TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NA CRIANÇA

ATTENTION DEFICIT AND HYPERACTIVITY DISORDER IN CHILDREN

TRASTORNO POR DÉFICIT DE ATENCIÓN E HIPERACTIVIDAD EN NIÑOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8009741


Jéssica Batista dos Santos1; Mariana Kissia Santos Lins de Carvalho2; João Paulo Malta da Silva3; Alvim João Faust4; Isaías Vicente Santos5; Tauana Reinstein de Figueiredo6; Alexandre Maslinkiewicz7; Anderson da Silva Moreira8; Lavínia Helena Rufino da Silva9; Alice Cristovão Delatorri Leite10; Carlos Eduardo da Costa11; Pollyana cordeiro Barros12; Pablo Rafael Araújo Lima13;Danielle Maria da Silva14; Deives Aurélio Melo da Rocha Cavalcante15; Thatiana da Fonseca Peixoto16; Marcos Felipe Teodoro Braga17; Ana Claudia Rodrigues da Silva18; Gabrielly Alves Santiago19; Kassiara Ferreira Felix de Lima Farias20; Yanza da Silva de Andrade21


Resumo 

Objeto: analisar as produções científicas que discutem sobre os cuidados de saúde a crianças diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. 
Método: trata-se de uma revisão integrativa de literatura. A busca foi realizada na base de dados da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO) e Google Acadêmico.  
Resultados: Através da leitura inicial dos 22 trabalhos selecionados foi detectado que 2 trabalhos foram realizados através de dados obtidos diretamente com crianças com TDAH. Também observou-se que 1 trabalho utilizou o prontuário de uma criança, paciente de uma unidade de saúde. Além disso, 2 trabalhos foram feitos através da escuta de profissionais da área da saúde que atuam no atendimento de crianças com TDAH. E 17 trabalhos foram realizados através da revisão de literatura integrativa e sistemática. 
Conclusão: os cuidados de atenção à saúde de crianças com TDAH são: uso medicação, Equoterapia, musicoterapia, acupuntura, Ludoterapia, Floral de Bach, Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), estimulação auditiva, luta e artes marciais. Todos esses tratamentos foram mencionados junto com o acompanhamento psicológico, mas não encontramos os cuidados de saúde, realizados por enfermeiros, a essas crianças. 

Descritores: Transtornos do déficit de atenção com hiperatividade; Transtorno do Neurodesenvolvimento; Atenção primária à saúde. 

Abstract  

Object: to analyze scientific productions that discuss health care for children diagnosed with attention deficit hyperactivity disorder. 
Method: this is an integrative literature review. The search was carried out in the Online Scientific Electronic Library (SCIELO) and Google Scholar database.  
Results: Through the initial reading of the 22 selected works, it was detected that 2 works were carried out through data obtained directly from children with ADHD. It was also observed that 1 study used the medical record of a child, a patient at a health unit. In addition, 2 works were carried out by listening to health professionals who work in the care of children with ADHD. And 17 works were carried out through the integrative and systematic literature review. 
Conclusion: the health care of children with ADHD are: medication use, equine therapy, music therapy, acupuncture, Ludotherapy, Bach Flower Remedies, Cognitive-behavioral Therapy (CBT), auditory stimulation, fight and martial arts. All these treatments were mentioned along with psychological follow-up, but we did not find health care provided by nurses to these children. 

Descriptors: Attention Deficit Disorders with Hyperactivity; Neurodevelopmental Disorder; Primary health care. 

Resumen  

Objeto: analizar producciones científicas que discutan el cuidado de la salud de niños diagnosticados con trastorno por déficit de atención con hiperactividad.  
Método: se trata de una revisión integrativa de la literatura. La búsqueda se realizó en la Biblioteca Electrónica Científica en Línea (SCIELO) y en la base de datos Google Scholar.  Resultados: Através de la lectura inicial de los 22 trabajos seleccionados, se detectó que 2 trabajos se realizaron a través de datos obtenidos directamente de niños con TDAH. También se observó que 1 estudio utilizó la historia clínica de un niño, paciente de una unidad de salud. Además, se realizaron 2 trabajos de escucha a profesionales sanitarios que trabajan en la atención de niños con TDAH. Y se realizaron 17 trabajos a través de la revisión integrativa y sistemática de la literatura. 
Conclusión: los cuidados de salud de los niños con TDAH son: uso de medicamentos, Equinoterapia, Musicoterapia, Acupuntura, Ludoterapia, Flores de Bach, Terapia Cognitivo Conductual (TCC), estimulación auditiva, lucha y artes marciales. Todos estos tratamientos se mencionan junto con el seguimiento psicológico, pero no encontramos atención médica brindada por enfermeras a estos niños. 

Descriptores: Trastornos por Déficit de Atención con Hiperactividad; trastorno del neurodesarrollo; Primeros auxilios. 

INTRODUÇÃO 

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) se caracteriza como uma alteração neurológica que prejudica o desenvolvimento do indivíduo desde a infância podendo acompanhá-lo pela vida adulta. Apesar de ambos os transtornos se manifestarem juntos, o transtorno de déficit de atenção nem sempre vem acompanhado do de hiperatividade. Durante a última década do século XX, o TDAH passou a fazer parte da realidade da sociedade brasileira através da universalização dos direitos das crianças à educação e da introdução da mulher no mercado de trabalho. Esses dois fatores permitiram que esse transtorno passasse a ser estudado e diagnosticado dado a frequência dos seus portadores em sala de aula.(1) 

Como o TDAH resulta de uma alteração do desenvolvimento de partes importantes do cérebro, como o lobo frontal, a capacidade da criança em realizar atividades como a escrita e linguagem são prejudicadas de forma a dificultar o seu aprendizado escolar. Outra parte importante do cérebro atingida é o lobo parietal que tem as suas funções de manutenção de estado de vigília da criança comprometido, impossibilitando-a de acompanhar os acontecimentos ao seu redor comuns a sua idade e vida escolar. É a partir dessas dificuldades que professores passam a ter um olhar diferenciado com essas crianças para tentar compreender as causas desse comportamento distante o que posteriormente passou também a ser investigado por profissionais da saúde.(2) 

Dentro dessas investigações iniciou-se a observação das principais características/sintomas apresentados pelas crianças portadoras de TDAH, como a desatenção, impulsividade e hiperatividade. Esses sintomas são responsáveis pelos desconfortos sociais sofridos pelas crianças com TDAH, visto que elas são vistas como problemáticas e preguiçosas, por exemplo, quando na realidade são crianças que possuem tempos distintos de realizarem suas atividades. Além disso, elas apresentam um temperamento mais sensível a certas situações estressantes que ocasionam momentos de irritabilidade que são facilmente confundidas com agressividade.(3) 

Assim, as consequências negativas para a vida dessas crianças e posteriormente a sua vida adulta são desastrosas caso o diagnóstico e tratamento não sejam feitos precocemente. Uma dessas consequências é o distanciamento social provocado pelas alterações de comportamento que impedem o indivíduo portador do TDAH de manter relacionamentos pessoais e interpessoais que podem ocasionar também quadros depressivos. Além disso, esses indivíduos em fase adulta costumam acumular várias atividades simultaneamente de forma a alterar e prolongar esses quadros depressivos uma vez que eles estão sempre sobrecarregados para tentar cumprir os prazos relacionadas a essas atividades.(4) 

Quando o diagnóstico do TDAH é feito ainda na infância as chances dessa criança crescer e se tornar adulta com uma melhor qualidade de vida aumentam. O tratamento nesses casos vai além do medicamentoso, mas também com apoio médico, psicológico e psicopedagógico de forma a trabalhar os vários aspectos da sua vida. Em relação ao tratamento à base de medicamentos a Ritalina é a droga mais utilizada no combate ao TDAH, no Brasil, que vem ao longo do tempo apresentando resultados satisfatório uma vez que crianças e adultos que a usam apresentaram melhoras significativas no que concerne à aprendizagem.(5) 

Como tratamento alternativo ou complementar, temos “A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo como recurso cinesioterapêutico dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de equitação, educação e saúde objetivando a reeducação e a reabilitação motora e mental do praticante.”(6) Além desses benefícios, a Equoterapia também pode proporcionar ao indivíduo com TDAH uma interação social com as demais crianças e adultos que frequentam o lugar, sendo eles pacientes ou profissionais da saúde, como os fisioterapeutas. 

No que se refere ao acompanhamento psicológico, às crianças com TDAH, com CID5, recebem tratamento equivalente aos que outros indivíduos que também possuem outros transtornos classificados com CID-10.(4) Esses tratamentos são disponibilizados em unidade de saúde básica ou em Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) que oferecem, além das consultas realizados por psicólogos e psiquiatras tanto para o paciente quanto para a família, medicamentos de uso controlado, assim como a Ritalina, disponibilizados pelo Ministério da Saúde.(7,8) Contudo, apesar de haver uma rede de cuidados psicossociais oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nem todos os tratamentos existentes direcionados às crianças com TDAH, como a acupuntura, são disponibilizados por esse sistema aquelas que não tem condições financeiras de custear esses tratamento na rede particular. 

Diante do exposto, observamos que há poucas publicações que discutem, estritamente, sobre os cuidados de saúde, realizados por enfermeiros, para crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Assim, este estudo teve como objetivo analisar as produções científicas que discutem sobre os cuidados de saúde a crianças diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. 

MÉTODO 

A metodologia utilizada neste estudo foi a revisão integrativa de literatura que “permite o reconhecimento dos profissionais que mais investiga determinado assunto.”(9). Para tanto, foi criada uma sequência de etapas a serem seguidas, a saber: (1) criação da pergunta da pesquisa; (2) criação dos critérios de inclusão e exclusão (a serem utilizados nas bases de dados pré-estabelecidos, bem como das estratégias de busca); (3) avaliação primária dos dados (leitura dos títulos); (4) avaliação secundária dos dados (leitura dos resumos e análise do trabalho completo); (5) síntese dos resultados.  A busca pelos trabalhos aconteceu no dia 20 de dezembro de 2022 nas bases de dados do Google Acadêmico e na base de dados da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO). 

Os critérios de inclusão de trabalhos recuperados nas bases de dados se baseiam naqueles com menos de 10 anos de publicação e do auxílio de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), como: Transtornos do déficit de atenção com hiperatividade; Transtorno do Neurodesenvolvimento e Atenção primária à saúde. Por outro lado, os critérios de exclusão foram de trabalhos publicados a mais de 10 anos e que discutiam sobre outros tipos de transtornos que não o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. De acordo com os descritores mencionados foram criadas estratégias de busca, como demonstrado no Quadro 1 – Análise inicial dos trabalhos recuperados, que corresponde à leitura dos títulos dos trabalhos.  

Quadro 1 – Análise inicial dos trabalhos recuperados 

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa realizada em 2022. 

Nessa etapa, dois autores ficaram responsáveis em buscar os trabalhos, cada um com uma base de dados, e leitura dos títulos. Após essa leitura, com base na análise do Quadro 1 – Análise inicial dos trabalhos recuperados, esses autores selecionaram os trabalhos relacionados a temática e que teriam seus resumos lidos, conforme o Quadro 2 – Trabalhos selecionados para leitura do resumo.  

Quadro 2 – Trabalhos selecionados para leitura do resumo 

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa realizada em 2022. 

Finalizando a etapa da leitura dos 78 resumos, 22 trabalhos foram selecionados para a leitura do texto completo, como demonstrado no Quadro 3 – Trabalhos selecionados para leitura do texto completo.  Os outros trabalhos foram descartados já que não atendiam aos critérios de inclusão, como por exemplo, discutir sobre os cuidados de atenção à saúde de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Quadro 3 – Trabalhos selecionados para leitura do texto completo 

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa realizada em 2022. 

A seguir, temos a organização das etapas de busca de trabalhos que está apresentada na Figura 1 – Fluxograma das fases de busca dos trabalhos.  

Figura 1 – Fluxograma das fases de busca dos trabalhos 

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa realizada em 2022. 

Além disso, também foi criado um fluxograma representado pelo Quadro 4 – Síntese dos trabalhos selecionados, para o desenvolvimento da síntese dos resultados dos 22 trabalhos selecionados bem como apresentar as informações de cada um deles, como: nome do periódico, ano de publicação, autores, título e resultados. Em relação ao preenchimento do campo “resultados”, foi feita a leitura e escolha dos principais resultados que estivessem ligados à temática abordada pela referida pesquisa. 

RESULTADOS 

Através da leitura inicial dos 22 trabalhos selecionados para a análise final do estudo, Quadro 4 – Síntese dos trabalhos selecionados, foi detectado que 2 trabalhos foram realizados através de dados obtidos diretamente com crianças com TDAH. Também observou-se que 1 trabalho utilizou o prontuário de uma criança, paciente de uma unidade de saúde. Além disso, 2 trabalhos foram feitos através da escuta de profissionais da área da saúde que atuam no atendimento de crianças com TDAH. E finalmente, 17 trabalhos foram realizados através da revisão de literatura integrativa e sistemática. 

Quadro 4 – Síntese dos trabalhos selecionados 

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa realizada em 2022. 

DISCUSSÃO 

A análise e síntese dos resultados, dos 22 trabalhos selecionados, se deu com base na questão norteadora: quais são os cuidados de atenção à saúde para crianças com Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH)? Através dessa análise descobrimos que os cuidados geram em torno do uso medicação, como a Ritalina, possuindo como composto principal o Metilfenidato; terapias, como Equoterapia, musicoterapia, acupuntura, Ludoterapia, Floral de Bach, Terapia Cognitivo-comportamental (TCC).(15-22,24-27) 

Também podemos mencionar como cuidados à saúde de crianças com TDAH a estimulação auditiva, luta e artes marciais.(20,28) Em relação aos cuidados à saúde de enfermagem, tivemos apenas 1 trabalho que não discutia propriamente os cuidados que os enfermeiros devem utilizar em crianças com TDAH.(11) O referido trabalho apenas discute sobre o uso combinado de estimulantes com intervenções comportamentais e educacionais, o que confirma a nossa tese de que há poucas publicações que tratam sobre os cuidados à saúde, para crianças com TDAH, realizados por enfermeiros principalmente que tipos de cuidados são esses.  

No que se refere aos tratamentos para as crianças diagnosticadas com TDAH, o medicamentoso é o que é mais citado na maioria dos trabalhos, totalizando 50% dos trabalhos analisados.(11-17,21,23,25,27,31) A predominância da discussão sobre o tratamento medicamentoso é justificada devido ao seu resultado rápido na amenização ou desaparecimento dos sintomas do TDAH, como o aumento da atenção e diminuição da agitação presente nas crianças com esse transtorno. Contudo, também é relatado que essas crianças apresentam outros sintomas, como ansiedade e falta de apetite, em resposta ao uso dos estimulantes.(27)   

Como tratamento medicamentoso, temos a Ritalina que possui como principal composto o Metilfenidato. Esse estimulante é utilizado em grande escala no Brasil no tratamento de distúrbios comportamentais, como o Transtorno de Déficit de Atenção, mesmo havendo uma gama de efeitos colaterais, como doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa e cardiomiopatias. As pessoas que possuem hipersensibilidade a esse composto têm probabilidades maiores de apresentarem esses efeitos colaterais.(25) 

Contudo, de acordo com outros trabalhos analisados, existem tratamentos menos invasivos contra o TDAH em crianças, como por exemplo, os Florais de Bach, que consistem numa terapia à base de essências de flores designada para combater doenças combinadas com outra terapia. Ainda segundo o estudo, a terapia Floral de Bach é regulamentada pela Portaria Nº 702, de 21 de março de 2018, como tratamento alternativo que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa terapia se mostrou eficaz contra o TDAH nas primeiras semanas de uso e sendo observado uma melhora gradativa do paciente durante o tratamento.(19) 

Outra terapia que apresenta resultados satisfatórios, segundo a análise de um trabalho, é a acupuntura(24)  “que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para tratar doenças e para promover saúde, têm mostrado resultados promissores no alívio dos sintomas psiquiátricos”. O seu uso, combinado com a intervenção psicológica, no tratamento contra o TDAH reduz significativamente os sintomas de déficit de atenção e de hiperatividade em crianças. Contudo, o trabalho analisado não deixa claro se esse tratamento é disponibilizado na rede pública de saúde a crianças com TDAH, de forma a dificultar a compreensão acerca de que rede de saúde e a que classe social pertencia os indivíduos que utilizaram esse tratamento para realizar novas pesquisas.(24) 

Já segundo o estudo de Silva(29), a Equoterapia também se mostra eficaz no tratamento contra o TDAH em crianças. Essa terapia consiste na utilização do cavalo como ferramenta na aquisição ou retomada de atividades motoras e neurais que permite ao paciente uma melhor qualidade de vida. Esse estudo, diferentemente do de Costa LB et al.(24), menciona que a Equoterapia é disponibilizada pelo Instituto Federal Goiano e a prefeitura municipal de Ceres a estudantes da rede estadual de ensino. Esse serviço de Equoterapia conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar que trabalha o paciente em seus vários aspectos físicos e psicológicos, o que nos permite ter uma dimensão da sua importância para essa comunidade.    

Os trabalhos que discutem sobre a musicoterapia e a Ludoterapia se baseiam em estudos de revisão bibliográfica que não traziam dados obtidos através do acompanhamento de crianças com TDAH. Contudo, o trabalho sobre a Ludoterapia deixa claro que essa terapia é utilizada pelo psicólogo, logo compreendeu-se que a intervenção psicológica é fundamental no tratamento do TDAH.(22) Já em relação a musicoterapia entendemos que ela ocorre, de acordo com o estudo de Alves et al.(26), no ambiente escolar com crianças que apresentam características que se assemelham com os sintomas do TDAH, apesar de não terem sido diagnosticadas com o transtorno. 

Acreditamos que a utilização de um tratamento, seja ele medicamentoso ou não, para combater o TDAH precisa ser aplicado mediante diagnóstico desse transtorno para que não haja complicações à saúde da criança. No caso do trabalho de Alves e Ester(20), a criança que passou pelo procedimento de Estimulação Ativa (EA) já possuía o diagnóstico de TDAH, de forma a facilitar o acompanhamento da evolução desse tratamento, que foi satisfatório, e principalmente manter a segurança da criança. A EA, através de exercícios auditivos, permite que o paciente consiga, com o passar do tempo, escutar e identificar melhor os sons em ambientes com ruídos que dificultam a sua compreensão, como no caso dos portadores do TDAH. 

Observou-se nos estudos de Paula e Mognon(15) e de Souza(18), a ênfase sobre a utilização da Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) em conjunto com tratamento medicamentoso, como tratamento contra o TDAH, que a participação da família e da escola é imprescindível para a melhora comportamental da criança. E o trabalho em conjunto dessa tríade é justificado, visto que de nada serviria a aplicação dessa terapia se a família e a escola também não fizessem seu dever de casa e adequasse o seu ambiente e atividades do cotidiano às limitações da criança com TDAH, como a conversação.  

CONCLUSÃO 

Através da análise dos trabalhos recuperados e selecionados identificamos que os cuidados de atenção à saúde de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade são: uso medicação, como a Ritalina, possuindo como composto principal o 

Metilfenidato; terapias, como Equoterapia, musicoterapia, acupuntura, Ludoterapia, Floral de Bach, Terapia Cognitivo-comportamental (TCC). Todos esses tratamentos foram mencionados junto com o acompanhamento psicológico, mas não encontramos os cuidados de atenção à saúde, realizados por enfermeiros, a essas crianças. 

Logo, observa-se a importância da intervenção psicológica trabalhando em conjunto tanto com os tratamentos medicamentosos quanto com as diversas terapias mencionadas ao longo deste estudo e a necessidade da produção de trabalhos que discutam sobre os cuidados de saúde de enfermagem às crianças com TDAH. 

REFERÊNCIA 

1.Fernandes CT, Marcondes JF. TDAH: Transtorno, Causa, Efeito e Circunstância. Rev. Ens. Educ. Cienc. Human. 2017; 18(1), 48-52. DOI: https://doi.org/10.17921/24478733.2017v18n1p48-52.  

2. Capellini AS, Padula NAMR, Lourencetti MD, Silva C, Cunha VLO. Desempenho de Escolares com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em Tarefas Metalinguísticas e de Leitura. Rev. CEFAC. 2013; 15(1):40-50.  https://doi.org/10.1590/S1516-18462012005000003. 

3.Souza P, Souza GADB. Aspectos sobre Crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações. 2016; 14(1), 569-578.  

4.Castro CXL, Lima RF. Consequências do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na idade adulta. Rev. Psicopedagogia. 2018; 35(106): 61-72.  

5. Moraes JCP, Oliveira AP. A Ritalina como Forma de Tratamento em Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Revista Acadêmica Magistro. 2018; 1(17). 

6. Niehues JR, Niehues MR. Equoterapia no Tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Implicações Pedagógicas. Revista Neurociências. 2014; 22(1), 121–126. https://doi.org/10.34024/rnc.2014.v22.8125. 

7.Couto MCV, Delgado PGG, Teixeira MR. Atenção básica e cuidado colaborativo na atenção psicossocial de crianças e adolescentes: facilitadores e barreiras. Ciência & Saúde Coletiva. 2017; 22(6):1933-1942. DOI: 10.1590/1413-81232017226.06892016.  

8.Barata MFO, Nóbrega KBG, Jesus KCS, Lima MLLT, Facundes VLD. Rede de cuidado a crianças e adolescentes em sofrimento psíquico: ações de promoção à saúde. Revista De Terapia Ocupacional Da Universidade De São Paulo. 2015; 26(2), 225-233. https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v26i2p225-233. 

9.Martins MFM. Estudos de revisão de literatura. 2018. (Monografia). Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ICICT.  

10.Andrade PFSM, Vasconcelos MM. Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Residência Pediátrica. 2018; 8(supl 1):64-71. DOI: 10.25060/residpediatr-2018.v8s1-11. 

11.Anflor EP. Cuidados de Enfermagem à Criança e Adolescente com Transtorno de Atenção e Hiperatividade: uma revisão integrativa. 2014. (Monografia). Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande do Sul.  

12.Alencar RMS, Mendonça LA. Cuidados na prescrição de Metilfenidato (Ritalina) em crianças com transtorno de déficit de atenção de hiperatividade: uma revisão bibliográfica. Research, Society and Development, [S. l.]. 2022; 11(14): e446111436512. DOI: 10.33448/rsd-v11i14.36512.  

13. Cruz BA, Lima MLC, Pascoal PHA, Silva JMS. Os Discursos de Profissionais da Saúde acerca do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Saúde em Redes. 2017; 3 (3) :222-229. DOI: http://dx.doi. org/10.18310/2446- 4813.v3n3p222-229.  

14.Canal CPP, Effgem V, Missawa DDA, Rosset CB. A Visão de Profissionais de Saúde acerca do TDAH – Processo Diagnóstico e Práticas de Tratamento. Revista Construção Psicopedagógica. 2017; 25 (26): 34-45. 

15.Paula C, Mognon JF. Aplicabilidade da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) no Tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na Infância: Revisão Integrativa TCC e TDHA: Revisão Integrativa. Cadernos Da Escola De Saúde: 2017; 17(1), 76-88. 

16.Assunção IL, Ffa HL, Cipriano AMV, Coan FF, Fernandes IMB, Gonçalves LGL, et al. Consequências do uso prolongado de metilfenidato no tratamento de transtornos neurodesenvolvimento, como o TDAH. E-Acadêmica. 2022; 3(2), e6832189. https://doi.org/10.52076/eacad-v3i2.189. 

17.Muzzi MC, Rizzutti S. Follow-UP de crianças diagnosticadas com transtorno do déficit de atenção/ Hiperatividade e tratamento medicamentoso. Brazilian Journal of Development. 2021; 7(4), 42005–42025. https://doi.org/10.34117/bjdv7n4-591. 

18.Souza JM. INTERVENÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) COM CRIANÇAS COM TDAH. Pretextos – Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas. 2020; 5(9), 400-41. 

19.Barros MS, Barros VR, Nicoletti CD, Nascimento LM. O USO DE FLORAIS DE BACH EM CRIANÇAS COM TDAH. SEMIOSES: Inovação, Desenvolvimento e Sustentabilidade. 2019; 13(4). https://doi.org/10.15202/1981996x.2019v13n4p148. 

20.Alves SV, Esther AM. BENEFÍCIOS DA ESTIMULAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH). Revista Interdisciplinar Pensamento Científico. 2018; 4(3). 

21.Martinhago F. TDAH e Ritalina: neuro narrativas em uma comunidade virtual da Rede Social Facebook. Ciência & Saúde Coletiva. 2018; 23(10):3327-3336. DOI: 10.1590/1413812320182310.15902018. 

22.Piola KM. LUDOTERAPIA: CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE – TDAH. 2017. (Monografia). Ariquemes-RO: Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. 

23.Assunção PF. Intervenção psicossocial no tdah durante a reabilitação. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. 2019; 15(2), 132-140. 

24.Costa LB, Freitas LSC, Ferreira RB, Moysés ICTD, Souza AL, Henrique BA, et al. A  ACUPUNTURA COMO TRATAMENTO COMPLEMENTAR PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM HIPERATIVIDADE E TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO. Anais do II Congresso Brasileiro de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e I Congresso Académico Latinoamericano de Salud Integrativa. 2021; v. 1. 

25.Batista EC, Matos HP, Ferreira DF, Oliveira MLMC, Magalhães DM. O uso da Ritalina em crianças com TDAH. HumanÆ. Questões controversas do mundo contemporâneo. 2018; 12(2). 

26.Alves G, Santos ML, Cruz PHC, Barbosa CR, Lima DP, Otutumi LK. MUSICOTERAPIA EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR.  2022; 26(3), 782-793. 

27.Barbosa F, Peder LD, Silva CM. USO DE METILFENIDATO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO PARANÁ, BRASIL. Acta Biomédica Brasiliensia. 2016; 7(2). http://dx.doi.org/10.18571/acbm.108. 

28.Rodrigues MF. AS LUTAS E AS ARTES MARCIAIS NO AUXÍLIO À INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO – TDAH. 2016. (Monografia). Santa Catarina: Universidade do Extremo Sul Catarinense. 

29.Silva PHS. O EMPREGO DA EQUOTERAPIA NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH). 2019. (Monografia). CERES – GO: Instituto Federal Goiano. 

30. Alves RBS, França EJ, Rocha LPL, Braga BW, Lana ESB, Colares ALN, et al. 
Importância do diagnóstico precoce em crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade: revisão narrativa. REAC. 2021; v. 35. DOI: https://doi.org/10.25248/REAC.e7818.2021. 31.Bernardes EG, Siqueira EC. Uma abordagem geral do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: revisão de literatura. REAS. 2022; 15(8). DOI: https://doi.org/10.25248/REAS.e10864.2022.


1http://lattes.cnpq.br/1604497091158463
Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste – SEUNE
Orcid 0000-0001-8436-4466
jessicabatista12373@gmail.com
Enfermeira especialista em urgência e emergência e UTI.
2Orcid : https://orcid.org/0000-0001-6581-6308
E-mail: marianalinsc65@gmail.com
Instituição de ensino: Mestranda UFAL
Graduação: Graduada em enfermagem pela UNCISAL
http://lattes.cnpq.br/7977135782918877
3Orcid: 0009-0001-2383-1785
E-mail: enfermeirointensivistajpm@gmail.com
Instituição de ensino: Faculdade Integral de Patos (Pós graduado em Urgência Emergência e UTI.
Graduação: Enfermagem.
https://lattes.cnpq.br/4624834851648348
4Graduado em medicina pela Universidade Maria Auxiliadora – Assunção/PY. Possui revalidação do diploma médico pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Pós graduado em Atenção Básica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Currículo Lattes no endereço http://lattes.cnpq.br/3477305587460667 e Orcid https://orcid.org/0000-0002-5594-8881
Residente no primeiro ano de pediatria no Hospital Filantrópico Policlínica de Pato Branco. Domiciliado sobre a a Rua Tapajós, número 249, edifício Safira, apt 104, CEP 85501-030, centro – Pato Branco/PR. Com endereço eletrônico alvimfaust@gmail.com
5ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0724-7439
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5391294461207939
E-mail: isaiasvicentesantos1@gmail.com
Enfermeiro, mestrando em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas.
6Email: tauanafigu@yahoo.com.br
Graduação: graduada em enfermagem 2011 – Universidade Franciscana
Instituição: Hospital Escola – He Ufpel – Ebserh
Cidade e estado: Pelotas – RS
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6906-2507
Lattes: 5170764501397238
7Vínculo institucional:Universidade Federal do Piauí
Farmacêutico. Especialista em Docência do Ensino Superior com Ênfase em Sistemas de Saúde
E-mail:alexmaslin@ufpi.edu.br
Orcid:https://orcid.org/0000-0001-9722-8383
Município/Estado:Teresina / Piauí
8Instituição de ensino: Enfermeiro pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL. Mestrando em Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL
E-mail: moreiraanderson3214@gmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6192870956186590
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-1961-6262
9Instituição de ensino: Enfermeira Especialista em Obstetrícia pelo Programa de Residência da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
E-mail: laviniahelena97@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0086576409304815
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7413-2485
10https://orcid.org/0000-0003-4249-5745
http://lattes.cnpq.br/2635243761081497
alicedelatorrileite@gmail.com
Medicina
Universidade Federal do Amapá
11eduardotelexfree10@gmail.com Universidade Federal do Maranhão – UFMA Serviço Social https://lattes.cnpq.br/7449780630525510 https://orcid.org/0000-0003-2471-6866
12Email: polyana.cordeiro@hotmail.com
Graduação: enfermagem
Instituição de ensino : estácio são luis
http://lattes.cnpq.br/8474312423733296
13ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7329-6111
Lattes: http://lattes.cnpq.br/9135196987648828
E-mail: pablorafael00@hotmail.com
Graduação: Bacharelado em Enfermagem
Instituição: Universidade Estadual do Piauí
14Orcid: 0000-0002-8145-5204
http://lattes.cnpq.br/8519928649816181
daniellesilva.enfermeira@gmail.com
Graduação em enfermagem (enfermeira formada)
Instituição Uncisal
15Email: deives.cavalcante@hotmail.com
Graduação: Enfermagem
Instituição: Cesmac
Cidade e estado: Maceió-Al
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2346-2457
Lattes: https://lattes.cnpq.br/5549668575770163
Trabalhos que você tem interesse: Saúde Mental, Saúde do Homem
16Orcid: 0009-0000-5367-1914
Lattes: https://lattes.cnpq.br/9983860739135216
E-mail: enfathatianapeixoto@gmail.com
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Graduação: Centro Universitário CESMAC. Pós Graduada em Enfermagem em Nefrologia pela Faculdade Integrada de Patos – Pós FIP (2019) . Especialista em Enfermagem em Educação Continuada e Permanente pela Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI) (2021), Especialista em Enfermagem do Trabalho pelo Instituto Brasileiro de Ensino (2023) Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas (conclusão 2025).
17Email: mcteodoro88@gmail.com
Graduação: Medicina
Instituição: UNIFAL-MG
Cidade e estado: Alfenas, MG
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-4251-8716
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3770276442273873
18Email: enf.anaclaudia@hotmail.com
Graduação: bacharel em Enfermagem
Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Brasília
Distrito Federal
enf.anaclaudia@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0002-2610-9325
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6594386344012975
190009-0001-7694-3457
HTTPS://lattes.cnpq.br/0920852640729736
Bielly_alves@hotmail.com
Enfermagem
Universidade castelo Branco
20http://lattes.cnpq.br/2308956311325871
kassiara12@hotmail.com
Universidade Federal de Alagoas
Mestranda em Enfermagem
Orcid: 0000-0002-9714-3985
21E-mail : mayanzasilva@gmail.com
Instituição de ensino : Universidade Castelo Branco
Graduação : Enfermagem
Orcid: 0009000044529019
http://lattes.cnpq.br/6623375133515996