REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10249261506
Valéria Pires de Rezende1
RESUMO
O presente artigo tem como escopo sobre a questão da fidelização do consumidor no sistema timeshare turístico após o término do programa de férias que abrange a hotelaria na Região das Águas Quentes, que é uma das principais localidades que tem atividades turísticas, trazendo um conjunto de fenômenos naturais e relações produzidas pela permanência e deslocamento de visitantes, motivando a cidade num crescimento e desenvolvimento econômico por meio das hidrotermais. O objetivo geral é analisar a fidelização do consumidor no sistema timeshare turístico após o término do programa de férias que abrange a hotelaria na Região das Águas Quentes. A metodologia para o desenvolvimento deste artigo é abordagem qualitativa, pesquisa bibliográfica por meio das publicações de livros, artigos, revistas, materiais de internet e trabalhos acadêmicos, alinhados no assunto acerca da hotelaria na Região das Águas Quentes e a fidelidade do consumidor após o término do programa de férias. Portanto, conclui-se que, a Região das Águas Quentes traz atratividade alinhada a sua natureza termal, logo, é preciso rever a fidelidade do cliente e os tipos de contratações que devem ser estabelecer na ótica do CDC com maior legitimidade e legalidade em suas cláusulas.
Palavras-chave: Região das Águas Quentes. Timeshare turístico. Hotelaria. Programa de férias.
INTRODUÇÃO
A Região das Águas Quentes é uma das principais localidades que tem atividades turísticas, trazendo um conjunto de fenômenos naturais e relações produzidas pela permanência e deslocamento de visitantes, motivando a cidade num crescimento e desenvolvimento econômico por meio das hidrotermais. Em razões disso, diversos turistas buscam a rede hoteleira deste lugar, procurando opções de estadias para se instalar durante um período de tempo e curtir as atratividades da região. Logo, tem-se o timeshare como um tipo de contrato de adesão a clubes ou programa de férias, onde o consumidor paga previamente para obter o uso e conhecer todo entretenimento oferecido.
Considerando a justificativa deste artigo, o contrato de timeshare turístico, estabelece ao consumidor efetuar o pagamento de forma prévia ao aderir o programa de férias, o qual o mesmo tem o direito de reverter em diárias de hotéis em qualquer lugar do país, principalmente, na Região das Águas Quentes, que passou a ser aceito pelos turistas, no entanto, tem-se a fidelização do cliente, que traz como reflexo na legislação consumerista e na aquisição do sistema de tempo compartilhado. Há de salientar que, este ramo não possui uma lei específica que traga respaldo em tal questão e abordagens mais contundentes ao cumprimento de fidelidade deste produto.
A problemática em questão é como haverá fidelização do consumidor no sistema timeshare turístico após o término do programa de férias que abrange a hotelaria na Região das Águas Quentes?
Em hipótese, torna-se evidente que o sistema timeshare turístico na hotelaria da Região das Águas Quentes é um investimento diferenciado para o consumidor que queira passar suas férias nesta localidade, logo, a fidelização do cliente junto aos empreendedores precisam fortalecer seus produtos ofertados, em razão da falta de legislação que traga respaldo nesse sistema consumerista.
O objetivo geral é analisar a fidelização do consumidor no sistema timeshare turístico após o término do programa de férias que abrange a hotelaria na Região das Águas Quentes. Os objetivos específicos são: discorrer sobre a hotelaria na Região das Águas Quentes; compreender as estratégias aplicadas ao timeshare turístico e a relação consumerista; e discutir acerca da fidelidade do consumidor na hotelaria da Região das Águas Quentes após o término do programa de férias.
A metodologia para o desenvolvimento deste artigo é abordagem qualitativa, pesquisa bibliográfica por meio das publicações de livros, artigos, revistas, materiais de internet e trabalhos acadêmicos, alinhados no assunto acerca da hotelaria na Região das Águas Quentes e a fidelidade do consumidor após o término do programa de férias.
Este artigo possui três tópicos, onde o primeiro é sobre a hotelaria na Região das Águas Quentes, localizada no sudeste do estado de Goiás, sendo a menor em termos territoriais com maior destaque no ramo do turismo de lazer, além de ser a maior estância de águas termais do mundo, além de ser uma cidade centrada nas viagens e férias, motivada pelo negócio, lazer, e afins, que são mantidas até os dias de hoje, isto é, deslocações que vem da necessidade social e individual dos visitantes.
O segundo tópico é acerca das estratégias aplicadas ao timeshare turístico e a relação consumerista, expondo as novas práticas contratuais e consumeristas que devido a sua incidência de práticas abusivas dessa espécie, apresentando ainda, as consequências em face do direito do consumidor, o qual tem seu consentimento informado e livre que pode ser quebrado pela justificativa de abusos e propagandas, isto é, estabelece a possibilidade de arrependimento ou desistência contratual que está conforme o Código do Consumidor.
O terceiro tópico concerne na fidelidade do consumidor na hotelaria da Região das Águas Quentes após o término do programa de férias, que contempla nesta parte acerca dos diversos fatores de fidelização do cliente ao aderir o timeshare turístico, o qual estabelece valores quando se refere aos direitos que, justificam para a desistência do contrato celebrado.
A relevância deste artigo, consiste sobre o timeshare turístico bastante procurado pelos turistas que visitam a Região das Águas Quentes que, consequentemente, não há uma regulamentação que traga tais disposições, fragilizando a adesão na questão de fidelização após o término do programa de férias. Por meio deste assunto, fica claro que, esta pesquisa necessita ser expandida, dentro de um contexto de abordagens de interesse acadêmico ou pesquisadores que queira continuar este assunto.
1. HOTELARIA NA REGIÃO DAS ÁGUAS QUENTES
Historicamente, a origem das Águas Quentes da Região de Caldas Novas vem de um vulcão que existia há 600 milhões de ano que, atualmente, é extinto, porém, ainda expelia lavas incandescentes, gazes e cinzas por milhares de anos. Com o passar do tempo, fortes chuvas e ventanias provocaram erosões, resultando num aterramento do mesmo. Foi com a grande pressão dos gases que forma se expelindo vapor d’água, formando o geisers que, é uma nascente termal que lança águas quentes (Jesus, 2016), que com a diminuição da atividade vulcânica, fez com que a pressão dos gases internos diminuísse, ocasionando apenas uma saída de água quente pelas trincas das rochas de três locais, as quais estão Caldas Novas, Caldas Velhas e Pirapitinga.
É possível afirmar que, há dois fatores para o povoamento de Caldas Novas:
As águas termais e ouro que era farto às margens do córrego das caldas, na época denominado córrego das lavras. Entusiasmado com o manancial de águas quentes, Martinho coelho fixou residência ali, de olho também nas minas de ouro que se multiplicavam: apossou de uma vasta gleba de terra na localidade e construiu o sitio das caldas, em seguida requereu a sesmaria (direito de posse) das terras, legalizando suas propriedades, onde se dedicou ao garimpo de ouro. Logo a notícia da existência de ouro e do valor medicinal das águas se espalhou atraindo centenas de forasteiros e doentes, que construíram barracos às margens do córrego das lavras (Jesus, 2016, p. 02).
A Região das Águas Quentes é localizada no sudeste do estado de Goiás, sendo a menor em termos territoriais com maior destaque no ramo do turismo de lazer, além de ser a maior estância de águas termais do mundo. Sua infraestrutura possui uma característica que permite desenvolver grandes hotéis, clubes, parques aquáticos, pousadas, condomínios, acampamentos, lanchonetes, restaurantes e resorts para o desfrute das hidrotermais. Há de salientar que, foram realizados diversos estudos geológicos, para fins de trazerem uma explicação científica da sua origem, assegurando que têm uma formação de lençol de grandes profundidades, provenientes das chuvas que percolam rochas, mantendo um grau geotérmico.
As águas termais da Região das Águas Quentes possuem um lençol que percorre em diversos locais de recarga que, ao penetrarem no solo, passam a apresentar fissuras nas rochas que vão gradativamente se aquecendo. Este município tem maior destaque em Caldas Novas (divisa com Minas Gerais e localizada aproximadamente 170km de Goiânia), além de possuir uma serra com opções ecoturística e um lago chamado Corumbá que oferece lazer náutico. Esta cidade possui um alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,733, e um Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) de 5,31, apresentando um destaque na dimensão segurança com uma nota de 6,67 (Gomes, 2023).
Entretanto, a Região Turística das Águas Quentes, é um destino ideal em meio da natureza para quem busca lazer e diversão, combinando a infraestrutura com a experiência de relaxar nas águas termais. Além de Caldas Novas (possui mais de 6 milhões de litros de água, brotando da terra com 37,5°C), também tem o Rio Quente e Piracanjuba que oferecem uma ampla atividade que vai do turismo e trilhas até os momentos de entretenimento e relaxamento. Ambos possuem propriedades medicinais e terapêuticas com infraestrutura turística robusta.
A Região Turística das Águas Quentes está localizada na Mesorregião Sul Goiana, Microrregião de Meia Ponte, com população estimada em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 4728 habitantes, de baixa densidade demografia, 12,94 hab./km². Dos 246 municípios goianos, com pequena dimensão territorial Rio quente ocupa o 9° lugar no ranking de renda per capita e sua principal fonte de recursos vem do complexo turístico Rio Quente Resorts, de renome nacional, (80.369,12 R$) e agricultura com cultivo de milho, soja, arroz, pecuária leiteira, e se comparado a outros municípios brasileiros, ocupa a posição 126° (Costa; Carneiro; Matos, 2023, p. 15765).
Haja vista, repensar no cenário turístico da Região das Águas Quentes, esta cidade também teve seu impacto econômico neste setor durante a COVID-19 que, por sua vez, retomou oferecendo viagens para aproximar o turismo e a cultura religiosa. Logo, seu planejamento estratégico teve para fins de experiências entre a relação dos consumidores e o desenvolvimento do município. Sua abrangência traz diversidades importantes para a região, a qual estabelecer seu crescimento, trazendo seu recurso hidrotermal para atrair diversas pessoas nesse entretenimento.
O Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (CADASTUR), também registrou a movimentação turística, em 2022 a 2023, trazendo um quantitativo e distribuição dos prestadores de serviços turísticos da Região das Águas Quentes, considerando 142 restaurantes, 98 agências de turismo, 73 meios de hospedagem, 37 transportadoras turísticas, 31 segmentos, 26 guias de turismo, 14 organizadoras de eventos, 8 apoios ao entretenimento, 5 apoios a eventos, 4 locadoras de veículos, 4 parques temáticos, 3 casas de espetáculo, 1 acampamento turístico, 1 apoio ao turismo, além de se tornar um destino de grande procura pelos turistas para fins religiosos (CADASTUR, 2024).
Gomes; Oliveira; Bittencourt (2024, p. 7), expressa a importância de manter “viva a cultura e o patrimônio da região, nesse sentido, ainda que os destinos possuam outros modelos de turismo, o setor religioso tem uma base de recursos e demanda que se consolidam em crescimento e plena adesão dos turistas ao visitar” a Região das Águas Quentes com seus atrativos turísticos. Existem variadas perspectivas de turismo que buscam enquadrar na abrangência deste ramo, não tendo a facilidade de contemplar uma definição universal e consensual que explique os impactos ocasionados pelas vertentes políticas, culturais, ambientais, econômicas e sociais deste local.
A perspectiva de turismo Região das Águas Quentes, é centrada nas viagens e férias, motivada pelo negócio, lazer, e afins, que são mantidas até aos dias de hoje, isto é, deslocações que vem da necessidade social e individual dos visitantes. Devido a isso, o setor turístico assume um papel estruturante a nível municipal, pela função que se coloca atualmente, no incremento da economia local, encarada como uma realidade, cujo princípio se assenta no desenvolvimento e crescimento da rede hoteleira, evoluindo numa contínua realidade que exige uma dinâmica de oferta, conducente ao conceito do destino que mantém a autenticidade e singularidade do perfil do turista que queira usufruir das atratividades.
Partindo-se da dinâmica da antropização da ZA que reflete o movimento gerado pela economia impulsionada pelo turismo e pelo avanço da agropecuária, é necessário ampliar os debates para uma maior conscientização dos agentes econômicos, da sociedade civil organizada, bem como, do poder público, representados pelos órgãos ambientais, no sentido de se organizar e encaminhar propostas para o uso sustentável dos recursos ambientais no interior da referida área. Por meio de políticas públicas e adoção de um sistema normativo que tutele a ZA, dada a sua importância para a sobrevivência da biodiversidade, manutenção do aquífero termal, sem o qual, a própria economia da Região das Águas Quentes não sobreviveria. Faz necessário recompor o raio mínimo de 3 km de proteção ou conforme a necessidade ecológica do parque, já bastante, mutilado a fim de se evitar os efeitos negativos de borda, restaurando as circunferência e áreas não ocupadas ou consolidadas principalmente, no perímetro urbano (Silva, 2021, p. 134).
A hotelaria e o turismo são dois setores relevantes para a economia da Região das Águas Quentes, por gerar emprego e renda no município. Todavia, a rede hoteleira desta cidade traz um fator crucial para o sucesso, visto que, muitos turistas procuram não apenas um lugar para curtir as férias, mas, sim, busca uma experiência agradável e única, logo, a forma como os hóspedes são tratados durante a sua estadia tem um grande impacto na sua percepção em face do hotel, podendo influenciar na decisão de recomendar para outas pessoas ou retornar para o mesmo local.
Na Região das Águas Quentes é geograficamente estruturado por um Balneário Municipal Pedro Cordeiro Tupá, CTC – Caldas Termas Clube, Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Salete, Sesc – Caldas Novas (GO), Jardim Japonês, Serra Verde Centro Comercial e Artesanato, Lagoa Termas Parque, Monumento das águas, Náutico Praia Clube, Parque de diversões Kitakas, Tropical Thermas Clube I e II, Water Park, Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Praça Mestre Orlando, Casarão dos Gonzaga e o Clube Privé que, por sua vez, tem uma rede de parques e hotéis, cujos tem destaque são o Prive Riviera Park Hotel, Prive Thermas Hotel e o Prive Boulevard Suite Hotel, entre outros. Ademais, tem-se o diRoma Acqua Park, que traz algumas referências arquitetônicas que apresentam características gregas e romanas (Santos, 2020).
Portanto, a Região das Águas Quentes traz estabelecimentos hoteleiros responsáveis por fornecer atendimento aos turistas durante suas férias e estadias, contribuindo para o desenvolvimento econômico do turismo nesta localidade, uma vez que, este setor constitui um papel fundamental neste município, que viabiliza a permanência dos visitantes, seja para o lazer ou negócios, o qual atende às suas necessidades, permitindo a expansão das atividades turísticas na cidade da hidrotermal que impulsionam para o crescimento da cidade.
2. AS ESTRATÉGIAS APLICADAS AO TIMESHARE TURÍSTICO E A RELAÇÃO DO CONSUMERISTA
O timeshare turístico é um tipo de contrato atípico que estabelece sua natureza consumerista, para fins de o turismo, fazendo com que os consumidores possam usufruir das infraestruturas hoteleiras das mais variadas no Brasil, às quais, possivelmente, oferecem condições de acesso por um determinado tempo. Além do mais, seu intuito é oferecer produtos com ofertas variadas que, são consistidas por um modelo contratual com diversas denominações que se apresenta no mercado. Aludido a isso, as formas contratuais são chamadas programas ou clubes de férias, ou tempo compartilhado, que apesar das suas preposições, suas características são peculiares que vão de acordo com os lugares.
Todavia, num contrato de timeshare turístico, o cliente efetua o pagamento antecipado, garantindo o gozo de suas férias futuras que, normalmente, são em hotéis localizados em vários lugares do Brasil. Há de ressaltar que, dentro das relações contratuais, o consumidor arca com a taxa de afiliação, tornando o mesmo, sócio de clube ou programa de férias que, comumente a isso, passa o pagamento serem em anos subsequentes, isto é, parcelamento anual, assumindo obrigações com taxa de manutenção, onde o prazo pode chegar a um período longo, por cerca de dez anos, o qual dá direito durante esse tempo, o consumerista gozar dos benefícios e vantagens das férias pré-programadas (Rojas Ulloa, 2024).
Analisando as principais estratégias do timeshare turístico, sem dúvidas, são utilizadas técnicas agressivas de marketing e venda, onde o consumidor submete a situações de pressão psicológica, a qual ao aderir esse tipo de programa de férias, por finalidade, em muitas propagandas faz com que a celebração imediata desta modalidade contratual, resulta para o cliente uma formar oportunista de consentimento livre e racional, por estabelecer uma propaganda repleta de omissões atinentes aos serviços que será prestado de maneira fragilizada, isto é, em caso de realização do negócio pode haver a desistência do consumidor.
Conforme Borba; Rezende (2023, p. 37), a Região das Águas Quentes é uma localidade que “recebe anualmente muitos visitantes em busca de lazer e diversão nos parques aquáticos de seus empreendimentos imobiliários, mas é uma cidade onde a sazonalidade causa incerteza na população”, onde empresas passam a trabalhar com turismo, até mesmo com vendas de imóveis e serviço de férias compartilhadas.
Todas essas situações levam, em variados casos, colocar os consumidores na buscar da rescisão unilateral do contrato do programa de férias. Contudo, esta procrastinação, resulta na busca do ressarcimento do negócio e, ainda, na procura de danos morais e materiais incorridos. É relevante expressar que, o consumidor tem uma amplitude legal para os seus direitos, considerando o Código de Defesa do Consumidor (CDC) como uma garantia, ao consentimento informado e livre que assegura devidamente ser compensado, prevendo que a rescisão contratual pode ser estabelecida num prazo de sete dias.
O sistema timeshare turístico para Borba; Rezende (2023, p. 40):
As empresas que comercializam as multipropriedades têm como principal estratégia a venda de alto impacto, venda de emoção ou venda de alta performance, a maior parte das salas de vendas utilizam essa estratégia para realizar vendas de forma eficaz, são utilizadas técnicas como; criar urgência para fechar o negócio na hora e emocionar os clientes ao expor os benefícios de possuir uma multipropriedade, pois férias é um tema que traz sentimentos, as pessoas não tiram férias somente para descansar, elas desejam criar lembranças e realizar sonhos com a família e amigos. As vendas de alto impacto têm como característica a velocidade que o negócio é fechado, essa estratégia gera críticas de clientes que denunciam os empreendimentos de terem uma abordagem agressiva e de não dar o tempo necessário para pensarem na proposta, mesmo em clientes que possui um poder aquisitivo alto.
Prevê, ainda, que o timeshare turístico possui uma relação com o consumidor que dá uma origem também ao direito imobiliário, o qual pode ser cancelado sem o cliente pagar multas exorbitantes para as empresas. Por isso, pode-se dizer que, tais alegações para o cancelamento é a falta de omissão e clareza nas informações, as quais estão os sistemas all inclusive eas restrições em relação à data de uso, tendenciando na anulação com base no CDC. Outro ponto específico desta negociação é a venda emocional, apresentando um discurso que envolve normalmente o consumerista numa realidade de ambientes paradisíacos que acaba influenciando o mesmo de maneira irracional, isto é, a fragilidade psicológica pode gerar riscos abusivos.
Segundo Cruz (2023, p. 10), “os produtos oferecidos são timeshare, que dá ao cliente o direito de uso de uma hospedagem com dias ou uma semana previamente definidos”, onde o programa de férias, torna o consumidor ter direito há uma fração de um local turístico em qualquer lugar do Brasil.
Analisando outro aspecto, tem-se o descumprimento contratual das obrigações previstas, que permite o cancelamento do timeshare turístico, que dá o direito do consumidor receber os valores de maneira corrigida e acrescida de juros. Portanto, este programa de férias traz práticas abusivas no setor de hotelaria, principalmente, na Região das Águas Quentes, o qual dentro da relação consumerista, após o término pode haver uma rescisão dos pagamentos, onde envolve a falta de fidelização dos mesmos. Portanto, toda oferta realizada, seja escrita ou verbal, pode eximir o cliente da sua obrigação contratual, por assumir em tese, uma expectativa legítima de celebração do negócio que vincula o CDC, dando aos direitos aos mesmos de não serem féis a este instrumento legal.
3. A FIDELIDADE DO CONSUMIDOR NA HOTELARIA DA REGIÃO DAS ÁGUAS QUENTES APÓS O TÉRMINO DO PROGRAMA DE FÉRIAS
No setor de hotelaria na Região das Águas Quentes, a fidelidade do consumidor pode ser definida como uma lealdade em relação a suas escolhas de hospedagens ou acomodações, por envolver o comportamento e a emoção da compra. O consumidor fiel escolhe o hotel, considerando a apreciação, serviço, atendimento dos funcionários, localização, ambiente dos quartos, design ou outros aspectos. Geralmente, nesses estabelecimentos cresce a familiaridade, devido o conforto que vão além das suas necessidades atendidas. Atualmente, este mercado é baseado em descontos, propriedades, para atrair a comprar dos clientes, ofertando tarifas especiais e valores agregado em demonstrações para conquistar a fidelização.
Analisando esse contexto, pode-se indagar que, por que a fidelização do consumidor na Região das Águas Quentes é relevante para o setor hoteleiro? Em resposta, coloca-se como um ponto de partida que geram receitas para os hotéis que, devido a isso, surge os programas de fidelidade que fazem aumentar as demandas de hospedagens, que tornam os clientes como habitués (frequentador assíduo ou constante), além de conquistar através do marketing, consumidores mais propensos e existentes que pela redução dos custos tornam os mesmos recorrentes pelas diversidades crescentes de opções. Há também as principais maneiras de serem fiéis, observando as características dos mesmos, o qual esta a frequência permanente das diárias ou estadias (Rezende, 2024).
Um programa de férias oferece pontos pela compra de produtos da empresa, além de privilégios e benefícios por ser um consumidor fiel. Geralmente, timeshare turístico na Região das Águas Quentes, possui peso de marketing no ramo hoteleiro, consistindo em maneiras práticas para manter e conquistar o cliente em logo prazo. Observa-se que as ofertas trazem experiências inigualáveis, por ser uma região de hidrotermais que atrai milhares de turistas, logo a consistência do consumidor é o grande motivo para suas necessidades básicas serem atendidas. Outras razões são as expectativas que provocam respostas emocionais para se manter frequente ao local. Uma prova disso é a estadia e os gastos fiéis ligados aos incentivos e as recompensas que encorajam esses consumidores.
A Lei Federal nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, a chamada Lei Geral do Turismo, prevê em seu art. 23, que “consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos ou estabelecimentos destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de frequência individual ou coletiva de uso exclusivo” (Brasil, 2008), bem como, outros serviços que se destinam ao cliente mediante a hospedagem, instrumento contratual, expresso ou tácito, e cobrança de diária. Isso significa que, a Região das Águas Quentes, tem fortes tendências para afetar também esta legislação, logo, os investimentos vivem em constantes crescimentos, onde as empresas que adotam o sistema timeshare turístico pode fragilizar a fidelização do consumidor.
O setor hoteleiro está alinhado ao turismo e representado, na sua maioria, por empreendedores ou empresas que brindam os serviços ou produtos, como são o caso dos hotéis da Região das Águas Quentes, que oferecem atratividades e outros aspectos. Pelo mesmo, existem variadas propostas que tornam distintas para a administração desses setores que investem no sistema timeshare turístico. Ao se referir a tudo isso, declara que esta atividade de natureza intangível, normalmente, não necessariamente, passa a acontecer interações entre os fornecedores e clientes que eleva na melhor compreensão para aderir o programa de férias nesse local, resultando na fidelização do consumidor versus lucratividade das empresas que, por vezes, impacta alinhado nos fatores mantém maior tempo o seu cliente, gerando um lucro individual e de interesse.
De acordo com González (2005, p. 81), a Região das Águas Quentes estabelece um enfoque onde:
A satisfação do cliente é considerada como resultado da avaliação feita depois de uma compra específica, em outras palavras, indica quão satisfeito o cliente está com o produto ou serviço depois de concretizada a transação. No segundo enfoque, o conceito é construído como resultado da experiência global de consumo de um produto ou serviço. De acordo com esta definição, a satisfação do cliente deveria consistir parcialmente da experiência e da percepção do produto ou serviço, incluindo, dentre outros fatores, a experiência do cliente na qualidade, as atividades de marketing, etc.
Para entender melhor, o marketing dos produtos no termalismo, é relevante para a adesão dos programas de férias. Então, as promoções surgem da ideia da existência dos variados tipos de consumidores, os quais usufruem a hotelaria para o lazer ou turismo, enquanto, os clientes aquistas, pretendem apenas utilizar de termas para fins de descanso ou como uma alternativa terapêutica. Logo, observa-se que sistema timeshare turístico no setor de hotelaria da Região das Águas Quentes aparece bastantes casos de fidelização para este tipo de negócio, por muitas vezes estarem impulsionados em algumas variedades de características que envolvem a intangibilidade do fornecimento, prevalecendo somente à experiência.
Martins (2023) explica que, as inferências para aderir o programa de férias na Região das Águas Quentes, colocam as empresas prestadoras desses serviços, estabelecerem características intrínsecas e peculiarmente para usufruir das estâncias termais e hotéis, onde a heterogeneidade ou variabilidade, decorre da natureza dos produtos que uniformiza dentro de uma percepção complexas, onde o cliente pode desistir, até mesmo, por meio da justiça. Há de salientar que, a variabilidade é um fato que o consumidor consiste numa produção e consumo simultâneo que a perecibilidade são armazenadas, surgindo as interferências por ser um negócio profundamente sazonal que é exercida nos períodos de maior afluência.
A criação de ações para estabelecer um perfil ideal para fidelizar o cliente, necessita ter um acompanhamento de toda trajetória do consumidor desde sua adesão do sistema timeshare turístico, além da sua adequação que envolve o fornecer dos serviços e os consumidores na relação contratual. Torna-se claro que, os direitos e deveres devem ser preservados, uma vez que, definirá toda condição oferecida, as quais devem ser transparentes para conquistar os mesmos. Tais tendências também envolva a gestão, pois, há um relacionamento lucrativo que sustenta esse meio, porém necessita ser revisto devido à desistência da celebração contratual.
Diante da visão empresarial e especial da Região das Águas Quentes, o setor de hotelaria, segundo Rezende (2024, p. 15), deve apresentar as seguintes “características; ter relações de trabalho inteligentes; ter maior e melhor proximidade com o consumidor; ter gestão profissional; ter tecnologia de ponta e ter crescimento sustentável”, levando em consideração os direitos e deveres do consumidor, devido à fidelidade levada em questão.
Mediante a isso, é preciso que as diversidades que entraram como influenciadoras da fidelização e satisfação do consumidor necessitam ser vistas como uma referência e que haja um monitoramento do período, em razão dos gostos e preferências que mudam com certo tempo. Tais informações são valiosas para o setor de hotelaria e que levam para a Região das Águas Quentes melhores estratégias de fidelidade ao cliente que adere o sistema timeshare turístico, além de estabelecer um acompanhamento contínuo com avaliações e opiniões sobre os serviços ou produtos, onde possa mudar a realidade dos modelos e técnicas aplicadas nas vendas.
Nesta ordem de ideias, pensar a inovação no termalismo remete-nos para o desenvolvimento e implementação de novas ideias, tecnologias, práticas e abordagens no campo das estâncias termais e terapias de bem-estar. Isto porque, “ao longo dos últimos anos, tem-se assistido no setor do turismo e nos destinos turísticos termais, a uma reorganização dos stakeholders posicionando-se no sentido do aumento da atratividade, da competitividade e da conquista de oportunidades de desenvolvimento adaptada sobretudo às novas exigências dos mercados e aos ritmos de vida acelerados” (Proença, 2022, p. 21 apud Martins, 2023, p. 30).
Dessa forma, todo contexto envolvido no sistema timeshare turístico, estabelece nas ideias de inovação do termalismo, onde os destinos se encaminham para o crescimento do turismo na Região das Águas Quentes, como elemento que está cada vez mais se fortalecendo, no entanto, a necessidade de uma visão nas vendas no setor de hotelaria para este tipo de modalidade, torna-se contundente para não haver uma lesão contratual por parte do consumidor em face do negócio.
CONCLUSÃO
Fica evidente que, quando há um produto ofertado no mercado de consumo, torna-se natural que diversos empreendimentos utilizem suas estratégias para adesão e venda mais convencional e agressiva para oferecer aos consumidores. Devido a isso, é preciso levar em consideração que essas ofertas precisam ser analisadas no momento da contratação, levando numa ótica maior a fidelização do cliente após a sua aquisição. Percebe-se que, o programa de férias nos hotéis da Região das Águas Quentes, realmente, traz um verdadeiro benefício, no entanto, sistema timeshare turístico oferecido, pode ser uma tática incisiva de venda que necessita ser mais efetiva e específica na lei consumerista.
Em primeiro lugar, observou-que o primeiro objetivo sobre a hotelaria na Região das Águas Quentes, traz grandes empreendimentos que, por sua vez, mostra ser uma localidade que uma atratividade nas suas águas termais, dentro de uma visão ampla que inclui clubes, hotéis, pousados, entre outros estabelecimentos. Nota-se que é uma localidade que possui grandes centros turísticos que acabam atraindo bastantes visitantes, onde este próprio local tem uma estimativa alta de população e desenvolvimento humano, que se destaca mundialmente, pelo seu turismo, cultura e economia que cada vez mais, cresce anualmente. Respectivamente, sua atividade econômica é refletida pela hotelaria e as próprias hidrotermais.
O segundo objetivo consistiu nas estratégias aplicadas ao timeshare turístico e a relação consumerista, onde observou que esse sistema abrange o direito de uso de programa de férias em qualquer lugar do Brasil, o qual estabelece um tipo contratual que é baseado no CDC. Analisando esses aspectos, entende-se que esta modalidade de contrato oferece ao consumidor acesso exclusivos em hotéis, clubes, resorts, etc., para desfrutar a natureza do turismo, entre outros aspectos. Logo, nota-se que a celebração do contrato traz cláusulas que o cliente pode desistir, justificando a pressão emocional ou arrependimento dos serviços pactuado.
O terceiro objetivo contempla acerca da fidelidade do consumidor na hotelaria da Região das Águas Quentes após o término do programa de férias, o qual se observou a associação entre os empreendedores de hotéis e a fragilidade dos serviços oferecidos, percebendo a finalidade do negócio em relação a isso é a lucratividade, por essa razão, pautam-se os direitos do consumidor pela insatisfação do produto, deixando de lado o interesse, devido às maneiras de abordagens que envolvem a celebração do contrato e o comportamento emocional do cliente iludido, isto é, nota-se que a eficiência e qualidade precisam se concentrar na legalidade mais efetiva neste tipo de negócio.
Contudo, respondendo à questão principal de como haverá fidelização do consumidor no sistema timeshare turístico após o término do programa de férias que abrange a hotelaria na Região das Águas Quentes, torna-se evidente que é preciso reestabelecer as formas de vendas oferecidas pelos colaboradores, além de fortalecer a celebração contratual dos serviços. Portanto, conclui-se que, esta cidade traz atratividade alinhada a sua natureza termal, logo, é preciso rever a fidelidade do cliente e os tipos de contratações que devem ser estabelecer na ótica do CDC com maior legitimidade e legalidade em suas cláusulas.
REFERÊNCIAS
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1 Graduação em Direito pelo Centro de Ensino Superior de Catalão (2002), Mestre em Ciências Jurídicas – Universidad Americana (2014) e Doutora em Administração – Universidad Americana (2016). Atualmente é analista judiciário – escrevente – Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito, atuando principalmente no seguinte tema: ciências jurídicas.