TERAPIA POR ONDAS DE CHOQUE: EFICÁCIA EM TENDINOPATIAS E LESÕES DO COTOVELO

SHOCKWAVE THERAPY: EFFICACY IN TENDINOPATHIES AND ELBOW INJURIES MAIN TITLE OF THE PAPER

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202505311806


Rogerio Luiz dos Santos Freitas1; Maria Júlia Brayner Cavalcanti de Mendonça2; Victória de Luna Falcão3; Bruno Pinheiro de Oliveira4; Carlos Henrique de Espíndola Mota5; João Luís de Arruda Pereira Zoobi6; João Felipe Mendonça de Azevedo Mello7; José Henrique Diniz Pinheiro Nogueira8; Maria Eduarda Ferreira de Oliveira Mateus9; José Roberto Pereira10 


RESUMO 

Objetivo: Este trabalho tem como objetivo explorar os avanços na aplicação da terapia por ondas de  choque no tratamento de tendinopatias e lesões do cotovelo, oferecendo uma visão abrangente sobre  sua eficácia clínica e os mecanismos fisiológicos envolvidos. Metodologia: baseou-se em uma revisão  sistemática da literatura nas bases de dados PubMed, abrangendo publicações entre 2020 e 2025.  Resultados: os estudos selecionados investigam a ação terapêutica das ondas de choque na  regeneração tecidual, alívio da dor e modulação inflamatória. Evidências recentes sugerem que essa  modalidade terapêutica promove alterações celulares e moleculares, como o aumento da  vascularização local, ativação de fatores de crescimento e regulação de citocinas inflamatórias. Além  disso, destaca-se a importância da identificação de biomarcadores que possam prever a resposta ao  tratamento, otimizando estratégias terapêuticas individualizadas. A relação entre processos  inflamatórios crônicos, como os observados em epicondilites, e a resposta à terapia por ondas de  choque reforça seu potencial como alternativa não invasiva no manejo de lesões musculoesqueléticas.  Estudos populacionais contribuem para entender a eficácia do tratamento em diferentes perfis clínicos,  incentivando sua integração às práticas reabilitadoras. 

Palavras-chave: Tratamento por Ondas de Choque Extracorpóreas. Tendinopatia do Cotovelo. Lesões  do Cotovelo. 

1. INTRODUÇÃO 

A terapia por ondas de choque extracorpóreas (ESWT) é outra modalidade não invasiva  amplamente usada em patologias musculoesqueléticas. Foi relatado que a ESWT aumenta a  síntese de colágeno em tendões, ossos e outros tecidos moles, acelera a vascularização e reduz  a dor (Ozmen et al., 2021). 

Nos últimos anos, as ondas de choque alcançaram resultados notáveis no tratamento da  tendinopatia do manguito rotador (RCT), com características de não invasividade e alta  segurança. A ESWT é amplamente utilizada no campo da reabilitação, especialmente para a  melhoria da dor crônica e tendinose (Xue et al., 2024). 

Os efeitos curativos da ESWT se devem à mecanotransdução, um processo pelo qual o corpo  converte carga mecânica em sinal celular, promovendo, em última instância, mudanças  estruturais (Perveen et al., 2024). 

A terapia por ondas de choque extracorpóreas (ESWT) mostrou-se eficaz na redução da dor e  na melhora da função em pacientes com epicondilite lateral, com efeitos comparáveis aos da  injeção de corticoide. O grupo tratado com ondas de choque extracorpóreas apresentou  melhora significativa nos escores de dor e na força de preensão nas avaliações de 4 e 12  semanas, indicando sua eficácia no manejo dos sintomas da epicondilite lateral (Çetin et al.,  2024).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA 

A terapia por ondas de choque extracorpóreas (ESCW) é um procedimento não invasivo no  qual ondas acústicas são focadas em locais específicos do corpo para facilitar o alívio da dor e  a cura. Foi demonstrado que as ondas de choque induzem a angiogênese ao estimular fatores  pró-angiogênicos, aumentando assim o fluxo sanguíneo, promovendo a regeneração dos  tecidos e reduzindo a dor (Yao et al., 2020). 

Como um tratamento conservador alternativo, o mecanismo da terapia por ondas de choque  extracorpórea (ECSW) ainda não é completamente claro. O operador aplicava diretamente um  gerador de ondas sônicas de frequência específica na pele da origem do extensor comum. A  terapia consiste na produção de energia que promove a cicatrização do tecido e estimula as  fibras nervosas a liberar substâncias analgésicas. Vários estudos mostraram a eficácia no  tratamento da epicondilite lateral crônica persistente e por isso, proporciona alívio da dor por  meio da estimulação direta do processo de cicatrização, neovascularização, desintegração do  cálcio e efeitos neurais (Zheng et al., 2020). 

Quase todos os pacientes apresentaram desfechos bons ou excelentes segundo os critérios de  Verhaar. A melhora subjetiva foi de 57% para o grupo ESWT e 76% para o grupo cirúrgico.  Nenhuma diferença significativa entre os dois grupos foi encontrada (p = 0,07). Portanto,  recomendamos considerar técnicas não invasivas, como o tratamento com ESWT, antes da  cirurgia na epicondilite lateral (Defoorts et al.,2021). 

A terapia por ondas de choque extracorpóreas (ESWT) demonstrou ser eficaz na redução da  dor e na melhora da função em pacientes com epicondilite lateral, oferecendo uma alternativa  não invasiva às abordagens tradicionais. Ambos os métodos de tratamento, HILT e ESWT,  são eficazes e seguros no tratamento de curto prazo da epicondilite lateral, podendo ser  utilizados com sucesso em patologias comuns do cotovelo (Bilir et al., 2024).  

A (ESWT) não proporcionou uma melhora clinicamente significativa na redução da dor e na  força de preensão em pacientes com epicondilite lateral. No entanto, a ESWT radial, a  duração dos sintomas superior a 6 meses e o curto período de acompanhamento (menos de 24  semanas) estavam relacionados a melhores efeitos (Yoon et al., 2020). 

A redução da dor e a melhora da função em pacientes com epicondilite lateral foram  significativamente maiores após a terapia por ondas de choque focadas (FSWT) do que após a  sonoterapia. Ambas as terapias combinadas (FSWT com massagem de fricção profunda e  ultrassom com massagem de fricção profunda) provaram ser eficazes em pacientes com epicondilite lateral e dor no epicôndilo lateral persistente por pelo menos 3 meses (Krol et al.,  2024). 

A ESWT apresentou resultados inferiores na redução da dor e na recuperação funcional no  curto prazo (1 mês) em comparação com a injeção local de corticosteroide (LCI). No entanto,  a ESWT demonstrou resultados superiores no alívio da dor e na recuperação funcional no  médio e longo prazo (3 e 6 meses) em comparação com a LCI (Zhang et al., 2020). 

Os pacientes foram avaliados antes do tratamento, ao final do tratamento e um mês após o  tratamento. Os grupos foram comparados em termos de dor, qualidade de vida, estado  funcional e força de preensão. Ao final do tratamento e no acompanhamento de um mês,  melhorias estatisticamente significativas foram observadas em todos os parâmetros. Este é o  primeiro ensaio randomizado que compara peloidoterapia com ESWT como complemento à  terapia com exercícios na epicondilite lateral (LE). Ambas, ESWT e peloidoterapia, quando  adicionadas à terapia com exercícios, mostraram efeitos positivos de curto prazo sobre dor,  qualidade de vida, estado funcional e força de preensão no tratamento conservador primário  da LE crônica (p<0,001), e nenhuma superioridade foi encontrada entre elas em termos de  eficácia (KORU et al., 2024). 

Tanto a bandagem funcional (KT) quanto a ESWT podem melhorar significativamente a dor,  a força da mão e a funcionalidade em pacientes com epicondilite lateral recém-diagnosticada.  No entanto, essas melhorias foram mais evidentes no grupo KT. Considerando a viabilidade e  o baixo custo do KT em comparação com a ESWT, recomendamos que o KT seja  considerado para o tratamento de pacientes com epicondilite lateral recém diagnosticada  (GULER et al., 2020). 

3. METODOLOGIA  

Este presente estudo foi elaborado no formato de revisão sistemática, o objetivo deste foi  encontrar respostas às seguintes perguntas condutoras: “Qual a eficácia da terapia por ondas  de choque?”, “ Qual a eficácia da terapia por ondas de choque em tendinopatias” e “ Há  eficácia da terapia por ondas de choque em lesões do cotovelo”. A partir disso, o estudo pôde  progredir com uma busca, realizada no National Library of Medicine (Pubmed), sob os  seguintes descritores: ((Extracoporeal Shockwave Therapy) AND (Elbow Tendinopathy))  AND (Elbow Injuries), a utilização do operador booleano AND colaborou para a pesquisa ser  mais eficaz e fidedigna ao tema. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: ano de  publicação entre 2020 e 2025, textos disponíveis em português, inglês e espanhol, e os tipos  de artigos escolhidos (meta-análise e/ou revisão sistemática). De início, a busca eletrônica revelou 30 artigos, com a aplicação dos critérios de inclusão essa quantidade mudou para 21  resultados elegíveis para esta revisão sistemática, dessa quantidade ainda foram excluídos 08  artigos por incompatibilidade com o tema e com as perguntas condutoras, assegurando assim,  uma análise minuciosa de 13 artigos consistentes e pertinentes ao tema. Portanto, objetivando  um estudo de excelência sobre a terapia por ondas de choque em tendinopatias e lesões do  cotovelo, esta revisão sistemática foi feita a partir de uma meticulosa busca, com  metodologias seguras e relevantes que colaboram com o desenvolvimento do tema. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A terapia por ondas de choque extracorpórea (ESWT) tem se mostrado uma estratégia  terapêutica promissora e eficaz no manejo de tendinopatias e lesões do cotovelo,  especialmente na epicondilite lateral. Os estudos analisados demonstram que a ESWT  promove benefícios significativos na redução da dor, melhora da função e aceleração da  recuperação tecidual, com destaque para sua atuação na modulação inflamatória, estímulo à  neovascularização e reorganização estrutural dos tecidos. 

Além de representar uma alternativa segura e não invasiva, a ESWT tem demonstrado  resultados sustentáveis em médio e longo prazo, superando, em alguns casos, terapias  tradicionais como infiltrações com corticosteroides. A eficácia do tratamento, contudo, pode  variar de acordo com a cronicidade da lesão, os protocolos aplicados (radial ou focado) e as  características individuais dos pacientes. 

Dessa forma, a incorporação da ESWT como ferramenta terapêutica deve considerar uma  abordagem personalizada e baseada em evidências, integrando-se a outras estratégias  reabilitadoras para potencializar os desfechos clínicos. Novos estudos, com amostras mais  amplas e acompanhamento a longo prazo, ainda são necessários para padronizar protocolos e  elucidar os mecanismos fisiológicos envolvidos, consolidando o uso da ESWT na prática  clínica cotidiana. 

REFERÊNCIAS

BILIR, Emine Esra et al. Comparison of high intensity laser therapy and extracorporeal shock wave in treatment  of lateral epicondylitis: a randomized controlled study. Lasers in Medical Science, v. 39, n. 1, p. 270, 2024. 

ÇETIN, Baki Volkan et al. Comparison of local massage, steroid injection, and extracorporeal shock wave  therapy efficacy in the treatment of lateral epicondylitis. Joint Diseases and Related Surgery, v. 35, n. 2, p.  386, 2024. 

DEFOORT, S. et al. Lateral elbow tendinopathy: surgery versus extracorporeal shock wave therapy. Hand  Surgery and Rehabilitation, v. 40, n. 3, p. 263-267, 2021. 

GULER, T.; YILDIRIM, P. Comparison of the efficacy of kinesiotaping and extracorporeal shock wave therapy  in patients with newly diagnosed lateral epicondylitis: A prospective randomized trial. Nigerian journal of  clinical practice, v. 23, n. 5, p. 704-710, 2020. 

KARANASIOS, Stefanos et al. Clinical effectiveness of shockwave therapy in lateral elbow tendinopathy:  systematic review and meta-analysis. Clinical Rehabilitation, v. 35, n. 10, p. 1383-1398, 2021. 

KORU, Hasan et al. Comparison of the efficiency of peloidotherapy and extracorporeal shock wave therapies in  patients diagnosed with lateral epicondylitis: a prospective, randomized, controlled study. International Journal  of Biometeorology, v. 68, n. 1, p. 101-108, 2024. 

KRÓL, Piotr et al. Focused shock wave and ultrasound therapies in the treatment of lateral epicondylitis-a  randomized control trial. Scientific Reports, v. 14, n. 1, p. 26053, 2024. 

LIU, Wen-Chih et al. Extracorporeal shock wave therapy shows superiority over injections for pain relief and  grip strength recovery in lateral epicondylitis: A systematic review and network meta-analysis. Arthroscopy:  The Journal of Arthroscopic & Related Surgery, v. 38, n. 6, p. 2018-2034. e12, 2022. 

ÖZMEN, Tarik et al. Comparison of the clinical and sonographic effects of ultrasound therapy,  extracorporealshock wave therapy, and Kinesio taping in lateral epicondylitis. Turkish journal of medical  sciences, v. 51, n. 1, p. 76-83, 2021. 

PERVEEN, Wajida et al. Effects of extracorporeal shockwave therapy versus ultrasonic therapy and deep  friction massage in the management of lateral epicondylitis: a randomized clinical trial. Scientific Reports, v.  14, n. 1, p. 16535, 2024. 

YOON, Seo Yeon et al. Does the type of extracorporeal shock therapy influence treatment effectiveness in  lateral epicondylitis? A systematic review and meta-analysis. Clinical Orthopaedics and Related Research®,  v. 478, n. 10, p. 2324-2339, 2020. 

ZHANG, Lei et al. Extracorporeal Shock Wave Therapy Versus Local Corticosteroid Injection for Chronic  Lateral Epicondylitis: A Systematic Review with Meta Analysis of Randomized Controlled Trials.  Orthopaedic Surgery, v. 16, n. 11, p. 2598-2607, 2024. 

ZHENG, Chenxiao et al. Effectiveness of extracorporeal shock wave therapy in patients with tennis elbow: A  meta-analysis of randomized controlled trials. Medicine, v. 99, n. 30, p. e21189, 2020.


1Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  rogerio.2021106351@unicap.br 

2Discente do Curso Superior de Medicina da Faculdade de Medicina de Olinda. Campus Olinda-PE e-mail:  mariajuliabraynercdm@gmail.com 

3Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  victoria.2021106398@unicap.br 

4Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  brunoopinheiro28@gmail.com 

5Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  adv.carlosm@gmail.com 

6Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  jlzoobi@hotmail.com 

7Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  jfazevedomello@gmail.com 

8Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  jose.2020205168@unicap.br  

9Discente do Curso Superior de Medicina da Universidade Católica de Pernambuco. Campus Recife-PE e-mail:  maria.00000848944@unicap.br 

10Médico pelo Centro Universitário Maurício de Nassau. Campus Recife-PE e-mail: jrpereira17@gmail.com