TERAPIA REGENERATIVA CAPILAR COM CÉLULAS CD34: UM ESTUDO EXPERIMENTAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248241050


Jeane Macena Cruz Abrantes1


Resumo: A alopecia androgenética afeta milhões de pessoas, comprometendo significativamente sua qualidade de vida. Este estudo experimental avalia a eficácia da terapia regenerativa capilar utilizando células CD34 em pacientes com alopecia androgenética. Foram conduzidos ensaios clínicos com cinco pacientes que receberam injeções de células CD34 no couro cabeludo. A densidade capilar dos participantes foi medida antes e após o tratamento para avaliar os resultados. Os achados indicam uma melhora substancial na densidade capilar e na qualidade do cabelo, evidenciando o potencial terapêutico das células CD34 na regeneração capilar. Além disso, os pacientes relataram aumento na autoestima e bem-estar emocional, sublinhando o impacto psicológico positivo desta abordagem. Este estudo contribui para a crescente evidência de que as células CD34 podem representar uma nova fronteira na terapia regenerativa capilar, oferecendo esperança para milhões de indivíduos que sofrem com a perda de cabelo.

Palavras-Chave: Alopecia androgenética, Células CD34, Regeneração Capilar, Terapia Regenerativa, Ensaio Clínico, Autoestima, Qualidade de Vida.

1  INTRODUÇÃO

No contexto da estética dermatológica, a alopecia para homens e mulheres representa um problema significativo em todo o mundo. Estimativas indicam que são realizados cerca de 600.000 procedimentos cirúrgicos de restauração capilar realizados por ano no mundo. As estratégias de tratamento tradicionais têm sido amplamente limitadas às modalidades farmacêuticas e cirúrgicas. Nesse sentido, os medicamentos como finasterida e minoxidil requerem um alto grau de conformidade por longos períodos de tempo com diferentes graus de eficácia (Bullo, 2022).

A alopecia androgenética, uma forma comum de perda de cabelo, que influencia tanto homens quanto mulheres. Esta condição é caracterizada pela miniaturização progressiva dos folículos pilosos, resultando em queda de cabelo e, eventualmente, calvície parcial ou total. Segundo Pereira et al., (2023) a perda de cabelo pode ter um impacto profundo na autoestima e na qualidade de vida dos indivíduos afetados, levando a problemas emocionais e psicológicos. Apesar da prevalência da alopecia androgenética, as opções de tratamento ainda são limitadas e muitas vezes apresentam resultados insatisfatórios.

As células CD34 foram identificadas pela primeira vez como um marcador de células-tronco hematopoéticas em meados da década de 1980. O avanço significativo na utilização dessas células para terapias regenerativas, incluindo a regeneração capilar, começou a ganhar atenção na comunidade científica por volta do início dos anos 2000. Pesquisas mais focadas e ensaios clínicos envolvendo células CD34 para regeneração capilar tornaram-se mais proeminentes a partir da década de 2010 (Hashimoto; Afonso, 2022).

Nos últimos anos, a biotecnologia tem avançado significativamente, proporcionando novas possibilidades terapêuticas para diversas condições médicas, incluindo a regeneração capilar. Entre essas inovações, a utilização de células-tronco, especificamente células CD34, tem atraído considerável atenção na comunidade científica. As células CD34 são um tipo de célula-tronco hematopoética encontradas na medula óssea e no sangue periférico, conhecidas por suas propriedades regenerativas e capacidade de se diferenciar em diversos tipos celulares.

Estudos pré-clínicos e clínicos iniciais indicam que as células CD34 podem desempenhar um papel crucial na regeneração dos folículos pilosos danificados, promovendo o crescimento capilar. Esses estudos sugerem que as células CD34 podem melhorar a microcirculação no couro cabeludo, aumentar a produção de fatores de crescimento e criar um ambiente favorável para a regeneração dos folículos capilares. No entanto, apesar dos resultados promissores, a aplicação clínica dessas células ainda está em estágio experimental e requer investigação adicional para determinar sua eficácia e segurança a longo prazo.

O presente estudo visa avaliar a eficácia da terapia regenerativa capilar utilizando células CD34 em pacientes com alopecia androgenética. Para alcançar esse objetivo, conduzimos um ensaio clínico com um grupo de pacientes que receberam injeções de células CD34 no couro cabeludo. A densidade capilar dos participantes foi medida antes e após o tratamento para avaliar o impacto da terapia.

Com este estudo, espera-se contribuir para a compreensão do potencial terapêutico das células CD34 na regeneração capilar e fornecer evidências que possam apoiar a implementação de novas abordagens no tratamento da alopecia androgenética. Ao explorar essa nova fronteira na biotecnologia, buscamos oferecer esperança para milhões de indivíduos que sofrem com a perda de cabelo, melhorando sua qualidade de vida e bem-estar psicológico

2  REFERENCIAL TEÓRICO
2.1  Alopecia Androgenética

A alopecia androgenética é a forma mais prevalente de perda de cabelo, afetando uma grande parcela da população global. Esta condição é caracterizada pela miniaturização progressiva dos folículos pilosos, que ocorre devido à influência dos andrógenos, hormônios masculinos presentes em ambos os sexos. Embora a condição possa afetar tanto homens quanto mulheres, a manifestação e a progressão podem diferir significativamente entre os gêneros. Nos homens, a alopecia androgenética geralmente se apresenta com uma recessão da linha capilar e afinamento na coroa, enquanto nas mulheres é mais comum observar um afinamento difuso no topo da cabeça, preservando a linha capilar frontal.

Estudos realizados por Chen et al., (2022) indicam que a alopecia androgenética afeta uma grande parte da população, com cerca de 50% dos homens e 25% das mulheres experienciando essa condição até os 50 anos. A prevalência ao longo da vida pode chegar a até 80% dos homens e 42% das mulheres aos 70 anos, aumentando com a idade.

A alopecia androgenética é amplamente reconhecida por seu impacto psicológico significativo. A perda de cabelo pode levar a uma diminuição substancial na autoestima e na qualidade de vida, causando problemas emocionais e sociais. Estudos demonstram que indivíduos com alopecia androgenética podem sofrer de ansiedade, depressão e estresse social devido à mudança em sua aparência física (Hunt; McHale, 2005). A percepção pessoal de atratividade e a confiança podem ser severamente afetadas, especialmente em sociedades onde a aparência física é altamente valorizada.

O desenvolvimento da alopecia androgenética é influenciado por fatores genéticos e hormonais. A sensibilidade dos folículos pilosos aos andrógenos, particularmente à dihidrotestosterona (DHT), é um fator crítico na miniaturização dos folículos. A DHT é um derivado da testosterona convertido pela enzima 5-alfa-redutase e tem uma afinidade maior pelos receptores androgênicos nos folículos pilosos. A ligação da DHT aos receptores androgênicos nos folículos pilosos desencadeia uma série de eventos que resultam na redução do ciclo de crescimento do cabelo e na miniaturização progressiva dos folículos.

A genética também desempenha um papel significativo na alopecia androgenética. A condição tende a ser hereditária, com padrões de herança que podem envolver múltiplos genes. Estudos de associação genômica identificaram vários loci genéticos associados à susceptibilidade à alopecia androgenética, incluindo genes que regulam a produção de andrógenos e a função dos folículos pilosos. A variação genética pode influenciar a idade de início, a taxa de progressão e a gravidade da perda de cabelo.

Os tratamentos para a alopecia androgenética incluem intervenções médicas e procedimentos cirúrgicos. Os tratamentos médicos mais comuns são o minoxidil e a finasterida. O minoxidil é um vasodilatador tópico que ajuda a prolongar a fase anágena do ciclo capilar e a estimular o crescimento do cabelo (Rogers; Avram, 2008). A finasterida é um inibidor oral da 5-alfa-redutase que reduz os níveis de DHT, ajudando a retardar a progressão da miniaturização dos folículos (Kaufman, 1996). Ambos os tratamentos têm eficácia comprovada, mas podem não ser adequados para todos os pacientes e podem apresentar efeitos colaterais.

Os procedimentos cirúrgicos, como o transplante capilar, oferecem uma solução mais permanente para a alopecia androgenética. O transplante capilar envolve a remoção de folículos pilosos de uma área doadora resistente à DHT e a implantação desses folículos nas áreas afetadas pela calvície. Esta técnica tem se mostrado eficaz em restaurar uma aparência natural do cabelo, embora seja invasiva e possa ser cara. Além disso, a qualidade do resultado pode variar dependendo da habilidade do cirurgião e da saúde dos folículos transplantados.

Recentemente, a biotecnologia tem explorado novas fronteiras no tratamento da alopecia androgenética, incluindo a utilização de células-tronco e terapias regenerativas. As células CD34, um tipo de célula-tronco hematopoética, têm demonstrado potencial na promoção da regeneração capilar através da liberação de fatores de crescimento e da melhora da microcirculação no couro cabeludo. Ensaios clínicos iniciais sugerem que essas terapias podem oferecer uma nova esperança para pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais (Fukuoka et al., 2017).

Apesar dos avanços nas opções de tratamento, a prevenção da alopecia androgenética continua sendo um desafio. A identificação precoce e a intervenção podem ajudar a retardar a progressão da perda de cabelo, mas a reversão completa da condição ainda não é possível com as tecnologias atuais. A pesquisa contínua é essencial para desenvolver tratamentos mais eficazes e compreensivos que possam beneficiar uma maior parcela da população afetada por essa condição.

Diante da busca contínua por terapias inovadoras e eficazes para o tratamento da alopecia androgenética, a biotecnologia surge como um campo promissor, oferecendo novas possibilidades e esperanças para aqueles que sofrem dessa condição. Um dos avanços mais intrigantes nesse contexto é o estudo das células CD34 e seu papel na regeneração capilar. Essas células, conhecidas por sua capacidade de promover a regeneração e reparação tecidual, têm mostrado potencial significativo na promoção do crescimento de novos folículos capilares. No próximo tópico, exploraremos em detalhes como as células CD34 podem revolucionar o tratamento da alopecia androgenética e contribuir para uma regeneração capilar eficaz.

2.2  Células CD34 e Regeneração Capilar

A regeneração capilar é um campo de crescente interesse na dermatologia e medicina regenerativa. Entre os diversos mecanismos envolvidos, as células-tronco desempenham um papel crucial na restauração e manutenção da saúde do cabelo. Dentre estas, as células CD34 têm atraído atenção significativa devido ao seu potencial regenerativo e capacidade de diferenciar-se em vários tipos celulares, incluindo os que compõem os folículos capilares (Alonso; Fuchs, 2006).

De acordo com Cotsareli e Millar (2001), as células CD34 são identificadas pela proteína de superfície celular e são marcadores essenciais para a identificação e isolamento de células-tronco hematopoiéticas e mesenquimatosas. Essas células-tronco são reconhecidas por sua notável capacidade de autorrenovação e diferenciação em diversos tipos celulares, características fundamentais para a regeneração e reparação de tecidos danificados. 

No contexto da regeneração capilar, as células CD34 desempenham um papel importante, pois suas propriedades regenerativas promovem o crescimento de novos folículos capilares e a restauração de cabelos danificados. Estudos indicam que a aplicação de terapias baseadas em células CD34 pode oferecer uma abordagem promissora para tratar condições de perda de cabelo, aproveitando o potencial regenerativo dessas células para estimular o crescimento capilar e melhorar a saúde do couro cabeludo.

Conforme Jahoda e Reynolds (2001), as células CD34 realizam uma função fundamental na regeneração de tecidos, especialmente na formação e manutenção dos vasos sanguíneos e na reparação de tecidos danificados. A capacidade dessas células de se diferenciar em diversos tipos celulares permite que elas contribuam de maneira significativa para a regeneração de tecidos epiteliais e mesodérmicos. 

Além de sua participação na angiogênese, que é essencial para a formação de novos vasos sanguíneos, as células CD34 também auxiliam na restauração de tecidos ao promover a cicatrização e a recuperação de áreas lesionadas. Assim, sua versatilidade e potencial regenerativo fazem das células CD34 um componente crucial na medicina regenerativa.

O crescimento capilar é um processo complexo que envolve a ativação dos folículos capilares e a formação de novos fios de cabelo. As células CD34 têm demonstrado um potencial significativo para estimular esse processo, desempenhando um papel crucial na ativação de células progenitoras dos folículos e na regeneração do microambiente capilar (Kwon, Myung e Sung, 2010).

Conforme estudos de Lako et al., (2002), demonstraram que as células CD34 podem promover a regeneração capilar em modelos animais. Esses estudos indicam que a aplicação de células CD34 pode melhorar tanto a densidade quanto a qualidade do cabelo. A capacidade dessas células de promover a regeneração do folículo capilar e de melhorar o microambiente do couro cabeludo sugere um potencial significativo na terapia capilar. A utilização de células CD34 pode, portanto, representar uma abordagem inovadora e eficaz no tratamento de condições de perda de cabelo, oferecendo novas esperanças para a restauração capilar através de suas propriedades regenerativas.

A terapia baseada em células CD34 parece promover a revitalização dos folículos capilares e a regeneração do microambiente capilar, resultando em uma maior densidade e qualidade capilar. Esses achados sugerem que as células CD34 podem representar uma solução inovadora e eficaz para tratamentos de perda de cabelo, oferecendo novas perspectivas para a medicina regenerativa capilar (Linder et al., 2000).

A utilização de células CD34 promove a regeneração natural dos folículos, revitalizando o crescimento capilar de forma mais eficaz e segura. Além disso, essa abordagem pode evitar complicações comuns em procedimentos tradicionais, como a cicatrização pós-transplante ou as reações adversas aos medicamentos tópicos, proporcionando uma alternativa promissora e menos invasiva para o tratamento da perda de cabelo (Ohyama; Terunuma, 2009).

A diferenciação celular promovida pelas células CD34 contribui para a formação e manutenção dos folículos capilares, resultando em uma melhoria significativa na densidade e qualidade do cabelo. Dessa forma, as células CD34 desempenham um papel crucial na terapia capilar, oferecendo um mecanismo biológico robusto para a regeneração e revitalização capilar (Rendl; Polank;Fuchs, 2008).

Segundo Tiede et al., (2007), a resposta ao tratamento pode variar devido a fatores individuais, como a condição inicial dos folículos capilares e o microambiente do couro cabeludo. Além disso, a padronização dos métodos de isolamento, preparação e aplicação das células CD34 é fundamental para garantir resultados consistentes e maximizar os benefícios terapêuticos. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de protocolos mais refinados são essenciais para superar essas barreiras e realizar todo o

potencial das células CD34 na regeneração capilar.

Conforme Tolar et al., (2007), estudos adicionais são necessários para monitorar os pacientes ao longo do tempo e identificar quaisquer possíveis complicações ou riscos associados ao tratamento. A pesquisa contínua ajudará a solidificar a base científica e a garantir que as terapias baseadas em células CD34 sejam não apenas eficazes, mas também seguras para uso clínico a longo prazo.

De acordo com Alonso e Fuchs (2006), a manipulação genética e molecular dessas células permite potencializar suas capacidades regenerativas, oferecendo tratamentos mais eficazes e personalizados para a regeneração capilar. Esses progressos tecnológicos não apenas melhoram os resultados terapêuticos, mas também abrem novas possibilidades para o desenvolvimento de abordagens avançadas na medicina regenerativa.

Outro meio de integração de tecnologias emergentes, como a engenharia de tecidos e a terapia gênica, pode ampliar ainda mais o potencial das células CD34 na regeneração capilar e em outras aplicações clínicas. Esses desenvolvimentos não apenas aprimoram a eficácia dos tratamentos atuais, mas também abrem novas fronteiras para inovações futuras na medicina regenerativa (Alonso; Fuchs, 2006).

Além disso, a combinação da engenharia de tecidos e da terapia gênica com o uso das células CD34 representa um avanço significativo na medicina regenerativa, com a promessa de tratamentos cada vez mais personalizados e eficazes. A aplicação dessas tecnologias emergentes não só potencializa os resultados clínicos no contexto da regeneração capilar, mas também se estende para outras áreas da medicina, como a reparação de tecidos danificados e o tratamento de doenças genéticas. Esses progressos indicam um futuro onde as terapias regenerativas se tornarão mais acessíveis e integradas ao cuidado padrão, oferecendo soluções inovadoras para desafios médicos complexos e melhorando substancialmente a qualidade de vida dos pacientes.

3  METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de ensaio clínico experimental com cinco pacientes diagnosticados com alopecia androgenética, tendo como objetivo principal avaliar a eficácia das injeções de células CD34 na regeneração capilar. Este estudo comparativo analisou a melhora do couro cabeludo de cada paciente antes e após as aplicações, utilizando medições detalhadas da densidade capilar e avaliações do estado do couro cabeludo para determinar a eficácia da terapia proposta.

Este estudo é de natureza comparativa, focando na análise da melhora do couro cabeludo de cada paciente antes e após as aplicações de células CD34. Para isso, foram realizadas medições detalhadas da densidade capilar como a lavagem do couro cabeludo, massagem craniana, uso de LED azul, aplicação de PRP e injeções de células CD 34. Essas comparações permitiram observar as mudanças e melhorias individuais em cada paciente, proporcionando uma avaliação precisa da eficácia da terapia regenerativa capilar.

Para a seleção dos participantes do estudo, os critérios de inclusão definidos foram pacientes de ambos os sexos, com idades entre 26 a 37 anos, que possuam diagnóstico clínico de alopecia androgenética. Adicionalmente, é imperativo que os candidatos não apresentem outras condições capilares que possam interferir nos resultados do tratamento proposto. Estes critérios visam garantir a homogeneidade da amostra e a validade dos achados ao minimizar potenciais fatores de confusão que poderiam impactar a eficácia da terapia regenerativa capilar com células CD34.

Os critérios de exclusão para o estudo incluem pacientes que apresentaram doenças autoimunes ou infecciosas, uma vez que essas condições podem influenciar os resultados da terapia e introduzir variáveis não controladas. Além disso, serão excluídos indivíduos com histórico de reações adversas a procedimentos injetáveis, para garantir a segurança dos participantes. Pacientes que tenham utilizado outros tratamentos capilares nos últimos seis meses também serão excluídos, a fim de evitar qualquer interferência ou efeito residual que possa comprometer a avaliação da eficácia das injeções de células CD34.

4  DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS

Os pacientes participantes do estudo foram selecionados com base em critérios específicos que garantem a homogeneidade da amostra e a validade dos resultados. Todos os participantes foram diagnosticados com alopecia androgenética e atendem aos critérios de inclusão e exclusão definidos. 

Os pacientes com sensibilidade ao hormônio testosterona, especificamente diagnosticados com alopecia androgenética, apresentavam inicialmente zonas de rarefação capilar no couro cabeludo e queixas de perda de identidade devido à calvície. O tratamento aplicado consistiu na terapia do CD34, onde os pacientes foram submetidos a três sessões. Após 20 dias de tratamento, observou-se uma melhora no quadro clínico dos pacientes. Com 30 dias, a evolução foi ainda mais significativa, indicando uma resposta positiva ao tratamento. A aplicação do CD34 mostrou-se eficaz, promovendo a recuperação capilar e melhorando a autoestima dos pacientes.

O processo da terapia regenerativa capilar inicia-se com a lavagem do couro cabeludo, utilizando shampoos que podem ser à base de alecrim, babosa, chá verde e jaborandi, e óleos essenciais para garantir que a área esteja limpa e livre de impurezas.

Para isso, o paciente faz uso cápsula de extrato de Pygeum africanum 300 mg, que possui propriedades anti-inflamatórias que ajudar a reduzir a concentração de DHT no couro cabeludo. Em seguida, é realizada uma massagem craniana para estimular a circulação sanguínea e preparar a pele para os tratamentos subsequentes. Além disso, o uso do LED azul é um passo crucial no processo, pois a luz azul tem propriedades antibacterianas, ajudando na fase do crescimento do cabelo. 

Após esses passos preparatórios, procede-se à centrifugação do sangue coletado do paciente para obter o plasma rico em plaquetas (PRP). Este processo de centrifugação deve ser realizado de maneira específica e precisa; se não for executado corretamente, não é possível separar adequadamente o PRP, comprometendo a eficácia do tratamento. O PRP é então aplicado no couro cabeludo, onde suas propriedades regenerativas ajudam a estimular o crescimento de novos cabelos e a melhorar a saúde dos folículos capilares.

Depois da aplicação do PRP, é realizada a aplicação das células-tronco CD34 no couro cabeludo. Posteriormente, o excesso de produto é removido e o paciente é liberado. Em casa, o paciente deve lavar o cabelo com shampoo e condicionador específicos e utilizar um tônico para manter a microbiota do couro cabeludo em equilíbrio.

Finalmente, o paciente retorna após um mês para realizar a segunda sessão e mais um mês depois para a terceira sessão.

Figura 1: Paciente 1

Fonte: Elaborado pela autora (2024)

A Figura 1 ilustra o paciente de 37 anos que participou do estudo sobre terapia regenerativa capilar com células CD34. Antes do tratamento, o mesmo apresentava áreas de rarefação capilar significativas no couro cabeludo, o que afetava sua autoestima e identidade pessoal. Após as três sessões de terapia, incluindo a aplicação de PRP e células CD34, observou-se uma melhora notável na densidade capilar e na qualidade do cabelo. Os resultados evidenciam a eficácia do tratamento, proporcionando uma regeneração capilar visível e uma recuperação na confiança do paciente.

A recuperação capilar proporcionou ao paciente um renovado senso de autoestima e uma melhoria na percepção de sua imagem pessoal, refletindo o impacto positivo da terapia tanto no aspecto físico quanto emocional. O sucesso do tratamento no caso deste paciente destaca a eficácia potencial das células CD34 como uma abordagem inovadora e promissora para a regeneração capilar.

Figura 2- Paciente 2

Fonte: Autora (2024)

A Figura 2 apresenta o paciente de 26 anos que sofria de alopecia androgenética. No início do estudo, o mesmo tinha áreas extensas de calvície, principalmente na região frontal e no topo da cabeça. O tratamento com células CD34, aliado ao uso de LED azul e massagens cranianas, resultou em uma recuperação eficaz. Após 30 dias de tratamento, houve um aumento significativo na densidade capilar e uma melhoria na aparência geral do cabelo. O paciente relatou um aumento na autoestima e uma maior satisfação com sua aparência física, reforçando a eficácia da terapia.

Além dos benefícios estéticos, a terapia regenerativa capilar com células CD34 teve um impacto significativo na qualidade de vida. O paciente relatou uma redução nos níveis de ansiedade e uma melhoria geral no bem-estar emocional. Este efeito psicológico positivo é fundamental, considerando que a alopecia androgenética frequentemente leva a problemas de autoestima e até mesmo depressão. A abordagem holística do tratamento, que incluiu cuidados com o couro cabeludo e técnicas avançadas de biotecnologia, demonstrou não apenas restaurar o cabelo, mas também revitalizar a confiança e a saúde mental do paciente.

Figura 3- Paciente 3

Fonte: Autora (2024)

A Figura 3 refere-se a um paciente de 29 anos que participou do estudo clínico. Inicialmente, este paciente apresentava uma perda capilar moderada, com afinamento difuso no couro cabeludo. O protocolo de tratamento com células CD34, combinado com técnicas de preparação do couro cabeludo, mostrou-se eficaz. Após 20 dias, foi possível notar uma densidade capilar melhorada e folículos capilares mais saudáveis. Aos 30 dias, a evolução continuou a ser positiva, indicando que o tratamento não só interrompeu a queda de cabelo, mas também promoveu o crescimento de novos fios, beneficiando significativamente o paciente.

O paciente relatou uma elevação significativa em sua autoconfiança e satisfação com a própria imagem, destacando o impacto positivo da terapia não apenas em seu aspecto físico, mas também em seu bem-estar emocional e social. Esses resultados reforçam a eficácia do tratamento com células CD34, mostrando que, além de interromper a queda, a terapia tem potencial para reverter os efeitos da alopecia androgenética de forma duradoura.

Figura 4 – Paciente 4

A Figura 4 apresenta a paciente de 36 anos que participou do estudo experimental sobre a terapia regenerativa capilar com células CD34. Inicialmente, o paciente apresentava uma área de calvície significativa na região central do couro cabeludo, o que impactava negativamente sua autoestima e bem-estar emocional. Após três sessões de tratamento, que incluíram a aplicação de plasma rico em plaquetas (PRP) e injeções de células CD34, foi observada uma melhora substancial na densidade capilar e na qualidade dos fios. As imagens capturadas antes e após o tratamento evidenciam o crescimento de novos fios e a recuperação da espessura capilar, demonstrando a eficácia da terapia regenerativa com células CD34 em promover a regeneração capilar e a melhora na autoestima do paciente.

5  DISCUSSÃO

No presente estudo os resultados indicaram uma melhora significativa na densidade capilar dos pacientes após o tratamento com células CD34. Este achado é consistente com a literatura existente, que sugere que as células CD34 possuem propriedades regenerativas e podem contribuir para a regeneração capilar ao melhorar a microcirculação no couro cabeludo e aumentar a produção de fatores de crescimento (Fukuoka et al., 2017).

Estudos anteriores, como os realizados por Kwon, Myung e Sung (2010), também observaram resultados promissores com a utilização de células CD34 em terapias regenerativas. No presente estudo, a densidade capilar aumentou após apenas 20 dias de tratamento, com uma evolução ainda mais significativa em 30 dias. Esses resultados são comparáveis aos achados de Lako et al., (2002), que relataram melhorias na densidade e qualidade do cabelo em modelos animais após a aplicação de células CD34.

Além das melhorias observadas na densidade capilar, os pacientes relataram um aumento na autoestima e uma redução nas queixas de perda de identidade devido à calvície. Este aspecto psicológico é fundamental, uma vez que a alopecia androgenética é conhecida por seu impacto negativo na autoestima e na qualidade de vida dos indivíduos afetados (Hunt; McHale, 2005).

O protocolo de tratamento utilizado no estudo, que incluiu a lavagem do couro cabeludo, massagem craniana, uso de LED azul, aplicação de PRP e injeções de células CD34, mostrou-se eficaz na promoção da regeneração capilar. A combinação dessas técnicas pode ter contribuído para a criação de um ambiente favorável para a regeneração dos folículos capilares, potencializando os efeitos das células CD34 (Rogers & Avram, 2008).

Embora os resultados iniciais sejam promissores, é importante considerar a segurança e a eficácia a longo prazo das terapias com células CD34. Estudos adicionais são necessários para monitorar os pacientes ao longo do tempo e garantir que não haja efeitos adversos tardios (Tiede et al., 2007). A variabilidade na resposta ao tratamento observada entre os pacientes também destaca a necessidade de personalização das terapias para maximizar os benefícios individuais.

O progresso contínuo na compreensão dos mecanismos celulares e moleculares das células CD34 pode levar ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas ainda mais eficazes. A pesquisa contínua é essencial para explorar todo o potencial das células CD34 na medicina regenerativa e para superar os desafios associados à sua aplicação clínica (Alonso & Fuchs, 2006).

6  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste estudo experimental indicam que a terapia regenerativa capilar utilizando células CD34 apresenta um potencial significativo na promoção da regeneração dos folículos capilares em pacientes com alopecia androgenética. Observou-se uma melhora substancial na densidade capilar dos pacientes após apenas 20 dias de tratamento, com evolução ainda mais positiva após 30 dias. Esses achados corroboram com a literatura existente, que sugere que as células CD34 possuem propriedades regenerativas importantes, capazes de melhorar a microcirculação no couro cabeludo e aumentar a produção de fatores de crescimento essenciais para a regeneração capilar.

Além das melhorias físicas, os pacientes relataram um aumento na autoestima e uma redução nas queixas de perda de identidade devido à calvície, evidenciando o impacto psicológico positivo desta terapia. Este aspecto é crucial, considerando o impacto significativo que a alopecia androgenética pode ter na qualidade de vida e bemestar emocional dos indivíduos afetados.

O protocolo de tratamento adotado, que incluiu a lavagem do couro cabeludo, massagem craniana, uso de LED azul, aplicação de PRP e injeções de células CD34, mostrou-se eficaz na criação de um ambiente favorável à regeneração capilar. A combinação dessas técnicas parece ter potencializado os efeitos das células CD34, promovendo resultados positivos de maneira mais rápida e eficiente.

No entanto, é importante destacar que a aplicação clínica das células CD34 ainda está em estágio experimental. Estudos adicionais são necessários para monitorar a segurança e a eficácia a longo prazo desta terapia, bem como para otimizar os protocolos de tratamento e personalizá-los de acordo com as necessidades individuais dos pacientes.

Recomenda-se que futuras pesquisas continuem a explorar o potencial das células CD34 na medicina regenerativa, buscando compreender melhor os mecanismos moleculares e celulares envolvidos e superar os desafios associados à sua aplicação clínica. A continuação dos avanços tecnológicos e científicos neste campo poderá oferecer novas e mais eficazes abordagens terapêuticas para a alopecia androgenética, beneficiando uma maior parcela da população afetada por esta condição.

Em conclusão, este estudo contribui para a crescente evidência de que as células CD34 podem representar uma nova fronteira na terapia regenerativa capilar, oferecendo esperança para milhões de indivíduos que sofrem com a perda de cabelo. A implementação bem-sucedida dessa abordagem pode melhorar significativamente a qualidade de vida e o bem-estar psicológico dos pacientes, tornando-se uma valiosa adição às opções de tratamento disponíveis.

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1 Graduanda em Farmácia pela Faculdade Anhanguera, São Luis-Ma. Graduada em Biomédica pela Faculdade Anhanguera. Especialista em Tricologia Clinica e Saúde Integrativa, pela Escola de Ciências e Terapias Integrativas (ENATI). Especialista em Biomedicina Estética pela Faculdade UYLEYA, Especialista em Tricologia e Terapia Capilar, pela Faculdade Unileya. E-mail: jeannemacenabiomed@gmail.com