TOXINA BOTULÍNICA TIPO A: APLICAÇÃO DE TOXINA BOTULÍNICA NO REJUVENESCIMENTO FACIAL E SUAS INDICAÇÕES

BOTULINUM TOXIN TYPE A: APPLICATION OF BOTULINUM TOXIN IN FACIAL REJUVENATION AND ITS INDICATIONS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10099858


Eliana Rodrigues Campos1
Marilia Santos Göpfert2
Regina Celia Fernando Da Silva3
Marilia Donatelli Carvalho De Oliveira Costa4
Orientador : Prof.° Dra. Ana Luiza Do Rosário Palma5


RESUMO

A toxina botulínica é uma toxina de alta potência e especificidade, que teve seu uso iniciado em 1981, para fins terapêuticos. Possui o mecanismo de ação baseado na interrupção da contração muscular, onde inibe a liberação de acetilcolina na fenda sináptica do complexo proteico SNARE, especificamente a proteina SNAP25 (Synaptosomal-Associate Protein, 25KDa). Para o sucesso dos tratamentos estéticos, é evidente a relação direta com o domínio intelectual do aplicador, em relação à anatomia facial e do pescoço, além de seu conhecimento sobre os estágios de envelhecimento cutâneo, deslocamento dos coxins de gordura e reabsorção óssea. De acordo com os artigos estudados, comprovou-se que o envelhecimento gera, na maior parte das pessoas, uma baixa autoestima, e a toxina resgata sua autoestima através da amenização dos sinais do envelhecimento. Concluímos que, embora a TB tenha muitos benefícios, pesquisas contínuas são necessárias para compreender completamente seus efeitos a longo prazo, bem como para identificar possíveis inovações na aplicação dessa substância e melhorias em seu uso estético.

Palavraschave: Toxina botulínica. Clostridium botulinum. SNAP25.

1.    INTRODUÇÃO

A pele é o maior órgão do corpo humano, e faz a interação do ser humano

com o meio em que vive. Sofre alterações constantes, e tem a propriedade de ser plástica e flexível, altera-se no curso da vida de qualquer pessoa, desenvolvendo rugas e linhas, dentre tantas outras mudanças desde a infância até a senilidade. (GUILHERME, et al., 2022).

O envelhecimento é um processo natural do organismo, que também sofre ação de fatores extrínsecos, e tem como consequências: alterações fisiológicas e funcionais nos órgãos, tecidos e sistemas. Um dos primeiros e principais reflexos do envelhecimento é na pele, prejudicando a autoestima e outros aspectos da vida, como possibilitando a presunção da idade da pessoa tornando mais fácil identificar se é alguém considerado “novo” ou “velho”, perante a sociedade, ou a entrega de determinados atos e costumes que esta possa possuir. (GUILHERME, et al., 2022).

As rugas são linhas, sulcos ou depressões que se formam na pele, principalmente com o envelhecimento ou exposição ao sol, ocorrem em qualquer parte do corpo, sendo mais frequentes nas regiões em que a espessura da pele é mais fina.(GUILHERME, et al., 2022).

A ação muscular é o que determina o sentido das rugas, causadas por: hábitos (ocupacionais), articulações (dobras, como as que separam o antebraço do braço), ou por contorno (quando separam áreas de junção, como a região da bochecha e da boca). Atualmente têm se cultuado intensamente a saúde e a prevenção desse tipo de envelhecimento para aprimoramento e preservação da beleza. (GUILHERME, et al., 2022).

As rugas, provocadas pelas expressões faciais são formadas perpendicularmente à ação muscular subjacente, ou seja, abaixo delas. A flacidez, decorrente do fotoenvelhecimento, leva a um excesso de pele e pode ser observada quando os músculos se contraem, resultando em rugas com profundidades variáveis, porém evidentes. (GUILHERME, et al., 2022).

A perda da elasticidade da pele tende a aumentar a profundidade e a persistência dessas marcas de expressão, tornando-as mais evidentes, contribuindo para o relaxamento da pele e enrugamento decorrente do efeito da gravidade e do avançar da idade. (GUILHERME, et al., 2022).

São várias as causas que levam a essa busca do rejuvenescimento, sendo a população anglo-americana mais adepta da prática, e a população europeia a mais ceticista em relação a aplicação da toxina botulínica, uma vez que possuem maior temor em relação a complicações e efeitos colaterais, como: envenenamento, semblante rígido (similar a uma máscara), perda das expressões faciais, entre outros. (KANE, SATTLER, 2016).

Os recursos oferecidos pela medicina moderna e, também, a necessidade de demonstrar vitalidade física, em função da preferência e da exigência de perfeição física, além de distúrbios de imagem, pressão midiática, entre tantas outras causas, acabam sendo os maiores motivadores da procura por tratamentos estéticos utilizando o botoxⓡ. (GOUVEIA, et al., 2020).

Respondendo a essa demanda, a toxina botulínica é um procedimento não cirúrgico minimamente invasivo, estético terapêutico temporário, dose dependente, que inovou os tratamentos estéticos em todo o mundo obtendo resultados satisfatórios na correção das rugas dinâmicas e melhora da atenuação em rugas estáticas, tornando as expressões mais suaves e relaxadas, além de tornar mais difícil que a idade do paciente seja pressuposta. (GOUVEIA, et al., 2020).

A toxina botulínica (TB) é a mais potente toxina conhecida, e é causadora do botulismo, uma doença potencialmente fatal, em função da paralisia muscular desenvolvida. (JÚNIOR, et al., 2022).

Há mais de 30 anos foi demonstrado que sua aplicação intramuscular, através de doses mínimas, planejadas e supervisionadas, seria capaz de produzir uma paralisia temporária, porém reversível, que auxiliaria no processo de rejuvenescimento e alívio de marcas adquiridas com a idade. (JÚNIOR, et al., 2022).

A bactéria produtora da Toxina Botulínica, que deu origem ao comumente chamado botox, denomina-se Cloristidium botulinum, e é uma bactéria gram positiva, anaeróbia, com formato de bacilo e que libera esporos, os quais produzem uma potente exotoxina, direcionada neurologicamente, e que pode ser aplicada em locais estratégicos, durante tratamentos de beleza e/ou tratamentos de doenças. (JÚNIOR, et al., 2022).

Há oito tipos sorológicos estudados de exotoxina, que são reconhecidos com base na especificidade antigênica de cada exotoxina. Estes oito tipos sorológicos são: A, B, C1, C2, D, E, F e G. Porém, somente os sorotipos A e B são as formas disponíveis comercialmente, sendo a toxina botulínica do tipo A, a mais potente, e que, primeiramente, foi utilizada para fins terapêuticos, e somente anos mais tarde, foi utilizada na estética. (JÚNIOR, et al., 2022).

É importante salientar que a toxina botulínica pode apresentar diferentes reações quando injetada na pele, especialmente no intuito de técnicas estéticas, mesmo ao se levar em consideração que, para tais procedimentos, a dose injetada é 200 milhões de vezes menor do que a dose que seria letal a um ser humano. (JÚNIOR, et al., 2022).

O mecanismo de ação da toxina deve-se ao bloqueio do impulso nervoso na junção neuromuscular, mediante inibição da liberação do neurotransmissor acetilcolina, levando a paralisia temporária do músculo afetado. (SILVA, et al., 2021).

Ressalta-se também que a toxina não está somente ligada a paralisia muscular, mas também a inibição reflexa espinal, o que leva ao bloqueio de fibras autonômicas para músculos lisos e glândulas exócrinas, assim como ao efeito analgésico, devido ao bloqueio de substâncias P, do glutamato e do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina. (SILVA, et al., 2021).

Atualmente, no mercado mundial, existem diferentes tipos de toxinas botulínicas do tipo A. No entanto, no mercado brasileiro, há a comercialização de 5 marcas, sendo elas; Botox (toxina onabotulínica), Dysport (toxina abobotulínica), Prosigne, Xeomin o Botulift e o Nabota, sendo utilizadas, majoritariamente, em procedimentos de cunho estético. (SANTOS, MATTOS, FULCO, 2015).

Para um melhor desempenho na utilização da TB, faz-se necessário uma difusão da toxina injetada, que é um processo obrigatório para o produto chegar a atingir as microestruturas das terminações das placas neuromotoras e fendas sinápticas, provocando o bloqueio da ação da acetilcolina (quimiodenervação). Entre a face e expressões emocionais, toda a musculatura facial interage de maneira que podem ser feitas rapidamente diferentes expressões faciais de modo sincronizado. (SANTOS, MATTOS, FULCO,2015).

A expressão do rosto está diretamente relacionada com o movimento muscular, e as emoções são mostradas por meio da contração ou do relaxamento desses músculos, envolvidos na expressão facial. A ação dos diferentes segmentos da musculatura facial promove expressões faciais diversas como: tristeza, insatisfação, alegria, frustração, euforia, angústia ou profundo descontentamento. (SANTOS, MATTOS, FULCO, 2015).

Os músculos que se movem revelam muito mais do que rugas ou dobras. O estudo atual das emoções associadas à face torna os profissionais mais sensíveis e atentos para transformar não só a expressão facial do paciente, mas também interferir na melhora da autoestima e qualidade de vida. (SANTOS, MATTOS, FULCO, 2015).

Mostra-se de grande importância ressaltar não só os benefícios da toxina botulínica, como também suas ações adversas. Duas das principais podem ser: equimoses – é mais comum que ocorram na região frontal e periorbicular, podendo ser evitada através da aplicação de compressas geladas no local da aplicação da toxina, com um pouco de pressão. A suspensão de anti- inflamatórios 10 dias antes do procedimento também se mostra grande aliada e Cefaleia – é mais comum quando se aplica a toxina na região frontal, e pode durar até quatro semanas, sendo necessário o uso de analgésicos para alívio do desconforto. (MENEZES, JUNIOR, 2022).

Outras reações adversas da toxina podem ser: muscular – quando se aplica a toxina em excesso, pode ocorrer a perda das expressões faciais, paralisia muscular incompleta, entre outros efeitos; Ptose Palpebral é um efeito colateral que pode durar de 2 a 10 dias, sendo originado pelo espalhamento da toxina no forame orbital; entre outras reações. (MENEZES, JUNIOR, 2022).

Decorrente ao exposto, esse estudo teve como objetivo mostrar os benefícios e indicações da aplicação da toxina botulínica tipo A no rejuvenescimento facial.

2.    METODOLOGIA

Este trabalho consistia em uma revisão de literatura do tipo integrativa, cujo tema abordado é A Toxina Botulínica tipo A: no rejuvenescimento facial e suas indicações. Foram utilizadas as bases de dados para a seleção de artigos utilizados neste trabalho: PubMed e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS MS), Scielo (Biblioteca Eletrônica Científica Online).

A seleção ocorreu entre os meses de março e Abril de 2023, e foram utilizadas as palavras-chaves de busca combinada: Beleza, envelhecimento, Botulismo, Clostridium botulinum, Envelhecimento, Músculos, Paralisia, Pele, Rejuvenescimento. Todas as palavras-chave foram previamente consultadas nos descritores em Ciências da Saúde (Decs/Mesh).

Os critérios de seleção definidos para a busca de artigos nos bancos de dados referidos anteriormente foram: idioma em português e inglês, artigos de livre acesso e completos, artigos publicados nos últimos 5 anos, artigos práticos, revisão sistemática e integrativa.

Após a leitura preliminar dos artigos, foi realizada a exclusão de artigos que não refletiram os objetivos principais e os que fugiram ao tema, revisões de literatura, artigos duplicados, artigos mais antigos e os que não se enquadraram nos critérios de inclusão. Inicialmente, foram selecionados 35 artigos por título ou palavra- chave, logo após a leitura prévia dos títulos e resumos foram excluídos 15 artigos que não se encaixavam com o objetivo proposto. Depois de selecionados, foram incluídos 20 artigos neste estudo.

Figura 1 – Fluxograma de pesquisa

Fonte: do próprio autor, 2023.

3.    RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um estudo de Ribeiro (2010) constatou que o envelhecimento foi a deterioração gradual ao longo do tempo, porém sabia-se que a pele era o órgão mais afetado por possuir um acervo de agressões físicas, químicas e mecânicas pelo contato constante com o meio externo. Nesse contexto, a manifestação do envelhecimento se iniciava a partir dos 30 anos, coincidindo com a fase em que aumentava a procura por procedimentos estéticos faciais.

De acordo com Guilherme et al. (2022), a perda de elasticidade da pele aumentou a profundidade e persistência das marcas de expressão, comumente conhecidas como rugas, que se formavam perpendicularmente à ação muscular subjacente, o que as tornava mais evidentes com o passar do tempo. A flacidez, que poderia ser decorrente do fotoenvelhecimento, gerava um excesso de pele, o que ressaltava ainda mais as rugas existentes em pessoas de idade mais avançada. O reforço dessa deterioração, bem como sua fácil evidenciação com o passar do tempo, costumava resultar em um movimento de busca pelo rejuvenescer, normalmente através de processos estéticos, especialmente os que envolviam a toxina botulínica.

Júnior et al. (2022) esclareceu que a toxina botulínica era a mais potente toxina identificada até o momento e era a origem de uma doença potencialmente fatal, denominada botulismo, visto que ocasionava a paralisia muscular. Após diversos estudos, pôde-se afirmar que sua aplicação intramuscular, através de doses mínimas, ministradas por profissionais capacitados, de forma planejada e supervisionada, poderia gerar uma paralisia muscular temporária e reversível, que não prejudicaria a saúde do paciente de maneira geral e seria uma grande aliada no alívio de marcas adquiridas com a idade.

Júnior et al. (2022) explicou também que havia oito tipos sorológicos já estudados desta exotoxina, porém, os que se destacaram em usos terapêuticos e cosméticos, e naquela época, os únicos que eram comercializados para esses fins, eram as do sorotipo A e B. A toxina botulínica A era considerada a mais potente, tendo seu uso primeiro para fins terapêuticos e, posteriormente, sendo estudada e utilizada na estética. Apesar de ter sido amplamente estudada, era válido salientar que a toxina poderia apresentar reações múltiplas ao ser injetada na pele, em especial para questões estéticas, e por conta disso, sua aplicação deveria ser altamente planejada e realizada por um profissional extremamente qualificado.

Segundo Kane e Sattler (2016), eram diversas as causas que levavam a essa busca do rejuvenescimento, através de procedimentos estéticos faciais, sendo a população angloamericana a mais praticante, e a população europeia a mais relutante em relação à aplicação da toxina botulínica, já que possuíam grande temor em relação a complicações e efeitos colaterais, como: envenenamento, semblante rígido (similar a uma máscara), perda das expressões faciais, entre outros.

Ja Gouveia et al. (2020) afirmou que, com os recursos oferecidos pela medicina moderna e também a necessidade de demonstrar vitalidade física, em função da preferência e da exigência de perfeição estética, agravada por distúrbios de imagem, pressão midiática, entre tantas outras causas, acabavam sendo os maiores motivadores da procura por tratamentos estéticos utilizando o Botox®.

Gouveia et al. (2020) afirmou também que, respondendo à demanda de busca por procedimentos rejuvenescedores, a toxina botulínica possuía grande destaque, visto que era um procedimento não cirúrgico minimamente invasivo, estético terapêutico temporário, dose dependente, que inovou os tratamentos estéticos através da obtenção de resultados satisfatórios na correção das rugas dinâmicas e melhora da atenuação em rugas estáticas, entregando aos pacientes expressões mais suaves e relaxadas, tornando assim, mais desafiador que a idade do paciente fosse pressuposta.

A opinião de Gouveia et al. (2020) contrastou com todos os artigos estudados, já que estes também afirmaram que a TBA se apresentava como recurso seguro e eficaz para o rejuvenescimento facial, reafirmando se tratar de um procedimento minimamente invasivo com resultados rápidos quando comparados aos procedimentos cirúrgicos, além de possuir o benefício de ser temporário, sendo assim, caso o resultado alcançado não fosse de agrado do paciente, após o tempo de ação da TBA, o quadro seria revertido.

Analisando as contribuições da toxina botulínica A para a autoestima dos pacientes relatados, em todos os artigos selecionados, existia coincidência com a perspectiva de Martins et al. (2016), enfatizando o uso da TBA na medicina estética, promovendo a melhoria da qualidade de vida pelo fortalecimento da autoestima com o aspecto jovial, proporcionando aos pacientes uma recuperação rápida e efeitos mais imediatos.

Segundo Beneck e Pereira, essa técnica diminuiu as disfunções estéticas, muito utilizadas para as rugas frontais e glabelares, lábios caídos, elevação das sobrancelhas, ponta do nariz, rugas periorbitais e nasais, rugas do colo e bandas platismais. A cada aplicação, era possível ajustar a dose, dando ao paciente a chance de corrigir características do procedimento que não tivessem sido de seu agrado posteriormente.

Santos, Mattos e Fulco (2015) explicaram que a expressão do rosto estava diretamente ligada ao movimento muscular, e as emoções eram demonstradas por meio da contração e/ou relaxamento destes músculos, resultando nas expressões faciais, como tristeza, felicidade, desagrado, entre diversas outras. Os músculos que se movimentavam entregavam muito mais do que rugas ou dobras, pois tinham papel fundamental na forma de expressão das pessoas e em suas habilidades de se comunicar, bem como de se reconhecer.

Devido a isso, Menezes e Junior (2022) ressaltaram a importância de se destacar as ações adversas da toxina botulínica A, a fim de que o paciente tivesse maior compreensão  sobre o procedimento ao qual se submeteria. Duas das principais ações poderiam ser:  equimoses – que era mais comum que ocorresse na região frontal e periorbicular, podendo ser  evitada através da aplicação de compressas geladas no local da aplicação da toxina, com um

pouco de pressão. A suspensão de anti-inflamatórios 10 dias antes do procedimento também se mostrava uma grande aliada; Cefaleia – era mais comum quando se aplicava a toxina na região frontal, e podia durar até quatro semanas, sendo necessário o uso de analgésicos para alívio do desconforto.

Outras reações adversas da toxina podiam ser: muscular – podiam ocorrer quando se aplicava a toxina em excesso, levando a possível perda das expressões faciais, paralisia muscular incompleta, entre outros efeitos; Ptose Palpebral também era um efeito colateral,que podia durar de 2 a 10 dias, sendo originado pelo espalhamento da toxina no forame orbital; entre outras reações.

Segundo Santos, Mattos e Fulco (2015), para que ocorresse uma melhor aderência aos tratamentos envolvendo o uso de TBA, fazia-se necessário uma difusão da toxina injetada, sendo este um meio obrigatório para que o produto chegasse a atingir as microestruturas das placas neuromotoras e fendas sinápticas, causando o bloqueio da ação da quimiodenervação. Este processo agia em toda a musculatura facial, que interagia de maneira integrada, resultando em rápidas expressões faciais, de maneira sincronizada, ou seja, era um tratamento que podia afetar toda a forma de se expressar do paciente, conforme alertado por Menezes e Junior (2022) em seu estudo.

Diante dos expostos pelos autores acima citados, compreendemos que, em sua maioria, a toxina botulínica A apresentava grandes benefícios para a estética facial e para a melhoria da autoestima dos pacientes que optavam por utilizá-la. Todavia, fazia-se também

de extrema importância compreender sobre quais músculos a toxina agiria, para que assim pudéssemos identificar qual seria sua reação em nossa expressão, visando minimizar ao máximo o descontentamento do paciente com a intervenção estética. Na tabela abaixo, descrevemos quais os músculos faciais existentes e suas ações, possibilitando assim que fosse analisado qual efeito a TBA teria sobre estes:

Quadro 1 – Músculos de aplicação da toxina botulínica

Tipo de Músculo:Ação:
M. FrontalO M. Frontal possui a ação de levantar a sobrancelha homolateralmente, sendo seguido de um deslocamento da gálea aponeurótica, sendo ativo na formação de rugas horizontais.²²
M. MentonianoÉ o músculo envolvido nas expressões de dúvida e/ou desprezo, visto que realiza a elevação, a eversão e a protusão do lábio inferior, além de enrugar a pele do queixo.²³
M. Corrugador do SupercílioÉ o músculo responsável por realizar a tração da sobrancelha, de forma medial, resultando em expressões de seriedade ou concentração. É originado na região medial do arco superciliar, e tem inserção na lateral da pele do supercílio.²⁴
M. MasseterÉ o músculo que realiza a elevação da mandíbula, resultando no fechamento da mesma, e no encostamento dos dentes.²⁵
M. OrbicularÉ o músculo que protege o olho da luz intensa e de perigo iminente. É um esfíncter fino, plano e elíptico, que circula o anel orbital.²⁶
M. RisóreoAssim como o nome diz, é o músculo responsável pelas expressões faciais com ligação ao sorriso, podendo agir sozinho ou em conjunto com outros músculos faciais.²⁷
M. PróceroÉ o músculo que possui a função de puxar para baixo a parte medial dos supercílios, ocasionando as rugas transversais glabelares. Caso seja alongado ou hipertrófico, podem originar também as rugas transversais nasais.²⁸
M. Zigomático MaiorÉ o músculo responsável por puxar o ângulo da boca súpero lateralmente, facilitando a fala e a criação de expressões faciais, de maneira coordenada. Pode atuar junto com o M. Risóreo, contribuindo para o sorriso.²⁹
M. Depressor do Ângulo da BocaÉ o músculo que, em conjunto com alguns outros músculos fixados no ângulo da boca, forma uma estrutura fibromuscular denominada de modíolo. Como é sugerido pelo nome, ele deprime o ângulo da boca, e repuxa-o, um pouco, lateralmente, facilitando em expressões de tristeza e auxiliando na abertura da boca.³⁰
M. Zigomático MenorÉ o músculo que possui responsabilidade direta na tração do lábio superior, em conjunto com o levantador do lábio superior e da asa nasal.³¹
M. Levantador do Lábio SuperiorM. Levantador do Lábio Superior É o músculo responsável por expor os dentes maxilares, através da elevação do lábio superior. Realizando esta ação, auxilia na realização de várias expressões faciais, como sorrir ou fazer “cara de deboche”. (Linhares, R., 2023).³²
M. PlatismaÉ um músculo superficial e facial, que tem como responsabilidade esticar a pele do pescoço, puxando a pele ao redor da parte inferior da boca para baixo ou para fora.³³
M. Levantador do Lábio Superior e da Asa NasalAtuando em conjunto com o M. Zigomático Menor, este músculo realiza a tração direta no lábio superior, ou seja, se insere diretamente no lábio, agindo individualmente.³⁴
M. TemporalÉ um músculo que possui divisão em duas partes, sendo a anterior e a posterior. A parte anterior tem responsabilidade sobre a protrusão, projetando nossa mandíbula para a frente; Já a parte posterior, realiza o movimento contrário, realizando a retração,puxando a mandíbula para trás.²⁵

Fonte: do próprio autor, 2023.

4.    Conclusão

Todos os artigos estudados demonstraram que a toxina botulínica se apresenta como recurso eficaz e seguro para amenizar as rugas e prevenir o envelhecimento, proporcionando, assim, um aumento da autoestima e uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

Consiste em um tratamento minimamente invasivo, com melhor custo-benefício do que uma cirurgia plástica, e menores riscos de efeitos colaterais. Desta forma, prolonga a aparência jovial por mais tempo. Diante das vantagens expostas, é um procedimento muito procurado e apreciado no mundo todo. No entanto, é importante destacar que a pesquisa contínua e estudos adicionais são necessários para aprofundar nossa compreensão dos efeitos a longo prazo e identificar possíveis novas aplicações e aprimoramentos no uso da toxina botulínica.

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1Em Biomedicina
Universidade Anhembi Morumbi
E-Mail: Lilicamp37@Gmail.Com

2Graduanda Em Biomedicina
Universidade Anhembi Morumbi E-Mail: Magopfert@Gmail.Com

3Graduanda Em Biomedicina
Universidade Anhembi Morumbi
E-Mail: Reginaceliaestetica@Yahoo.Com.Br

4Graduanda Em Biomedicina
Universidade Anhembi Morumbi
E-Mail: Mariliadonatelli@Gmail.Com

5Professora ES III
Universidade Anhembi Morumbi
E-Mail: Ana.Palma@Ulife.Com.Br