REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7311531
Fábio Marcos Fonseca Boiani1
Felipe Barbato de Biaggio2
Luciene Figueiredo Batista3
Roberto Bernardes Junior4
Valéria de Lima Tozzi5
RESUMO
Com o isolamento social as aulas passaram a ser remotas e muitos dos conteúdos ensinados em uma aula presencial tiveram que se adaptar para o modelo de ensino à distância; porém, alguns assuntos que necessitavam de uma abordagem mais ativa acabaram sofrendo mais com isso. Analisando então os resultados do SARESP do 9º Ano do Ensino Fundamental – Anos Finais da Escola Estadual Anilza Pioli, identificamos o problema de baixo domínio das Figuras de linguagem pelos alunos, servindo então de assunto base para este Projeto Integrador II. Os conteúdos relacionados também terão que ser abordados de forma dinâmica e ativa, sendo utilizadas, por exemplo, algumas estratégias de ensino ativo, como a Sala de Aula Invertida e uma apresentação mais completa do assunto, como a diferença entre denotação e conotação, indo até a apresentação da classificação das Figuras de linguagem mais comuns.
Palavras-Chave: Figuras de Linguagem; Conotação; Denotação; Sala de Aula Invertida; SARESP; 1º Ano; Ensino Médio.
1 INTRODUÇÃO
A nova realidade social, econômica e política mundial, marcada por profundas mudanças em todos os âmbitos, trouxe novas relações de trabalho, produção e diferentes interações sociais. Frente a isso, a educação, tendo como missão o preparo do novo cidadão, da mão de obra e da construção de um novo futuro provendo valores sociais, bem como o bem estar, enfrenta profundas mudanças para o atendimento dessas novas demandas.
Polonyi (2000) demonstra que as grandes mudanças sociais, políticas e econômicas são frutos das interações sociais. No atual cenário, elas ocorrem com maior velocidade, sendo as principais:
- Libertação dos mercados e do controle das instituições sociais;
- Determinação da economia, das próprias instituições sociais e, tendencialmente, de todos os aspectos da vida social e humana pelos padrões da troca mercantil;
- Maior nível de globalização social e econômica;
- Diferentes comportamentos e valores sociais.
Em Balardim (2018), temos que tais mudanças trazem novos desafios para educação, o que implica meios mais dinâmicos no processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Almeida (2000), a revolução tecnológica das últimas décadas modificou definitivamente as formas de comunicação entre as pessoas e deixará profundas marcas no mundo educacional. Este cenário cria um novo desafio para a educação, principalmente pela criação de novas necessidades que se concretizam e surgem de uma sociedade informatizada e tecnologicamente evoluída.
A educação EAD ganha relevância neste novo cenário, suprindo a necessidade da sociedade atual de mão de obra especializada, principalmente atendendo à nova realidade informatizada, marcada pela grande quantidade de conhecimento disponível e de fácil acesso.
A educação a distância - EAD -, tem se constituído como um desafio para consolidar democraticamente o ensino superior com qualidade no país, apresenta-se como uma possibilidade flexível de acesso à formação, superando as dificuldades estabelecidas pelas distâncias geográficas e favorecendo a administração do tempo por parte de alunos e professores. A educação a distância pode ser um fator importante para a socialização e democratização do saber. O traço marcante da modalidade é a midiatização das relações entre professores e alunos, substituindo a aula presencial tradicional, por uma proposta na qual o tempo e o espaço podem ser distintos. (Azevedo, p.3, 2012).
A educação à distância atende a nova sociedade pois se adapta melhor ao novo contexto social, tanto na disseminação do conhecimento a um número maior de pessoas – principalmente devido à sua flexibilidade – criando maiores possibilidades, quanto na sua adaptação ao novo cenário mundial. Dentro da primeira abordagem, o de disseminação do conhecimento, segundo Soares (2019):
Barreto (2006) apresenta a EAD (Educação à Distância) como uma estratégia dos sistemas educacionais para atender a grupos heterogêneos da sociedade que por inúmeras razões não tiveram acesso a serviços educativos regulares. Partindo desse ponto podemos afirmar que essa modalidade de ensino evidencia-se como uma forma de superar as dificuldades relacionadas a situações geográficas, sociais, econômicas e profissionais, visto que permite a democratização do acesso a cursos de formação em diferentes áreas do conhecimento. (Soares, p.03, 2019).
Já no sentido de acompanhamento à nova realidade do conhecimento, Daniel (2003) revela que a educação convencional, dentro de uma sala de aula, durante muito tempo vem utilizando uma abordagem estática, com seus conjuntos e metodologias estáveis, o que contrapõe o atual cenário marcado por grandes transformações e mudanças em diferentes áreas do conhecimento, que vêm revelando novas técnicas, conceitos e metodologias que surgem com maior velocidade, fazendo com que a pressão para a educação on-line seja inevitável.
O grande problema é que as metodologias tradicionais, que tem como grande base de construção do conhecimento métodos passivos de aprendizagem, ainda são utilizadas na maior parte dos cursos EAD nos dias atuais. Dentre os métodos mais usados nas atuais modalidades EAD está a leitura de materiais: muitas plataformas disponibilizam materiais para leitura e posteriormente uma avaliação, sendo que, como demonstrado pela National Training Laboratóries, (2018) na figura a seguir, este é o pior método utilizado:
Figura 1 Pirâmide de Aprendizagem, demonstra as melhores e piores ferramentas de aprendizagem utilizadas em metodologias ativas e passivas. Fonte: National Training Laboratories, sp., 2018.
Ainda segundo Daniel (2003), a educação e suas mudanças vêm ganhando grande relevância nos dias atuais, pois é a base da construção de uma sociedade melhor e do atendimento das novas necessidades da vida moderna, principalmente na resolução de problemas atuais.
No entanto, a implementação do EAD ainda passa por grandes problemas, fazendo com que este modelo não atenda às novas necessidades e nem mesmo as atuais, pois traz em sua implementação o mesmo modelo praticado na modalidade presencial, com aulas e conteúdos estáticos, com ensino totalmente fragmentado e sem conexão entre as partes.
As práticas de pesquisa têm demonstrado uma fragmentação do conhecimento. Acredita-se que isso se deve aos avanços tecnológicos que possibilitam o acesso a tantas informações e, simultaneamente, se tem muito, mas pouco se conhece com propriedade. Assim, pode-se afirmar que, na maioria das vezes, o conhecimento fica reduzido ao senso comum. (Vieira, p.34, 2011).
Severino (p.80, 2001) afirma que “a educação é um processo de autorrealização do sujeito, o desabrochar de suas potencialidades”, indo ao encontro da educação a distância, como revelado por Vieira (2011). No entanto, a forma na qual o EAD, na maior parte das vezes, vem sendo implementado, como uma mera transmissão de conteúdos de forma isolada e unilateral, vem resultando em uma padronização cultural e na falta de capacidade, pelo formando, na resolução de problemas.
Assim, os problemas do ensino presencial são potencializados na implantação do mesmo modelo no ensino EAD, visto que a pretendida quebra de fronteiras geográficas propostas por esta modalidade não se efetiva. Além disso, a padronização cultural não atende às realidades de cada localidade, e o distanciamento maior dos conteúdos reduz a qualidade educacional.
Vieira (p.31, 2011), revela que “[…] os procedimentos, geralmente empregados virtual de aprendizagem priorizando o cumprimento dos conteúdos programáticos […]” amplia os problemas da educação atual.
A grande problemática na implantação do ensino EAD está relacionada a três principais agentes inseridos: o discente, como relatado por Vieira (2011), que não tem uma cultura de protagonismo na construção do conhecimento, não estando acostumado à leitura e mesmo a um estudo de forma autônoma, muitas vezes por ser fruto de um ensino tradicional; os docentes, vindos de uma cultura tradicional e com papel de detentores do conhecimento, agora no papel de tutores e parte participante da construção do conhecimento; e, por fim, regras e modelos implantados pela gestão do curso, que impõe regras e métodos com poucas clarezas.
[…] o professor não é mais fonte exclusiva de saber. Ele se torna um facilitador do saber e não é mais a principal rede de informação. O ensino torna-se mais interativo e desloca-se, deixando uma parcela maior ao aprendiz do que ao professor. Esse modo de utilização interativa obriga o professor a conhecer as novas tecnologias, a familiarizar-se com elas, a variar as abordagens pedagógicas para facilitar os modos de aprendizagem. (Marchand, p. 137, 2012).
Atualmente, muitas plataformas oferecem aos alunos vídeos de aulas expositivas, que em vez de terem um professor demonstrando conteúdos de forma presencial, tirando dúvidas nos instantes nas quais elas aparecem, existe apenas uma espécie de “monólogo” onde o aluno assiste e recebe o conteúdo.
Tal metodologia, como demonstrado pelo National Training Laboratories (2018), tem pouca eficiência e eficácia como demonstrado na figura a seguir:
Figura 2 Modelo de aula tradicional com pouca eficiência e eficácia. Fonte: National Training Laboratories, sp., 2018
Neste contexto, Terra (2016), remonta que as metodologias ativas ganham grande relevância, permitindo que o processo de aprendizado acompanhe as atuais mudanças sociais.
Ainda segundo a National Training Laboratories (2018), a implantação de metodologias ativas, levando em conta a busca pela maior eficiência no aprendizado, com vídeos de curta duração, introduzindo o aprendizado e projetos que permitam a construção do conhecimento, modificará o atual cenário educacional, permitindo a construção de uma nova realidade nos modelos dos atuais cursos, principalmente os cursos de modalidade EAD.
A principal ferramenta no processo de aprendizado é a aula expositiva, que tem como objetivo demonstrar ao discente o conteúdo, a importância e o mecanismo deste conteúdo, bem como sanar as dúvidas existentes. Apesar de indispensável, esta ferramenta não é o único instrumento de aprendizado e apresenta suas limitações, principalmente em relação ao tempo: como demonstrado na figura a seguir, a retenção do conhecimento exposto vai diminuindo ao longo da aula.
Figura 3 Demonstração da eficiência das aulas expositivas ao longo do tempo. Fonte: National Training Laboratories, sp., 2018
Assim, as aulas expositivas devem ser planejadas e não usadas apenas como o único instrumento de aprendizado.
O mundo mudou e só mudou porque as relações sociais, organizacionais, pessoais, familiares, econômicas, educacionais e tecnológicas mudaram. Estamos vivendo na Sociedade do Conhecimento onde há a exigência de um indivíduo crítico, criativo e reflexivo. Vivemos novos paradigmas em todos os setores. (Abreu, sp., 2016).
Levar o aluno à resolução de problemas por meio de metodologias ativas transforma o professor em um mediador do conhecimento, colocando o aluno como parte central e fundamental no processo de aprendizado. A seguir é demonstrado pela National Training Laboratories (2018) o aumento da eficiência em até 90% do aprendizado:
Figura 4 Aumento da eficiência no aprendizado em até 90 % com a implantação de metodologias ativas de aprendizagem.
Fonte: National Training Laboratories, sp., 2018.
Dentro deste contexto, em março de 2020 começou, no estado de São Paulo, um plano de contingência tendo em vista a previsão de uma crise no sistema de saúde causado pela pandemia de Covid-19. Os alunos foram liberados de forma gradual das aulas presenciais, ficando a cargo da Secretaria da Educação (e de todas as instâncias governamentais conforme respectivo órgão administrativo), propor medidas para que os alunos não perdessem o ano letivo, e a partir desse momento, pais, alunos e professores tiveram que se adaptar frente às diferentes metodologias de ensino para que os filhos pudessem ter os conteúdos em casa.
E, pensando nessa necessidade de adaptação às aulas remotas por uma grande parcela da população devido à pandemia de Covid-19, começamos a refletir sobre como poderíamos melhorar estas aulas, iniciando assim este Projeto Integrador.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. PROBLEMA E OBJETIVO
Em tempos de isolamento social e aulas remotas, como proporcionar o estudo de Figuras de linguagem de forma que o aluno seja protagonista deste processo?
2.1.1. OBJETIVO GERAL:
Possibilitar que alunos do 1º Ano do Ensino Médio consolidem os conceitos e classificações das Figuras de linguagem, bem como a importância delas em textos literários, conteúdo este aplicado utilizando o conceito de sala de aula invertida.
2.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Definir denotação e conotação.
Definir o conceito de Figuras de linguagem e seu uso em textos literários.
Classificar as Figuras de linguagem destacadas para o estudo do 9º Ano do Ensino Fundamental segundo o currículo oficial da rede estadual paulista – Currículo Paulista e retomá-las em um Plano de Aula para séries do 1º Ano do Ensino Médio que não consolidaram a aprendizagem deste conteúdo.
Estudar os usos das Figuras de Linguagem em textos literários (Poesia, Conto, Crônica).
Promover a autonomia, o protagonismo e o fortalecimento de competências socioemocionais.
2.2. JUSTIFICATIVA
As Figuras de Linguagem são parte essencial dos estudos de Literatura, uma vez que estes gêneros textuais se valem de trabalhar as palavras de forma artística, causando assim sensações diversas no leitor.
Muitas vezes para alcançar essas sensações no leitor, ritmos ou estruturas específicas, o autor tira o vocábulo do seu sentido denotativo, literal, para usá-lo em um sentido conotativo, figurado. Entender esse processo, e que ele pode acontecer de várias formas diferentes, é importante para enriquecer a leitura e compreensão dos textos.
O estudo das Figuras de Linguagem percorre alguns anos da Educação Básica paulista, e a habilidade de reconhecê-las e identificá-las é essencial para que se desenvolvam diversas outras habilidades relacionadas à leitura e produção de textos. Em tempos de pandemia da Covid-19 e aulas remotas, este projeto visa retomar este estudo com alunos do 1º Ano do Ensino Médio que, segundo nossas pesquisas, apresentam defasagem deste conteúdo, tornando-os protagonistas do processo, uma vez que ele se dará com a aplicação da estratégia de sala de aula invertida. O despertar do protagonismo possibilitará também que os estudantes fortaleçam a autonomia e competências socioemocionais, como curiosidade para aprender, autoconfiança, organização e foco.
2.3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.3.1. SALA DE AULA INVERTIDA
Alunos com dificuldades para assistir ou acompanhar as aulas, seja porque não compreenderam totalmente o conteúdo ou porque tiveram que faltar e perderam alguma aula, podem se preparar vendo o material de estudo (os vídeos com as gravações das aulas, textos, imagens e áudios) com antecedência e fora da sala de aula. Assim, eles poderão participar mais ativamente das aulas e obter um melhor resultado, seja na sala de aula física ou na sala de aula virtual. Esse processo de ver aulas gravadas ou de fazer pesquisas na internet ou em livros antecipadamente para depois tirar as dúvidas com os professores, usando o tempo da aula para resolverem juntos exercícios, experimentos, atividades mais práticas na sala e não em casa somente, pode ser chamado de aula invertida, modo de ensinar e aprender que não se limita ao modelo tradicional de ensino nas escolas, em que alunos sentam enfileirados e quietos e passivamente “absorvem” o conteúdo explanado pelo professor. Neste caso, de espectador o aluno passa a ser ativo e engajado em sua aprendizagem. Bergmann e Sams (2018, pág. 11) definem a aula invertida como: “o que tradicionalmente é feito em sala de aula, agora é executado em casa, e o que tradicionalmente é feito como trabalho de casa, agora é realizado em sala de aula.”.
Lentamente este processo torna-se uma de busca do conteúdo, de pesquisa, para depois resolução de problemas reais dentro da sala de aula em conjunto com os colegas e com o professor. Esse processo torna-se não mais a repetição e memorização da aula tradicional que, independente de notas nas avaliações, não concede conhecimentos de fato. Embora seja necessário passar pela pesquisa, ou pelas aulas em vídeo prontas, que é o conteúdo base, a verdadeira interiorização de conhecimento virá da angústia de compreender como aplicar e resolver problemas na prática, mas não sozinho, como no dever de casa, e sim presença do professor, que passa a ter a função de fazer orientações e tutoriais para permitir que essas angústias sejam sanadas. Além disso, a aprendizagem para domínio ensina o aluno a assumir a responsabilidade pelo seu aprendizado.
Não há um único modo de inverter a sala de aula, visto que não existe um modelo padrão e sim um conceito que permite um multiverso de possibilidades e inovações, ou seja, não há um passo a passo a ser seguido, o que nos encaminha para uma educação personalizada, haja vista que esse processo permite que o aluno não aprenda um conteúdo fechado na matéria em si, mas propicia que ele aprenda como aprender, que se engaje na busca de sanar suas dúvidas e desse modo permite que ele possa aprender o que quiser, pois não se limita ao conhecimento ministrado unilateralmente em uma única aula. Ao invés de ser treinado para se esperar a matéria na sala de aula, passa-se a buscar qualquer conteúdo em qualquer lugar: internet no computador ou no celular, nos sites de busca, nos vídeos do YouTube, a ler um livro ou visitar um museu totalmente online.
Para tanto, se faz necessário, no início do ano letivo, uma orientação aos alunos referente ao modo como devem proceder ao assistir os vídeos (caso essa modalidade seja adotada; também podem ser utilizados outros meios como textos, pesquisas sobre os objetivos de aprendizagem propostos, entre outros) ou realizar suas pesquisas de modo eficaz: pausar o vídeo para tomarem nota, rever pontos importantes, fazer fichamentos anotando as principais ideias e anotar as dúvidas e observações, bem como evitar distrações como usar as redes sociais durante o estudo.
Não se pode utilizar a aula invertida como uma desculpa para colocar a tecnologia no lugar da pedagogia; a pedagogia deverá inserir tecnologias, e não o contrário, mesmo porque tecnologia não se resume ao mundo digital, mas também a novos modos técnicos de se realizar algo, nem tão pouco exime a obrigação do professor de lecionar (o que não se concentra apenas em ministrar conteúdos); ademais, não é um modo de simplificar a vida do mesmo: o professor deve dominar o conteúdo e quando não souber a resposta para uma questão do aluno, deve estar disposto a pesquisar a resposta com eles.
A inversão das aulas pode representar estranheza inicialmente, especialmente aos adultos, porém os jovens não estranham aulas diferenciadas (muitas vezes almejam por elas), nem o uso de celulares para pesquisar o que não sabem; o processo os ajuda a não ficarem atrasados e a estudarem em seu próprio ritmo. Além disso, evitar precipitações nas resoluções de questões e receber feedbacks no momento da realização de atividades práticas na sala propicia ao aluno menos frustrações e mais incentivo para aprender. A inversão intensifica a interação aluno-professor, e os professores passam a conhecer melhor os seus alunos e a identificar quem tem mais dificuldade, tornando a atenção em sala de aula mais personalizada. No entanto, os objetivos de aprendizagem devem ser determinados e claros, alguns prazos devem ser estabelecidos, o acesso aos vídeos antes das aulas deve ser garantido, as atividades a serem executadas em sala de aula devem ser cativantes e as avaliações devem estar presentes como modo de verificar o domínio de aprendizagem e não de classificação. O primordial é que a atenção seja pautada no aluno e não no professor.
2.3.2. FIGURAS DE LINGUAGEM
Podemos considerar Figuras de linguagem como estratégias estilísticas, escolhas do autor quanto ao uso das palavras, à forma como elas estão dispostas, às relações que estabelecem entre si criam efeitos de sentido, de forma, de ideia ou de sonoridade, que podem contribuir para o conjunto do texto, acrescentando-lhe beleza, humor, ritmo, complexidade ou outra característica qualquer.
De acordo com Bezerra (2017, p. 799) as Figuras de linguagem são “modos de dizer, alguns dos quais alteram a forma regular das palavras ou das orações, e outros modificam ou omitem o sentido próprio da expressão.” As Figuras de linguagem são recursos utilizados para deixar a comunicação mais atraente, mais simpática para o ouvinte, ou seja, uma linguagem mais afetiva e sensível e menos racional.
Para Moreira (2019) “As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particularidades estilísticas do emissor da linguagem.”.
2.3.2.1. CONOTAÇÃO X DENOTAÇÃO
Para um bom entendimento do uso das Figuras de linguagem na comunicação é importante conhecer os conceitos de denotação e conotação.
De acordo com Moreira (2019), a denotação ocorre quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária. Por exemplo: a) Já é a quinta vez que perco as “chaves” do meu armário; b) Aquela sobremesa estava muito “azeda”, não gostei. Nestes casos, as palavras destacadas (chaves e azeda) expressam seu significado real comumente empregado.
A conotação acontece quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo, possibilitando várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de atribuir às palavras significados diferentes de seu sentido original. (Moreira, 2019). Utilizando as mesmas palavras do exemplo anterior: a) A “chave” da questão é você ser feliz independente do momento. B) Margarida é uma mulher “azeda”, está sempre de mau humor. Nestes casos, as palavras destacadas (chaves e azeda) expressam significados diferentes do real comumente empregado, o que podemos chamar de sentido figurado.
De acordo com Moreira (2019), “o sentido das palavras está de acordo com a ideia que o emissor quis transmitir”. Sendo assim, a conotação é um recurso que consiste em atribuir novos significados ao sentido denotativo da palavra.”
2.3.2.2. CLASSIFICAÇÃO DAS FIGURAS DE LINGUAGEM
De acordo com o Portal do Professor, do MEC, em plano de aula disponibilizado para o 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais, as principais Figuras de linguagem a serem trabalhadas são: antítese, prosopopéia, ironia, eufemismo, hipérbole, comparação, metáfora, catacrese, metonímia, gradação, pleonasmo, aliteração e onomatopéia (PORTAL DO PROFESSOR). Veremos cada uma delas (cf. Bezerra, 2017, p. 800-816):
I. Antítese: consiste no emprego de termos ou pensamentos em oposição, de forma que faça sobressair um pelo outro. Ressalta relações de contraste, de oposição entre termos, entre as ideias. Por exemplo: Estes sobem pelos degraus da honra, aqueles outros descem; “Última flor do Lácio, inculta e bela.” (Olavo Bilac); “A liberdade – em face à escravidão” (Castro Alves);
II. Prosopopéia: atribui qualidades humanas a seres inanimados, personificando-os. Exemplo: “As estrelas foram chamadas e disseram: – aqui estamos (Pe. Antônio Vieira); “O rio murmurava num banzeiro de água pesada e oleosa” (Mário de Andrade); “Dona cômoda tem três gavetas. E um ar confortável de senhora rica. (Mário Quintana);
III. Ironia: alteração do sentido próprio de uma palavra ou de uma expressão para o sentido oposto, a sentença exprime normalmente o contrário daquilo que queremos dar a entender com ela. Exemplo: “Que bela coisa você fez, meu filho!”; “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar das crianças” (Monteiro Lobato);
IV. Eufemismo: emprego de palavras ou expressões com o objetivo de diminuir o impacto da mensagem. É o abrandamento de uma ideia, ou de uma mensagem. Exemplo: No depoimento a testemunha faltou com a verdade (em vez de “mentiu”); Enriqueceu por meios ilícitos (em vez de roubou); O aluno não foi feliz na prova (em vez de “tirou nota baixa”);
V. Hipérbole: emprego de expressões ou palavras com o sentido exagerado, extrapolado. Exemplo: Eu já estava morto de fome; Mulher, não te vejo há séculos; Chamei teu nome mais de mil vezes;
VI. Comparação: Analogia efetuada entre dois seres ou objetos por meio de conectivos comparativos explícitos a fim de ressaltar a(s) semelhança(s) entre eles. Geralmente são usados os conectivos subordinados comparativos “como, tal qual, assim como, tão, quanto, tanto, mais dos que, menos do que etc… Por exemplo: Os navios foram sumindo como se o mar os engolisse; O escândalo, como líquido derramado, ia escorrendo pelas ruas da cidade;
VII. Metáfora: É a translação do sentido próprio de uma palavra para outra, por analogia ou por semelhança, consiste em usar uma palavra pela outra por força de uma comparação mental. Com a metáfora, buscam-se semelhanças, analogias, características comuns entre os seres postos numa relação comparativa. Exemplos: Ele é um anjo de doçura, e ele é um cavalo de grosseria; É uma borboleta o coração daquela donzela;
VIII. Catacrese: É o desvio do significado natural de um vocábulo. Consiste em se empregar um vocábulo já existente e com significação própria em outro sentido, por falta de um vocábulo adequado. Seria uma metáfora que, de tão usada, acaba por ter uma extensão semântica. Ex.: o pé da cadeira está quebrado; Todos embarcaram no avião; Levou um soco na boca do estômago;
IX. Metonímia: É a substituição do sentido de um vocábulo pelo de outro com o qual se está intimamente relacionado. Quando se diz, por exemplo, que se leu Camões, percebe-se nitidamente a relação entre “Camões” e a “obra escrita”. Na realidade, leu-se a “obra” escrita por Camões. Outros exemplos: Sempre vivi do suor do meu rosto; Eles comem todo o prato em uma velocidade incrível;
X. Gradação: Emprego de palavras ou ideias em progressão ascendente ou descendente a fim de obter um efeito estilístico. Quando apresenta ideias de gradação ascendente, chama-se clímax, e descendente chama-se anticlímax. Exemplos: “Que verbo mais eloquente, que eloquência mais sublime, que sublimidade mais angélica do que a sua? (Alves Mendes); “Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada” (Gregório de Matos);
XI.Pleonasmo: Consiste na repetição de termos de mesmo significado, com intuito de dar ênfase a uma expressão, aumentando a força da mensagem. Exemplo: Eu vi com esses olhos que um dia a terra há de comer; “E rir meu riso e derramar meu pranto” (Vinícius de Moraes);
XII. Aliteração: Repetição intencional do mesmo som consonantal no início de dois ou mais vocábulos em imediata sucessão para imitar a realidade sonora de certos fenômenos ou para conferir ênfase à estrutura. Exemplo: Em nossa viagem, passamos por uma terra feia, fria, mas farta”, “Pedro pedreiro penseiro esperando o trem”(Chico Buarque);
XIII. Onomatopéia: Ocorre quando uma palavra ou um conjunto de palavras imita um ruído ou um som. Exemplo: “E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.”.
Estas são as Figuras de linguagem principais, existem ainda muitas outras. Reconhecê-las é mais importante do que saber o nome pelo qual são chamadas; este conhecimento, além de ajudar a entender melhor os textos literários, torna os leitores mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.
2.4. APLICAÇÃO DAS DISCIPLINAS ESTUDADAS NO PROJETO INTEGRADOR
Procuramos desenvolver o Projeto Integrador com base em ideias inovadoras frente aos desafios de educar crianças do século XXI, por isso apontamos a “Aula Invertida” como um desses meios. Podemos perceber o desenvolvimento de métodos pedagógicos e seu percurso na história através da disciplina “História da Educação”; a importância de desenvolvimento de novas práticas no campo da tecnologia, ensino e habilidades da Base Nacional Curricular também apontada pela disciplina “Pensamento Computacional”; na disciplina “Teoria da Literatura” é possível identificar a utilização de recursos textuais, como figuras de linguagem, que enriquecem o significado do texto e o tornam mais atraente ao leitor. Porém, ao analisarmos a BNCC, focamos na área de linguagens, na semântica, com o tema Figuras de linguagem, que se apresenta como um conteúdo apontado no SARESP (tipo de avaliação apresentado na disciplina “Políticas Educacionais e Estrutura e Organização da Educação Básica”) como não dominado pelos alunos de 9º Ano . Portanto, a proposta será desenvolver um Plano de Aula embasado nas disciplinas de “Projeto Integrador I e II” e “Processos Didáticos” em prol de ajudar alunos do 1º Ano do Ensino Médio a retomarem este tema e o consolidarem, melhorando sua aprendizagem de forma ativa e utilizando tecnologia.
2.5. METODOLOGIAS
Devido à pandemia da Covid-19, o estado de São Paulo encontra-se em quarentena desde o dia 24 de março de 2020; as aulas presenciais nas escolas da rede estadual começaram a ser suspensas no dia 16 de março de 2020, até o fechamento total das unidades escolares a partir do dia 24 de março. Após alteração no calendário escolar e antecipação de férias e recessos, em 27 de abril de 2020 as aulas foram retomadas em toda a rede, mas de forma remota. Neste modelo, cada grupo escolar (professores e gestores) têm a liberdade de escolher a melhor forma de atender seus alunos, desde a comunicação até a aplicação de conteúdos e atividades, e para dar suporte aos alunos, professores e gestores, além dos materiais regulares e específicos disponibilizados pela Secretaria da Educação, foi criado o Centro de Mídias da Educação de São Paulo – CMSP – aplicativo para telefones celulares que transmite aulas de todas as disciplinas curriculares diariamente para todos os anos da Educação Básica, sendo as aulas transmitidas também por YouTube, Facebook e canal TV Educação.
Uma vez que o número de aulas transmitidas diariamente para cada ano/série é menor do que o número de aulas que os estudantes teriam no ensino presencial, a Secretaria da Educação adequou a grade de aulas virtuais à grade curricular presencial e destacou algumas habilidades essenciais, dentre todas que constam no Currículo Paulista, para serem trabalhadas nas aulas do Centro de Mídias da Educação de São Paulo e pelos professores nas atividades remotas. As justificativas para a escolha destas habilidades foram: maior autonomia dos alunos para desenvolvê-las, necessidade de desenvolvê-las para o prosseguimento dos estudos, o fato de já constarem no material didático preparado pela Secretaria da Educação para o presente ano e a possibilidade de essas habilidades se adequarem ao número de aulas do Centro de Mídias da Educação de São Paulo.
Este mapa de habilidades essenciais, que incorpora as habilidades destacadas de todas as disciplinas e séries da educação básica de São Paulo, é bimestral, ou seja, foi disponibilizado no retorno às aulas (durante o 1º Bimestre) e no início dos 2º, 3º e 4º Bimestres, e compreende as habilidades a serem trabalhadas em cada um destes bimestres. O grupo teve acesso a este material através do site do Centro de Mídias da Educação de São Paulo, site que apresenta material complementar ao do aplicativo para alunos, professores e gestores que utilizam o mesmo, e após todos os integrantes deste grupo estudá-lo, nos reunimos virtualmente e decidimos selecionar uma habilidade essencial de Língua Portuguesa para desenvolvermos nosso Projeto Integrador.
Dentre todas as habilidades apresentadas, optamos por trabalhar com alguma que não estivesse consolidada pelos estudantes, e para conseguirmos identificar esse déficit consultamos o Mapa de Habilidades de Língua Portuguesa do SARESP 2019 de três salas do 9º Ano do Ensino Fundamental – Anos Finais da Escola Estadual Anilza Pioli, situada no bairro da Brasilândia, São Paulo. O SARESP – Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – é uma prova aplicada desde 1996 pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para avaliar sistematicamente a Educação Básica e produzir um diagnóstico do rendimento escolar básico paulista. As avaliações são aplicadas geralmente no final de cada ano letivo para alunos da rede estadual que estão matriculados no 3º, 5º, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio. Através dos resultados, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo monitora os avanços da educação no estado, procurando, com base nos resultados da avaliação, obter indicadores que subsidiam a elaboração de intervenções técnico-pedagógicas, corrigindo possíveis distorções e melhorando a qualidade escolar. Essa avaliação é aberta à participação das redes municipais e escolas particulares por meio de adesão: através de convênio, as provas aplicadas nas unidades administradas pelos municípios são custeadas pela Secretaria Municipal de Educação; já as instituições privadas arcam com os custos. As disciplinas avaliadas são Língua Portuguesa (com redação), Matemática e Ciências da Natureza, de acordo com o currículo mínimo por séries. As provas para os alunos do 3ºano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais são compostas de questões abertas; as demais são de múltipla escolha.
O Mapa de Habilidades do SARESP indica o grau de domínio das habilidades trabalhadas em suas avaliações por turma. Esse domínio se divide em baixo, médio ou alto, e as habilidades seguem o Itinerário de Aprendizagem, que se divide em três etapas: na Etapa 1 estão as habilidades fundamentais que possibilitam ao aluno construir conceitos nas diferentes áreas do conhecimento; na Etapa 2, estão habilidades que se estruturam a partir do desenvolvimento das habilidades da etapa anterior possibilitando ao aluno consolidar conceitos das demais áreas do conhecimento; na Etapa 3, estão as habilidades que se estruturam a partir do desenvolvimento das habilidades das etapas anteriores, possibilitando ao aluno ampliar e/ou aprofundar conceitos das demais áreas do conhecimento. Nas três turmas das quais consultamos referido mapa de Língua Portuguesa, identificamos que a habilidade H31 – Identificar recursos semânticos expressivos (antítese, personificação, metáfora, metonímia) em segmentos de um poema, a partir de uma dada definição -, que está na Etapa 1 do Itinerário de Aprendizagem, está com um grau de domínio baixo: no 9ºA, apenas 44,67% dos alunos dominam essa habilidade; no 9ºB, apenas 49,85% dos alunos dominam essa habilidade; no 9ºC, apenas 48,98% dos alunos dominam essa habilidade.
Identificada esta habilidade com baixo grau de domínio pelos alunos, e observada no Mapa de Habilidades de Língua Portuguesa do SARESP 2019 a necessidade de priorizá-la, decidimos focar nosso Projeto Integrador em planejar aulas para os alunos do 1º Ano do Ensino Médio de 2020 da Escola Estadual Professora Anilza Pioli retomar as Figuras de linguagem a fim de consolidar esse aprendizado, adequando o estudo deste componente ao período de afastamento social e às aulas remotas, promovendo o protagonismo do aluno neste processo, uma vez que usaremos a sala de aula invertida.
3. PROJETO
A partir da definição do tema a ser abordado neste Projeto Integrador, planejamos a criação de uma atividade que, além de ajudar na fixação das definições de cada Figura de linguagem, busca fortalecer a desenvoltura, a pesquisa e o raciocínio analítico nos alunos, melhorando a identificação e seu uso por eles. A proposta consiste basicamente na pesquisa, identificação e apresentação das principais figuras de linguagem encontradas em trechos de letras musicais.
O uso da sala de aula invertida neste projeto possibilitará aos alunos mais tempo para estudarem e para realizarem as apresentações, e com a mediação do professor poderão tirar dúvidas que ainda ficarem após o estudo do material e do vídeo de aula que será previamente enviado para eles.
3.1. PLANO DE AULA
Por ser uma aula de revisão, os alunos já terão uma base de conhecimento sobre Figuras de linguagem, e isso facilitará o estudo e a compreensão do material a ser enviado previamente. Este material será composto por uma videoaula sobre Figuras de linguagem, destinada principalmente aos estudantes com maior dificuldade ou que perderam alguma aula sobre referido tema, e indicações de materiais para estudo e aprofundamento, tais como livro didático, Caderno do Aluno desenvolvido e distribuído pela Secretaria da Educação, links para pesquisas em sites e listas de exercícios para fixação. Além do material de pesquisa e aprofundamento, o professor deverá enviar também a tarefa que será desenvolvida na aula, que deverá ser aplicada via ferramenta de videochamada para reuniões online: os alunos deverão se dividir em grupos, e cada grupo receberá do professor um gênero musical; dentro desses gêneros, eles deverão pesquisar letras de músicas nas quais se encontrem as Figuras de linguagem estudadas. O professor também deverá selecionar algumas letras de músicas para apresentar na aula.
Esta aula deverá ser aplicada em uma aula dupla, tendo então 01h40 de duração. Com aproximadamente 35 alunos e estes divididos em grupos de quatro ou cinco pessoas, cada grupo terá cerca de 8 minutos para se apresentar, e nesse tempo, deverá reproduzir trechos das músicas (ou somente das letras) selecionadas. Caberá aos demais grupos identificarem quais figuras de linguagem se encontram no material apresentado, e caso alunos e professor concordem, poderá até mesmo haver uma competição entre os grupos, sendo vencedor o grupo que identificar e acertar mais. Neste primeiro momento, caberá ao professor corrigir, contabilizar acertos e mediar a aula, de modo que tudo saia conforme o planejado. No tempo restante, cerca de 40 minutos, o professor apresentará as músicas e trechos que ele mesmo selecionou, além de sanar eventuais dúvidas que os alunos ainda apresentem.
Faz-se necessário ressaltar que, para que haja êxito na aplicação desta aula, ela deverá ser planejada com bastante antecedência. É importante que os estudantes tenham tempo hábil para estudarem o material, reunirem-se em grupos e pesquisarem as músicas que serão trabalhadas.
Plano de aula
Data | |
Professor(a) | |
Turma /Ano | 1º Ano do Ensino Médio |
Componente curricular | Língua Portuguesa |
Habilidades a serem desenvolvidas | – Analisar os efeitos de sentido provocados pelo uso de Figuras de linguagem ( ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, por exemplo ) em textos de diferentes gêneros;- Identificar recursos semânticos expressivos(figuras de linguagem: ambiguidade, personificação)em um texto;- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão(conotação e denotação) em um texto;- Identificar recursos semânticos expressivos (figurasde linguagem: metáfora, antítese, metonímia,sinestesia, assonância, aliteração). |
Metodologia | – Trabalhar as figuras de linguagem de forma ativa e interessante para os alunos através de músicas e textos conhecidos, além de motivar a colaboração dos mesmos na realização das atividades. |
Situação de Aprendizagem | – Retomar o estudo das Figuras de linguagem a fim de consolidá-lo. |
Recursos Didáticos | Livro didático, Caderno do Aluno, ferramentas tecnológicas com acesso à internet tais como aparelho de celular, tablet e/ou computador, sites para pesquisa e links para vídeos previamente selecionados, ferramentas para reunião online. |
Formas de Avaliação | – Contínua e diagnóstica:Será feita observação dos alunos durante o desenvolvimento da atividade para identificação de eventuais dificuldades de compreensão do conteúdo estudado. |
Conteúdo | A atividade deverá ser desenvolvida em duas aulas, nas quais os grupos deverão apresentar o material selecionado através das pesquisas, enquanto os demais grupos deverão identificar as Figuras de linguagem presentes nos referidas apresentações; em um segundo momento, o professor é quem deverá apresentar o material que selecionou para que os alunos façam a atividade de identificação. |
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho, pudemos apresentar outro modo de desenvolver o processo ensino/aprendizagem, o “aprender a aprender”, que coloca o aluno como ser ativo em relação a sua aprendizagem, torna o pouco tempo de aula que o professor tem com seus alunos mais proveitoso e interessante e deixa, na aula invertida, tempo reservado para o aluno estruturar a base do conhecimento, além de possibilitar que cada aluno aprenda no seu ritmo.
Apresentamos o Plano de Aula como um elemento importante do ato pedagógico, nele retomando, a fim de consolidar, conteúdos que não foram bem assimilados segundo dados do SARESP 2019 por nós pesquisados. Achamos importante retomar as dificuldades do 9º Ano do Ensino Fundamental – Anos Finais de 2019 neste ano, no qual estes mesmos alunos cursam o 1º Ano do Ensino Médio, pois as habilidades destacadas como defasadas são de extrema importância na construção do conhecimento que estes alunos deverão levar para a vida .
A atividade proposta possibilita a valorização da bagagem cultural dos alunos, e também permite que eles conheçam e respeitem a diversidade cultural dos colegas, incentivando a tolerância e o respeito entre eles. Além disso, insere os alunos e professores no meio digital, ampliando as possibilidades e conhecimentos da tecnologia com o uso de computadores, smartphones, internet, mídias digitais, não apenas como ferramentas objetivas, mas como aproximação e rompimento de fronteiras na interação social e nos veículos de pesquisa.
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