TERRAPLANAGEM NO CONDOMÍNIO QUINTAS DO SÃO JOSÉ DO RIO NEGRO EM MANAUS  -ESTUDO DE CASO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410121302


Sérgio Avelino Marques Pedrosa1
Antônio Estanislau Sanches2
Erica Cristina Nogueira Marques Pinheiro3


1. RESUMO

Este estudo de caso aborda o processo de terraplenagem no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, em Manaus, Amazonas, uma região caracterizada por desafios geotécnicos e ambientais. A análise foca nas técnicas utilizadas para preparação do terreno, bem como nas soluções implementadas para mitigar os impactos ambientais causados pelo processo. O estudo também examina os desafios impostos pelas condições naturais, como a alta pluviosidade e a fragilidade dos solos, propondo melhorias para futuras intervenções semelhantes. Com base em uma revisão da literatura e em normas técnicas, o trabalho sugere boas práticas que equilibram a necessidade de expansão urbana com a preservação ambiental. Os resultados deste estudo podem servir como referência para outros projetos de terraplenagem em áreas ambientalmente sensíveis.

Palavras-chave: Terraplenagem, Manaus, Impactos Ambientais, Solo, Expansão Urbana.

ABSTRACT:

This case study addresses the earthworks process in the Quintas do São José do Rio Negro Condominium, in Manaus, Amazonas, a region characterized by geotechnical and environmental challenges. The analysis focuses on the techniques used for land preparation, as well as the solutions implemented to mitigate the environmental impacts caused by the process. The study also examines the challenges imposed by natural conditions, such as high rainfall and fragile soils, proposing improvements for similar future interventions. Based on a literature review and technical standards, the work suggests best practices that balance the need for urban expansion with environmental preservation. The results of this study may serve as a reference for other earthworks projects in environmentally sensitive areas.

Keywords: Earthworks, Manaus, Environmental Impacts, Soil, Urban Expansion.

2.INTRODUÇÃO

A terraplenagem é uma atividade fundamental na engenharia civil, especialmente em regiões com topografia acidentada, como a Amazônia, onde o solo e as condições climáticas representam desafios adicionais para o desenvolvimento urbano. Em Manaus, a expansão de empreendimentos imobiliários, como o Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, exige a realização de terraplenagem para a adequação do terreno às construções. No entanto, esse processo precisa ser cuidadosamente planejado e executado para minimizar os impactos ambientais e garantir a estabilidade das edificações (SILVA, 2015).

Segundo Alves e Oliveira (2012), a terraplenagem envolve uma série de operações que visam modificar a superfície natural do terreno, tornando-o adequado para a construção. Essas operações incluem corte, aterro e compactação do solo, e são especialmente críticas em áreas com condições geológicas desfavoráveis, como solos arenosos ou argilosos, comuns na região amazônica. O planejamento adequado dessas atividades pode reduzir riscos como erosão, deslizamentos e assoreamento de corpos d’água adjacentes.

Estudos anteriores destacam que, em áreas como Manaus, onde há uma alta concentração de chuvas e solos muitas vezes instáveis, as técnicas de terraplenagem devem ser acompanhadas de estratégias de controle ambiental, como a implantação de sistemas de drenagem e vegetação de contenção (SOUZA et al., 2016). Além disso, a NBR 6479:1992, norma que regula procedimentos para terraplenagem no Brasil, estabelece diretrizes para garantir a segurança e sustentabilidade das obras em diferentes tipos de solo.

Portanto esse  estudo de caso examina o processo de terraplenagem no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, abordando as características específicas do terreno e as técnicas utilizadas para adequação do solo às necessidades construtivas, com foco na mitigação de impactos ambientais e na segurança das operações.

3. JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento de empreendimentos urbanos em áreas ecologicamente sensíveis, como a Amazônia, demanda uma abordagem cuidadosa, tanto do ponto de vista técnico quanto ambiental. A terraplenagem no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, em Manaus, apresenta um estudo de caso significativo, pois essa região possui características ambientais complexas, como relevo acidentado, alta pluviosidade e solos frágeis, que podem aumentar o risco de erosão e deslizamentos se as obras não forem planejadas e executadas adequadamente .

Dada a relevância econômica e social do setor imobiliário em Manaus, torna-se imprescindível o estudo detalhado dos processos de terraplenagem como uma etapa crítica para a viabilidade de novos empreendimentos. A expansão urbana em áreas como o Condomínio Quintas do São José do Rio Negro ocorre em terrenos que exigem adequações significativas, e, ao mesmo tempo, impõe a necessidade de minimizar os impactos ambientais, atendendo a exigências legais e regulamentações ambientais estabelecidas por órgãos como o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).

Além disso, a Justiça Ambiental e a sustentabilidade são temas de crescente importância nos projetos de infraestrutura. Assegurar que a terraplenagem seja realizada de forma responsável pode reduzir significativamente problemas como a degradação de áreas protegidas e o assoreamento dos rios da região, que possuem uma biodiversidade rica e frágil (Santos, 2017). Assim, o estudo de caso no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro é relevante tanto para fornecer soluções técnicas eficazes quanto para garantir que o desenvolvimento urbano em Manaus aconteça de forma sustentável e segura, sem comprometer os recursos naturais.

O conhecimento gerado a partir deste estudo poderá auxiliar futuros empreendimentos que enfrentem desafios similares em regiões com características geográficas e ambientais semelhantes. Além disso, pode servir como base para a elaboração de diretrizes mais rigorosas e adequadas para projetos de terraplenagem na Amazônia, onde o equilíbrio entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental é uma preocupação crescente.

OBJETIVOS

Objetivo geral

 Investigar o processo de terraplenagem no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro em Manaus

Objetivos específicos:

  • Avaliar as características do terreno e sua adequação para o processo de terraplenagem.
  • Identificar as técnicas utilizadas para nivelamento, corte e preenchimento do solo.
  • Analisar os desafios enfrentados devido às características climáticas e geológicas da região.
  • Examinar as estratégias implementadas para reduzir impactos ambientais.
  • Propor melhorias e alternativas para otimizar futuros projetos de terraplenagem na área.4.METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste estudo de caso para a análise do processo de terraplenagem no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, em Manaus, foi dividida em etapas sequenciais e interdependentes. A abordagem foi tanto qualitativa quanto quantitativa, abrangendo a coleta de dados no campo, análise técnica e revisão teórica. As etapas principais seguiram o seguinte roteiro metodológico:

A figura 01 a seguir ilustra a metodologia do fluxograma:

Figura  01:  Fluxograma da Metodologia

5. REVISÃO DA LITERATURA

A terraplenagem é uma prática essencial no desenvolvimento urbano, sendo amplamente discutida na literatura devido à sua complexidade técnica e aos riscos ambientais associados. Segundo Santos (2010), a preparação do solo para construção envolve uma série de operações, como cortes, aterros e compactação, que devem ser cuidadosamente planejadas para evitar impactos negativos, como erosões e instabilidade do solo.

Em regiões tropicais, como a Amazônia, Silva e Almeida (2015) apontam que o principal desafio reside nas condições climáticas e na presença de solos altamente erodíveis, exigindo o uso de tecnologias e práticas de manejo sustentável. A NBR 6484/2020 também oferece diretrizes importantes para a realização de sondagens de reconhecimento do solo, necessárias para a avaliação da adequação do terreno.

Além disso, Coutinho (2013) destaca que a gestão de resíduos e a preservação de áreas naturais são fundamentais em projetos que envolvem grandes movimentações de terra. O estudo de Medeiros et al. (2017) sobre terraplenagem em áreas urbanas da Amazônia sugere que o monitoramento constante das obras e o uso de técnicas geotécnicas adequadas são essenciais para garantir a segurança e a sustentabilidade dos projetos.

Essa revisão da literatura estabelece a base teórica para analisar o estudo de caso, ressaltando a importância de uma abordagem integrada que leve em consideração tanto os aspectos técnicos quanto os ambientais na execução de obras de terraplenagem em áreas sensíveis como a região amazônica.

5.1 METÓDOS DE TERRAPLANAGEM

A técnica da terraplanagem consiste em deixar a área nivelada, pronta para receber a estrutura da construção. Esse resultado é obtido por meio da realização de cortes e retiradas do excesso de terra do solo, sendo depois reutilizado para preencher espaços íngremes, deixando toda a região plana e firme.É dividida em três etapas: desmatamento (retirada de parte da vegetação do terreno, de acordo com o órgãos da região responsáveis), destocamento (remoção ou queimada do entulho proveniente do desmatamento) e limpeza do terreno onde será erguida a construção. Para a consecução do projeto de terraplenagem, é essencial entender a etapa de corte e aterro a ser realizado. Corte trata da escavação e retirada de solo do terreno, enquanto o aterro é o acréscimo de terra ao solo, de forma a elevar o terreno ou preenchê-lo de forma a nivelar a área. Nessa fase é necessário analisar, juntamente com um profissional habilitado, se há a necessidade de alguma contenção ou muro de arrimo para assegurar a estabilidade e resistência do projeto, principalmente quando se tratar do posicionamento e inclinação ideal para os taludes, que são superfícies inclinadas de um aterro ou de um corte, rampas.

A figura abaixo ilustra  as técnicas de terraplanagem .

Figura 02: Processo de Terraplanagem

Fonte: júnior, Mensurar (2021)

5.2 Equipamentos Utilizados na Terraplanagem

TRATOR AGRÍCOLAÉ utilizado para mover objetos que atrapalham o andamento da construção, como restos de materiais, árvores, pedregulhos, entre outros.
CARREGADEIRAEste equipamento é uma espécie de trator com uma caçamba acoplada na parte dianteira, utilizada para carregamento de materiais em grandes quantidades.
ESCAVADEIRA HIDRÁULICAA escavadeira executa diversas funções dentro de um canteiro de obras com bastante rapidez. É utilizada para abrir trincheiras, escavação de materiais, remoção de aterro e retirada do excesso de terra do solo.
ROLO COMPACTADORExistem quatro tipos de rolo compactador: Vibratório (solos arenosos ou compostos por argila,) Tamping (asfaltos e vias públicas), Pneumáticos (pavimentação) e Estático (selagem do solo). Na terraplanagem em construção civil, sua função é de compactar a terra para preencher os espaços vazios do solo, evitando depressões e outras irregularidades que possam interferir na estrutura física da obra.
RETROESCAVADEIRAFamosa pela sua versatilidade em operar em diversos nichos e com mo na região por meio da lâmina de aço acoplada ao eixo dianteiro do trator, para então receber o concreto que servirá de base para a construção.últiplas funções, a retroescavadeira é utilizada na construção civil para efetuar escavação de valetas, carregamento de pequenos caminhões e na manutenção de canteiros.
MOTONIVELADORAEssa máquina é destinada para fazer o acabamento final da terraplanagem através de corte preciso.

             Terraplanagem no Condomínio Quintas do Rio Negro, possui um perfil ideal para a inserção de uma habitação é aquele que possui estabilidade em sua estrutura e uma área adequadamente recortada e nivelada para contemplar a obra arquitetônica planejada e que forneça segurança a quem habitará a área. Ou seja, o terreno pode ser plano ou inclinado e, a fim de projetar o traçado ideal e prevenir eventuais problemas estruturais na obra, devem ser corretamente medidas as variações apresentadas em seu relevo para elaborar seu nivelamento e deixá-lo pronto para receber a estrutura prevista.Conforme a figura 03 abaixo.

Figura 03: Nivelamento em Terrenos

Fonte: júnior, Mensurar (2021)

6. ESTUDO DE CASO

6.1 Localização do Objeto

O Quintas de São José do Rio Negro, com acesso pela Avenida do Turismo/Estrada do Cetur, está na área mais verde da Zona Oeste de Manaus, o bairro Tarumã. Na região e arredores estão localizados diversos restaurantes, supermercados, shopping center, escolas, aeroporto, centros de convenções, marinas e hotéis.

Figura 04: Localização do Objeto

  Fonte: Google Maps (2024)

O Estudo de caso desse artigo demostrará na figura 05, onde tem-se o projeto de implantação do Condomínio Quintas de São José como pode ser observado na figura a seguir.

Figura 05: Implantação

Fonte: Adaptado,Zola(2022)

7 Descrição das Etapas de Terraplangem

7.2  Corte e Aterro

O corte na terraplenagem é a etapa que envolve a remoção de material excedente do terreno para que ele atinja o nível ou a forma desejada para a construção. O objetivo é adequar o solo às necessidades do projeto, reduzindo ou eliminando elevações e preparando a área para posterior compactação ou construção. No Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, o corte foi uma fase crítica devido às características topográficas acidentadas da região.

Foram nescessários 6 (seis) etapas para os procedimentos da terraplanagem:

Etapa 01 – Levantamento Topográfico: O primeiro passo para o corte onde foi realizado  um levantamento topográfico preciso da área. Esse levantamento ajuda a identificar as áreas que necessitam de remoção de material (terreno elevado) e as que precisam de aterro. O projeto topográfico do Condomínio Quintas do São José do Rio Negro foi essencial para determinar as áreas exatas de corte e garantir que o terreno ficasse nivelado.

 Etapa 02  – Definição de Cotas de projeto : As cotas de projeto são as elevações ou níveis finais que o terreno deve atingir após o corte. Elas são determinadas com base nas necessidades do projeto e nas condições do solo. Para garantir a estabilidade da construção e a drenagem adequada, as cotas devem ser definidas considerando o relevo natural e as condições climáticas locais.

Etapa 03 – Remoção de Material: O processo de corte envolve a escavação de material, que pode ser rocha, solo ou uma combinação dos dois. Equipamentos pesados, como escavadeiras, tratores e motoniveladoras, são utilizados para essa etapa. No condomínio, o corte foi feito com escavadeiras hidráulicas, seguidas de caminhões para transportar o material removido para áreas de descarte ou reaproveitamento.

Etapa 04 – Transporte de Material: O material removido pode ser reutilizado em áreas que necessitam de aterro, sendo transportado de forma planejada. Caso contrário, ele deve ser destinado de forma adequada, respeitando as normas ambientais. O reaproveitamento do material de corte reduz custos e impactos ambientais, sendo uma prática recomendada sempre que possível.

Etapa 05 – Contrle de Erosão : Durante e após o corte, há o risco de erosão do solo, principalmente em áreas de alta pluviosidade, como a Amazônia. Para mitigar esses riscos, medidas de controle de erosão, como a construção de taludes estáveis e a implementação de sistemas de drenagem temporários, devem ser aplicadas. No Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, taludes com vegetação foram utilizados para estabilizar as áreas cortadas.

Etapa 06: Controle de Qualidade: Após a execução do corte, é fundamental realizar inspeções para verificar se as cotas e inclinações estão de acordo com o projeto. O solo deve ser analisado para garantir que sua composição seja adequada para suportar as construções previstas e que o terreno esteja estável e livre de riscos de deslizamento.

Figura 06: Área executada o Corte

          Fonte: Avelino, Sérgio (2023)

O aterro é uma etapa fundamental para o processo de terraplenagem, que consiste em preencher as áreas mais baixas do terreno com material removido de outras áreas (geralmente do corte) ou com solo transportado de outra região. O objetivo do aterro é nivelar o terreno, garantindo que ele atenda às especificações do projeto de construção, proporcionando uma base estável e compactada para as edificações.

No caso do Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, o aterro foi uma das fases mais desafiadoras, devido às características da área, como a variação topográfica e o solo com alta saturação de umidade típico da Amazônia.

Para o Aterro  foram realizadas etapas fundamentais para finalização da terraplanagem:

Etapa 01 -Preparação do Terreno: Antes de iniciar o aterro, é fundamental preparar a superfície que vai receber o material, garantindo que o terreno esteja livre de vegetação, resíduos e pedras que possam comprometer a compactação e a uniformidade do solo. No condomínio, essa etapa incluiu a limpeza das áreas destinadas ao aterro e a regularização do solo existente.

Etapa 02 -Escolha e Transporte do Material de Aterro: O material utilizado para o aterro geralmente provém das áreas de corte. No entanto, dependendo das características do solo local, pode ser necessário trazer material de outras áreas para garantir a qualidade do aterro. O solo utilizado precisa ser de boa qualidade, com características adequadas de compactação e drenagem. No caso deste projeto, o solo foi selecionado com base em testes de granulometria e plasticidade, para garantir que suportasse as futuras edificações.

Etapa 03 -Distribuição e Camadas de Aterro: O aterro é feito em camadas, normalmente de 20 a 30 cm de espessura, para facilitar a compactação e garantir que o solo seja homogeneamente distribuído. Cada camada deve ser compactada individualmente antes de se adicionar a próxima. Essa técnica é essencial para garantir que o solo do aterro tenha a densidade necessária para suportar cargas estruturais. Foram utilizadas máquinas como rolos compactadores e placas vibratórias para garantir a compactação adequada de cada camada.

Etapa 04: Compactação do Solo: Compactação do Solo:  A compactação é uma das etapas mais importantes do aterro, pois determina a capacidade do solo de suportar o peso das construções e reduzir o risco de recalques diferenciais (afundamentos). A compactação foi monitorada por meio de ensaios de densidade in situ, como o ensaio de compactação Proctor e o ensaio do cilindro, que verificaram se o solo atingiu a densidade adequada. A compactação é feita com diferentes tipos de equipamentos, como compactadores vibratórios e rolos lisos ou de pé de carneiro, dependendo da condição do solo.

Etapa 04 – Drenagem do Aterro:  O aterro em regiões de alta pluviosidade, como Manaus, requer especial atenção à drenagem. Sistemas de drenagem provisórios, como valas e canaletas, foram instalados para evitar o acúmulo de água nas áreas de aterro durante as obras. Além disso, foi necessário prever sistemas de drenagem permanentes no projeto, para evitar que a água cause erosão ou instabilidade nas áreas aterradas.

Etapa 05 – Controle de Qualidade e Ensaios na Compactação:  Durante e após a execução do aterro, foram realizados ensaios para verificar se o solo estava devidamente compactado e se atingiu as especificações do projeto. Ensaios como o de densidade e umidade foram aplicados para garantir que o solo apresentava a resistência e a estabilidade necessárias. No projeto do condomínio, os ensaios de compactação foram realizados a cada camada, assegurando que o processo fosse controlado em todas as etapas.

Etapa 06 – Revegetação e Contenção: Após a finalização do aterro, áreas de taludes ou encostas podem ser propensas à erosão. Para evitar isso, foram aplicadas técnicas de revegetação e contenção, utilizando gramíneas e mantas geotêxteis para estabilizar o solo e proteger contra a erosão superficial. Essas medidas são essenciais para garantir a estabilidade a longo prazo, especialmente em áreas de clima úmido como a Amazônia.

Desafios do Aterro no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro:
  • Alta Pluviosidade: A forte incidência de chuvas na região amazônica dificultou o processo de compactação e exigiu sistemas eficientes de drenagem temporária e permanente.
  • Solo Saturado: Em algumas áreas, o solo apresentava alta saturação de água, o que complicou o processo de compactação e demandou técnicas específicas para melhorar as condições do terreno antes do aterro.
  • Controle de Erosão: Devido às inclinações do terreno e à ação das chuvas, foram necessárias técnicas de estabilização das áreas de aterro para evitar deslizamentos e erosão.

Figura 07: Execução de Vala para bueiros

    Fonte: Avelino, Sérgio (2023)

Figura 08 :  Solo Compactado

Fonte: Avelino, Sérgio (2023)

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo de caso sobre a terraplenagem no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro, em Manaus, destacou a complexidade de realizar obras de movimentação de terra em regiões com características geográficas e ambientais tão desafiadoras. As etapas de corte e aterro foram fundamentais para adaptar o terreno acidentado às necessidades do projeto, mas exigiram soluções técnicas rigorosas para garantir a segurança das construções e a minimização dos impactos ambientais.

A alta pluviosidade, o relevo irregular e a presença de solos instáveis aumentaram a complexidade do projeto, exigindo um planejamento detalhado e a adoção de boas práticas, como o uso de técnicas avançadas de compactação, sistemas eficientes de drenagem e medidas preventivas de controle de erosão. O estudo demonstrou a importância de integrar aspectos técnicos, ambientais e legais ao longo de todo o processo de terraplenagem, considerando as particularidades do solo amazônico e as exigências das normas ambientais locais. Além disso, o impacto ambiental da terraplenagem foi tratado de forma criteriosa, com a implementação de medidas de mitigação adequadas. A revegetação das áreas de talude e a implantação de sistemas de drenagem eficientes foram soluções essenciais para evitar a degradação do solo e a erosão, garantindo a sustentabilidade do projeto.

Este estudo de caso oferece importantes lições para futuros empreendimentos na região, servindo como referência para a execução de terraplenagem em áreas ambientalmente sensíveis. As práticas desenvolvidas podem contribuir para melhorar os processos de construção em regiões tropicais, promovendo um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação ambiental.

Portanto, a terraplenagem no Condomínio Quintas do São José do Rio Negro reforça a necessidade de uma abordagem integrada, onde o planejamento técnico, a gestão ambiental e a observância das regulamentações são fudamentais  para o sucesso de projetos de infraestrutura em regiões desafiadoras como a Amazônia.

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6479:1992 – Solos – Determinação da resistência ao cisalhamento pelo ensaio de compressão triaxial. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução nº 001/1986 – Dispõe sobre critérios para avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 jan. 1986.

IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Manual de obras de terra: estabilização de encostas e taludes. São Paulo: IPT, 2011.

INSTITUTO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO AMAZONAS (IPAAM). Normas técnicas e diretrizes ambientais para terraplenagem e movimentação de solo em áreas sensíveis. Manaus: IPAAM, 2019.

LIMA, G. F.; PEREIRA, J. M. Sistemas de drenagem em regiões de alta pluviosidade: práticas sustentáveis para projetos de terraplenagem. Engenharia Ambiental, v. 17, n. 2, p. 55-66, 2020.

NEVES, A. P.; SILVA, R. A. Técnicas modernas de compactação de solo em regiões tropicais. Revista Brasileira de Geotécnica, v. 12, n. 3, p. 79-88, 2019.


1Discente de Engenharia Civil pela Universidade Nilton Lins (UNL).  Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL) Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus –AM E-mail: sergiomarquesd@gmail.com

2Engenheiro Civil e Cartográfico. Docente dos cursos de Engenharia pela Universidade Nilton Lins (UNL) Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL) Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus – AM, Brasil. E-mail: antonio.sanches@uniniltonlins.edu.br

3Engenheira Civil e de Segurança do Trabalho, Mestre em Engenharia Industrial pela Fundação Universitária Iberoamericana (FUNIBER) – Florianópolis, Especialista em Didática do Ensino Superior – Tutoria e Docência em EAD. Docente dos cursos de Engenharia pela Universidade Nilton Lins (UNL) Instituição: Universidade Nilton Lins (UNL) Endereço: Av. Prof. Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus – AM, Brasil. E-mail: erikamarquespinheiro@gmail.com