REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8429069
Maria Luísa da Silva Cavalcante Sobrinho1; Americo Mota2
Aquino Santana3; Rafael Valois4
Thiago Augusto5; Camila Soares6
Raquel Farias Cyrino7; Camilla Matos Carvalho de Santana Belarmino8
Juliana Keila Santos Lima9 ; João Parente de Sá Neto10
Anne Karoline de Carvalho Nunes11 ; Rafael Gustavo Araujo Santana Alencar12
Fernanda Rodrigues Ferreira13 ; Jimmy Klawston Silva Mendes14
Victória Gabriela Meneses Santos15
RESUMO
O teratoma é um tipo de tumor que tem costume de surgir nas células germinativas dos ovários e dos testículos. Ele é formado a partir de células totipotentes que dão origem às ordens de células que são necessárias para formar tecidos maduros e estruturas do nosso organismo. É bem comum, na sua aparência, conter cabelo, dentes, pele, ossos e tecido neural. Existem o teratoma maduro, imaturo e o altamente especializado. A maioria dos teratomas não tem sintomas e o seu diagnóstico é acidental, quando se faz um exame de imagem de rotina. A forma mais simples de diagnosticá-lo é pela ultrassonografia, mas, em casos duvidosos, pode realizar tomografia computadorizada ou ressonância magnética. O tratamento se dá por meio de cirurgia por via aberta (laparotomia) ou por laparoscopia, tudo vai depender do tipo de teratoma, onde, em casos mais graves, podem ter ciclos de quimioterapia pós-cirurgia. Desse modo, percebe-se a importância de e ter um diagnóstico assertivo e precoce, a fim de realizar o melhor e mais eficaz tratamento.
PALAVRAS-CHAVE: Cístico. Teratoma. Gestante.
SUMMARY
O teratoma é um tipo de tumor que costuma surgir nas células germinativas dos ovários e dos testículos. Ele é formado a partir de células totipotentes que dão origem às ordens de células que são necessárias para formar tecidos maduros e estruturas do nosso organismo. É bem comum, na sua aparência, conter cabelos, dentes, pele, ossos e tecido neural. Existem o teratoma maduro, imaturo e o altamente especializado. A maioria dos teratomas não tem sintomas e o seu diagnóstico é acidental, quando se faz um exame de imagem de rotina. A forma mais simples de diagnóstico é pela ultrassonografia, mas, em casos duvidosos, pode-se realizar tomografia computadorizada ou ressonância magnética. O tratamento é feito por meio de cirurgia por via aberta (laparotomia) ou por laparoscopia, tudo vai depender do tipo de teratoma, onde, em casos mais graves, podem ter ciclos de quimioterapia pós-cirurgia. Dessa forma, percebe-se a importância de e ter um diagnóstico assertivo e precoce, a fim de realizar o melhor e mais eficaz tratamento.
KEYWORDS: Cístico. Teratoma. Gestante
1 INTRODUÇÃO
Os teratomas possuem uma forma benigna e outra cancerosa, denominadas de teratoma maduro e teratoma imaturo. No entanto, o maduro é mais encontrado no ovário, sendo o tumor de células germinativas mais comum neste local e, na maioria das vezes, afetando mulheres em idade reprodutiva (CRUZ et al., 2007).
Teratomas maduros de ovário são considerados benignos, de origem germinativa, podendo apresentar tecidos provenientes de três folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme. Pode conter diversos tecidos benignos, como cabelos, dentes e ossos. Ocorrem, na maioria das vezes, de forma assintomática e que apresentam bom prognóstico (BRIONES-LANDA et al., 2010).
É mais comum serem diagnosticados incidentalmente, ou seja, quando se investiga outra patologia ou quando se faz algum exame gestacional. No entanto, existem casos que podem ocorrer complicações, como: infarto, obstrução do parto vaginal e torção da tumoração (HERNÁNDEZ; REINA, 2012).
Como na gestante pode ocorrer a complicação do bloqueio do parto via vaginal, é necessário o acompanhamento médico precoce na gestação, com o intuito de se ter um tratamento adequado para que ocorra a diminuição da ocorrência de complicações para a mãe e o feto. O tratamento, nessas pacientes, é a retirada cirúrgica da lesão, o que elas costumam ser curadas (ANDRADE et al., 2003).
Desse modo, com o objetivo de aprofundar os estudos sobre do teratoma cístico maduro em gestante, enfatizaremos as manifestações clínicas que envolvem esta patologia, assim como, o diagnóstico, tratamento e as possíveis complicações.
2 DISCUSSÃO
2.1 Definição
O teratoma é um tumor que tem o seu surgimento a partir de células germinativas dos ovários ou testículos, e essas células dão origem aos óvulos e os espermatozoides (ANDRADE et al., 2014).
O teratoma cístico ovariano maduro, que também é conhecido como cisto dermoide, em sua grande maioria, é benigno, mas, em alguns casos, pode ser maligno e, até mesmo, fatal (BRIONES-LANDA, 2010).
2.2 Epidemiologia e classificação
Normalmente, os teratomas tem um prognóstico bom, onde nove em cada dez pacientes sobrevivem ao menos cinco anos após o diagnóstico. 30% deles têm, em sua totalidade, tecidos, como dentes, cabelos, ossos e glândulas sebáceas. É o tumor mais comum nas mulheres jovens, representando 50% de todos os tumores de ovário presentes até os 40 anos de idade e mais frequente unilateral. Quanto à transformação maligna, é raro e varia de 1% a 3%, sendo mais comum na pós-menopausa (BARBOSA et al., 2003).
Existem três tipos de teratomas: maduro, ou cisto dermoide, que corresponde a mais de 95% dos teratomas e é mais comum ser benigno; imaturo, ou teratoma maligno, que corresponde a apenas 1% dos teratomas de ovário; e o altamente especializado, que é mais comum é o struma ovarii, um tumor de ovário formado por tecido da tireoide (CRUZ et al., 2007).
2.3 Risco com à gestação
Existem complicações, como infarto, torção e obstrução do parto vaginal que, quando os tumores ovarianos estão presentes na gestação, podem ocorrer. Entretanto, a mais frequenta e mais perigosa é a torção, pois ela ocorre com maior frequência no primeiro trimestre pode ocasionar ruptura do cisto com extrusão de seu conteúdo para a cavidade peritoneal e, também, pode ocorrer a ruptura do cisto no momento do trabalho de parto ou na remoção cirúrgica (CUNNINGHAM et al., 2016).
2.4 Manifestações clínicas e diagnóstico
O teratoma cístico em gestante é predominantemente assintomático, o que torna o diagnóstico mais difícil de ser efetivado. É comum ele ser incidental, como ser resultado de achados ocasionais em laparotomias, cesáreas, exames ginecológicos de rotina ou investigação radiológica intestinal (BARBOSA et al., 2003).
Existem algumas manifestações clínicas que, mesmo sendo um diagnóstico difícil, podem servir de alerta, tais como: sintomas compressivos, dor abdominal e aumento do volume abdominal (HERNÁNDEZ; REINA, 2012).
Os teratomas tem aspectos que podem ser variados desde puramente cístico, no caso do cisto dermóide, e, até mesmo, heterogêneo, tendo componente sólido, gordura e calcificação, que podem ser identificados no ultrassom, na tomografia computadorizada e ressonância magnética, onde no ultrassom, os teratomas podem ser hipoecogênicos ou hiperecogênicos de acordo com a sua composição (D’IPPOLITO et al., 2006).
O diagnóstico de teratoma cístico em gestante, na maioria das vezes, se dá por meio de ecografia pélvica ou abdominal de rotina, onde visualiza-se um tecido esbranquiçado no ovário, e, também, pode ser feito na cesariana (HERNÁNDEZ; REINA, 2012).
É incomum encontrar esse teratoma palpável via abdominal, mas tem que se analisar todas as situações, pois já foram encontrados tumores gigantes, porque o seu crescimento é rápido e, também, por ter pacientes que vão à consulta tardiamente. A ressonância magnética é muito boa para o diagnóstico, porém o definitivo ocorre por meio da sua histologia (HERNÁNDEZ; REINA, 2012).
2.4.1 Achados radiológicos
Figura: imagens de ressonância magnética nas sequencias coronal T2 (A) e axial T1 pós GD (B) evidenciando Formação expansiva em topografia anexial direita, com áreas de sinal sólido de permeio, predominando conteúdo gorduroso, além de útero gravídico. Teratoma cístico. |
Na ressonância magnética se avalia as dimensões, a localização, a extensão e os conteúdos dos tumores. Ela é capaz de complementar os achados ultrassonográficos, pois determina com melhor precisão o conteúdo e a extensão do tumor, o que auxilia na conduta terapêutica (CRUZ et al., 2007).
O aspecto do teratoma pode variar na ressonância magnética podendo ser puramente cístico, caso seja cisto dermóide, até aspecto heterogêneo, que já ocorre como componente sólido, gordura e calcificação (BRIONES-LANDA et al., 2010).
Desse modo, na imagem acima, percebe-se um sinal sólido de permeio, com conteúdo predominantemente gorduroso e, também, um útero gravídico, o que se pode denominar de teratoma cístico.
2.5 Tratamento
Antigamente, se dizia que o tratamento de teratoma cístico se dava por cistectomia ou ooforectomia por via laparotomia, evitando derramar o conteúdo cístico e para não ter peritonite química. Mas, com o avanço endoscópico, quase sempre os teratomas benignos são tratados por laparoscopia, pois é um procedimento seguro, sem aumentar a quantidade de complicações, pode reduzir tempo de internação, incisão mínima com melhores resultados estéticos e tem uma melhor recuperação (BRIONES-LANDA et al., 2010).
Embora a laparoscopia tem inúmeros benefícios, tem profissionais que preferem optar pela cirurgia aberta, alegando que ela tem possibilidade de percepção tátil, diminuição do risco de ruptura capsular, custos mais baixos e derrama conteúdo que pode estar associado a uma peritonite (FONDEUR-QUIÑONES et al., 2001).
As massas anexiais podem removidas eletivamente tem melhor prognóstico do que por retirada do tumor em urgência. O procedimento padrão dessa remoção na gestação é a laparotomia, mas, em alguns estudos, têm-se analisado que a cistectomia e a ooforectomia laparoscópica pode ser segura na gestação, desde que essa abordagem seja realizada com prudência. Se uma técnica cirúrgica for cuidadosa e seguida de irrigação abundante da pelve, mesmo apesar dos riscos, pode evitar peritonite química e possíveis complicações adversas (PARKER, 1996).
3 CONCLUSÃO
Desse modo, é importante ressaltar que este trabalho visou aprofundar o conhecimento sobre os tumores dermoides do ovário, conhecidos também como teratomas maduros. Ele serviu como uma forma de analisar as diferentes que essa patologia pode apresentar, que vai desde a forma assintomática, até com os sintomas de dores fortes e incapacitantes.
Assim, é de extrema importância um diagnóstico precoce para que se possa realizar um tratamento eficaz, a fim de se ter uma boa evolução do quadro clínico. Deve ressaltar, ainda, que essa patologia tem um bom prognóstico mesmo que se tenha uma gravidez em curso.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, D. R. et al. Teratomas maduros e imaturos do ovário. São Paulo, 2014.
BARBOSA, Cirênio de Almeida et al. Teratoma cístico ovariano maduro bilateral. Ver. Imagen., v.28, n.3, 2003.
BRIONES-LANDA, Carlos Humberto et al. Comparación Del tratamiento laparoscópico vs laparotomía en teratomas ováricos. Ginecol. Obstet. Mex., v. 78, n. 10, 2010.
HERNÁNDEZ, Yarisdey; REINA, Zuria. Teratoma de ovario. Presentación de un caso. Medisur., v. 10, n. 2, 2012.
CRUZ, Jeddú et al. Tumores funcionales Del ovario. Revista Cubana de Endocrinología, v. 18, n. 3, 2007.
CUNNINGHAM, F. Gary et al. Obstetricia de Williams. McGraw Hill Brasil, 2016. D’IPPOLITO, Giuseppe et al. Neoplasias sólidas de ovário: análise sistematizada e ensaio iconográfico. Rev Imagen, v. 28, n. 3, 2006.
FONDEUR-QUIÑONES, Lilliam Victoria et al. Características clínicas y abordaje quirúrgico del teratoma ovárico. Perinatología y Reproducción Humana, v. 15, n. 4, 2001.
PARKER, William H. et al. Laparoscopic management of benign cystic teratomas during pregnancy. American journal of obstetrics and gynecology, v. 174, n. 5, 1996.
1Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
2(https://orcid.org/0000-0003-0477-8330)
Docente do Curso de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
3Docente do Curso de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0000-0001-8887-9264)
4Docente do Curso de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0000-0001-7871-4175)
5Docente do Curso de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0000-0002-2307-9300)
6Interna de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0000-0002-3360-6354)
7Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0009-0006-6262-7177)
8Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
9Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
10Acadêmico de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
11Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
12Acadêmico de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0009-0001-4675-5746)
13Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0009-0004-4518-2431)
14Acadêmico de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
15Acadêmica de Medicina da Faculdade Estácio Idomed de Juazeiro da Bahia
(https://orcid.org/0009-0002-2980-9068)