TERAPIAS DIGITAIS E SUA EFICÁCIA NO TRATAMENTO DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE

DIGITAL THERAPIES AND THEIR EFFECTIVENESS IN TREATMENT OF DEPRESSION AND ANXIETY

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12710503


Maria Cristina de Moura Ferreira1
Silvana Mêre Cesário Nóbrega2
Georgiana Araújo Teixeira Meira3
Moema accioly Barbosa Fernandes cavalcante4
Ivoneide Ribeiro Costa5
José Uilson Ferreira Galindo Júnior6
Izabela Alencar Nogueira7
Evilyn Almeida Barros de Araújo8
Rosiane Santana dos Santos9
Fernanda Michelle Duarte da Silva10


RESUMO

As terapias digitais estão se tornando cada vez mais populares no tratamento da depressão e ansiedade, oferecendo uma série de benefícios e desafios. A mesma pode ampliar o acesso ao tratamento, especialmente para aqueles que enfrentam barreiras geográficas, financeiras ou sociais para receber terapia convencional. Trata-se de um estudo descritivo, que tem como objeto- a comunicação como importante ferramenta nas orientações prestadas para profissionais de saúde de uma forma geral. Sendo assim, concluímos que as intervenções estão voltadas em desenvolver plataformas de terapia digital com foco no usuário, com interfaces intuitivas, design atraente e recursos interativos que incentivem o engajamento e a adesão do paciente ao tratamento, adotar abordagens personalizadas que levem em consideração as necessidades individuais, preferências e características dos pacientes e integrar as terapias digitais com o cuidado de saúde convencional, fornecendo supervisão e suporte por parte de profissionais de saúde mental qualificados. 

Palavras Chave: Terapia; Digital; Saúde Mental.

ABSTRACT

Digital therapies are becoming increasingly popular in the treatment of depression and anxiety, offering a range of benefits and challenges. It can expand access to treatment, especially for those who face geographic, financial or social barriers to receiving conventional therapy. This is a descriptive study, whose objective is communication as an important tool in the guidance provided to health professionals in general. Therefore, we conclude that interventions are focused on developing user-focused digital therapy platforms, with intuitive interfaces, attractive design and interactive features that encourage patient engagement and adherence to treatment, adopting personalized approaches that take into account the needs individual preferences and characteristics of patients and integrate digital therapies with conventional healthcare, providing supervision and support from qualified mental health professionals.

Keywords: Therapy; Digital; Mental health.

INTRODUÇÃO

As terapias digitais estão se tornando cada vez mais populares no tratamento da depressão e ansiedade, oferecendo uma série de benefícios e desafios. A mesma pode ampliar o acesso ao tratamento, especialmente para aqueles que enfrentam barreiras geográficas, financeiras ou sociais para receber terapia convencional. Elas podem ser acessadas remotamente, a qualquer hora e em qualquer lugar, o que pode ser especialmente útil para pessoas com agenda ocupada ou que vivem em áreas sem acesso a serviços de saúde mental (Focosi, 2014).

Muitas terapias digitais são adaptáveis e podem ser personalizadas para atender às necessidades individuais dos pacientes. Isso pode incluir ajustes na intensidade da terapia, conteúdo personalizado com base nas preferências do paciente e acompanhamento contínuo do progresso.Embora muitas terapias digitais tenham mostrado resultados promissores em estudos clínicos, é importante garantir que elas sejam baseadas em evidências científicas sólidas. A validade e eficácia dessas intervenções devem ser cuidadosamente avaliadas para garantir que os pacientes recebam tratamentos eficazes (Dias, 2022).

Embora as terapias digitais possam ser eficazes como complemento ou alternativa à terapia convencional, elas não devem substituir completamente a intervenção de profissionais de saúde mental qualificados. A supervisão profissional é importante para garantir que os pacientes recebam o apoio adequado e para monitorar o progresso e possíveis efeitos adverso (Da Silva, 2023).

A coleta e o armazenamento de dados pessoais em terapias digitais levantam preocupações importantes sobre privacidade e segurança. É fundamental garantir que as plataformas de terapia digital estejam em conformidade com regulamentos de proteção de dados e adotem medidas de segurança robustas para proteger as informações dos pacientes (Focosi, 2014).

O engajamento dos pacientes pode ser um desafio em terapias digitais, especialmente porque muitas pessoas podem ter dificuldade em manter a consistência e a motivação ao usar aplicativos ou plataformas online. Estratégias para aumentar o engajamento, como design de interface amigável, notificações e feedbacks positivos, são importantes para melhorar a eficácia dessas intervenções (Dias, 2022).

Embora as terapias digitais tenham o potencial de democratizar o acesso ao tratamento de saúde mental, é importante garantir que elas sejam acessíveis a todos, incluindo aqueles que têm acesso limitado à tecnologia ou habilidades digitais. Isso pode exigir esforços para reduzir a lacuna digital e oferecer suporte adicional para aqueles que precisam (Da Silva, 2023).

No geral, as terapias digitais têm o potencial de transformar o tratamento da depressão e ansiedade, oferecendo uma opção conveniente, acessível e personalizada para muitos pacientes. No entanto, é importante abordar cuidadosamente questões relacionadas à qualidade, segurança, privacidade e equidade para garantir que essas intervenções atendam às necessidades dos pacientes de forma eficaz e ética (Focosi, 2014; Araújo; Costa, 2021).

MATERIAIS E MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo, que tem como objeto a comunicação como importante ferramenta nas orientações prestadas para profissionais de saúde de uma forma geral. Por tratar-se de um estudo reflexivo, na qual não foi utilizada coleta de dados em campo e nem identificação dos participantes, o presente estudo não demandou a submissão ao Comitê de Ética. Entretanto os pesquisadores seguiram os preceitos éticos contidos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

DESENVOLVIMENTO

Realizar terapias digitais para o tratamento de ansiedade e depressão enfrenta uma série de desafios significativos, apesar dos benefícios potenciais que essas abordagens podem oferecer. Um dos principais desafios das terapias digitais é garantir o engajamento e a adesão do paciente ao tratamento. Muitas pessoas podem ter dificuldade em manter a consistência e a motivação ao usar aplicativos ou plataformas online de terapia, o que pode afetar negativamente os resultados do tratamento (Dias, 2022; Silva et al., 2020).

Embora as terapias digitais tenham o potencial de ampliar o acesso ao tratamento de ansiedade e depressão, há preocupações sobre a acessibilidade e equidade no uso dessas intervenções. Nem todos têm acesso igual a dispositivos digitais confiáveis, conexão à internet estável ou habilidades digitais necessárias para participar de terapias digitais, o que pode ampliar as disparidades no acesso ao tratamento (Focosi, 2014).

É fundamental garantir que as terapias digitais sejam baseadas em evidências científicas sólidas e que demonstrem eficácia no tratamento de ansiedade e depressão. No entanto, muitas dessas intervenções podem carecer de evidências suficientes ou serem baseadas em métodos não comprovados, o que levanta preocupações sobre sua validade e eficácia (Da Silva, 2023; Silva et al., 2020).

A coleta e o armazenamento de dados pessoais em terapias digitais levantam sérias preocupações sobre privacidade e segurança. As informações sensíveis dos pacientes podem estar sujeitas a violações de privacidade, uso indevido de dados ou exposição a terceiros não autorizados, o que pode comprometer a confiança dos pacientes nessas intervenções (Da Silva, 2023).

Embora as terapias digitais possam oferecer uma opção conveniente para o tratamento de ansiedade e depressão, é importante garantir que os pacientes recebam a supervisão e o suporte adequados de profissionais de saúde mental qualificados. A falta de supervisão profissional pode aumentar o risco de complicações ou efeitos adversos do tratamento (Dias, 2022).

Terapias digitais enfrentam desafios técnicos e de design, incluindo problemas de usabilidade, design de interface amigável, acessibilidade para pessoas com deficiência e adaptação culturalmente sensível para diferentes populações. Superar esses desafios é fundamental para garantir que as intervenções sejam eficazes e adequadas para os pacientes (Focosi, 2014).

Superar esses desafios exigirá um esforço coordenado de pesquisadores, profissionais de saúde, desenvolvedores de tecnologia e formuladores de políticas para garantir que as terapias digitais para ansiedade e depressão sejam seguras, eficazes, acessíveis e culturalmente relevantes para todos os pacientes (Focosi, 2014; De Oliveira, 2024).

CONCLUSÃO

Sendo assim, concluímos que para melhorar a realização de terapias digitais para o tratamento de ansiedade e depressão, é importante considerar uma série de estratégias que visam superar os desafios existentes e maximizar os benefícios.

 As intervenções estão voltadas em desenvolver plataformas de terapia digital com foco no usuário, com interfaces intuitivas, design atraente e recursos interativos que incentivem o engajamento e a adesão do paciente ao tratamento, adotar abordagens personalizadas que levem em consideração as necessidades individuais, preferências e características dos pacientes e integrar as terapias digitais com o cuidado de saúde convencional, fornecendo supervisão e suporte por parte de profissionais de saúde mental qualificados. 

Por fim, realizar estudos clínicos robustos para validar a eficácia e segurança das terapias digitais, garantindo que elas sejam baseadas em evidências científicas sólidas. Investir em pesquisa contínua para avaliar e aprimorar as intervenções digitais, adaptando-as às necessidades emergentes dos pacientes e às melhores práticas clínicas.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Danilo de Freitas; COSTA, Elenskadja Lopes. Efetividade da Terapia Cognitivo-Comportamental on-line no cenário de pandemia da COVID-19: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v. 17, n. 2, p. 105-112, 2021.

DA SILVA, Eduardo Viana et al. Auriculoterapia: evidências científicas sobre a sua eficácia em casos de ansiedade e depressão. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 1, p. e9505-e9505, 2022.

DA SILVA, T.K.P. Mente e corpo: uma jornada interdisciplinar em ciências da saúde. 2023. Disponível em: http://editoralicuri.com.br/index.php/ojs/article/view/371 Acesso em: 13 de jun de 2024.

DE OLIVEIRA, Jocirley. A Psicologia Positiva e Tecnologia: Explorando o Impacto das Plataformas Digitais na Promoção do Bem-Estar. REVISTA CIENTÍFICA FADESA, v. 1, n. 1, p. 1-14, 2024.

DIAS, P. de S. Análise visual aplicada em processos de judicialização de doenças raras do estado de São Paulo. 2022. Tese (Doutorado em Administração de Organizações) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, University of São Paulo, Ribeirão Preto, 2022.

FOCOSI, A. S. Internet in favor of those who suffer from pain. 2014. 163 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2014.Disponível em: https://repositorio.pucsp.br/handle/handle/15382 Acesso em: 13 de jun de 2024.

SILVA, Monique Edwirges Simões et al. Uso da homeopatia como terapia alternativa e complementar da depressão e ansiedade entre jovens no SUS. Práticas Integrativas e Complementares. Guarujá, SP: Científica Digital, p. 273-284, 2020.


1 Maior Titulação: Coordenadora da Comissão de Extensão do Curso de Graduação em Enfermagem – COEXT-ENF, Coordenadora, Docente/Tutora do Programa de Residência Uni e Multiprofissional em Saúde, no Programa de Saúde Coletiva, na UFU, de Uberlândia – MG
Instituição Vinculada: Universidade Federal de Uberlândia
E-mail: mcmferreira@yahoo.com.br

2 Maior Titulação: Especialista em Urgência e Emergência, Cardiologia e Hemodinâmica e Saúde da Família
Instituição Vinculada: Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW)/ Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
E-mail: silvanamere@hotmail.com

3 Maior Titulação: Psicóloga Clínica, Psicopedagoga e formação na TE
Instituição Vinculada: Hospital de Clínicas de Uberlândia/ Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
E-mail: georgianameira@gmail.com

4 Maior Titulação: Especialista em urgência e emergência
Instituição Vinculada: Real hospital português de beneficência em Pernambuco
E-mail: moema.accioly@hotmail.com

5 Maior Titulação: Mestra em Docência do ensino superior pela UPE/UEPB.
Instituição Vinculada: UPE- Universidade de Pernambuco
E-mail: ivoneide.rcosta@upe.br

6 Maior Titulação: Mestrando em gerontologia PMPG-UFPB
Instituição Vinculada: Secretaria Municipal de saúde de João Pessoa – PB Secretaria Municipal de saúde do Recife – PE.
E-mail: juniorfg_17@hotmail.com

7 Maior Titulação: Especialista em Nutrição Clínica e Segurança nutricional e controle de qualidade de alimentos
Instituição Vinculada: UNINASSAU
E-mail: izabela.alencar@hotmail.com

8 Maior Titulação: Residente de Medicina de Família e Comunidade
Instituição Vinculada: Secretária Municipal de saúde de João Pessoa
E-mail: evi.almeidab@gmail.com

9 Maior Titulação: Pós-graduação em Enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva/ Enfermagem em Cardiologia e Hemodinâmica/ Enfermagem
em UTI Pediátrica e Neonatal
Instituição Vinculada: HUPES/ EBSERH – Hospital Universitário Professor
Edgar Santos
E-mail: r.sst@hotmail.com

10 Maior Titulação: Mestre em Gestão da Clinica e Doutoranda em Enfermagem, Enfermeira Hospital Universitario Prof Dr Horacio Carlos
Panepucci – HU UFScar (EBSERH)
Instituição Vinculada: Hospital Universitario Prof Dr Horacio Carlos
Panepucci – HU UFScar (EBSERH)
E-mail: ferdychelle@msn.com