende a aumentar por causa da insegurança gerada pelas contínuas mudanças. (Hegenberg, 2013, p.17). 

Dessa forma, a pessoa borderline, ao procurar por um ambiente estável e acolhedor, muitas vezes encontra frustração e solidão. Em uma sociedade tão frenética, onde os valores se diluem com facilidade e onde a empatia se torna cada vez mais rara, aquele que sofre de TPB, em muitas ocasiões, não encontra guarida para sua dor. 

4. TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA 

O tratamento do transtorno de personalidade borderline é essencial devido à complexidade do quadro e ao impacto relevante que essa condição causa na vida dos indivíduos afetados e das pessoas do seu convívio. 

Os maiores benefícios que podem ser alcançados com o tratamento são: alívio do sofrimento pessoal, prevenção de comportamentos destrutivos, redução do impacto nas relações interpessoais, promoção do autoconhecimento, desenvolvimento pessoal e integração social e ocupacional, ocasionando relevante melhora na qualidade de vida. 

Cerutti e Duarte (2016, p.67) destacam a importância de um tratamento realizado por profissionais especializados e do apoio familiar. 

Pode-se concluir que para conviver com a personalidade borderline, o primeiro passo é caracterizá-la como um transtorno psiquiátrico que necessita de tratamento, com profissionais especializados. Tanto a atitude pessoal de aderir à terapia, quanto à educação da família são essenciais, na medida em que, o único tratamento efetivo é o de equipe, contando com a colaboração de médicos, psicólogos, a família e o paciente. 

Entre as abordagens utilizadas para o tratamento do borderline, a Terapia Comportamental Dialética (TCD) tem recebido maior destaque nos últimos anos. A princípio, a abordagem foi proposta para o manejo de pacientes que apresentavam ideação suicida e comportamento autodestrutivo. Por conta de seus resultados positivos, alguns autores introduziram a TCD para o tratamento de borderline (Guilherme et.al, 2020). 

A TCD é um tratamento cognitivo-comportamental amplo, desenvolvido especificamente para o TPB. Foi a primeira psicoterapia a se mostrar eficaz, por meio de ensaios clínicos controlados, para esse transtorno. O treinamento de habilidades psicossociais é uma das partes do tratamento, e a forma de TCD que se mostrou eficaz com clientes borderline é uma combinação de psicoterapia individual com o treinamento de habilidades (Linehan, M. 2010, p.17). 

A TCD foi elaborada e proposta pela psicóloga norte americana Marsha M. Linehan. A técnica foi desenvolvida depois de anos de estudo e prática com pacientes borderline. Marsha escreveu diversos estudos e livros abordando o TPB e como a Terapia Comportamental Dialética poderia ajudar tais pacientes. Esta terapia faz parte do que é chamado de terceira geração da terapia comportamental (Cerutti; Duarte, 2016). 

O conceito de dialética está relacionado à maneira como o tratamento é conduzido. A abordagem dialética baseia-se na ideia de que o terapeuta deve aceitar seus clientes como são, ao mesmo tempo em que os orienta na jornada de transformação. Tanto a habilidade de aceitação quanto a de promover mudanças são essenciais. Desse modo, além de trabalhar as mudanças necessárias, a prática da aceitação de emoções, comportamentos e pensamentos tornou-se uma técnica indispensável no tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline (Linehan, 2010). 

Em sua maior parte, a TCD utiliza estratégias de terapia cognitivo comportamental no tratamento de pacientes com TPB, mas também apresenta aspectos específicos. Entre eles pode-se citar: “o foco na aceitação e validação do comportamento como ocorre no momento, a ênfase em tratar comportamentos que interfiram na terapia, a ênfase na relação terapêutica como essencial ao tratamento e o foco nos processos dialéticos” (Cerutti; Duarte, 2016, p. 74). 

Assim como os programas de terapia cognitivo-comportamental tradicionais, a TCD destaca a importância da avaliação e coleta contínua de dados sobre os comportamentos presentes; uma definição precisa e clara das metas do tratamento; e uma parceria ativa entre terapeuta e cliente, com foco em orientar o cliente no processo terapêutico e em ambos estarem comprometidos com os objetivos do tratamento. É sempre importante ressaltar que o vínculo terapêutico desempenha um papel fundamental na eficácia do tratamento de pacientes suicidas e com transtorno de personalidade borderline (Linehan, 2010). 

Focar na validação dos pensamentos, sentimentos e ações do cliente requer que o terapeuta busque a essência de sabedoria ou verdade em cada resposta do cliente e a compartilhe com ele. A confiança no desejo fundamental do cliente de evoluir e melhorar, juntamente com a fé em sua habilidade intrínseca de mudança, constituem o alicerce do tratamento. A validação inclui igualmente o reconhecimento empático e constante do sofrimento emocional do cliente. 

O tratamento, como um todo, enfatiza construir e manter uma relação colaborativa positiva e interpessoal entre cliente e terapeuta. Uma característica importante da relação terapêutica é que o principal papel do terapeuta é o de conselheiro do cliente, e não conselheiro de outros indivíduos. O terapeuta está sempre do lado do cliente (Linehan, 2010, p. 24). 

Um dos motivos que levou a TCD a ser reconhecida como um meio eficaz de tratamento é a junção de psicoterapia individual com o treinamento de habilidades. O aprendizado de habilidades psicossociais se torna essencial quando a resolução dos problemas pessoais e a conquista de objetivos demandam competências comportamentais que até o momento não foram bem desenvolvidas. 

A integração entre psicoterapia e treinamento de habilidades faz com que o TCD seja uma excelente ferramenta psicoterapêutica. O treinamento de habilidades tem como objetivo auxiliar a pessoa borderline a ampliar seu repertório de competências cognitivas, emocionais e comportamentais para agir de forma equilibrada diante dos conflitos e sentimentos que geram sofrimento no dia a dia. 

O referido treinamento é composto por quatro conjuntos principais: habilidades de atenção plena (mindfulness); habilidades de eficácia interpessoal; habilidades de regulação emocional e habilidades de tolerância a estresse (Linehan, 2010). 

É importante destacar que os objetivos da TCD não são apenas eliminar comportamentos disfuncionais graves, mas sim melhorar a qualidade de vida do paciente e desenvolver comportamentos mais adaptativos. O treino de habilidades visa aprimorar habilidades cognitivas e comportamentais para reduzir emoções e comportamentos disfuncionais. O paciente pode aprender a lidar melhor com suas emoções, suportar seu sofrimento emocional, ser mais eficaz em conflitos interpessoais e adquirir estabilidade como resultado disso (Pimentel, 2022). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O presente estudo demonstrou que o transtorno de personalidade borderline é um dos transtornos mentais mais complexos e graves. Aquele que padece de TPB passa por grande sofrimento, buscando em comportamentos impulsivos e até autodestrutivos encontrar algum tipo de alívio para sua dor. 

Além disso, o artigo mostrou que a sociedade precisa estar ciente do que é o TPB e sobre a seriedade do quadro. O número de pessoas diagnosticadas com transtorno de personalidade borderline tem crescido nos últimos anos. Isso retrata a necessidade de uma maior conscientização sobre o tema. 

Ficou demonstrado que a Terapia Comportamental Dialética é o principal tratamento utilizado para o quadro de TPB. O fim do tratamento não visa apenas aliviar os sintomas e o sofrimento, mas também capacitar os indivíduos a viverem de forma equilibrada, satisfatória e funcional. É um tratamento complexo e muitas vezes demorado, mas essencial para melhorar a qualidade de vida da pessoa borderline e daqueles que o rodeiam. 

Portanto, pode-se concluir que aquele que sofre com o TPB precisa de um tratamento eficaz e de um lugar de acolhimento, onde ele possa encontrar guarida para suas emoções. A psicoterapia e o tratamento psiquiátrico são essenciais para que o paciente possa ter uma melhor qualidade de vida. Para que haja uma melhor compreensão sobre o tema, é necessário que a sociedade tenha amplo acesso às informações acerca do transtorno borderline. Sendo esse o objetivo do presente trabalho. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM – V). 5. ed. Washington: APA, 2013

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA – ABP TV. Transtorno borderline: o que precisamos saber?. Rio de Janeiro: ABP TV, 2023. 1 vídeo (58 min). Disponível em: https://www.youtube.com/live/6kTnMvxXnec. Acesso em: 19/06/2024. 

BECK, J.S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 399 p. 

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 1Acadêmico do curso de psicologia da UNIREDENTOR/AFYA.
2Acadêmico do curso de psicologia da UNIREDENTOR/AFYA.
3Psicóloga, Professora Mestre, docente do curso de Psicologia. E-mail: aletozatto@gmail.com.