TIREOIDE E SEUS DISTÚRBIOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

THYROID AND ITS DISORDERS: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202507251337


Francielle Silva dos Santos1
Josefa Eleusa da Rocha2
Maria Isabel Gomes dos Santos3


Resumo 

Este estudo apresenta uma revisão narrativa sobre os principais distúrbios da glândula tireoide,  abordando aspectos anatômicos, fisiológicos e clínicos. São discutidos o hipotireoidismo, o  hipertireoidismo, os nódulos tireoidianos e o câncer de tireoide, com atenção especial à  prevalência em mulheres, às implicações durante a gravidez e à influência da alimentação sobre  a função tireoidiana. A pesquisa foi realizada em bases de dados científicas com publicações  entre 2019 e 2025. Os achados reforçam a importância do diagnóstico precoce, do  acompanhamento clínico e de estratégias preventivas como a alimentação adequada. Conclui se que o cuidado integral com a saúde tireoidiana é essencial para o bem-estar geral e a  qualidade de vida. 

Palavras-chave: Tireoide, Distúrbios hormonais, Hipotireoidismo, Hipertireoidismo; Gravidez;  Alimentação. 

Abstract 

This study presents a narrative review of the main disorders affecting the thyroid gland, addressing  anatomical, physiological, and clinical aspects. It discusses hypothyroidism, hyperthyroidism, thyroid  nodules, and thyroid cancer, with particular attention to their prevalence in women, implications  during pregnancy, and the influence of diet on thyroid function. The research was conducted through  scientific databases covering publications from 2019 to 2025. The findings highlight the importance  of early diagnosis, clinical follow-up, and preventive strategies such as proper nutrition. It is  concluded that comprehensive care of thyroid health is essential for general well-being and quality of  life. 

Keywords: Thyroid; Hormonal disorders; Hypothyroidism; Hyperthyroidism; Pregnancy; Nutrition. 

1 INTRODUÇÃO 

A tireoide é uma das maiores glândulas do sistema endócrino, na qual se encontra na  região anterior do pescoço e é responsável por regular o metabolismo do corpo, bem como  influenciar o funcionamento de diversos órgãos, como coração, cérebro, fígado e os rins  (Rodrigues, Toledo & Nogueira, 2015 apud Soares et al., 2020). A glândula tireoide tem uma  forma semelhante à letra “H” ou lembrando a forma de uma borboleta. A coloração da glândula  é avermelhada pela vascularização abundante e sua massa é de 20 a 50 g. A tireoide é envolta  por uma cápsula fibrosa que emite prolongamentos para o seu interior, dividindo-a em lóbulos,  dois lobos laterais e uma porção central denominada de istmo (figura 1) (Nascimento-Júnior,  2020). 

Figura 1: Localização da glândula tireoide. 

Fonte: Leandro Mattos, 2019. 

A tireoide controla o metabolismo basal de proteínas, carboidratos e gorduras. Quando o  metabolismo basal é lento, o indivíduo mesmo ingerindo poucas calorias, engordará e se  manterá com sobrepeso. Em contrapartida, o indivíduo com metabolismo basal acelerado,  mesmo consumindo muitas calorias, terá dificuldades para aumentar de massa corporal, tudo  isso graças a regulação feita pelos hormônios tireoidianos (Nascimento-Júnior, 2020). 

Os hormônios da tireoide (HT), que incluem a 3,5,3’-triiodotironina (T3) e a 3,5,3’,5’- tetraiodotironina ou tiroxina (T4), requerem o elemento iodo para apresentar bioatividade. 

Conforme já dito e descrito na literatura clássica de fisiologia humana, os hormônios  tireoidianos, tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), atuam produzindo elevação geral do  metabolismo basal do organismo humano (Granner, 2003; Reed, 2002 apud Oliveira, 2022). A  tireoide produz também a calcitonina, hormônio que contribui para o controle de cálcio (Ca2+)  no organismo. A atividade secretória dessa glândula é controlada pelo hormônio estimulante da  tireoide (TSH), que é secretado pela porção anterior da hipófise e estimulado pelo hipotálamo  por meio do hormônio liberador de tireotrofina (TRH) (Campanari et al., 2022). 

Quando os hormônios tireoidianos T3 e T4 se encontram em desregulação, podem  provocar várias alterações do organismo, como o Hipotireoidismo e Hipertireoidismo (Almeida  et al., 2019). No Hipotireoidismo, a produção dos hormônios torna-se abaixo do normal e induz  o metabolismo lento, no qual provoca o surgimento de alguns sintomas como bradicardia e  ganho de peso (Fernandes & Freitas, 2018; Pinheiro & Nunes, 2019). Enquanto que no  Hipertireoidismo acontece o oposto, percebe-se a produção de hormônios acima do normal, na  qual gera um aumento metabólico no organismo humano, resultando em sintomatologias como  insônia, taquicardia e perda de peso (Callegaro; Viana, 2016 apud Soares et al., 2020). 

Outros problemas na glândula tireoide como tireoidite de Hashimoto, nódulos da tireoide,  câncer, bócio (das Neves Pulcino, 2024), doença de graves (Oliveira, de Oliveira, Araújo e de  Sá, 2024) e adenoma (Soares et al., 2020) são distúrbios que também requerem atenção, levando  em conta que são problemas frequentemente visto em pacientes, principalmente mulheres,  afetando até mesmo seu período fértil e gravidez (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e  Metabologia, 2005; Setan, 2007; Teng et al., 2013 apud Oliveira, de Oliveira, Araújo e de Sá,  2024). Desta forma, objetivou-se realizar um levantamento bibliográfico reunindo trabalhos  referente aos distúrbios relacionados a tireoide. 

2 METODOLOGIA  

O método adotado foi a revisão bibliográfica do tipo narrativa, cujo objetivo é reunir  informações e dados disponíveis sobre a tireoide e seus distúrbios, organizando-os de forma  clara e coerente, resultando em um texto enriquecido com informações relevantes. Os trabalhos  analisados datam de 2019 à 2025. Essa abordagem se caracteriza como uma revisão de  literatura, metodologia empregada no estudo de das Neves Pulcino (2024) e de Oliveira, de  Oliveira, Araújo e de Sá (2024). Para a pesquisa, foram consultadas bases de dados como  Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature 

Analysis and Retrieval System (MEDLINE/PubMed) e Periódicos Capes, buscando artigos e  trabalhos indexados por meio de palavras-chave como: tireoide, patologias hormonais (isoladas  ou combinadas), gravidez, câncer, nódulos e alimentação. 

O estudo foi conduzido nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2024 e janeiro  de 2025, com base na leitura de artigos científicos e publicações acadêmicas de universidades  e instituições de pesquisa, tanto nacionais quanto internacionais. Após a análise dos materiais  disponíveis, foram pré-selecionados arquivos em português, inglês e espanhol que  apresentassem relevância para o tema abordado, sendo posteriormente utilizados como base de  dados para a redação da revisão. A seleção dos arquivos seguiu critérios como a data de  publicação dentro do período estabelecido, prioridade para os mais recentes e relevantes, acesso  livre à comunidade e alinhamento com o tema pesquisado. Para garantir os critérios de inclusão,  os títulos e resumos dos artigos selecionados foram analisados. Quando os resumos não  forneciam informações suficientes para determinar sua exclusão, os artigos foram avaliados em  sua totalidade, conforme descrito por das Neves Pulcino (2024). 

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

De acordo com a ATA (2019) citado por Maronezi (2024), as mulheres apresentam maior  predisposição ao desenvolvimento de doenças da tireoide, especialmente entre jovens e  mulheres de meia-idade. Fatores como gestação, histórico familiar de doenças autoimunes,  relacionadas ou não à tireoide, e o tabagismo aumentam esse risco. Contudo, embora em menor  proporção, os homens também podem ser afetados por essas condições. Por isso, é fundamental  manter exames e consultas médicas de rotina sempre atualizados para um diagnóstico precoce  e tratamento adequado. 

3.1 Hipotireoidismo e Hipertireoidismo  

O hipotireoidismo é mais comum em mulheres, idosos com mais de 65 anos e pessoas  caucasianas. Ele frequentemente ocorre em pacientes com doenças autoimunes, como diabetes  tipo 1 ou doença celíaca, podendo também estar relacionado a endocrinopatias múltiplas. Além  disso, indivíduos com síndrome de Down ou síndrome de Turner apresentam maior  probabilidade de desenvolver hipotireoidismo (Chaker et al., 2017 apud da Silva, 2021). 

A produção dos hormônios tireoidianos pode apresentar falhas de diversas maneiras,  incluindo a desregulação do mecanismo responsável por sua síntese, como ocorre em doenças autoimunes. O funcionamento da glândula tireoide é controlado pelo Hormônio Estimulante da  Tireoide (TSH), produzido e liberado pela hipófise, localizada na base do cérebro. A hipófise,  por sua vez, responde ao estímulo do hormônio liberador de tireotrofina (TRH), produzido pelo  hipotálamo. O eixo hipotálamo-hipófise regula o mecanismo de feedback negativo da tireoide:  quando as concentrações de TRH e TSH estão altas, inibem a liberação de hormônios  tireoidianos (T3 e T4); já em concentrações baixas, estimulam a tireoide a produzir mais  hormônios. Assim, uma redução nos níveis de hormônios tireoidianos resulta em maior  secreção de TSH pela hipófise (Moura; Moura, 2004 apud da Silva, 2021). 

O hipotireoidismo pode ser classificado em três tipos: primário, causado pela deficiência  dos hormônios tireoidianos; secundário, relacionado à insuficiência de TSH; e terciário,  decorrente da falta de TRH. Entre essas formas, o hipotireoidismo primário é o mais prevalente  e geralmente tratado com reposição hormonal. Contudo, outras causas incluem doenças  autoimunes, como Tireoidite de Hashimoto, remoção cirúrgica da tireoide, efeitos de  medicamentos, entre outros (Chiovato; Magri; Carlé, 2019). As formas secundária e terciária  são frequentemente agrupadas sob o termo “hipotireoidismo central” (da Silva, 2021). 

As doenças autoimunes que acometem essa glândula tireoide constituem 30%,  destacando-se a Tireoidite de Hashimoto (TH). A TH é uma doença caracterizada pela presença  de autoanticorpos que destroem os tecidos tireoidianos. A suscetibilidade do desenvolvimento  da TH está associada a fatores genéticos e ambientais. A TH caracteriza-se por vários graus de  disfunção tireoidiana, anticorpos circulantes – antitireoglobulina e antiperoxidase tireoidiana – contra antígenos tireoidianos e infiltração da glândula por células mononucleares e fibrose. Os  mecanismo de iniciação e progressão da destruição celular na TH são: alterações decorrentes  de um processo infeccioso; participação ativa das células tireoidianas na apresentação de  antígenos; atuação da imunidade humoral através de células B e produção de auto-anticorpos  que além de induzirem citotoxicidade complemento mediada contra as células tireoidianas,  participam da destruição tecidual via citotoxicidade anticorpo dependente; a imunidade celular  via células T help e citotóxicas; e os mecanismos de apoptose celular (da Nóbrega; de Souza;  Mandu, 2021). 

O hipertireoidismo é uma condição clínica caracterizada pelo excesso de produção de  hormônios tireoidianos pela glândula tireoide (Fellbrant et al., 2024). Suas causas podem variar,  sendo as mais frequentes a Doença de Graves, o bócio multinodular tóxico e o adenoma tóxico.  As principais complicações relacionadas ao hipertireoidismo são: crise cardiovascular, ósseas,  crise tireotóxica, miopatia tireotóxica, hepáticas e oftalmopatia de Graves, além de impacto  importante na saúde mental dos pacientes (Calzada et al., 2024). 

A Doença de Graves, uma doença autoimune, é a principal responsável pelos casos de  hipertireoidismo. Nessa condição, autoanticorpos chamados imunoglobulinas estimuladoras da  tireoide (TSI) se ligam aos receptores do hormônio estimulador da tireoide (TSH) na tireoide,  resultando na produção excessiva dos hormônios T3 e T4 (Lee; Pearce, 2023). Na Doença de  Graves, além da produção excessiva de hormônios tireoidianos, pode surgir oftalmopatia,  caracterizada por inflamação e edema dos tecidos orbitais, resultando em exoftalmia. Outro  sinal típico é a dermopatia de Graves, que se apresenta como um espessamento cutâneo,  especialmente nas regiões pré-tibiais (Calzada et al., 2024). 

O bócio multinodular tóxico, por sua vez, é definido pela presença de múltiplos nódulos  autônomos na tireoide, que produzem hormônios de forma independente da regulação pelo  TSH. Já o adenoma tóxico corresponde a um tumor benigno único que secreta hormônios  tireoidianos em excesso. Ambas as condições causam níveis elevados de T3 e T4,  desencadeando os sintomas clássicos do hipertireoidismo (Calzada et al., 2024). 

3.2 Nódulos e câncer de tireoide 

Os nódulos tireoidianos (NT) são comuns, especialmente quando se utilizam métodos de  imagem mais sensíveis. Embora a maioria dos pacientes não apresente sintomas, podem surgir  manifestações compressivas relacionadas ao tamanho do nódulo, como dificuldade para engolir  (disfagia), rouquidão, tosse e dificuldade para respirar (dispneia) (Forneiro et al., 2022). 

Os NT representam uma condição comum na sociedade contemporânea. De acordo com  estudos epidemiológicos, a prevalência de nódulos identificados por palpação cervical é  aproximadamente 5% em mulheres e 1% em homens, considerando regiões com adequada  distribuição de iodo. Um aspecto fundamental na avaliação clínica de um NT reside na  necessidade de se excluir câncer de tireoide, que pode ocorrer em 7% a 15% dos nódulos,  dependendo da idade, sexo, história prévia de exposição à radiação, história familiar de câncer  de tireoide, dentre outros fatores (Haugen et al., 2016 apud Forneiro et al., 2022). 

O câncer de tireoide é a neoplasia mais comum do sistema endócrino, sendo o terceiro  tipo de tumor mais frequente em mulheres nas Regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. A doença  é mais prevalente em mulheres, com uma relação de 3:1 em comparação aos homens (INCA,  2023). Entre os tipos de neoplasias tireoidianas, os carcinomas bem diferenciados são os mais  frequentes, com o carcinoma papilífero representando até 80% dos casos, o folicular cerca de  15%, enquanto os pouco diferenciados e anaplásicos somam menos de 5%, e o medular  aproximadamente 5%. Os carcinomas bem diferenciados apresentam células tumorais mais  semelhantes às do tecido original, resultando em um prognóstico favorável e taxas de sobrevivência superiores a 98% (Kumar, Abbas, Aster, 2024). Em contrapartida, os carcinomas  pouco diferenciados e anaplásicos, apesar de menos frequentes, têm crescimento acelerado e  maior propensão a metástases (Caparroz et al., 2024). 

Nas últimas décadas, uma tendência preocupante no aumento da incidência do câncer de  tireoide tem sido observada, e as projeções atuais indicam que esse tipo de neoplasia maligna  conquistará o posto de quarta neoplasia mais comum em todo o mundo até o ano de 2030 (Shin  et al., 2016 apud Junior; Pinotti, 2024). Tal aumento está intrinsecamente vinculado ao  aprimoramento dos métodos de diagnóstico, particularmente com o advento da ultrassonografia  (USG). A USG se estabeleceu como a modalidade de imagem de eleição para a avaliação de  lesões nodulares e condições difusas da tireoide, beneficiando-se da topografia anatômica  favorável dessa glândula para uma análise ultrassonográfica detalhada, além de ser uma opção  acessível em termos de custo, segura, indolor e livre de exposição à radiação ionizante (Junior;  Pinotti, 2024). 

O sistema TIRADS (Thyroid Imaging Reporting and Data System), baseado em exames  de imagem, classifica o risco de malignidade dos nódulos tireoidianos e a necessidade de  realizar biópsia do tecido. Nódulos com tamanho igual ou superior a 1 cm devem ser submetidos  à biópsia apenas se apresentarem características suspeitas, como bordas irregulares,  hipoecogenicidade, aumento da vascularização, microcalcificações, entre outros sinais de  malignidade. Assim, a biópsia aspirativa por agulha fina (PAAF) é um procedimento invasivo,  frequentemente essencial para diagnosticar neoplasias por meio da análise citológica e orientar  o tratamento. Em casos de resultados inconclusivos, podem ser realizados exames genéticos e  moleculares como complementação (Caparroz et al., 2024). 

Com base na biópsia, o Sistema Bethesda para Laudos Citopatológicos de Tireoide  classifica as amostras em seis categorias: I (insatisfatória/não diagnóstica), II (benigna), III  (indeterminada), IV (suspeita de neoplasia), V (suspeita de malignidade) e VI (maligno). De  acordo com a Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço, as categorias III e V  apresentam uma taxa considerável de incerteza diagnóstica, variando entre 20% e 30%, o que  exige uma análise adicional para estimar o risco de malignidade. No entanto, esses métodos  diagnósticos têm limitações, incluindo alta incidência de resultados inconclusivos e a  possibilidade de falsos-positivos ou falsos-negativos. Isso pode levar a diagnósticos incorretos,  cirurgias desnecessárias ou atrasos no tratamento de lesões malignas (Caparroz et al., 2024). 

O tratamento de um nódulo tireoidiano se baseia na terapêutica da doença subjacente. Os  nódulos em pacientes com tireoidite de Hashimoto ou outras causas de bócio associado a  hipotireoidismo podem se estabilizar ou retroceder com a reposição de tiroxina em doses que tornam o paciente eutireoidiano. Para pequenos nódulos benignos não associados a  hipotireoidismo, a supressão do TSH com tiroxina reduz de modo eficaz o nódulo em não mais  que metade dos casos, e é raramente feita. A tiroxina não é usada para tratar os nódulos  neoplásicos. O tamanho de grandes nódulos benignos que comprimem estruturas cervicais  adjacentes pode diminuir após ablação por radiofrequência (das Neves Pulcino, 2024).  

A tireoidectomia parcial ou completa é eficaz no tratamento de nódulos que continuam  crescendo ou que causam sintomas compressivos. Pode-se tratar nódulos tóxicos com iodo  radioativo para controlar o hipertireoidismo e reduzir seu tamanho. Nódulos que não são  decorrentes de câncer de tireoide, não causam sintomas compressivos e não estão associados a  hipotireoidismo ou hipertireoidismo podem ser acompanhados com segurança com exames  físicos periódicos do pescoço e, se houver suspeita de crescimento dos nódulos, por repetição  da avaliação ultrassonográfica (das Neves Pulcino, 2024). 

3.3 Influências da tireoide na gravidez 

Problemas na tireoide são frequentes em mulheres em idade reprodutiva e, por isso,  aparecem com certa regularidade durante a gravidez. As doenças tireoidianas representam a  segunda disfunção endocrinológica mais comum durante a gravidez, sendo as principais, no  hipotireoidismo, a tireoidite autoimune crônica – doença de Hashimoto – e a deficiência de iodo  e, no hipertireoidismo, a doença de Graves, que também é uma patologia autoimune, e o bócio  multinodular tóxico (Singh; Sandhu, 2023). 

Existe uma conexão íntima entre a tireoide da mãe e a do feto. A tireoide é a primeira  glândula endócrina a ser formada no embrião, sendo que o início de seu desenvolvimento se dá  24 dias após a fecundação (Moore, 2016 apud dos Santos et al., 2023). Os hormônios  tireoidianos são essenciais para o desenvolvimento normal do feto, principalmente para a  formação adequada do sistema nervoso central (SNC). No entanto, durante as primeiras 16  semanas da gestação, o feto depende da oferta de hormônios tireoidianos maternos, uma vez  que sua glândula ainda não se apresenta suficientemente funcional (Chen et al., 2022). Para  garantir o suprimento adequado do feto, os hormônios tireoidianos maternos atravessam a  barreira placentária antes e após o início da função tireoidiana fetal, sendo o T4 encontrado  tanto no líquido celômico e amniótico, quanto no cérebro de fetos já com 5 e 6 semanas de  gestação (Maciel; Magalhães, 2008; dos Santos et al., 2023). 

Os tratamentos aplicados nas condições tireoidianas maternas podem impactar  significativamente a tireoide fetal. A autoimunidade tireoidiana tem sido relacionada a  complicações na gestação, assim como a tireotoxicose descontrolada e o hipotireoidismo não tratado. Durante a gestação, também pode ocorrer tireotoxicose transitória, que, em geral, não  exige intervenção terapêutica. Além disso, a tireoidite pós-parto pode afetar a saúde materna  (Couto; Cavichiolli, 2019). Os nódulos e o câncer de tireoide apresentam características  específicas durante a gravidez, tanto em relação à sua progressão quanto ao tratamento. O  hipotireoidismo afeta entre 0,2% e 1% das gestantes em regiões com ingestão adequada de iodo,  enquanto o hipertireoidismo, frequentemente causado pela doença de Graves, ocorre em 0,05%  a 0,2% das grávidas (Alexander et al., 2017 apud Couto; Cavichiolli, 2019).  

O hipotireoidismo materno tem sido consistentemente associado a impactos negativos no  desenvolvimento neurocognitivo do feto e a um maior risco de complicações na gestação, como  parto prematuro, baixo peso ao nascer, perda gestacional e redução do QI no recém-nascido. Já  o hipotireoidismo subclínico apresenta uma associação variável com desfechos gestacionais  adversos. Por outro lado, o controle inadequado do hipertireoidismo materno foi relacionado a  eventos como perda gestacional, hipertensão na gravidez, parto prematuro, baixo peso ao  nascer, restrição do crescimento intrauterino, óbito fetal, tempestade tireotóxica e insuficiência  cardíaca congestiva materna. Ademais, estudos indicam que a exposição do feto a níveis  excessivos de hormônio tireoidiano materno pode predispor ao desenvolvimento de condições  como convulsões e distúrbios neurocomportamentais no futuro (van den Boogaard et al., 2011;  Andersen; Olsen; Laurberg, 2015 apud Couto; Cavichiolli, 2019). 

O tratamento de mulheres grávidas com doenças da tireoide requer uma abordagem  interprofissional, envolvendo endocrinologista, obstetra, médico primário, enfermeiro e  farmacêutico. Essa equipe deve monitorar os testes de função tireoidiana e ajustar os  medicamentos adequadamente, considerando os riscos de complicações na gravidez associadas  ao hipotireoidismo e hipertireoidismo não tratados. Além disso, compreender a fisiologia  tireoidiana normal na gestação é crucial para interpretar corretamente os exames e evitar erros  no diagnóstico e tratamento (Singh; Sandhu, 2023). 

O tratamento do hipotireoidismo na gravidez envolve o uso diário de Levotiroxina em  jejum, para repor o déficit hormonal causado por anticorpos contra a enzima peroxidase  tireoidiana (Solha et al., 2022). Já o hipertireoidismo é tratado com a menor dose possível de  Propiltiouracil, que atravessa a placenta e inibe a síntese dos hormônios tireoidianos. Durante  seu uso, é necessário monitorar regularmente os níveis hormonais para evitar prejuízos à  produção tireoidiana do feto. Após o primeiro trimestre, o Propiltiouracil deve ser substituído  por Metimazol devido à sua hepatotoxicidade, que pode causar danos graves ao fígado da mãe  e do bebê (Bártholo et al., 2014 apud dos Santos, 2023). Em casos raros, pode ser indicada a  ressecção parcial da tireoide, precedida pelo uso de iodeto para reduzir a vascularização. Essa cirurgia, se necessária, é preferencialmente realizada no segundo trimestre da gestação (Singh;  Sandhu, 2023). 

3.4 Tireoide e alimentação 

Pesquisas epidemiológicas apontam que os hábitos alimentares podem ter um papel  significativo na prevenção do câncer de tireoide. O iodo é frequentemente estudado devido à  sua função essencial na produção de hormônios tireoidianos e no desenvolvimento de distúrbios  da tireoide (Gonçalves; Mituuti; Haas, 2020).  

De acordo com a literatura, formas eficazes de prevenir o câncer incluem uma  alimentação saudável, prática regular de atividade física e manutenção do peso corporal  adequado. Consumir alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, legumes, cereais  integrais, feijões e outras leguminosas, e evitar alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas  pode reduzir o risco de novos casos. Dietas ricas em vegetais, que contêm fitoquímicos  bioativos, ajudam a prevenir doenças crônicas. Além disso, o aumento do consumo de peixes  está associado a menor mortalidade e morbidade cardiovascular, com benefícios no  metabolismo, coagulação, função endotelial e rigidez arterial (Scherr et al., 2014 apud  Gonçalves; Mituuti; Haas, 2020). 

Os dados encontrados a partir do trabalho de Gonçalves, Mituuti e Haas (2020),  evidenciaram que um alto consumo de cálcio parece estar associado a um risco reduzido de  câncer de tireoide. Além disso, os autores corroboram que a ingestão prolongada de ômega-3  parece ser protetora para o desenvolvimento de câncer de tireoide. 

Estudos recentes destacam o papel relevante de nutrientes como vitamina D, selênio e  glúten no desenvolvimento e manejo da Tireoidite de Hashimoto (TH) (de Oliveira; de  Guimarães Barros, 2023). De acordo com Nodehi et al. (2019), a vitamina D atua como um  micronutriente imunomodulador, ajudando a minimizar os danos às células da tireoide  provocados por células imunes autorreativas. Uma pesquisa realizada no Irã com 48 mulheres  entre 20 e 45 anos revelou que a suplementação com colecalciferol resultou em uma redução  significativa na proporção de células T auxiliares 17 (Th17) em relação às células T-reguladoras  do tipo 1 (Tr1), responsáveis por regular o sistema imunológico. 

Zuo et al. (2021) destacaram que as selenoproteínas desempenham um papel essencial na  manutenção do sistema imunológico da tireoide, no sistema antioxidante, na síntese hormonal  e no metabolismo corporal. O selênio tem a capacidade de regular os níveis de anticorpos  tireoidianos em pacientes com doenças autoimunes da tireoide (DAT) e contribui para a  biossíntese dos hormônios tireoidianos, sendo sua suplementação útil para equilibrar as concentrações séricas de TSH, T3, T4, anti-TG e anti-TPO. O estudo de Hu et al. (2019) reforça  a importância do selênio na proteção da tireoide por meio das selenoproteínas, que estão  intimamente ligadas às concentrações de citocinas inflamatórias, como interleucina-1 beta (IL 1β), interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), conhecidas por sua  participação na patogênese da Tireoidite de Hashimoto (TH). 

4 CONCLUSÃO 

A saúde da tireoide é fundamental para o equilíbrio metabólico e o bem-estar geral, sendo  essencial compreender os fatores que impactam essa glândula. Distúrbios da tireoide, como  hipotireoidismo e hipertireoidismo, podem afetar diversas funções do organismo, enquanto a  presença de nódulos e o câncer de tireoide demandam atenção médica específica para  diagnóstico e tratamento precoce. Além disso, as influências da tireoide na gravidez são  significativas, já que alterações hormonais podem impactar tanto a mãe quanto o  desenvolvimento do feto. Por fim, a relação entre tireoide e alimentação reforça a importância  de uma dieta equilibrada, rica em nutrientes como selênio e iodo, que contribuem para a síntese  hormonal e a manutenção da função tireoidiana. Essas conexões destacam a necessidade de um  cuidado integral para a prevenção e o manejo adequado de condições relacionadas à tireoide. 

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1Discente do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Alagoas Campus I Arapiraca e-mail: francielle@alunos.uneal.edu.br
2Docente do Curso Superior Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Alagoas Campus I Arapiraca. Doutora em Educação (PPGEDU/UFRGS). e-mail: eleusa.rocha@uneal.edu.br
3Graduada em Ciências Biológicas, Pós-graduada em Gestão Escolar e Mestre em Proteção de Plantas, e-mail: isabelsantos.edu.prof@gmail.com