TOXINA BOTULÍNICA NA ESTÉTICA: IMUNOGENICIDADE E SOROTIPOS A E B

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7304120


Aline Guerra Marques1, Isabela Micheletti Silva1, Letícia Alves Vasconcellos1, Priscila Ferreira Silva2, Paulo Roberto Palma Urbano3


RESUMO

Sendo o envelhecimento cutâneo um fato inevitável e natural de todos os seres humanos, a busca pelos tratamentos estéticos, a fim de se alcançar o autocuidado e a prevenção aos sinais de envelhecimento, como por exemplo rugas e linhas de expressão, é cada vez maior, sendo os tratamentos à base de toxina botulínica os mais buscados no mundo todo, no entanto pouco se aborda sobre a resistência imunológica e efeitos a longo prazo decorrentes destes tratamentos.

Com base nisto, através de revisão bibliográfica, este artigo tem como base a análise de algumas características da toxina botulínica sorotipo A utilizado em procedimentos estéticos e também as principais marcas utilizadas e aprovadas no Brasil, na qual através de levantamentos de estudos de casos descritos ao longo deste artigo, foram identificados os resultados da capacidade que cada marca estudada tem de gerar imunogenicidade, comparando-as com as características do sorotipo B, que até então é autorizado para tratamentos de distúrbios neurológicos e portanto, assim compreender como o Sistema Imunológico lida com a entrada dessa no organismo e se há possibilidade de o sorotipo B reduzir os efeitos a longo prazo mas sem prejudicar a qualidade e segurança do tratamento, caso a sua utilização na estética venha a ser autorizada.

Palavras chaves: palavras-chave: toxina botulínica, envelhecimento cutâneo, efeitos a longo prazo, sistema imunológico, intercorrências.

ABSTRACT

Since skin aging is an inevitable and natural fact of all human beings, the search for aesthetic treatments, in order to achieve self-care and prevention of signs of aging, such as wrinkles and expression lines, is increasing, Botulinum Toxin-based treatments are the most sought after worldwide, however little is addressed about the immune resistance and long-term effects resulting from these treatments.

Based on this, through a bibliographic review, this article is based on the analysis of some characteristics of Botulinum Toxin serotype A used in aesthetic procedures and also the main brands used and approved in Brazil, in which, through surveys of case studies described at the Throughout this article, the results of the ability of each brand studied to generate immunogenicity were identified, comparing them with the characteristics of serotype B, which until then is authorized for the treatment of neurological disorders and therefore, understanding how the Immune System deals with its entry into the body and if there is a possibility that serotype B will reduce the long-term effects but without harming the quality and safety of the treatment, if its use in aesthetics is authorized.

Keywords: botulinum toxin, skin aging, long-term effects, immune system, complications.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento promove ao ser humano várias modificações funcionais no organismo, como alterações no sistema nervoso, redução na intensidade dos reflexos até um remodelamento estético. Entre as alterações estéticas pode ser citado as modificações na pele, rugas, perda da elasticidade e tônus da pele, sendo mais evidente na face e membros superiores. 1

A pele é o maior órgão do corpo humano, corresponde a 15% do peso corporal, essa é formada por três camadas que revestem e protegem o organismo do meio exterior, sendo elas a epiderme, derme e hipoderme, têm como função a renovação, reparação e também garantir um certo grau de impermeabilidade, importantes para manter a homeostase. 2

Envelhecer é um processo natural que ocorre desde que nascemos, pode ser definido como um conjunto de modificações fisiológicas irreversíveis e inevitáveis, ao passar dos anos, já são esperadas mudanças fisiológicas e morfológicas na pele do indivíduo, as estruturas e funções vão se modificando, decorrente de agressões físicas, químicas e mecânicas. 3

No envelhecimento intrínseco ocorrem os efeitos naturais da gravidade ao passar dos anos, que será proporcional a idade, alterações hormonais, nível de imunidade e à predisposição genética do indivíduo.4

Já o envelhecimento extrínseco está relacionado com fatores externos e ao estilo de vida do indivíduo, as principais causas são o tabagismo, alcoolismo, hábitos alimentares, sedentarismo, radiação solar e exposições a agentes químicos. 2

Em virtude do que foi mencionado, nos dias de hoje os procedimentos estéticos têm tido uma alta procura, pessoas buscam a prevenção do envelhecimento cutâneo, uma vez que este promove alterações estéticas na pele, como rugas e flacidez. 5

A busca pelo rejuvenescimento e preservação da beleza se dá também pelo fato de que atualmente nós podemos estabelecer a seguinte relação: a beleza depende da saúde, e a prevenção do envelhecimento envolve a manutenção de ambas. 4

Atualmente oito sorotipos imunologicamente distintos de toxina botulínica têm sido identificados, destes, sete sorotipos: A, B, C1, D, E, F e G são neurotoxinas; outra toxina botulínica, a C2, é também produzida pelo Clostridium botulinum, mas não é neurotoxina de toxina botulínica. 6 Atualmente a toxina botulínica é um dos procedimentos estéticos mais conhecidos no campo do rejuvenescimento facial e prevenção ao envelhecimento, bastante utilizada no tratamento de rugas existentes e evitando também o aparecimento de novas rugas, essa se destaca também por atender ambos os sexos e diferentes faixas etárias. 6

Essa é uma proteína, produzida pela bactéria chamada Clostridium botulinum, que quando injetada intramuscular atua sobre os neurotransmissores, bloqueando a liberação de acetilcolina (Ach) na junção neuromuscular e nas sinapses colinérgicas periféricas, provocando assim a paralisia do local. 7

A toxina botulínica tem sido utilizada tanto na estética quanto em procedimentos terapêuticos, é muito escolhida por ser um procedimento minimamente invasivo, temporário, potente, seguro e eficaz, além de evitar o uso de meios cirúrgicos. 8

A dose de toxina botulínica utilizada varia de acordo com a extensão e a força do músculo a ser tratado, quanto maior a força muscular ou mais extenso o músculo, maior a dose utilizada, sua duração é em torno de 3 a 6 meses, sendo necessário doses periódicas para que ocorra prolongamento do seu efeito. 8

Muito se fala do uso da toxina botulínica em idades entre os 25 e 35 anos como uma forma preventiva para o não envelhecimento precoce do rosto, que nada mais é do que a aplicação antecipada da mesma com o objetivo de evitar que as linhas de expressões sejam formadas posteriormente, causando rugas permanentes, também chamadas de estáticas, que vão ficando cada vez mais profundas e visíveis, necessitando assim de mais procedimentos estéticos para suavizar e amenizar as linhas já formadas. 9 O envelhecimento da pele e a formação de linhas se dá por conta de diversos fatores como o uso excessivo de tabaco, os hábitos do dia a dia, poluição, a perda gradativa de colágeno e elastina, a exposição solar, estresse, entre outros. 10

Contudo, será explorado no decorrer do trabalho como o Sistema Imunológico lida com a toxina botulínica entrando no organismo por longos períodos de tempo e se ele cria alguma resistência a ela.

É importante destacar também os efeitos adversos que podem ocorrer no procedimento de aplicação da toxina botulínica, que são muitos, de acordo com alguns autores a ptose palpebral foi o que mais se destacou nos estudos como principal risco ocorrido de maneira frequente. 11

Sendo assim, neste trabalho será enfatizado as principais intercorrências e complicações que são causadas tanto no método de aplicação da toxina quanto na forma em que o organismo a recebe, em diferentes doses ou em lugares inapropriados.

JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

Embora haja ciência de que as possibilidades de ação da toxina botulínica A são inúmeras e eficazes em diversas áreas, este estudo se baseou a estudar algumas das características da referida toxina no tratamento do envelhecimento. 11 Existem dúvidas se a aplicação repetida de toxina botulínica A poderia causar tolerância no indivíduo ao longo do tempo. 12

Devido à estas dúvidas, o foco é realizar uma análise, principalmente no que se diz sobre a resistência imunológica futura da toxina botulínica A, contribuindo assim para a ampliação de conhecimento neste assunto na área da Biomedicina Estética.

OBJETIVOS

O presente artigo tem como objetivo geral compreender como o Sistema Imunológico lida com a entrada da toxina botulínica no organismo e com base nisto se tem como objetivos específicos descrever o mecanismo de ação da toxina botulínica, compreender sobre como a toxina botulínica age no sistema imunológico, entender sobre as possíveis causas da não responsividade da toxina botulínica no organismo, analisar determinadas marcas de toxina botulínica sorotipo A utilizadas na Estética e comparar suas capacidades de gerarem resistência imunológica e também identificar onde o principal campo de utilização da toxina botulínica do tipo B e se esta possui relação com a área da Estética.

METODOLOGIA

O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica, a pesquisa dos estudos relacionados ao tema foi realizada nas bases de dados eletrônicas SciELO Brasil, PubMed, Google Acadêmico, Teses USP, Biblioteca virtual da Ulife.

Os critérios de inclusão foram textos no idioma português e inglês, publicados entre os anos de 1993 a 2022, que apresentaram conteúdos relacionadas aos objetivos desta pesquisa e que estavam disponíveis na íntegra para leitura.

Foram excluídos do estudo os textos publicados fora do período temporal mencionado, os duplicados, os que não apresentavam texto completo disponível nas bases de dados e aqueles não condizentes com os objetivos propostos.Para a busca dos estudos nas bases de dados foram utilizadas as seguintes palavras-chave: toxina botulínica, envelhecimento cutâneo, efeitos a longo prazo, sistema imunológico, intercorrências.

DISCUSSÃO

Dentre os sorotipos de toxina botulínica existentes, apenas A e B são produzidos em laboratório para serem comercializados, sendo uma substância estável, cristalina e liofilizada. 13, 14, 15

Para a toxina botulínica de sorotipo A existem cinco marcas de distribuição global e aprovadas para uso no Brasil pela Agência Nacional Brasileira (ANVISA) e para o sorotipo B, existem duas marcas de formulação iguais.16 A maioria dos estudos iniciais sobre o mecanismo de ação da toxina botulínica foram realizados com o tipo A desta toxina, uma vez que os sorotipos A e B têm funções muito semelhantes, mas antigenicamente são muito diferentes, permitindo os benefícios de um tratamento com a neurotoxina. 9

O primeiro subtipo descoberto da bactéria Clostridium botulinum foi o B, quando ocorreu um surto de botulismo em Elezelles, logo depois ocorreu um surto semelhante a esse na Alemanha e com a descoberta do subtipo B foi pensado que o antissoro do mesmo seria eficaz contra esse novo surto, porém não obtiveram sucesso, com isso foi descoberto que a toxina botulínica em questão se tratava de um subtipo diferente, a do tipo A, que é a mais conhecida e usada na estética. 12

Já é demonstrado que a toxina botulínica tipo A se difere da toxina botulínica tipo B, ambas criam anticorpos diferentes umas das outras e cada uma se liga à uma proteína de uma cadeia transportadora diferente também, e isso acaba se tornando uma vantagem no seu uso para tratamentos, em que caso uma não cumpra mais o seu efeito desejado a outra possa ser uma estratégia de uso reserva. 13

Vale destacar que a toxina botulínica do tipo A é a mais conhecida e a mais potente, possuindo um tempo de ação maior quando usada. O tipo A inicialmente foi muito usado para tratamentos terapêuticos e com o passar do tempo foi destinada para a área da estética, já o tipo B é bem conhecido por seu uso em tratamentos de distúrbios neurológicos. 17

Como citado anteriormente, a toxina botulínica do tipo A possui um efeito mais potente em sua dose utilizada, pois de acordo com estudos clínicos é necessário uma dose de 7.500 e 10.000 UI do tipo B para observarmos um efeito terapêutico razoável em pacientes que possuem distonia cervical, já no uso do subtipo A da toxina se faz necessário apenas doses de 150 a 200 UI da marca BOTOX® ou 500 a 700 UI da marca DYSPORT® para se obter um resultado similar ao da toxina botulínica tipo B. Também foi observado que pacientes que utilizaram o subtipo B possuíram mais efeitos colaterais indesejáveis, como secura na boca e distúrbios visuais, que se comparado ao uso do subtipo A. 13

No mercado existem algumas marcas da toxina botulínica tipo A, como o Botox® e Botox Cosmetic® que possuem a mesma formulação, e a Disport®, já para a toxina botulínica tipo B é encontrado a Mioblock® que é comercializada nos EUA e também comercializada na Europa como Neurobloc®. A toxina botulínica do tipo B é conhecida por ter sido inserida nos estudos clínicos para distonia cervical garantindo efetividade e segurança. 13

Diante dos fatos, é importante destacar que a toxina botulínica do tipo A é mais potente e possui um tempo de ação maior quando utilizada, foi inicialmente usada para tratamentos terapêuticos e posteriormente introduzida na estética, já a toxina botulínica do tipo B foi mais inserida em procedimentos de tratamentos neurológicos, como distonia cervical, sendo pouco comercializada e não muito utilizada como a toxina botulínica do tipo A, e também não possuindo destaque na área de estética já que está sempre correlacionada a área neurológica. 17

Se por algum motivo algum tratamento em um paciente for ineficaz e se mostrar resistente a um dos tipos de toxina botulínica, ou a do tipo A ou a do tipo B, o outro tipo oposto poderá ajudar a dar continuidade no tratamento pois possuem funções semelhantes e são antigenicamente diferentes.17

As Neurotoxinas Botulínicas são consideradas as toxinas mais potentes conhecidas e a sua alta toxicidade aliada a mecanismos de ação extremamente específicos lhes confere características únicas de alta periculosidade, no entanto, sua existência é associada à altíssima utilidade nas ciências médicas. 18

As neurotoxinas produzidas por Clostridium botulinum são sintetizadas em cadeia peptídica simples de 150kDa e é formada por duas porções: uma cadeia leve (50kDa) e uma cadeia pesada (100kDa) unidas por uma ligação dissulfeto associada a um átomo de zinco. 14

A cadeia leve da toxina é a porção catalítica que impede a liberação dos neurotransmissores, através do bloqueio das vesículas présinápticas. A cadeia pesada é dividida em dois domínios: o de translocação (Hn) e o de ligação (Hc), que possui duas ramificações: a de ligação acessório (Hc-N) e a ligação gangliosídeos e proteínas sinápticas (Hc-C). 19

Uma vez injetada no músculo a toxina botulínica A atinge o terminal nervoso colinérgico através da associação das propriedades de dispersão e difusão, e lá chegando, caso as duas cadeias (leve e pesada) estejam intactas, se inicia o mecanismo de ação.14

Esse processo do mecanismo de ação ocorre em quatro estágios: ligação, internalização, translocação da membrana e inibição cálciodepenedente da liberação (exocitose) do neurotransmissor 20, 21

Durante a etapa de ligação ao terminal nervoso colinérgico a toxina botulínica A se conecta a um receptor de alta afinidade principalmente encontrado nos neurônios colinérgicos dos nervos motores através do domínio de ligação da cadeia pesada. 20

Já ainternalização ocorre após o estreitamento da membrana da terminação nervosa, ocasionada pela junção aos receptores, onde a toxina, por endocitose, é internalizada, ativando a cadeia leve da molécula da toxina botulínica A.21 Estes receptores estão localizados na porção amielínica da junção neuromuscular de mamíferos. Existem duas fases de internalização, sendo elas: entrada rápida, que utiliza um sistema vesicular e uma entrada lenta, que requer horas e é menos específica. 14

O estágio de translocação da membranasugere que após a endocitose da toxina, a diminuição do pH dos endossomas auxilia no ingresso de cadeias leves e pesadas no núcleo de hidrocarbonetos da dupla camada lipídica da vesícula, gerando um canal de membrana, na qual a cadeia pesada simplifica o acesso da cadeia leve para o compartimento citoplasmático do terminal nervoso na modificação da cadeia leve da toxina botulínica A, exibindo assim seus segmentos hidrofóbicos à superfície. 19

Consequentemente se inicia a inibição cálcio-depenedente da liberação (exocitose) do neurotransmissor, sendo o último estágio do mecanismo de ação da toxina botulínica, a inibição da exocitose do neurotransmissor, acetilcolina, acontece através de uma atividade proteolítica zinco dependente da cadeia leve, que quebra seletivamente as ligações peptídicas de uma proteína SNARE (Soluble Nethylmaleimide-sensitive fator attachment protein-Receptor) essencial para a liberação do neurotransmissor que é cálcio dependente.1 Assim, a cadeia leve exerce seu efeito quebrando as proteínas que são responsáveis pela fusão das vesículas de acetilcolina com a membrana celular do terminal nervoso. Tanto a SNARE como as ligações peptídicas são específicas para cada sorotipo de toxina botulínica, sendo que a Toxina Botulínica A quebra especificamente a SNAP-25. 14

Sendo assim, o processo habitual de liberação do neurotransmissor leva à contração muscular, enquanto que a aplicação de toxina botulínica atua no bloqueio da liberação do neurotransmissor, levando à paralisia da fibra muscular, significando que a quebra das proteínas SNARE por si não impedem a formação do complexo SNARE de fusão, mas resulta na formação de um complexo não funcional no qual a acoplagem do influxo de cálcio (Ca2) no momento da fusão é interrompida, mas que no entanto, caso ocorra o aumento da concentração de cálcio no terminal sináptico, o efeito da toxina botulínica é parcialmente revertido. 14, 18

A exposição a antígenos de toxina botulínica estimula a formação de uma resposta imunológica ativando linfócitos B e T, sendo estas, células de memória imune, além de formação de citocinas e a formação de anticorpos. 14 Como a toxina botulínica sorotipo A é considerada uma substância estranha pelo organismo humano, o desenvolvimento de uma resposta imune faz com que os anticorpos bloqueiem a atividade biológica, podendo ser um bloqueio transitório ou permanente, impedindo assim o efeito terapêutico desejado. 8

Estes anticorpos, se diferenciam em dois tipos definidos como neutralizantes de imunoglobulina G e não neutralizantes. Na qual os neutralizantes bloqueiam os efeitos farmacológicos da toxina, e os não neutralizantes por serem produzidos contra as proteínas que envolvem a toxina não interferem em sua eficácia, porém podem aumentar o risco de formação dos anticorpos neutralizantes. 17

Esta identificação de anticorpos é feita através do teste de ELISA que visa determinar a imunoabsorbância enzimática do indivíduo, na qual, pacientes com títulos de anticorpos neutralizantes maiores que 0,001U/ml são resistentes à terapêutica com toxina botulínica A, enquanto que aqueles que apresentam anticorpos do tipo anti-hemaglutinina, continuam responsivos às terapêuticas. 18

Vários fatores influenciam a imunogenicidade das neurotoxinas botulínicas, tais como: fatores relacionados ao produto, ao processo de fabricação, à carga proteica antigênica e à presença de proteínas acessórias; no entanto, algumas formulações mais recentes com neurotoxina nuclear purificada, desprovida de proteínas acessórias, podem ter imunogenicidade geral mais baixa. 22

Os anticorpos neutralizantes se ligam aos antígenos da toxina botulínica diminuindo sua efetividade e as células de memória serão acionadas provocando respostas imunes em aplicações sequenciais. 14

O sistema imunológico tem memória cumulativa e estudos mostram que a formação de anticorpos em pacientes de tratamentos estéticos é rara, sendo que aqueles que desenvolveram anticorpos, receberam doses da formulação inicial de toxina botulínica sorotipo A acima de 400U e/ou 100U repetidas com intervalo menor que um mês entre as injeções ou então sofreram reação cruzada a outros anticorpos decorrente de múltiplas vacinas antitetânicas, uma vez que a proteína da toxina botulínica tem partes de sua estrutura homólogas à estrutura produzida pelo Clostridium tetani. 18

Além disto, outros fatores de riscos como: a capacidade de reação do sistema imunológico, sendo esta uma característica individual, imunocompetência do tecido injetado e o sexo contribuem para a falha terapêutica. 14

Dado ao fato de a toxina botulínica ser uma das substâncias mais utilizadas nos tratamentos estéticos de rejuvenescimento facial, tendo ação corretiva e preventiva nas rugas, se torna necessário o reconhecimento da estética na área da saúde e a normatização da atuação do Biomédico Esteta, como garantido pela Resolução nº 241 do Conselho Federal de Biomedicina, uma vez que esses profissionais possuem total qualificação para administrar a aplicação de toxina botulínica corretamente a fim de diminuir os possíveis efeitos adversos decorrentes dessa substância. 23, 24

Poucos estudos discutem os efeitos adversos da toxina botulínica bem como seu efeito em longo prazo e dada sua grande utilização no cenário atual, o assunto é alvo de grande interesse para profissionais da saúde habilitados para a aplicação da toxina botulínica. 25

Embora os riscos sejam baixos e os efeitos adversos sejam bem tolerados, as complicações do uso da toxina botulínica devem ser devidamente explicadas aos pacientes e além disto, a não banalização da sua utilização pode trazer resultados seguros e gratificantes, e sua ampla utilização na medicina requer conhecimento da farmacologia e de seus efeitos, assim como treinamento e habilidade para administração apropriada. 26

Nas aplicações estéticas deve-se ter muito cuidado em relação a possíveis reações adversas, pois afinal o paciente em questão busca melhora da aparência e qualquer efeito colateral será altamente indesejável. 18

Portanto, para evitar uma imunogenicidade e consequente falha no tratamento, é ideal que se utilize uma proteína pura, que se observe se após a aplicação houve a ação da toxina dentro de 15 dias, que respeite o intervalo mínimo de 4 meses entre as aplicações, e as doses indicadas para cada caso; mas também é indispensável seguir as recomendações dos fabricantes de toxina botulínica para fins estéticos e respeitar as características individuais de cada paciente, alinhando tuas expectativas à realidade. 23

Atualmente existem 3 principais tipos de toxina botulínica tipo A: a toxina onabotulínica-A (ONA; Botox ® Allergan, Inc., Irvine, CA, USA), a toxina abobotulínica-A (ABO; Dysport®; Ipsen Biopharm Ltd., Wrexham, UK) e a toxina incobotulínica-A (INCO; Xeomin®; Merz Pharmaceuticals, Frankfurt am Main, Alemanha).27

Todas essas toxinas descritas acima possuem efeitos parecidos, porém, são diferentes em sua estrutura química, proteínas acopladas, modo de produção e purificação, mecanismo de ação e eficácia quando comparadas. 28

O relaxamento da musculatura, tem duração média de 3 meses, sua aplicação no corpo humano introduz uma proteína não humana, que é capaz de atuar como antígeno, e induzir a formação de anticorpos, que pode reduzir ou inibir os seus efeitos terapêuticos. 29

Em um estudo foi realizada uma análise em um total de 5811 indivíduos em 31 estudos, no período de 1968 a 2013, foi descoberta que a taxa de desenvolvimento de anticorpos neutralizantes foi de 1,4% com a toxina abobotulinica-A, 0,8–1,1% com a toxina incobotulinica-A e 3,6% com a toxina onabotulinica-A. 30

Atualmente, ainda não é conhecida a porcentagem de resistência imunológica em pessoas que utilizaram a toxina botulínica apenas para a finalidade estética, os resultados mostram a imunogenicidade da toxina botulínica em geral, porém nas doses usadas em indicações estéticas em particular, não parecem resultar em taxas clinicamente significativas de formação de anticorpos. 9 Embora, o uso da toxina botulínica tipo A seja considerado seguro, alguns pacientes relatam que perdem a resposta as injeções de toxina botulínica, onde ocorre a imunoresistencia como resultado da formação de anticorpos, essas podem ser explicadas por diversos fatores como: Intervalo de dosagem mais curto, doses mais altas por ciclo de aplicação, maiores quantidades de proteína antigênica, propriedades de cada sorotipo, formulação, fabricação e ainda a vacinação ou exposição prévia a bactéria. 31

Os pacientes que desenvolveram os anticorpos receberam doses superiores a 400U em uma única aplicação ou 100U com aplicações repetidas em intervalos inferiores há um mês. 32 Essas não são as únicas causas de a toxina não responder aos seus efeitos esperados, a presença de anticorpos também pode ser atribuída pela baixa dosagem, seleção muscular inadequada, presença de contraturas.33 Além disso, a potência da toxina botulínica pode ser reduzida de acordo com o seu armazenamento, a bula da toxina onabotulinica-A (Botox®) recomenda que o seu armazenamento por ser feito por até 36 meses a 2ºC a 8ºC e após reconstituído e refrigerado deve ser utilizado em até 72 horas. 34

CONCLUSÃO

Embora o uso da toxina botulínica tipo A na estética seja mundialmente conhecido, pouco se aborda sobre os seus efeitos a longo prazo e sobre a capacidade de imunogenicidade da mesma, dos três tipos de toxinas tipo A estudados no presente artigo, o tipo ONA-botulínica, conhecida comercialmente como Botox®, apresentou-se com uma maior capacidade de gerar resistência ao longo do tempo, e o tipo INCObotulínica, conhecida comercialmente como Xeomin® com menor capacidade de gerar resistência, além disso, a não responsividade da toxina, também pode estar relacionada a baixa dosagem, seleção muscular inadequada, armazenamento incorreto, doses mais altas por intervalo de aplicação e intervalos mais curtos de dosagem. Já a estrutura e mecanismo de ação da toxina botulínica sorotipo B permitem ligação à uma proteína diferente em relação ao sorotipo A, tal ligação gera baixa resistência a longo prazo; se comparadas, a toxina tipo A, é mais potente e possui maior tempo de ação quando utilizada, no entanto, a toxina botulínica do tipo B é mais conhecida por seu uso em estudos de tratamentos neurológicos, que caso venha a ser comprovada sua segurança e sua eficácia em resultados nos tratamentos estéticos, marcaria um grande avanço científico na área da saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. BARBOSA, D. B. M.; BRITO, A. S. A utilização da toxina botulínica tipo a para alcançar a estética facial. Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, [S.l.], v. 36, n. 70, p. 75-86, jul. 2020. ISSN 2596-2809. Disponível em: <http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/1354>. Acesso em: 06 de abril de 2022.
  2. AZULAY, R. D. Dermatologia, 7ª edição. Grupo GEN, 2017. 9788527732475. Disponível em:<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732475/> Acesso em: 05 de abril de 2022.
  1. LYON, S., SILVA, R. C. Dermatologia Estética – Medicina e Cirurgia Estética. MedBook Editora, 2015. 9786557830314. Disponível em:<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830314/>. Acesso em: 05 de abril de 2022.
  1. STEINER, D. Envelhecimento Cutâneo. Grupo GEN, 2014. 978-85-8114285-2. Disponível em:<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-8114-285-2/> Acesso em: 05 de abril de 2022.
  1. GIMENEZ, R.P. Análise retrospectiva das alterações da dinâmica facial após aplicações seriadas de toxina botulínica A. Dissertação (Mestrado em Ciências) Faculdade de Medicina de São Paulo. São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5158/tde19042007-113400/pt-br.php Acesso em: 05 de abril de 2022.
  2. MESKI, A.P. Terço superior da face: padrões masculinos e femininos. Cosmiatria e Laser: prática no consultório médico. São Paulo: Ac Farmacêutica, 2012. p. 338-343. Disponível em:<http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/1354/1251>. Acesso em: 05 de abril de 2022.
  1. RIBEIRO, I.N.S.; SANTOS, A.C.O.; GONÇALVES, V.M.; CRUZ, E.F. O Uso da Toxina Botulínica tipo A nas Rugas Dinâmicas do Terço Superior da Face. Revista da Universidade Ibirapuera. São Paulo, v. 7, p. 31-37, 2014. Disponível em: < http://www.sistemasfacenern.com.br/repositorio/admin/acervo/740df68354f62 4df228ee2431ca6fe0d.pdf >. Acesso em: 07 de abril de 2022.
  2. BRATZ, P.D.E.; MALLET, E.K.V. Toxina Botulínica tipo A: abordagens em saúde. Rev. Saúde & Ciência em Ação 2016; 3(2447–7079):58-70. Disponível em: http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/1354/1251 Acesso em: 05 de abril de 2022.
  1. NETO, P. G. S. G., Toxina botulínica tipo A: ações farmacológicas e riscos do uso nos procedimentos estéticos faciais, Recife, 2016. Disponível em: <https://www.ccecursos.com.br/img/resumos/2-toxina-botulnica-tipo-a-a–es-farmacol-gicas-e-riscos-do-uso-nos-procedimentos-est-ticosfaciais.pdf>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  2. RUIVO, A. P. Envelhecimento Cutâneo: fatores influentes, ingredientes ativos e estratégias de veiculação. Porto, p.1–112, 2014. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4413/1/PPG_21481.pdf>. Acesso em: 05 de junho de 2022.
  1. ZAGUI, B. M.; MATAYOSHI, S.; MOURA, F.C. Efeitos adversos associados à aplicação de toxina botulínica na face: revisão sistemática com meta-análise. São Paulo, 2008. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/abo/a/WrXYQrNLhQ7SRB7Hg894mPF/?format=pdf& lang=pt>. Acesso: 04 de junho de 2022.
  2. OLIVEIRA, G. Toxina botulínica e as suas complicações: Uma revisão de literatura. Repositório UFSC, Florianópolis, p. 13 – 40 out. 2019. Disponível em <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/201604/Tcc%20Gabr iel%20Oliveira.pdf?sequence=1>. Acesso em: 25 de setembro de 2022.
  1. ORLANDO, C. G. C., BOEING, M., ORTEGA, L. B., Toxina Botulínica no Tratamento da Dor. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 59, n. 3, p. 366381, 2009. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rba/a/9FZzDfrZwV6Yd8D9VspBM5p/?format=pdf&lan g=pt>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  1. SPOSITO, M. M. M., Toxina Botulínica do Tipo A: mecanismo de ação. Rev. Acta Fisiátr, v. 16, n.1, p. 25-37, 2009, São Paulo. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103037/101317>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  1. FILHO, S. T.; PECORA, C. S. Diluição e preparação das toxinas: equivalência de doses entre as toxinas. Revista Cosmiatria e Laser: prática no consultório médico. São Paulo: Ac Farmacêutica, p. 333-337, 2012. Disponível em: <https://pdfcookie.com/download/cosmiatria-e-laser-praticano-consultorio-1-edpdf-02565q8qx5l1>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  2. 16. BARBOSA, P. M., Avaliação da eficácia e efeitos colaterais de duas apresentações de toxina botulínica tipo A no tratamento da distonia cervical idiopática, Ribeirão Preto, 2014. Disponível em: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-26112014162015/pt-br.php>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  1. REIS, L. C., LUZ, D. U., SILVA, A. B. A., FERNANDES, F. R., ASSIS, I. B. Desvendando o uso da toxina botulínica na estética e em enfermidades. Revista Saúde em Foco, n. 12, p. 18, 2020, Minas Gerais. Disponível em: < https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2020/12/DESVENDANDO-O-USO-DA-TOXINABOTUL%C3%8DNICA-NA-EST%C3%89TICA-E-EM-ENFERMIDADES-413%C3%A0-437.pdf>. Acesso em: 07 de setembro de 2022.
  2. SPOSITO, M.M.M., Toxina botulínica tipo A: propriedades farmacológicas e uso clínico. Revista Acta Fisiátr, v. 11, n.1, p. 10-25, 2004; Suplemento 01. Disponível em: < https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/102495/100810>. Acesso em: 04 de abril de 2022.
  3. FUJITA, R. L. R.; HURTADO, C. C. N., Aspectos relevantes do uso da toxina botulínica no tratamento estético e seus diversos mecanismos de ação. Rev. Saber Científico, v. 8, n. 1, p.120–133, 2019, Porto Velho. Disponível em: <http://revista.saolucas.edu.br/index.php/resc/article/view/1069/pdf>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  4. FILHO, S. T.; PECORA, C. S. Diluição e preparação das toxinas: equivalência de doses entre as toxinas. Revista Cosmiatria e Laser: prática no consultório médico. São Paulo: Ac Farmacêutica, p. 333-337, 2012. Disponível em: <https://pdfcookie.com/download/cosmiatria-e-laser-pratica-noconsultorio-1-edpdf-02565q8qx5l1>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  5. SIQUARA, A. D., Toxina Botulínica: uma alternativa no tratamento do sorriso gengival, Porto, 2018. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/7296/1/PPG_36966.pdf>. Acesso em: 20 de março de 2022.
  6. PAIVA, N.; LORENZETTI, T. Aplicação de toxina botulínica em pacientes comassimetria facial devido paralisia. São Paulo, 2021.Disponível em: <https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/22276/1/TCC%2 0-%20WORD%2030%2011%202021.pdf>. Acesso em: 20 de agosto de 2022.
  7. SILVA, V. C. M. O rejuvenescimento facial na Biomedicina Estética. Orientadora: Dijanah Cota Machado. 2022. 32 f. TCC Graduação – Curso de Biomedicina, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022. Disponível em:<https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/45422/1/TCC_Vict%c3%b3ria_final_ficha%20catalogr%c3%a1fica.pdf>. Acesso em: 07 de setembro de 2022.
  8. CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Distonias e Espasmo Hemifacial, n.252, p.12, 2017. Disponível em: < http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2017/Recomendacao/Relatorio_PCDT _DistoniasFocais_Recomendacao.pdf>. Acesso em: 04 de abril de 2022.
  9. TOMA, A.M.C.; CASARINI, L.B.M.; SILVA, L.M.; OZONO, M.A. Aplicações clínicas/terapêuticas da toxina botulínica tipo-a e suas intercorrências. São Paulo, 2019. Disponível em: <https://nepuga.fapuga.edu.br/wpcontent/uploads/2021/10/TCC-SPO-38-Maria-Aparecida-Ozono-1.pdf>. Acesso em: 21 de agosto de 2022.
  10. LACORDIA, M. H. F. A., JANUÁRIO, F.S.M., PEREIRA, J. C. C., Estrabismo após toxina botulínica para fins estéticos, Minas Gerais, 2011. Disponível em:<https://www.scielo.br/j/rbof/a/tRtfDBpBnMTxfw7nfvBqgzH/?lang=pt&format=p df>. Acesso: 28 de agosto de 2022.
  11. SCAGLIONE, F. Relação de conversão entre Botox®, Dysport® e Xeomin® na prática clínica. MDPI, 2016. Disponível em: <https://www.mdpi.com/2072-6651/8/3/65/htm>. Acesso em: 22 de setembro 2022.
  12. CRISTO, J. Fator de Imunogenicidade da Toxina Botulínica A: Uma Revisão de Literatura. Faculdade Fac Sete, 2016. Disponível em: <https://faculdadefacsete.edu.br/monografia/files/original/3b6d7608c92cf675c 78eb30a45d410be.pdf>. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
  13. NAUMANN, M., LEE M. B., ACKERMAN A. H., Gallagher C. J. Immunogenicity of botulinum toxins. NCBI, 2013. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3555308/pdf/702_2012_Articl e_893.pdf>. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
  14. LACROIX, S. Systematic analysis of botulinum neurotoxin type A immunogenicity in clinical studies. Siencie Direct, 2019. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S221053361730076X>. Acesso em: 22 de setembro de 2022.
  15. DRESSLER, D. Clinical presentation and management of antibodyinduced failure of botulinum toxin therapy. Movement Disorders, 2004. Disponível em:<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S221053361730076X> Acesso em: 22 de setembro de 2022
  16. SCHANTZ, E. J., JOHNSON, E. A. Botulinum and Tetanus Neurotoxins: neurotransmission and biomedical aspects. p.657-9. New York: Quality of botulinum toxin for human treatment, 1993. Disponível em: < https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-1-4757-9542-4_74> Acesso em: 22 de setembro de 2022.
  17. BELLOWS, S., JANKOVIC, J. Immunogenicity Associated with Botulinum Toxin Treatment. National Library of Medicine, 2019. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6784164/pdf/toxins-1100491.pdf>. Acesso em: 22 de setembro de 2022. Botox. [Bula]. Irlanda: Allergan Pharmaceuticals Ireland Westport; 2021.

Filiação:
1.Discente da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo / SP, Brasil
2.Docente da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo / SP, Brasil
3.Docente Do Centro de Ensino Especializado de São Paulo, São Paulo / SP, Brasil