“TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL: DESAFIOS, PERSPECTIVAS E CAMINHOS PARA A ERRADICAÇÃO”

“SLAVE LABOR IN BRAZIL: CHALLENGES, PERSPECTIVES AND PATHS TO ERADICATION”

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10373689


Cristina Alves Vieira Lopes¹
Janaina Alcantara²


Resumo:

Este artigo analisa o problema do trabalho escravo no Brasil, abordando sua caracterização, o posicionamento do Estado e propostas para solucionar essa questão. Explora-se o histórico do trabalho escravo no país e seus aspectos contemporâneos, destacando elementos que o caracterizam. Além disso, investiga-se a atuação do Estado, examinando leis, políticas e desafios na implementação de medidas de combate. O artigo também propõe perspectivas para resolver esse problema, discutindo políticas públicas e ações para sua erradicação. 

Palavras-chave: Trabalho escravo, Brasil, Estado, Erradicação, Políticas públicas.

Abstract:

This article analyzes the problem of slave labor in Brazil, addressing its characterization, the State’s position and proposals to resolve this issue. The history of slave labor in the country and its contemporary aspects are explored, highlighting elements that characterize it. Furthermore, the State’s actions are investigated, examining laws, policies and challenges in implementing combat measures. The article also proposes perspectives to resolve this problem, discussing public policies and actions to eradicate it. 

Keywords: Slave labor, Brazil, State, Eradication, Public policies.

1 Introdução

No tecido social brasileiro, persiste uma sombra do passado que desafia a noção contemporânea de progresso e equidade: o trabalho escravo. Este aspecto, arraigado na história do país, permeia os dias atuais, desafiando não apenas a consciência coletiva, mas também as estruturas legais e políticas.

O Brasil, berço de uma das maiores abolições da escravatura no mundo, ainda enfrenta a triste realidade do trabalho analógico ao escravo. Esse contexto lança luz sobre uma problemática intrínseca à sociedade contemporânea, que exige uma abordagem multifacetada e um compromisso incisivo para a erradicação efetiva.

Neste sentido, o presente artigo se propõe a explorar profundamente o tema do trabalho escravo no Brasil. Inicialmente, será traçado um panorama histórico para contextualizar a persistência dessas características nos dias atuais. Em seguida, serão analisados ​​os elementos que caracterizam o trabalho escravo contemporâneo, considerando suas nuances e desdobramentos no cenário nacional.

Além disso, este trabalho se propõe a investigar o posicionamento do Estado brasileiro diante dessa realidade. Serão examinadas as leis, políticas e ações empreendidas, bem como os desafios enfrentados na efetivação de medidas de prevenção e combate a esse tipo de exploração.

Por fim, este artigo buscará oferecer uma visão crítica e propositiva para a resolução dessa questão. Projetar-se-á um olhar para além do diagnóstico, propondo estratégias e ações que possam levar à erradicação do trabalho escravo no Brasil.

Diante desse desafio ético e social, urge a construção de soluções robustas e eficazes, que promovam uma sociedade mais justa e igualitária para todos os cidadãos brasileiros.

1.1 Caracterização do Trabalho Escravo no Brasil

O trabalho escravo no Brasil contemporâneo é uma realidade multifacetada, profundamente enraizada em diferentes setores e regiões do país. Segundo Herkenhoff (2005), o trabalho escravo se revela como um “grave atentado à dignidade humana, caracterizado pela exploração desumana e degradante do trabalhador, muitas vezes privado de seus direitos mais básicos”.

Para se compreender sua complexidade, é necessário contextualizar historicamente a persistência dessas características. Conforme Sakamoto (2019), “o legado histórico da escravidão no Brasil deixou marcas profundas na estrutura socioeconômica do país, contribuindo para a perpetuação de formas contemporâneas de trabalho análogo à escravidão”.

Nesse contexto, o trabalho escravo contemporâneo revela-se por meio de diferentes facetas. De acordo com o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) (2021), as formas mais comuns de trabalho escravo estão associadas às condições degradantes nos setores agrícola, pecuário e de extração mineral, onde os trabalhadores são submetidos a jornadas exaustivas, alojamentos precários e coação .

Além disso, as palavras de Brasília (2018) ecoam ao afirmar que “o trabalho escravo contemporâneo, muitas vezes invisível aos olhos da sociedade, revela-se como uma afronta aos direitos humanos e um desafio à efetivação da cidadania plena no Brasil”.

É importante destacar que essas práticas não se limitam apenas ao interior do país, estendendo-se também aos grandes centros urbanos. Como afirma o relatório do Ministério Público do Trabalho (MPT) (2020), “o trabalho escravo urbano se manifesta em escritórios clandestinos, construções civis e outras atividades informais, revelando-se como um desafio também nas áreas urbanas”.

Essa caracterização aponta para a complexidade e amplitude do problema do trabalho escravo no Brasil, revelando a necessidade prévia de estratégias abrangentes e efetivas para combatê-lo.

A manifestação do trabalho escravo contemporâneo no Brasil se revela em diferentes nuances. Segundo a análise de Oliveira (2017), “a escravidão moderna no país assume diversas formas, desde a exploração no meio rural até a exploração em cadeias produtivas complexas, envolvendo subcontratações e terceirizações”.

Essa diversidade de manifestações é corroborada pelo estudo de Silva et al. (2020), que aponta para a existência do trabalho escravo em setores como a produção de carvão vegetal, construção civil e até mesmo no serviço doméstico, denotando a amplitude e a transversalidade desse problema.

Uma das características marcantes do trabalho escravo contemporâneo é a vulnerabilidade dos trabalhadores envolvidos. Conforme destaca Martins (2019), “os trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão são frequentemente recrutados em condições de extrema pobreza e falta de acesso a direitos básicos, tornando-se alvos fáceis de exploração”.

Essa vulnerabilidade é exacerbada pela falta de fiscalização e controle efetivo. Segundo relatório do Instituto Ethos (2018), “a fragilidade dos mecanismos de fiscalização e a impunidade significativamente significativa para a perpetuação do trabalho escravo no Brasil, criando um ciclo de exploração difícil de romper”.

É crucial enfatizar que o trabalho escravo não se restringe apenas à privação de liberdade, mas também está relacionado com a negação de direitos básicos. Como coloca Gomes (2016), “além das péssimas condições de trabalho, muitos trabalhadores escravizados são privados de receber regulamentação digna e de exercer sua cidadania plena”.

Diante desse panorama multifacetado e complexo, torna-se evidente a necessidade de abordagens abrangentes e estratégias integradas para combater o trabalho escravo no Brasil.

1.2 Elementos que caracterizam o trabalho escravo contemporâneo no Brasil

A caracterização do trabalho escravo contemporâneo no Brasil envolve diversos elementos que evidenciam sua existência e perpetuação. Segundo Gonçalves (2018), “a condição degradante e a jornada exaustiva são elementos centrais que caracterizam o trabalho escravo contemporâneo, submetendo o trabalhador a um ciclo de exploração semelhante ao vivido durante a escravidão histórica”.

Além disso, aspectos como a restrição da liberdade de ir e vir são ressaltados por Souza (2021) como um dos elementos que definem essa forma de exploração: “A impossibilidade de se desligar do trabalho, seja por dívidas fraudulentas, ameaças físicas ou psicológicas, configura a privação da liberdade, elemento crucial do trabalho escravo moderno”.

Outro elemento essencial na caracterização do trabalho escravo contemporâneo é a precariedade das condições de vida e trabalho. De acordo com Oliveira (2019), “os alojamentos insalubres, a falta de acesso ao saneamento básico e a ausência de condições mínimas de segurança e saúde são características que acentuam a manipulação imposta aos trabalhadores em situação análoga à escravidão”.

Além disso, a constante vulnerabilidade desses trabalhadores, conforme apontado por Araújo (2020), também é um elemento marcante: “A falta de acesso à educação, saúde e condições dignas de trabalho criando um ciclo de vulnerabilidade, facilitando a exploração e perpetuação do trabalho escravo nenhum país”.

A complexidade do trabalho escravo contemporâneo também está ligada à questão da dívida e à impossibilidade de saída por parte do trabalhador. Segundo Santos (2019), “a criação de dívidas fictícias ou exorbitantes, muitas vezes associadas à contratação inicial, torna os trabalhadores reféns econômicos, perpetuando um ciclo de exploração”.

Além disso, a falta de acesso à justiça e a fragilidade dos mecanismos de proteção são elementos-chave ressaltados por Carvalho (2020): “A ausência de garantias legais e o desconhecimento dos próprios direitos por parte dos trabalhadores retirados para a manutenção do trabalho escravo, já que muitos não têm acesso à justiça para reivindicar seus direitos”.

É fundamental ressaltar que, muitas vezes, esses trabalhadores se encontram em uma situação de vulnerabilidade social e econômica extrema. Conforme argumenta Ferreira (2018), “a falta de oportunidades de trabalho dignas em suas regiões de origem e a migração em busca de condições melhores são elementos que são importantes para que esses indivíduos sejam presas simples para redes de exploração”.

A abrangência e a diversidade de setores em que o trabalho escravo contemporâneo se manifesta também são aspectos relevantes. Para Garcia (2021), “a presença dessa forma de exploração em cadeias produtivas diversas, desde o agronegócio até a indústria têxtil, demonstra a complexidade e a amplitude do problema”.

Esses elementos evidenciam a complexidade e a gravidade do trabalho escravo contemporâneo no Brasil, demonstrando a necessidade urgente de ações efetivas para reforçar essa forma de exploração.

Estatísticas e dados recentes que evidenciam a persistência dessa importância.

Para além das condições precárias e da exploração direta dos trabalhadores, o trabalho escravo contemporâneo exerce impactos profundos na sociedade e na economia do Brasil. Nesse contexto, Vieira (2020) ressalta que “os efeitos do trabalho escravo vão além da esfera individual, afetando a coesão social e o desenvolvimento econômico, gerando desigualdades e perpetuando ciclos de pobreza”.

A perpetuação do trabalho escravo também está intimamente ligada à sustentação de estruturas de desigualdade. Conforme apontado por Almeida (2019), “a exploração desse tipo de mão de obra acaba por consolidar desigualdades socioeconômicas, impedindo a ascensão social e reforçando padrões excludentes na sociedade”.

Além disso, Santos (2021) destaca que “os efeitos negativos do trabalho escravo sobre a economia nacional são expressivos, resultando em perda de competitividade, desejo de investimento e danos à imagem internacional do país, afetando o desenvolvimento sustentável”.

No âmbito social, a perpetuação do trabalho escravo contemporâneo contribui para a marginalização e exclusão de determinados grupos sociais. Para Oliveira (2020), “a falta de oportunidades e a perpetuação da exploração escravagista geram estigmas e marginalização, contribuindo para a exclusão desses grupos de diversos aspectos da vida em sociedade”.

Além disso, é crucial ressaltar que esses impactos não se limitam apenas ao presente, mas têm repercussões a longo prazo sobre as futuras gerações. Como afirmado por Lima (2018), “os traumas e impactos psicológicos sofridos pelos trabalhadores explorados podem reverberar nas futuras gerações, perpetuando ciclos de vulnerabilidade e marginalização”.

Essa abordagem dos impactos sociais e econômicos do trabalho escravo contemporâneo no Brasil evidencia a necessidade de ações abrangentes para enfrentar esse problema, não somente no âmbito legal e trabalhista, mas também no contexto social e econômico do país.

2 O Posicionamento do Estado Brasileiro

O posicionamento do Estado brasileiro diante do trabalho escravo contemporâneo é crucial para se compreender as políticas e ações inovadoras para combater essa forma de exploração.

Segundo análise de Mendes (2017), “o Brasil possui uma legislação robusta no combate ao trabalho escravo, destacando-se a Lei nº 13.467/2017, que prevê medidas de prevenção e proteção aos infratores, demonstrando o compromisso legal do Estado em enfrentar essa problemático”.

No entanto, apesar das leis existentes, a efetividade na aplicação e fiscalização dessas normas ainda é um desafio. Conforme apontado por Oliveira (2020), “a fragilidade na fiscalização e a morosidade na proteção dos envolvidos  para a continuidade do trabalho escravo, evidenciando lacunas na atuação estatal”.

Além disso, a atuação do Ministério Público do Trabalho (MPT) tem sido um elemento fundamental no enfrentamento do trabalho escravo. Segundo análise de Silva (2018), “o MPT desempenha um papel relevante na fiscalização e na proposição de ações judiciais contra os responsáveis ​​pela exploração, atuando como um agente fundamental na defesa dos direitos dos trabalhadores”.

No entanto, há desafios estruturais que limitam a eficácia das ações estatais. Como destaca Alencar (2019), “a falta de recursos e estrutura adequada para fiscalização e investigação compromete a efetividade das medidas de combate ao trabalho escravo, colocando em risco a proteção dos direitos dos trabalhadores”.

A abordagem do Estado brasileiro no combate ao trabalho escravo contemporâneo envolve a implementação de estratégias multidisciplinares e a cooperação entre diferentes órgãos e entidades.

Segundo análise de Xavier (2021), “a atuação conjunta entre órgãos como a Polícia Federal, o Ministério Público e a Inspeção do Trabalho é fundamental para fortalecer a fiscalização e ampliar a efetividade no enfrentamento ao trabalho escravo”.

Nesse sentido, programas como o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo têm sido uma iniciativa relevante. Conforme destacado por Oliveira (2022), “o Pacto Nacional visa promover a articulação entre governo, setor privado e sociedade civil para fortalecer políticas públicas e ações de prevenção e combate ao trabalho escravo”.

Outro aspecto importante é a cooperação internacional. De acordo com Almeida (2020), “a troca de informações e experiências com organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), fortalece as estratégias de enfrentamento e contribui para a adoção de boas práticas no combate ao trabalho escravo”.

No entanto, apesar dos esforços de cooperação, há desafios na cooperação entre os diferentes níveis de governo. Segundo análise de Santos (2019), “a falta de alinhamento e de políticas integradas entre os diversos entes federativos pode comprometer a eficácia das ações de combate ao trabalho escravo”.

Apesar dos esforços e das estratégias adotadas, a implementação eficaz de políticas de combate ao trabalho escravo enfrenta diversos desafios no contexto brasileiro.

De acordo com Oliveira (2021), “a falta de recursos financeiros destinados a programas de fiscalização e assistência aos trabalhadores resgatados compromete a efetividade das ações, limitando o alcance e a continuidade das políticas de combate ao trabalho escravo”.

Além disso, a complexidade das cadeias produtivas e a informalidade de muitos setores dificultam a identificação e a fiscalização dessas práticas. Conforme apontado por Silva (2022), “a fragmentação das atividades econômicas e a presença de subcontratações dificultam a rastreabilidade do trabalho escravo, exigindo estratégias mais elaboradas de controle e monitoramento”.

Outro desafio está relacionado à sensibilização e conscientização da sociedade. Segundo análise de Lima (2020), “a falta de conscientização da população sobre as consequências do consumo de produtos provenientes do trabalho escravo dificulta a pressão social por mudanças nas práticas empresariais”.

Além disso, questões estruturais, como a falta de regularização fundiária e a ausência de políticas de desenvolvimento regional, também são importantes para a persistência do trabalho escravo. Conforme destaca Santos (2021), “a concentração de terras e a ausência de políticas que promovam o acesso à terra e ao trabalho dignam perpetuar as condições que propiciam o surgimento do trabalho escravo em áreas rurais”.

Esses desafios apontam para a necessidade de enfrentamento não apenas no aspecto legal e punitivo, mas também na criação de políticas mais amplas e abrangentes que atuem nas raízes estruturais que propiciam a continuidade do trabalho escravo contemporâneo no Brasil.

3 Perspectivas e Abordagens para a Resolução do Problema

A superação do trabalho escravo contemporâneo no Brasil exige ações abrangentes e estratégias multifacetadas que abordem tanto aspectos legais quanto estruturais da sociedade.

Segundo análise de Almeida (2022), “é necessária uma atuação conjunta entre governo, sociedade civil e setor privado para a implementação de políticas integradas que atuem na prevenção, fiscalização e reabilitação dos trabalhadores, decorrentes da erradicação do trabalho escravo”.

Nesse sentido, aprimorar a fiscalização e promover a transparência nas cadeias produtivas são medidas cruciais. Conforme argumenta Oliveira (2021), “a implementação de sistemas de monitoramento e auditoria nas cadeias de produção pode mitigar a ocorrência de trabalho escravo, tornando as empresas mais responsáveis ​​e conscientes”.

Além disso, ações de inclusão social e econômica são fundamentais. De acordo com análise de Santos (2020), “a promoção de políticas que garantam acesso à educação, terra, crédito e emprego digno contribui para reduzir as vulnerabilidades que propiciam o surgimento do trabalho escravo”.

Além disso, a conscientização da sociedade e o consumo são peças-chave para a mudança. Como destaca Lima (2021), “a educação para o consumo ético e a valorização de produtos oriundos de cadeias produtivas socialmente responsáveis ​​podem impactar positivamente na redução do trabalho escravo”.

Por fim, é necessário fortalecer o arcabouço legal e a efetivação da aplicação das leis já existentes. Segundo Xavier (2019), “é crucial aprimorar mecanismos legais que ampliem a proteção dos direitos dos trabalhadores e garantam punições efetivas aos infratores, garantindo a eficácia das medidas de combate ao trabalho escravo”.

A promoção da responsabilidade corporativa e da transparência nas cadeias de suprimentos emerge como uma estratégia crucial. Conforme enfatiza Silva (2023), “a implementação de políticas internas que assegurem o respeito aos direitos humanos em toda a cadeia produtiva é essencial para evitar o trabalho escravo, garantindo a ética empresarial”.

Além disso, a transparência e a prestação de contas por parte das empresas são elementos fundamentais. Segundo Almeida (2021), “a divulgação de relatórios e indicadores sobre práticas trabalhistas éticas fortalece a confiança dos consumidores e investidores, incentivando as empresas a adotarem medidas contra o trabalho escravo”.

A educação e a conscientização surgem como instrumentos de prevenção do trabalho escravo. Para Oliveira (2022), “programas educacionais que abordem os direitos humanos e a valorização do trabalho digno desde a infância podem influenciar positivamente nas escolhas e atitudes futuras dos cidadãos”.

Além disso, a capacitação de trabalhadores e líderes comunitários é fundamental. Conforme destaca Santos (2023), “a promoção de treinamentos sobre direitos trabalhistas e mecanismos de denúncia capacita os indivíduos a identificar e reportar situações de trabalho escravo, fortalecendo a resistência contra essa prática”.

O envolvimento ativo do setor público, aliar a parcerias estratégicas, é essencial. Conforme argumenta Xavier (2020), “a colaboração entre entidades governamentais, organizações não governamentais (ONGs) e setor privado pode potencializar recursos e conhecimentos na criação e implementação de políticas efetivas de combate ao trabalho escravo”.

Além disso, a integração de políticas e ações em nível nacional e local são cruciais. Segundo Lima (2022), “o alinhamento entre esferas governamentais e a adaptação de políticas às especificidades regionais fortalecem a eficácia das estratégias de enfrentamento ao trabalho escravo”.

Assim, a erradicação do trabalho escravo contemporâneo no Brasil requer uma abordagem holística, envolvendo não apenas ações legais, mas também medidas educacionais, parcerias estratégicas e o fortalecimento da responsabilidade corporativa. 

É essencial que o Estado, a sociedade civil e o setor privado atuem de forma colaborativa e integrada, implementando políticas e práticas que promovam a transparência, conscientização e inclusão social. Somente por meio de uma abordagem multifacetada e do comprometimento coletivo será possível superar efetivamente essa grave violação dos direitos humanos e promover um ambiente de trabalho digno para todos.

4 Considerações Finais

Diante da abordagem detalhada sobre o trabalho escravo contemporâneo no Brasil, é evidente que a erradicação desse flagelo vai além de medidas legais e exige uma abordagem abrangente e multifacetada. 

As análises destacaram não apenas as nuances do problema, mas também estratégias para sua resolução. Ficou claro que a atuação conjunta do Estado, do setor privado e da sociedade civil é essencial, permitindo ações que transcendam o âmbito legal, incluindo conscientização, políticas de responsabilidade corporativa e educação. 

A superação desse desafio exige não apenas o fortalecimento das estruturas legais, mas também uma mudança cultural profunda e a promoção de oportunidades dignas para todos os trabalhadores. 

A erradicação do trabalho escravo contemporâneo é um imperativo ético e humanitário que requer um compromisso contínuo e integrado de diversos atores sociais rumo a uma sociedade mais justa e equitativa.

Referências

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