BOTULINUM TOXIN AS A THERAPEUTIC ALTERNATIVE FOR BRUXISM
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202412061443
Juliane Vaz Santos1,
Nayane Silva Sousa Viegas2,
Millena M. Ferreira Gomes3,
Amanda de O. Fonteneles4
RESUMO
O bruxismo é um distúrbio que afeta pessoas de todas as idades, especialmente adultos jovens, e pode ser classificado em bruxismo do sono e bruxismo acordado. Essa condição involuntária envolve ranger ou apertar os dentes, resultando em problemas como dores orofaciais, desgaste dental e distúrbios do sono, impactando a qualidade de vida dos afetados. Com o aumento da prevalência do bruxismo, torna-se essencial encontrar tratamentos eficazes. Este estudo explorou a toxina botulínica (TB) como uma alternativa terapêutica para o bruxismo, avaliando sua eficácia na redução dos sintomas e comparando-a com outras modalidades de tratamento. Os resultados do estudo apontaram a eficácia do uso da toxina para o manejo terapêutico do bruxismo, com a finalidade de reduzir os sintomas causados por esta parafunção. Conclui-se com os artigos revisados que esta substância pode trazer alívio ao problema, aliviando a tensão e seus sintomas.
Palavras-chave:Toxina Botulínica. Bruxismo. Tratamento. Odontológico. Relaxamento Muscular.
Área Temática: Odontologia, Toxina Botulínica, Bruxismo
ABSTRACT
Bruxism is a disorder that affects people of all ages, especially young adults, and can be classified as sleep bruxism and awake bruxism. This involuntary condition involves grinding or clenching the teeth, resulting in problems such as orofacial pain, dental wear, and sleep disorders, impacting the quality of life of those affected. With the increasing prevalence of bruxism, it is essential to find effective treatments. This study explored botulinum toxin (BT) as a therapeutic alternative for bruxism, evaluating its effectiveness in reducing symptoms and comparing it with other treatment modalities. The results of the study indicated the effectiveness of using the toxin for the therapeutic management of bruxism, with the purpose of reducing the symptoms caused by this parafunction. It was concluded from the reviewed articles that this substance can bring relief to the problem, relieving tension and its symptoms.
Keywords: Botulinum Toxin. Bruxism. Treatment. Dental. Muscle Relaxation.
INTRODUÇÃO
De acordo com um estudo sistemático conduzido por Manfredini et al., (2013), a prevalência do bruxismo em adultos varia entre 8% e 31%, sendo mais comum em adultos jovens. Este distúrbio pode ser classificado em bruxismo do sono e bruxismo acordado, ambos podendo causar sérias complicações à saúde bucal e à qualidade de vida dos pacientes. Este distúrbio pode ser classificado como bruxismo do sono, quando ocorre durante o sono, ou bruxismo acordado, quando acontece durante o dia (MANFREDINI et al., (2013).
O bruxismo é uma desordem funcional do sistema mastigatório que se caracteriza pelo ato inconsciente de ranger ou apertar os dentes. Este distúrbio pode causar diversas complicações, como dores orofaciais, desgaste dos dentes e distúrbios do sono. Além disso, o bruxismo pode impactar negativamente a qualidade de vida dos pacientes, interferindo nas atividades diárias e no bem-estar geral (MANFREDINI et al., (2013).
A prevalência do bruxismo tem aumentado significativamente, tornando-se necessário o desenvolvimento de terapias eficazes para seu tratamento. Existem diversas modalidades de tratamento para o manejo do bruxismo do sono, tais como: placa oclusal, abordagens comportamentais e manejo farmacológico (SHIM et al, 2020). Dentre os métodos farmacológico, a toxinabotulínica tipo A (TXB-A) é considerada uma das alternativas terapêuticas mais seguras e eficazes e de grande relevância para a abordagem do bruxismo (SHIM et al., 2020).
A toxina botulínica, conhecida popularmente como botox, é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Atualmente, a toxina botulínica é produzida em laboratório a partir da bactéria Clostridium botulinum, mas passa por rigorosos processos de purificação para garantir a segurança e eficácia do produto final (SCHNEIDER, 2019).
Tem sido utilizada em diversas áreas da medicina, incluindo a odontologia. A TB permite bloquear a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor responsável por transmitir impulsos nervosos para os músculos, resultando em relaxamento muscular temporário (WANDERLEY; et al, 2021). Nesse viés, ela é utilizada em uma ampla variedade de tratamentos médicos e estéticos, incluindo a redução de rugas faciais, tratamento de enxaquecas crônicas, espasmos musculares, distonias cervicais, hiperidrose (excesso de suor), bruxismo e outras condições relacionadas ao excesso de tensão muscular (WANDERLEY; et al, 2021).
No contexto do bruxismo, a TB atua reduzindo a atividade muscular excessiva, o que pode contribuir significativamente para o alívio dos sintomas e prevenção de danos aos tecidos (SCHNEIDER, 2019). A TB e aplicada nos músculos mastigatórios, um grupo muscular composto pelas estruturas temporal, masseter, pterigóideo medial e pterigóideo lateral, no entanto observamos que os músculos masseter e temporal, podem estar envolvidos nos processos de atividade rítmica, caracterizados pelo fechamento e/ou ranger dos dentes, chamados de bruxismo, sendo necessário conhecimento para determinar as melhores formas de tratamento (FRANCESCON, 2014).
Visto que as injeções de TB podem reduzir eventos de bruxismo, reduzir o nível de dor causado por esta patologia e proporcionar satisfação aos pacientes tratados. A toxina botulínica, quando comparada a tratamentos convencionais como as placas oclusais, apresentou resultados semelhantes na redução da atividade muscular (FRANCESCON, 2014). No entanto, a TB oferece a vantagem de proporcionar alívio mais imediato e temporário é uma opção terapêutica segura que apresenta menores riscos de efeitos adversos prolongados, como alterações no sorriso ou boca seca (FRANCESCON, 2014).
Uma única sessão de injeção de TB foi capaz de reduzir a intensidade das forças excessivas do músculo masseter, que durou pelo menos 3 meses e 1 mês, respectivamente, sendo um método eficaz e seguro deve possuir conhecimentos anatômicos, fisiológicos e farmacológicos, bem como estar capacitado e atualizado para realizar aplicações e garantir resultado seguro e satisfatório (MELO, 2019).
O uso da TB em patologias associadas a distúrbios do movimento involuntário tem se mostrado muito eficaz, apresentando-se como uma alternativa de tratamento para pacientes com bruxismo e seus quadros dolorosos associados; porém, não pode desistir dos efeitos colaterais indesejados que podem ocorrer durante o uso desta técnica (RIBEIRO; SALDANHA, 2021).
Esses efeitos colaterais podem desaparecer por conta própria ou o profissional pode atuar para garantir o conforto do paciente, porém, a TB aplicada em doses erradas ou no local errado pode causar desvios musculares (RIBEIRO; SALDANHA, 2021). De acordo com os artigos revisados, pode ocorrer desconforto no local da injeção se administrada incorretamente (RIBEIRO; SALDANHA, 2021). Também podem ocorrer efeitos colaterais sistêmicos, como fadiga, dor de cabeça, náusea e visão turva, neste contexto, complicações raras podem incluir formação de anticorpos, infecções no local da injeção, paralisia facial, fraqueza muscular geral ou intensa, assimetria, alterações funcionais, entre outras. Por fim, as complicações descritas são aquelas decorrentes de erro técnico do profissional, erro na avaliação clínica do paciente quanto à intervenção realizada e também erro na dose ou forma de diluição (RIBEIRO; SALDANHA, 2021).
O ultrassom pode ser uma ferramenta poderosa para orientar a injeção de TB nos músculos masseteres, sim, o ultrassom pode ser uma ferramenta muito útil para orientar a injeção da toxina botulínica complicações (CARRA; et al, 2012). Permite a visualização em tempo real de estruturas anatômicas, auxiliando na identificação de músculos e vasos sanguíneos específicos, o que aumenta a precisão das injeções. contribuem para um procedimento mais personalizado, melhores resultados estéticos e ajudam a evitar possíveis complicações (CARRA; et al, 2012).
O uso do ultrassom na aplicação da TB tem se mostrado uma ferramenta valiosa, permitindo ao profissional visualizar em tempo real a anatomia dos músculos mastigatórios, como o masseter e o temporal complicações (CARRA; et al, 2012). Essa tecnologia não só aumenta a precisão da aplicação, como também minimiza o risco de complicações, garantindo resultados mais eficazes e seguros para o tratamento do bruxismo. De acordo com exposto, será levantada os efeitos da toxina botulínica para tratamento de bruxismo (CARRA, 2012).
OBJETIVOS
O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia da TB nos músculos mastigatórios (masseter e temporal) no tratamento do bruxismo, bem como identificar possíveis efeitos adversos e complicações associadas ao seu uso. Os objetivos específicos se esquadram em abordar sobre o bruxismo, explorar o mecanismo de ação da TB, avaliar a eficácia clínica, comparar estudos em do uso TB como alternativa de redução do bruxismo e por fim discorrer as aplicações da TB no tratamento para bruxismo.
METODOLOGIA
Este artigo foi realizado por meio de levantamento bibliográfico de artigos científicos relacionados ao uso da TB como alternativa para o tratamento de bruxismo, disponíveis em diferentes bases de dados, sendo elas: Scielo, Google Acadêmico e PubMed. Para Soares et al. (2024), a revisão integrativa reúne informações relevantes sobre um tema específico e possibilita que seja feita uma avaliação crítica da literatura encontrada. Utilizou-se como estratégia de busca as palavras-chave toxina botulínica, bruxismo, odontologia e tratamento.
Após a aplicação da estratégia de busca nas bases Scielo, Google Acadêmico e PubMed, nos idiomas português, inglês e espanhol foram identificadas 1.730 publicações. Os critérios de inclusão envolveram estudos publicados nos últimos 10 anos, que abordassem o uso da TB em humanos e com foco no bruxismo. Foram excluídos estudos com foco em outras parafunções ou em modelos animais, foram definidos como estudos e documentos publicados fora do período escolhido (com exceção de livros e legislações), indisponíveis na versão completa ou incompletos, estudos que não correspondem aos objetivos propostos e publicações duplicadas, sendo selecionada somete uma.
Nessa fase, foram analisadas a metodologia empregada, a validade interna dos estudos e a relevância dos resultados para a pesquisa proposta. Ao final desse processo, restaram 5 artigos que foram considerados adequados para compor a base de evidências dessa revisão. Os dados extraídos dos estudos selecionados foram organizados de maneira sistemática, categorizando-os por autores, ano de publicação, país de origem, metodologia empregada, principais resultados e conclusões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado final das buscas e seleções podem ser vistos na seguinte tabela:
AUTOR | ANO | TÍTULO/ANO | RESULTADO |
Montemor | 2017 | Uso da TB no tratamento de bruxismo crônico associado ao stress laboral | Após 2 meses houve redução do quadro de bruxismo de 100% para 38,5% e no score médio de avaliação do estresse de 20,92 (DP: ±7,27) para 19,15 (DP: ±7,83) e na redução da intensidade de dor 6,46 para 2,30 (EVA). |
Machado, De Sousa, Salles | 2020 | TB e seu uso no tratamento do Bruxismo, 2020. | Os estudos indicaram que as aplicações de TB podem minimizar a frequência dos eventos de bruxismo, diminuir os níveis de dor trazendo satisfação para os pacientes. Portanto, demonstraram que a TB é uma escolha viável para o controle do bruxismo. E os efeitos adversos deste tratamento são insignificantes ou até mesmo inexistentes, e os efeitos colaterais mais frequentes envolvem alterações de sorriso e boca seca. |
da Silva, Piardi | 2021 | TB para o controle de Bruxismo: Revisão De Literatura | Observou-se que todos os estudos avaliados neste artigo citaram como positivo o tratamento do bruxismo através do uso de toxina botulínica, ainda enfatizando os poucos efeitos adversos que ocorreram durante o tratamento. O que traz ao profissional um alto nível de segurança do uso desta substância como meio terapêutico no tratamento de bruxismo, porém desde que aplicada com habilidade, experiência e acima de tudo responsabilidade por parte do clínico. |
Melo et al., | 2019 | Bruxismo: um overview de revisões sistêmicas. | De 1038 estudos, 41 SR foram incluídos. Os achados desses SR sugeriram que (a) entre adultos, a prevalência de AB foi de 22%-30%, SB (1%-15%) e SB entre crianças e adolescentes (3%-49%); (b) fatores consistentemente associados ao bruxismo foram o uso de álcool, cafeína, tabaco, alguns medicamentos psicotrópicos, acidificação esofágica e fumo passivo; sinais e sintomas de disfunção temporomandibular apresentaram uma associação plausível; (c) dispositivos de diagnóstico portáteis mostraram valores gerais mais altos de especificidade (0,83-1,00) e sensibilidade (0,40-1,00); (d) o bruxismo pode resultar em complicações biomecânicas em relação a implantes dentários; no entanto, as evidências foram inconclusivas em relação a outras restaurações dentárias e impacto periodontal; (e) aparelhos oclusais foram considerados eficazes para o tratamento do bruxismo, embora as evidências atuais tenham sido consideradas fracas em relação a outras terapias. |
Al-Wayli et al., | 2017 | Tratamento de dor crônica associada ao bruxismo noturno com toxina botulínica | A pontuação média de dor devido a eventos de bruxismo no músculo masseter diminuiu significativamente no grupo A de injeção de toxina botulínica (P = 0,000, altamente significativo). No entanto, no grupo de tratamento convencional, a pontuação média de dor não mostra melhora com o tempo (p> 0,05). |
Zhang et al., | 2016 | Características da força oclusal dos músculos massetéricos após injeção intramuscular de toxina botulínica A (BTX – A) para tratamento de disfunção temporomandibular | Trinta pacientes com DTM associada ao bruxismo foram randomizados em três grupos (n=10 em cada grupo) e tratados por injeção intramuscular bilateral de botulinum toxin A (BTX-A) no masseter, placebo ou controle. Usamos um sistema de análise de força oclusal para coletar várias medidas de força oclusal, como duração da mordida e fechamento, força oclusal máxima e distribuição da força oclusal. A força oclusal na posição intercúspide foi reduzida em todos os três grupos. Houve uma diferença significativa entre os grupos BTX-A e placebo (F(df=1)=8,08, p=0,01), mas não entre o grupo controle e os outros dois (F(df=1)=4,34, p=0,047). A duração da oclusão aumentou significativamente no grupo BTX-A após 3 meses de tratamento (t=4,07, p=0,003). A distribuição assimétrica da força oclusal foi reduzida em todos os três grupos, mas não significativamente (teste de Levene F(df=2)=0,25, p=0,78, ANOVA F(df=2)=0,50, p=0,61). O tratamento da DTM com BTX-A é eficaz na redução da força oclusal, mas a intervenção psicológica desempenha um papel importante no tratamento. |
De acordo com o estudo de Melo et al., (2019) a injeção de BTX-A é uma ótima alternativa, pois não depende da adesão do paciente, comparou a eficácia da toxina botulínica em pacientes com próteses dentárias fixas (sobredentadura sobre implantes) e a compara a outros controles para a redução dos sintomas de bruxismo. Neste estudo, os pacientes foram divididos em três grupos: grupo I sendo o controle, removendo os durante a noite; grupo II com manejo de stent oclusal e grupo III usando injeção de toxina botulínica aplicada nos pontos dos músculos masseter e temporal (MELO et al., (2019).
Portanto, conclui-se que tanto o BTX-A quanto os aparelhos oclusais são eficazes em satisfazer e proporcionar melhor qualidade de sono aos pacientes com bruxismo reabilitados com implantes de arco único em comparação às próteses removíveis (MELO et al., (2019). Segundo Al-Wayli et al., (2017), compararam a eficácia do tratamento com Toxina Botulínica com tratamentos convencionais para bruxismo. Foram avaliados 50 pacientes com bruxismo noturno, onde 25 foram injetados com toxina botulínica e o restante dos indivíduos foi tratado com métodos tradicionais como terapias comportamentais, placas oclusais e medicamentos. Todos os indivíduos tiveram um período de acompanhamento de seis meses.
Os resultados foram baseados no escore de dor distribuído em quatro escores: pré-operatório, pós-operatório, pós-operatório, 2 e 3 semanas meses 6 meses pós-operatório. No escore pré-operatório não houve diferença significativa entre os dois grupos. A partir da terceira semana pós-operatória em diante, houve grandes diferenças em ambos os grupos. Assim, os resultados sugeriram que a injeção de BTX-A reduziu o escore e, consequentemente, os eventos causados pelo bruxismo (Al-WAYLI et al., 2017).
Os estudos de Zhang et al., (2016), recrutaram 30 pacientes com bruxismo para avaliar a eficácia terapêutica do BTX-A a fim de avaliar a força oclusal e a eficácia terapêutica dos músculos masseteres após a aplicação. Os pacientes tiveram que seguir os critérios apropriados: ter sintomas subjetivos com diagnóstico de DTM; ter dentes permanentes; bruxismo ou histórico de apertamento diurno, atividade eletromiográfica do masseter na posição postural e sem alteração da articulação ao exame clínico. Os indivíduos foram divididos em três grupos: o que teve a aplicação de BTX-A, o grupo solução salina e o grupo controle sem intervenção.
O grupo toxina teve três pontos a serem injetados bilateralmente nos músculos masseteres e todo o tratamento ocorreu em uma sessão com seis aplicações. O grupo placebo foi injetado com solução salina da mesma forma que o anterior e, por fim, o grupo controle não recebeu nenhuma aplicação. Foi analisado por meio de um analisador de força oclusal para coletar dados como duração da mordida e fechamento, força oclusal máxima e distribuição, e nenhum paciente apresentou alteração orgânica e foram acompanhados por 6 meses após o tratamento, não havendo nenhuma reação (ZHANG et al., 2016).
Com o acompanhamento, observou-se que o grupo BTX-A após três meses teve um tempo de preensão aumentado, mas diminuiu após seis meses, porém, sem alteração significativa entre os grupos participantes. Portanto, entre os grupos, o BTX-A foi o grupo que mais apresentou melhoras na mordida e na oclusão de força máxima, e nenhum grupo melhorou a aparência assimétrica. Dessa forma, os resultados obtidos por este estudo mostraram que em todos os grupos houve redução da força oclusal, mas o BTX-A foi mais superior em todos os quesitos. Os autores concluíram que a toxina é eficaz na redução da força oclusal, mas a intervenção de um psicólogo auxilia no tratamento para um resultado mais eficaz (ZHANG et al., 2016).
Assim sendo, todos os artigos revisados neste estudo, demonstram que a Toxina Botulínica é uma boa alternativa para o controle do Bruxismo em pacientes que sofrem desta parafunção. Pode-se afirmar que o tratamento do bruxismo com injeções de toxina botulínica é efetivo, e a redução do nível de dor é o mais representativo de eficácia. Além disso, que os efeitos colaterais são raros e, mesmo que existam, são transitórios, não acarretando maiores problemas aos pacientes.
A toxina botulínica, quando comparada a tratamentos convencionais como as placas oclusais, apresentou resultados semelhantes na redução da atividade muscular. No entanto, a toxina botulínica oferece a vantagem de proporcionar alívio mais imediato e temporário, com menores riscos de efeitos adversos prolongados, como alterações no sorriso ou boca seca.
CONCLUSÕES
Os resultados indicam que o tratamento com toxina botulínica é uma opção eficaz e segura para o manejo do bruxismo, especialmente em pacientes que não respondem bem a outros tratamentos convencionais. Este estudo reforça a importância da capacitação contínua dos profissionais de odontologia para garantir a correta aplicação da toxina, maximizando seus benefícios e minimizando potenciais riscos.
Dessa forma, concluímos que a toxina botulínica é uma alternativa eficaz para o tratamento do bruxismo, com efeitos adversos mínimos e temporários. O uso dessa terapia oferece uma opção valiosa para pacientes que não respondem bem a outros tratamentos, como placas oclusais ou intervenções comportamentais. Recomenda-se que os profissionais de saúde estejam adequadamente treinados para garantir a segurança do procedimento.
As pesquisas apresentadas demonstraram positivamente a melhora na qualidade de vida dos pacientes com a utilização da toxina botulínica como alternativa para o bruxismo. No entanto, vale ressaltar que a toxina botulínica não trata a causa subjacente do bruxismo, sendo fundamental uma abordagem multidisciplinar. Ou seja, é importante que profissionais específicos sejam envolvidos para que o tratamento inclua a identificação dos fatores desencadeantes, como estresse, ansiedade ou alterações oclusais, e tratá-los em conjunto, o que não notamos nos estudos apresentados.
Os estudos apresentados na revisão mostraram que a toxina botulínica pode reduzir os sintomas do bruxismo, oferecendo resultados satisfatórios. O TBX-A é uma alternativa segura, eficaz e bem aceita pelos pacientes para o manejo do bruxismo. De forma geral, ainda há necessidade de estudos com metodologia rigorosa para avaliar a eficácia de diferentes terapias para o bruxismo em suas mais variadas formas.
Conclui-se que pesquisa alcançou os seus objetivos, respondendo os achados que a mesma propôs. Como sugestões indica-se coletar mais dados sobre o tema, sendo assim mais dados são necessários para que cada vez mais os profissionais citam-se mais seguros.
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de expressar a nossa profunda gratidão a todas as pessoas e a instituição que tornou possível a realização desta revisão integrativa. Agradecemos especialmente aos pesquisadores e autores cujos trabalhos serviram de base para esta revisão. Reconhecemos o apoio institucional da nossa organização, que nos proporcionou os recursos necessários para elaboração deste estudo (UNIBRAS-GAMADF), bem como aos nossos colegas, familiares e professores, pelo incentivo constante e compreensão ao longo do processo de pesquisa. Por fim, agradecemos aos leitores e profissionais interessados neste tema, cuja curiosidade e dedicação á ciência nos motivam a aprofundar as possibilidades terapêuticas no campo da odontologia.
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1Acadêmica de Odontologia da UNIBRAS, Gama DF, e-mail:juliane.uq@gmail.com
2Acadêmica de Odontologia da UNIBRAS, Gama DF, e-mail: nayanessousa@gmail.com
3Coordenadora Docente da UNIBRAS, Gama DF, e-mail: millena.odonto@gmail.com
4Enfermeira. Docente da UNIBRAS – Gama DF, e-mail: amanda.fonteneles@braseducacional.com.br