REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102502261537
Evelin Silmara Da Rosa Damazio[1]
Andrea Cruz do nascimento[2]
Denise Angelica Fonseca[3]
Aline De Paula Borges[4]
Tania Aparecida Penha[5]
Damião Evangelista Rocha[6]
Marcelo Barros Georgetti[7]
RESUMO
Este trabalho analisou o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) sob a perspectiva psicanalítica, abordando sintomas, tratamentos e contribuições teóricas de autores como Otto Kernberg, Melanie Klein e Donald Winnicott. Kernberg destacou as organizações borderline e suas defesas primitivas; Klein explorou as posições esquizoparanóide e depressiva; e Winnicott aprofundou o conceito de falso self e a importância de um ambiente acolhedor para a construção da identidade. A visão psicanalítica entende o TPB como um estado intermediário entre neurose e psicose, marcado por instabilidade emocional, flutuação entre realidade e fantasia, e dificuldades em relações interpessoais e na autoimagem. Freud não abordou o transtorno diretamente, pois o conceito emergiu posteriormente, mas seus estudos sobre mecanismos de defesa e estruturas psíquicas influenciaram as teorias sobre os “estados-limite”, desenvolvidas por Kernberg e outros. A abordagem psicanalítica não apenas aprofunda a compreensão das dinâmicas internas do TPB, mas também oferece fundamentos para intervenções clínicas voltadas à reestruturação psíquica. Essa perspectiva revela a complexidade do transtorno, cuja instabilidade emocional e intensa vulnerabilidade impactam profundamente a vida dos indivíduos.
Palavra-chave: Instabilidade Emocional. Personalidade Limítrofe. Psicoterapia psicanalítica. Transtorno de Personalidade Borderline.
Introdução
Os transtornos de personalidade são conceituados por padrões de comportamentos, que podem incluir pensamentos e jeitos de se relacionar com os outros, sendo praticados pelos indivíduos ao longo de suas vidas, surgindo quando o sujeito não corresponde aos padrões aceitos socialmente, levando em consideração fatores ambientais e genéticos. Para que seja considerado um transtorno, esses comportamentos devem trazer prejuízos e sofrimentos para o indivíduo e para aqueles que o cercam (Ferraz, 2023). O diagnóstico de transtorno de personalidade é concluído na fase adulta, antes desse período para fins de cuidado leva-se em consideração os traços dos transtornos (Ferraz, 2023).
Os transtornos de personalidades são reunidos em três grupos, A, B e C. O grupo A é caracterizado por parecerem excêntricos ou mesmo estranhos, no grupo B estão os caracterizados por seu comportamento dramático, emocional e errático, no grupo C os que possuem características ansiosas e apreensivas. Os indivíduos com transtorno de personalidade borderline, foco deste trabalho, encontram-se no grupo B. (Ferraz, 2023)
O termo borderline surgiu na psicanálise com Adolf Stern em 1938, como transtorno mental de um estado-limite, estabelecendo sua localização entre neurose e psicose (Ferraz, 2023). Por isso o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) pode ser encontrado na literatura como limítrofe e ou fronteiriço.
Os pacientes Borderline, são conhecidos como complexos e de difícil manejo clínico, essa dificuldade é compreendida devido o sujeito dividir-se entre essa fronteira, por essa razão alguns autores divergem no entendimento, Kernberg (1967) entende o borderline como uma estrutura com características próprias e não uma estrutura de fronteira, já para Winnicott (1975) o transtorno tem seu centro na psicose, porém quando a ansiedade ameaça o paciente, este apresenta uma organização psiconeurótica. (MATOS, 2023)
Os conflitos psíquicos vivenciados na neurose, ocorrem entre o id e o ego, onde ocorre a repressão dos desejos, sendo assim o neurótico permanece sempre em busca da realização de seus desejos. Na psicose, ocorre uma rejeição da realidade, em que o ego nega a realidade. Alguns autores entendem que os indivíduos com TPB encontram-se hora na psicose e hora na neurose, oscilando entre esses dois estados mentais. (Ferraz, 2023)
Devido essas oscilações os indivíduos com TPB enfrentam diversos desafios que trazem sofrimento a suas vidas; dificuldade em gerenciar suas emoções, impulsividade, comportamentos autodestrutivos e sentem um medo intenso de serem abandonados. Todos esses sintomas resultam em relações tumultuadas, com oscilações de amor e ódio pelas pessoas próximas, prejudicando as relações interpessoais, esse sofrimento emocional muitas vezes leva o indivíduo com TPB a buscar alívio, que podem incluir comportamentos de risco, autolesões e até mesmo tentativa de suicídio. (Souza; Correa, 2019)
Os conflitos psíquicos apresentados pelos indivíduos com TPB também podem ser compreendidos pela luz da psicanálise. Os conflitos na neurose, dos desejos reprimidos, podem levar a ansiedade e à insatisfação, e os vividos na psicose, quando o ego rejeita a realidade, fazendo com que o indivíduo vivencie um distúrbio na percepção e na conexão com o mundo, contribuem para emoções instáveis e flutuantes (De Fátima, 2023).
O manejo clínico desse transtorno é desafiador devido à natureza intensa e a imprevisibilidade dos sintomas. A análise do Transtorno de Personalidade Borderline revela não apenas os desafios enfrentados por esses indivíduos, mas também a importância de um entendimento profundo de suas experiências emocionais. O TPB não é simplesmente uma coleção de sintomas, mas uma condição que demanda empatia e compreensão. Este artigo buscará explorar essas dimensões sob a luz da psicanálise contribuindo para uma maior compreensão do Transtorno de Personalidade Borderline. (Ventura, 2020)
Este artigo tem como objetivo discutir o transtorno de personalidade borderline (TPB) a partir de uma visão psicanalítica, estudando as estruturas psíquicas que sobrepõem ao comportamento e à dinâmica emocional de pessoas diagnosticadas com esse transtorno. Procura-se descrever as principais citações teóricas da psicanálise, observando o papel das fases iniciais do desenvolvimento emocional, dos mecanismos de defesa e da formação do self. No decorrer do estudo, procura-se compreender os desafios enfrentados pelos indivíduos e a importância do tratamento.
REFERENCIAL TEÓRICO
O Transtorno de Personalidade Borderline vem sendo estudado desde 1884, iniciado por Karl L. Kahlbaum, o qual atribui como doenças mentais dos jovens, devido às variações de comportamento moral e social. Kahlbaum, denominou primeiramente como Heboidofrenia, como variações no âmbito das relações sociais e da personalidade (Dalgalarrondo e Vilela, 1999).
Em 1911, Eugen Bleuler, nos seus estudos sobre a esquizofrenia, trouxe o termo esquizofrenia latente, assim como Hermann Rorschach em 1921 para justificar sintomas semelhantes. Adolf Stern, em 1938, foi o primeiro a usar o termo borderline, como neurose borderline, onde os pacientes evitavam um ambiente organizado. Em 1942, Helen Deutsch descreve a intermediação dos quadros de psicoses e neuroses, como “personalidade como se”, quando os pacientes demonstraram no seu dia a dia um alterado distúrbio nos relacionamentos sociais (Pereira, 2023).
Paul Hoch e Philip Polatin, incluíram em 1949 o termo esquizofrenia pseudoneurótica, descrito pela associação da neurose, ansiedade e transtornos no âmbito sexual. Entretanto, Robert Knight em 1953, quando o termo estado borderline se alicerça e firma espaço na literatura psiquiátrica e psicanalítica. Ele julgava que os pacientes que não eram enquadrados como psicóticos e nem como neuróticos, mas que se encontravam como internados psiquiátricos (Pereira, 2023).
Em 1976, o CID-9, aparece um novo termo esquizofrenia latente ou borderline, que era considerado uma psicose dentro do espectro da esquizofrenia. No DSM-III, de 1980, a nomenclatura Transtorno de Personalidade Borderline, traz alterações significativas como a saída do termo esquizofrenia para transtorno de personalidade. Em 1992, no CID-10 houve outra alteração, passou a ser denominado Transtorno de personalidade emocionalmente instável, tipo borderline. Somente em 1994, no DSM-IV voltou a ser nomeado de Transtorno de Personalidade Borderline. (Pereira, 2023).
Sigmund Freud não abordou diretamente o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) em seus textos, pois esse termo e sua conceituação surgiram apenas após a era freudiana, principalmente a partir dos anos 1930 e 1940. Contudo, Freud descreveu mecanismos de defesa e quadros de organização psíquica que se aproximam de algumas características de transtornos de personalidade, incluindo a oscilação entre neurose e psicoses. Kernberg (1975) observa que, embora Freud não tenha concebido o termo “borderline”, ele discutia o que mais tarde seria conhecido como estados-limite, descrevendo mecanismos de defesa próximos dos psicóticos e pacientes oscilando entre processos neuróticos e psicóticos, sem uma definição clara de estrutura de personalidade, (Volpi, 2008).
Autores posteriores interpretaram esses conceitos freudianos ao discutir estados fronteiriços entre neurose e psicose, aspectos chave na compreensão do TPB. Otto Kernberg, em particular, foi o teórico que mais trabalhou com a ideia de estados-limites, a agressividade excessiva, resultado da frustração das necessidades precoces, torna insuportável a integração dos aspectos bons e maus do objeto e do self, levando a que a clivagem se perpetue como mecanismo de defesa predominante. (Finkler, 2017)
Para Anzieu (1995), as automutilações surgem como uma forma de estabelecer a realidade do corpo ou de traçar os limites do Eu: “eu corto, logo existo”. Também Kernberg se referiu ao comportamento autodestrutivo como uma tentativa de estabelecer os limites do Eu e de reduzir sentimentos de culpabilidade. Na falta de um “espaço interior”, o paciente parece realizar, através de seu corpo, uma alucinação negativa do pensamento, expulsa sob uma forma destrutiva (Guerra,2014).
Analisando profundamente as descrições freudianas de psicoses e neuroses como uma forma de compreender o que hoje entendemos como transtornos borderline, podemos desenvolver um novo olhar para o modo borderline, entender que não é um diagnóstico, mas compreender que é uma sociedade contemporânea com um modo de vida moderna com o seu dia a dia agitado.(Guerra , 2014).
O borderline acopla-se melhor à sociedade pós-moderna por sua maior flexibilidade, por não possuir uma identidade firme, por não possuir um superego sólido. Existe uma afinidade entre a sociedade pós-moderna e o borderline, o que é uma redundância, pois simplesmente o borderline faz parte dessa sociedade. As empresas já não querem funcionários disciplinados e burocráticos, mas homens criativos. A escola já não fala em disciplina, dever e decoreba, mas sim em criatividade, pesquisa, singularidade, estimulação afetiva (Armony, 2013, p. 7).
O conceito de organização de personalidade borderline surgiu em parte pela dificuldade em atribuir certos pacientes a um nível de funcionamento neurótico ou psicótico. (Kernberg, 1975, p. 12).
O conceito de borderline começou a ser desenvolvido na psiquiatria na metade do século XX, muitas décadas após a morte de Freud. No entanto, alguns conceitos freudianos, como o “narcisismo” e os “mecanismos de defesa”, foram posteriormente usados por autores para interpretar características do transtorno, um trecho de uma obra relevante, como “O Ego e os Mecanismos de Defesa” de Anna Freud ou “Narcisismo: uma Introdução” de Sigmund Freud, que reflete esses temas:
O narcisismo está intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento dos mecanismos de defesa, pois o indivíduo, em sua busca pela preservação do ego e da autoimagem, utiliza mecanismos como a projeção, a negação e a racionalização para lidar com ameaças à sua autoestima. Esses mecanismos atuam como formas de proteger o ego de ansiedades e conflitos internos, permitindo que o sujeito mantenha uma imagem idealizada de si mesmo, mesmo que à custa da realidade. (Freud, 1930 p.45)
A interdependência entre o narcisismo e os mecanismos de defesa, ressaltando como esses processos psicológicos colaboram para preservar o senso de identidade e de valor próprio.
O Vazio Existencial em Pacientes em Estados Limites: O Borderline sobre a Perspectiva Psicanalítica Winnicottiana, investiga o vazio existencial frequentemente vivenciado por pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline, utilizando a teoria de Donald Winnicott como base de análise. Através dessa abordagem, explora-se como esses indivíduos sentem um profundo vazio e uma desconexão interna, que Winnicott atribui a falhas no ambiente de cuidado inicial. (Matos, 2023)
“É na ausência da mãe suficientemente boa que se instaura o vazio existencial. Quando falha o ambiente facilitador, a criança se vê diante de uma experiência de abandono, que compromete sua capacidade de existir como um verdadeiro self.” (Winnicott, 1990, p. 12).
Segundo o autor, essas falhas, especialmente nas relações mãe e filho ou uma figura cuidadora primária, prejudicam o desenvolvimento saudável do self, levando o paciente a vivenciar uma sensação persistente de fragmentação e ausência de um “eu coeso”.
O vazio existencial em pacientes borderline se origina de falhas no ambiente inicial de cuidados, onde o ‘holding’ inadequado impede o desenvolvimento de um self integrado e estável (Winnicott,1965, p. 44).
Segundo Winnicott, esses pacientes não desenvolveram uma identidade coesa ou um “falso self” adaptado, o que resulta em uma sensação de não existência e na busca constante por relacionamentos intensos para preencher esse vazio. “O falso self atua como uma defesa, uma fachada que protege o verdadeiro self do ambiente externo, possibilitando uma adaptação à realidade, ainda que à custa da autenticidade” (Winnicott, 1965, p. 128).
Em seu livro,” O Jogo e a Realidade”, de Donald Winnicott explora o papel do brincar como uma ponte entre o mundo interno e a realidade externa do indivíduo. Ele analisa como, através do brincar e da criação de espaços transicionais, as crianças desenvolvem a capacidade de lidar com a realidade e formar uma identidade autêntica. Winnicott também introduz conceitos fundamentais como o “espaço potencial” e o “falso self”, explicando como o ambiente, especialmente as relações iniciais de cuidado, influencia o desenvolvimento psicológico saudável e a capacidade de se expressar genuinamente, Donald Winnicott explora detalhadamente a importância do brincar no desenvolvimento infantil. Ele afirma:
O brincar não é apenas uma forma de diversão; é uma atividade fundamental que permite à criança criar um espaço entre a fantasia e a realidade. Nesse espaço potencial, a criança pode experimentar e, através de suas brincadeiras, expressar sua individualidade, confrontar seus medos e construir uma identidade. Quando o ambiente, especialmente a figura materna, proporciona suporte e segurança, as crianças são capazes de brincar livremente, desenvolvendo assim a capacidade de se relacionar de forma saudável com a realidade” (Winnicott, 1975).
Essa citação ressalta como o brincar serve como uma ponte crucial para a formação da identidade e para a capacidade de lidar com o mundo.
O indivíduo possui mecanismo de defesa que separa o “bem e o mau” e que é, justamente na relação materna que o manejo dessa separação, será realizado para uma adaptação entre as demandas internas e externas ao sujeito. Quando esta divisão, separação se torna significativa então, o Falso Self poderá se tornar patológico, promovendo um rompimento, e então, o vazio como sentimento consequente. Winnicott, (1996).
O conceito em Winnicott para o termo “borderline”:
Pelo termo “caso borderline” pretendo significar um tipo de caso no qual o centro do distúrbio é psicótico, mas o paciente possui suficiente organização psiconeurótica para sempre apresentar desordens psiconeuróticas ou psicossomáticas quando a ansiedade psicótica central ameaça irromper de forma crua (Winnicott, 1997, pp. 219-220).
A análise considera o conceito de “holding” (ou sustentação), onde o ambiente cuidador deveria oferecer segurança e suporte emocional na infância. A ausência ou inadequação desse ambiente protetor é vista como a causa das fragilidades emocionais e desenvolver psicopatologias contemporâneas.
Nas contribuições de autores como Otto Kernberg e outros pensadores pós-freudianos que se dedicaram ao desenvolvimento do conceito de Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Este transtorno é frequentemente associado a experiências dissociativas e a questões relacionadas à memória.
Os estudiosos analisam como os sintomas dissociativos, comumente observados em indivíduos com TPB, podem afetar a maneira como essas pessoas vivenciam, armazenam e recuperam suas memórias. A relação entre TPB, dissociação e memória é um tema central na pesquisa contemporânea. Otto Kernberg, em particular, oferece insights valiosos sobre o impacto de traumas precoces e a dissociação na formação da identidade e na memória dos indivíduos afetados. (Finkler, 2017)
Em seu livro Borderline Conditions and Pathological Narcissism (1975), Kernberg discute detalhadamente como experiências traumáticas, como negligência ou abuso na infância, afetam a formação da identidade em pessoas com TPB. Ele ressalta que esses fatores contribuem para a dificuldade em desenvolver uma identidade estável e integrada, evidenciando a complexidade do quadro clínico e a importância do ambiente inicial na saúde psicológica dos pacientes.
Ele argumenta que essas experiências traumáticas geram defesas dissociativas, onde os indivíduos podem fragmentar suas experiências e memórias como uma forma de lidar com a dor emocional. Essa dissociação pode resultar em uma percepção distorcida de si mesmos e dos outros, contribuindo para comportamentos impulsivos e relacionamentos instáveis.
Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Borderline frequentemente apresentam um desenvolvimento identitário comprometido, resultante de experiências traumáticas precoces. Essas experiências não apenas levam à formação de defesas dissociativas, mas também prejudicam a capacidade de estabelecer relações interpessoais estáveis. A dissociação, portanto, atua como um mecanismo de defesa que fragmenta a autoimagem e as memórias, dificultando a integração de experiências passadas e contribuindo para a instabilidade emocional característica do transtorno. (Kernberg, 1992, p. 137)
O autor também explora as implicações clínicas dessas condições, enfatizando a necessidade de uma abordagem terapêutica que considere a complexidade emocional desses pacientes e a importância de trabalhar com suas experiências traumáticas para promover a integração da identidade e reduzir os sintomas dissociativos.
Se uma criança tem experiências extremamente frustrantes ou traumáticas com figuras significativas, essas experiências são incorporadas na mente como relações significativamente traumáticas que não podem ser integradas e permanecem em um estado dissociado ou fragmentado, levando a problemas psicológicos mais tarde. (Kernberg, 1998).
As experiências traumáticas podem impactar de maneira significativa o desenvolvimento da identidade, tornando crucial a implementação de tratamentos terapêuticos que busquem resolver relações patogênicas. No contexto de indivíduos diagnosticados com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), a presença de traumas precoces e uma instabilidade emocional intensa frequentemente resultam em episódios de dissociação. (Pimentel, 2022)
Esses episódios podem comprometer a continuidade e a clareza das memórias autobiográficas, dificultando a formação de uma identidade coesa. Como consequência, as interrupções na memória intensificam o sofrimento emocional e podem levar a reações intensas e impulsivas, características marcantes do TPB. Portanto, a atenção cuidadosa a esses aspectos se torna fundamental para promover um processo terapêutico mais eficaz e restaurador. (Freire, 2024)
Autores como Vidal e Lowenkron (2010), fazem uma análise das ideias de Kernberg e discutem os níveis de organização egoica, relacionando-os à capacidade limitada dos indivíduos com TPB de integrar experiências contraditórias no psiquismo. Esses pacientes com TPB são também referidos como “limítrofes” ou “fronteiriços,” apresentando complexidade e desafios no manejo clínico, dada sua posição entre autores insistiram na coexistência de dois setores operacionais do ego no psiquismo dos pacientes com transtornos de personalidade limítrofe(borderline).
Um desses níveis de organização egoica seria resultado do processo de internalização das relações de objeto e o outro seria resultado da imagem de si mesmo ligada a estas mesmas relações, ambos estabelecidos por sobre configurações primárias da relação self-objeto. Estes dois níveis de organização egoica permanecem de forma não metabolizada no psiquismo constituindo um ego frágil e uma insuficiência psíquica para integrar experiências primitivas diferentes, boas e más (Kernberg, 1967 apud Vidal, Lowenkron, 2010).
O termo “borderline” gera debates entre autores. Kernberg (1967) propõe que o TPB seja considerado uma estrutura específica com características próprias, ao invés de uma condição situada entre a neurose e a psicose. Já Winnicott (1975) sugere que o distúrbio tenha raízes psicóticas, com organização psiconeurótica quando ameaçado por ansiedades psicóticas.
O TPB também compartilha características com outros transtornos de personalidade, como o Transtorno de Personalidade Histriônica e Narcisista, sendo marcada pela busca de atenção, mudanças rápidas nas emoções e, em alguns casos, comportamentos autoagressivos. Distinguir o TPB de outras condições requer uma análise criteriosa dos sintomas e do histórico do paciente, evitando diagnósticos equivocados (DSM-5-TR, 2023).
Transtorno de personalidade de acordo com o DSM-V:
Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 645).
Descrição do bloco de transtorno de personalidade e de comportamento em adultos de acordo com a CID-10:
Condições e padrões de comportamento clinicamente significativos, os quais tendem a ser persistentes e são a expressão do estilo de vida e do modo de se relacionar, consigo mesmo e com os outros, característicos de um indivíduo. Algumas dessas condições e padrões de comportamento surgem precocemente no curso do desenvolvimento individual, como um resultado tanto de fatores constitucionais como da experiência social, enquanto outros são adquiridos mais tarde na vida (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1993, p.196).
No campo da psicanálise, o tratamento de pacientes com TPB apresenta desafios, como aponta a CID –10-Classificação Internacional de Doenças: F60, que é o código para Transtorno de personalidade com instabilidade emocional. Conforme a Classificação, o transtorno indica um transtorno de personalidade caracterizado pela tendência a agir de modo imprevisível.
No campo da psicanálise, o tratamento de pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) apresenta desafios, conforme indicado pela Classificação Internacional de Doenças: “O transtorno de personalidade borderline se caracteriza por um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nas emoções, e por comportamentos impulsivos” (Organização Mundial da Saúde, 1993, p. 135).
Muitos indivíduos abandonam a terapia e o tratamento medicamentoso com frequência, o que pode tornar a continuidade do processo terapêutico bastante desafiadora. O vínculo terapêutico e a análise de transferência desempenham um papel crucial na evolução do tratamento. Nesse contexto, é fundamental que o analista mantenha uma postura de neutralidade e adapte suas técnicas de intervenção. Isso inclui a interpretação e a análise das transferências, tanto positivas quanto negativas, para promover um ambiente terapêutico que favoreça o desenvolvimento e a compreensão do paciente (Simoni, Benetti & Bittencourt, 2018).
De maneira geral, a transferência refere-se aos sentimentos inconscientes que a paciente projeta sobre o analista. Por sua vez, a contratransferência, que é a reação emocional do analista em relação ao paciente, se torna uma ferramenta valiosa para fortalecer o vínculo terapêutico, promovendo empatia e compreensão (Zimerman, 2008; Moller et al., 2018).
Na psicanálise, os estados-limite são considerados complexos, pois incorporam características que vão desde a neurose até a psicose, além de elementos da perversão. Esses estados são estudados e classificados com base em diferentes estruturas (Ventura, 2020). Para os pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), há uma angústia constante que se assemelha ao luto, resultante da perda da própria identidade. Essa angústia é um dos motivos pelos quais o TPB é incluído no grupo B dos transtornos de personalidade, que se caracteriza por comportamentos dramáticos e melancólicos (Lapa, 2020).
O TPB engloba uma variedade de sintomas que complicam o processo de diagnóstico e tratamento. Devido à intensa imaginação desses pacientes e à tendência de criar narrativas complexas sobre seu passado e futuro, é necessário ter cautela para diferenciar entre mitomania e delírios de caráter fantástico. Essa distinção é crucial para que o tratamento atenda de maneira eficaz às necessidades específicas do paciente (Dalgalarrondo, 2008).
MÉTODO
A presente pesquisa caracteriza-se como de natureza bibliográfica, fundamentando-se no objetivo de aprofundar a compreensão acerca do transtorno de personalidade Borderline. Segundo Antônio Carlos Gil (2008), a pesquisa bibliográfica tem como finalidade básica proporcionar ao pesquisador acesso a materiais já publicados, permitindo uma análise crítica e sistemática dos conteúdos disponíveis. Esse método é especialmente relevante na psicologia, dado que possibilita a construção de uma base teórica sólida a partir de fontes confiáveis e diversificadas.
Para o desenvolvimento desta investigação, foram analisados artigos científicos, livros, dissertações, teses e revistas especializadas no campo da psicologia. Esses materiais foram selecionados de forma criteriosa, priorizando publicações que apresentassem relevância acadêmica e atualidade no debate acerca do transtorno de personalidade Borderline. Essa abordagem permitiu contemplar diferentes perspectivas e enriquecer a análise teórica com contribuições de autores reconhecidos na área.
A metodologia adotada segue a orientação de que a pesquisa bibliográfica não se limita à mera compilação de dados, mas sim à interpretação crítica e reflexiva dos conteúdos levantados. Conforme aponta Gil (2008), a revisão bibliográfica exige do pesquisador não apenas o levantamento de informações, mas também a capacidade de relacionar e contextualizá-las no campo de estudo, favorecendo a construção de uma visão abrangente e integrada do tema investigado.
Além disso, a escolha pela revisão bibliográfica como método principal justifica-se pela amplitude de dados disponíveis sobre o transtorno de personalidade Borderline, cuja complexidade demanda uma análise fundamentada em múltiplas fontes teóricas. Essa abordagem também possibilita a identificação de lacunas e tendências nas pesquisas, contribuindo para o avanço do conhecimento na área e para o embasamento de práticas psicológicas fundamentadas.
Em síntese, a metodologia adotada nesta pesquisa visa a consolidar uma base teórica consistente sobre o transtorno de personalidade Borderline, recorrendo a fontes publicadas que reflitam a produção científica contemporânea. A utilização de uma abordagem bibliográfica, conforme defendida por Antônio Carlos Gil (2008), assegura a credibilidade e a qualidade das informações analisadas, promovendo um estudo sistemático e aprofundado que contribua para a compreensão do tema.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir de uma análise abrangente da literatura psicanalítica sobre o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), foram trazidos diversos insights significativos que merecem uma discussão aprofundada. Nesta seção, serão apresentados os principais achados e suas implicações teóricas e clínicas.
A trajetória histórica do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) remonta ao final do século XIX, marcando um percurso de evolução conceitual significativa. Em 1884, Karl L. Kahlbaum lançou as bases desse entendimento ao introduzir a noção de “Heboidofrenia”, descrevendo variações comportamentais em jovens. Esta ideia inicial foi posteriormente expandida por Eugen Bleuler em 1911, que cunhou o termo “esquizofrenia latente”. Um ponto de inflexão crucial ocorreu em 1938, quando Adolf Stern empregou pela primeira vez o termo “borderline”, aplicando-o a pacientes que apresentavam características intermediárias entre neurose e psicose.
Nas décadas subsequentes, teóricos como Helen Deutsch (1942) e Robert Knight (1953) aprimoraram o conceito, focalizando padrões de relacionamento instáveis e estados psíquicos intermediários. A formalização diagnóstica teve início com o CID-9 em 1976, que categorizou o TPB como uma variante da esquizofrenia. Uma mudança paradigmática significativa ocorreu em 1980, quando o DSM-III introduziu oficialmente o “Transtorno de Personalidade Borderline” como uma categoria diagnóstica distinta, posteriormente reafirmada no DSM-IV em 1994.
O conceito de TPB na psicanálise demonstrou uma evolução significativa ao longo do tempo. Embora Freud não tenha utilizado o termo borderline, suas teorias sobre mecanismos de defesa e estruturas psíquicas lançaram as bases para futuras compreensões deste transtorno. Kernberg (1967) observa que Freud, ao discutir o que mais tarde seria conhecido como estados-limite, descreveu mecanismos de defesa próximos aos psicóticos, sem, contudo, conceber explicitamente o conceito de borderline. Esta observação ilustra como o campo psicanalítico adaptou-se para compreender condições que não se encaixavam claramente nas categorias clássicas de neurose e psicose.
A progressão do entendimento psicanalítico sobre o TPB reflete uma compreensão mais nuançada e complexa, reconhecendo a fluidez entre diferentes estados mentais. Esta evolução conceitual permitiu uma abordagem mais sofisticada das complexidades apresentadas pelos pacientes com TPB, destacando a importância de considerar aspectos tanto neuróticos quanto psicóticos em sua apresentação clínica.
A revisão identificou vários mecanismos psíquicos centrais no TPB, com destaque para a dissociação, o falso self e as defesas primitivas. A teoria de Winnicott sobre o falso self é particularmente relevante neste contexto. Winnicott (1965) afirma que “O falso self atua como uma defesa, uma fachada que protege o verdadeiro self do ambiente externo, possibilitando uma adaptação à realidade, ainda que à custa da autenticidade.” Esta concepção oferece uma explicação profunda para a instabilidade identitária observada no TPB.
A presença destes mecanismos sugere que os pacientes com TPB desenvolvem estratégias adaptativas complexas em resposta a ambientes precoces inadequados. Paradoxalmente, essas estratégias, embora inicialmente protetoras, podem perpetuar o sofrimento psíquico a longo prazo. A compreensão desses mecanismos é crucial para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas eficazes.
Um achado consistente na literatura é a ênfase no papel crucial das experiências precoces no desenvolvimento do TPB. A teoria do holding de Winnicott e as observações de Kernberg sobre traumas precoces convergem neste ponto. Kernberg (1998) argumenta que “Se uma criança tem experiências extremamente frustrantes ou traumáticas com figuras significativas, essas experiências são incorporadas na mente como relações significativamente traumáticas que não podem ser integradas e permanecem em um estado dissociado ou fragmentado.”
Esta perspectiva destaca a importância do ambiente inicial no desenvolvimento psíquico da criança, sugerindo que intervenções precoces poderiam potencialmente prevenir ou mitigar o desenvolvimento do TPB. A relação entre experiências traumáticas precoces e o desenvolvimento de padrões de comportamento borderline oferece insights valiosos para estratégias de prevenção e intervenção precoce.
A pesquisa revelou desafios significativos no tratamento psicanalítico de pacientes com TPB, particularmente em relação à transferência e contratransferência. Simoni, Benetti & Bittencourt (2018) observam que muitos indivíduos abandonam a terapia com frequência, tornando a continuidade do tratamento um desafio significativo. Estes desafios apontam para a necessidade de abordagens terapêuticas adaptadas, que considerem a intensidade emocional e a instabilidade relacional características do TPB.
A complexidade do manejo clínico desses pacientes exige uma flexibilidade técnica e uma compreensão profunda dos processos transferenciais intensos que caracterizam o tratamento do TPB. A capacidade do terapeuta de conter e elaborar as projeções intensas desses pacientes é crucial para o sucesso terapêutico.
A análise dos critérios diagnósticos do DSM-5-TR e da CID-10 revela uma convergência crescente entre as perspectivas psicanalíticas e as classificações psiquiátricas contemporâneas. A definição da CID-10 do TPB como “um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nas emoções, e por comportamentos impulsivos” (OMS, 1993) alinha-se notavelmente com as observações psicanalíticas sobre a dinâmica interna do TPB.
Esta convergência sugere um potencial promissor para abordagens integradas no tratamento do TPB, combinando insights psicanalíticos profundos com outras modalidades terapêuticas empiricamente validadas. A integração dessas perspectivas pode levar a intervenções mais integrativas e eficazes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que os transtornos de personalidade são caracterizados por padrões persistentes de comportamento, pensamento e interação social que divergem dos padrões aceitos culturalmente, resultando em prejuízos significativos para o indivíduo e aqueles ao seu redor. Esses transtornos, embora diagnosticados apenas na vida adulta, podem ser observados desde cedo por meio de traços comportamentais. Organizados em três grupos com características distintas, o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), foco deste estudo, é marcado por comportamentos dramáticos, emocionais e erráticos.
Sob a perspectiva da psicanálise o transtorno de personalidade borderline (TPB) é compreendido como uma condição de estado limite, em que o sujeito oscila entre manifestações neuróticas e psicóticas.
A teoria psicanalítica destaca que indivíduos borderline apresentam dificuldades significativas em estabelecer uma constância de objeto, o que pode gerar relações interpessoais instáveis e intensas, caracterizadas por idealizações e desvalorizações extremas.
Dessa forma, o olhar psicanalítico para o TPB contribui para a compreensão das raízes emocionais e inconscientes do transtorno, apontando para a importância de intervenções terapêuticas que promovam a integração psíquica e o fortalecimento do ego, possibilitando ao sujeito uma maior estabilidade emocional e racional.
A partir da análise, percebe-se que, embora Sigmund Freud não tenha abordado diretamente o transtorno de personalidade borderline (TPB) em sua obra, seus estudos forneceram a base teórica para a compreensão de estados psíquicos complexos, como os estados fronteiriços entre neuroses e psicoses.
O desenvolvimento do conceito de TPB ocorreu apenas após a era freudiana, com autores como Otto Kernberg, que reinterpretou os conceitos freudianos à luz das novas demandas da psiquiatria moderna. Kernberg, em particular, destacou os mecanismos de defesa e a organização psíquica descritos por Freud como elementos centrais para compreender os estados-limite. Assim, pode-se concluir que, apesar de não ter proposto o termo borderline, Freud contribuiu indiretamente para construção do entendimento desse transtorno, servindo de ponto de partida para importantes avanços na psicologia e na psiquiatria.
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[1] Graduanda de Psicologia pelo Centro Universitário São Roque. E-mail: evelin.damazio@uni9.edu.br
[2] Graduanda de Psicologia pelo Centro Universitário São Roque. E-mail:andreacruzdonascimento@gmail.com
[3] Graduanda de Psicologia pelo Centro Universitário São Roque. E-mail: deniseangelica22@gmail.com
[4] Graduanda de Psicologia pelo Centro Universitário São Roque. E-mail: alinevic.gemeos@uni9.edu.br
[5] Graduanda de Psicologia pelo Centro Universitário São Roque. E-mail: tani.ape@hotmail.com
[6] Mestre em Psicogerontologia pelo Instituto Educatiehoog de Ensino e Pesquisa. Docente de Graduação em Psicologia pelo Centro Universitário São Roque. E-mail: damiao.rocha@unisaoroque.pro.br