TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À CRIANÇAS AUTISTAS,  POSSIBILIDADES DE AÇÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7386081


Iris Rodrigues Rabelo  
Kharoline Whithny Colares de Andrade* 
Ginarajadaça Ferreira dos Santos Oliveira **


RESUMO: O artigo a partir de uma revisão de literatura propõe uma leitura  especializada e crítica sobre a ação do profissional de Terapia Ocupacional junto a  crianças com Transtorno de Espectro do Autismo (TEA). O campo de atuação do TO é  constituído de uma área multidisciplinar valendo de uma série de elementos que variam  de acordo com cada caso, cada diagnóstico estabelecido. No campo da TO, a integração  sensorial pode ser entendida como a forma que o corpo do autista recebe as informações  dos sentidos. Percebe-se, então, que o terapeuta ocupacional está apto para trabalhar  atividades referentes a texturas, cheiros, gostos e integrar esses sentidos. Isso ajuda o  autista a compreender que esses sinais precisam ser encarados como algo natural e  normal, nesse sentido, as ações do Terapeuta Ocupacional devem ser inseridas de  acordo com as necessidades da criança autista. O artigo está dividido em 5 seções: na  primeira introduzimos focalizando no perfil do TO, na segunda, traçamos a metodologia  da pesquisa, na terceira, apresentamos os desafios e as perspectivas para com crianças  autistas, no quarto como o terapeuta ocupacional deve agir junto às crianças com TEA,  no quinto as conclusões. O texto nesse sentido coloca-se como uma proposta para  construção de ações sobre como lidar junto a isso, bem como revisar aquilo que já  temos produzido sobre o assunto.  

PALAVRAS-CHAVE: TEA; Autismo; Terapia Ocupacional; Crianças. 

1. Introdução: o perfil do terapeuta ocupacional  

Quando ouvimos falar em Terapia Ocupacional logo mentalizamos um grupo  de pessoas, conduzidos por um profissional realizando uma atividade ergonômica ou  dinâmica em prol de alguma melhoria a seu bem-estar. Nos últimos anos, terapeutas  ocupacionais, cientistas ocupacionais têm apresentado a constante necessidade de  discutir, pesquisar os acontecimentos relativos à ocupação, integrando para além dos  condicionantes individuais, as relações e interações da sociedade. É importante, porém,  questionar, investigar a influência e os contornos da experiência coletiva na superação  de iniquidades sociais. 

Em nosso país, as chamadas práticas coletivas da terapia ocupacional  iniciaram-se pelos questionamentos éticos que terapeutas ocupacionais fizeram sobre  suas ações, momento em que a questão social passou a integrar a profissão na década de  1970 (BARROS; GHIRARDI; LOPES, 2002). Em termos mais gerais, o profissional da  área realizava, anteriormente, somente práticas voltadas para a assistência em saúde,  pautadas pela clínica de reabilitação e por um paradigma institucionalizante. Após  diferentes críticas pelo simplismo e dualismo dado a atuação dos profissionais da TO,  uma série de reflexões foi aberta visando estabelecer uma melhor ação profissional tanto  para aquelas feitas no interior das instituições quanto para as ações que transcendem a  esses ambientes, apontado para a necessidade de ações técnicas e políticas de forma  integrada (BARROS; GHIRARDI; LOPES, 2002). Nas últimas décadas, as questões  sócio comunitárias que afetam as ocupações e o cotidiano das pessoas têm tido grande  relevância na Terapia Ocupacional e Ciência Ocupacional (CORREIA; ACKERMAN,  2015; COSTA, 2012; FARIAS et al., 2016; FARIAS et al. 2017; FARIAS et al., 2018;  GALHEIGO, 2011, OLIVER et al. 2003).  

Ainda no caso brasileiro, as discussões em torno da participação social ligada  totalmente às práticas do profissional da TO, conforme mostraram pesquisadores  (SILVA e OLIVER, 2019) parece haver uma revisão sistemática da participação social  em termos da terapia ocupacional. Silva e Oliver, 2019 apontam ainda que há uma  necessidade de uma crítica às formas simplistas e reduzidas que pouco “problematizam  a contextualização da vida das pessoas imersas em conflitos macrossociais, políticos e  culturais”. Segundo as autoras, um exemplo de definição da participação social,  frequentemente usada na terapia ocupacional, está presente nas ações com a reabilitação  com ênfase no território (OLIVER et al., 2003). Faz-se necessário assim articular  projetos que visem o desenvolvimento social e local, engajamento e participação comuns  a comunidade estabelecida. Essa ação medida pode também ser entendida como: 

“(…) uma estratégia para criar e implementar políticas públicas para esse  segmento, contribuindo para a constituição de rede de referência de serviços de saúde, de reabilitação, educação ou de preparação para atividades de geração de renda e trabalho, com maior enraizamento no contexto sociocultural. (OLIVER et al., 2003, p 144)”.  

A cultura e o âmbito cultural também coincidem com o engajamento das pessoas,  moradores, comunidades e grupos coletivos que com as atividades de expressão artística  e cultural, o que tem possibilitado processos de inclusão social, promovendo uma compreensão da singularidade das experiências para se afirmar a participação coletiva  (CASTRO e SILVA, 2007).  

A Terapia Ocupacional é um campo de conhecimento e intervenção em  saúde, em educação e na área social, que reúne tecnologias orientadas para a emancipação e a autonomia de pessoas que, devido a problemáticas específicas (físicas, sensoriais, psicológicas, mentais ou sociais), apresentam dificuldades de inserção e participação na vida social temporária ou definitivamente (Barros e col., 2002, p. 366). 

É notável o crescimento dessa profissão no campo da saúde, especialmente na última década. A ampliação da participação desses profissionais pode ser verificada através do incremento da oferta de cursos de graduação na área,  principalmente em instituições públicas de ensino, e, também, pelo aumento do número de vagas e de convocações oferecidas pelos concursos públicos. (CARVALHO, 2012. p. 365.) 

Concordamos com a referida autora e pensamos o campo e a abordagem do  Terapeuta Ocupacional como sendo uma área de intervenção multidisciplinar que  transita por diferentes meios e atua em diferentes esferas: pedagógica, social, cultural,  de saúde e de tecnologia. O bem estar dos pacientes envolvidos nas intervenções do TO  é de suma importância para seu melhor desenvolvimento seja social, cultural,  psicomotor ou físico. Nesse sentido, é este profissional que estabelece um elo entre  saúde e sociedade sendo seu público diversificado e incorporado em âmbitos que  exalem qualidade de vida.  

Assim, a Terapia Ocupacional é concebida como um campo de conhecimento  que atua na intervenção em saúde, educação e na esfera social, combinando técnicas e  tecnologias visando estabelecer a emancipação e autonomia das pessoas que lidam com  alguma problemática seja física, sensorial, mental, psicológica, e ou social. A atividade  na TO é de acordo com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto o  “elemento centralizador e orientador na construção complexa e contextualizada do  processo terapêutico”. (FMUSP, 2002) 

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, COFFITO, define da  seguinte forma o profissional de TO: 

O Terapeuta Ocupacional é um profissional da saúde, com formação acadêmica superior, capacitado para atuar em todos os níveis de atenção à saúde. Com formação generalista, humanista, ética, crítica e reflexiva, tem capacidade para atuar em conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e do Sistema Único da Assistência Social, compreendendo as políticas sociais como direito de cidadania, de forma a garantir a integralidade da assistência em todos os seus níveis de complexidade. (COFFITO, 2009)

Pensar a atuação do TO é pensar a atuação diversificada que sua formação  agrega. O TO é assim um profissional que tem um perfil de caráter múltiplo: ao mesmo  tempo que se direciona para a saúde e qualidade de vida, promoção do bem-estar físico,  social motor, sensório e social, se dirige para as relações interpessoais, para as emoções  e sociabilidades, para as relações e interações culturais entre os grupos com quem lida.  Nesse segmento, o profissional se capacita a dialogar com outros profissionais  como pedagogos, professores, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, assistentes sociais  e outros promovendo uma gama de afazeres, uma teia de interatividade profissional.  

A formação acadêmica do terapeuta ocupacional, segundo a informação acima é,  para a área de saúde, mas sua grade agrega um campo humanístico complexo e  completo que envolve ética, crítica, reflexão e ação. Seu campo de abordagem então  perpassa por diferentes áreas, dada a formação acadêmica. Esquematicamente podemos  colocar o profissional da TO como no modelo a seguir: 

O COFFITO, considera também que:  

A característica essencial da Terapia Ocupacional é o envolvimento ativo das  pessoas no processo terapêutico, pois é a ciência que estuda a atividade  humana e a utiliza como recurso terapêutico para prevenir e tratar  dificuldades físicas e/ou psicossociais que interfiram no desenvolvimento e na independência do cliente em relação às atividades de vida diária, estudo,  trabalho e lazer. Seu interesse está relacionado ao desenvolvimento, educação, emoções, desejos, habilidades, organização de tempo, conhecimento do corpo em atividade, utilização de recursos tecnológicos e equipamentos urbanos, ambiência, facilitação e economia de energia nas atividades cotidianas e laborais, objetivando o maior grau de autonomia e independência possível, diminuindo ou corrigindo patologias, promovendo e mantendo a saúde. (COFFITO, 2009) 

Uma das bases da profissão é a criatividade, com essa base os TO utilizam-se  diferentes propriedades presentes no cotidiano das atividades humanas como “recurso  terapêutico” para alcançar a autonomia do desenvolvimento, da restauração e da  ampliação das capacidades funcionais e de relação das pessoas, em diferentes faixas  etárias. Conforme o COFFITO, o TO tem como postura essencial o envolvimento ativo  das pessoas nesse processo. Com isso, as pessoas tendem a alcançar sua autonomia,  independência e fazer o melhor uso de suas potencialidades e interações físicas e  sociais.  

2. Metodologia da Pesquisa  

A pesquisa desse texto resulta de uma revisão bibliográfica, uma revisão de  formato integrativo, de caráter descritivo sobre a atuação do terapeuta ocupacional com  crianças autistas. Para um primeiro tópico fizemos a leitura das fontes oficiais ligadas ao  COFFITO e demais entidades. Entendemos a revisão integrativa como sendo a de uma  abordagem significativa, metódica, referente a estudos, permitindo uma eficiente  compreensão do estudo analisado. Para operacionalização dessa revisão foram  adotadas as seguintes fases: elaboração do tema e pergunta norteadora; estabelecimento  de critérios de inclusão e exclusão; coleta em bases científicas; seleção dos artigos e  análise, e interpretação dos resultados (SOUZA, SILVA e CARVALHO; 2010).  

A estratégia de pesquisa on-line dos artigos foi realizada nas bases de dados  Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic  Library Online (SciELO), Directory of Open Access Journals (DOAJ), Medline e Portal  de Periódicos Capes, utilizando os descritores: “crianças autistas” priorizou-se artigos  compostos por especialistas em saúde e ou educação uma vez entendemos o trabalho  conjunto dessas duas áreas em prol do melhor entendimento sobre como lidar em  situações características da criança com TEA.  

A pergunta norteadora principal que foi respondida no último tópico foi: como  o terapeuta ocupacional deve agir com crianças portadoras de TEA? Nesse sentido, após definir o perfil do Terapeuta Ocupacional de maneira geral, sua formação acadêmica, e,  os desafios e perspectivas das crianças autistas, finalizamos respondendo a pergunta. Nesse sentido entendemos neste trabalho de revisão como o definido por  Noronha e Ferreira (2000, p. 191) como sendo:  

estudos que analisam a produção bibliográfica em determinada área temática,  dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-da arte sobre um tópico específico, evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada. 

Assim, esse nosso texto procura reunir e discutir as informações sobre a  área da Terapia Ocupacional, com áreas subjacentes como a Educação. Taylor e Procter  (2001) definem revisão de literatura como uma tomada de contas sobre o que foi  publicado acerca de um tópico específico. 

3. Crianças autistas: desafios e perspectivas  

Lidar com crianças autista não é um desafio, é uma situação que exige antes de  tudo carisma e atenção. De acordo com o site Autismo e Realidade, ligado à Fundação  José Luiz Egydio Setúbal, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens  do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. 

São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de  Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem  outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger. (AUTISMO E REALIDADE, 2020). Continuando, lemos: 

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5  (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do  espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social  (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida. (AUTISMO E REALIDADE, 2020). 

A convivência com crianças autistas requer sensibilidade. O cotidiano da  pessoa com TEA pode ser repleto de desafios que parecem coisas simples para um adulto ou para outra criança. Diferentes profissionais atuam junto a esse público  prevendo e cooperando com melhores condições para lidar com as possíveis situações  que enfrentam. Familiares, amigos e cuidadores quando bem orientados podem ajudar o  autista a lidar bem com suas limitações e dificuldades e construir uma vida saudável e  funcional.  

A fita da conscientização é um dos símbolos do autismo criado em 1999, sendo  ainda hoje amplamente utilizado. Formada por peças do quebra-cabeça em cores vivas,  destacando o azul, o vermelho e o amarelo. Representa a diversidade, a inclusão social,  a esperança e a conscientização da sociedade como um todo. (TRILICO, 2022.) 

O símbolo por si só já comunica e transmite uma mensagem a ser enfatizada  pela sociedade civil como um todo. Ser autista, ter um filho, um irmão, um neto, um vizinho, um aluno, um paciente, não deve ser encarado como “tarefa impossível” ou  problema. Mas como uma lida de construção, um sentido para nossa vivência cotidiana  e um desafio de sensibilidade 

Figura 01: Explicação do símbolo do autismo 

Fonte: AUMA Autismo. Disponível em: https://auma.org.br/novidades/voce-sabe-o-que-significa-este simbolo/

Diferentes são as características comportamentais de uma criança autista desde a  resistência a métodos “normais” de ensino, até a ausência de medo de perigos reais.  Nesse sentido, as crianças autistas tendem a pouco se socializar e necessitam que os  adultos as auxiliem em suas relações interpessoais.  

O Transtorno do Espectro Autista se manifesta pela modificação na captação e organização sensorial dos 12 sentidos humanos (audição, visão, paladar, olfato, tato, sentido térmico, sentido orgânico, sentido sinestésico, sentido do equilíbrio, do pensamento, da fala e do eu), alterando o desenvolvimento das sete áreas do desenvolvimento infantil e humano (imitação, percepções, coordenação motora fina, coordenação motora global, integração viso  motora, cognição e cognição verbal), na medida em que as desnivelada inter e intra-áreas, o que por sua vez é observável pela modificação da comunicação social e comportamento restrito e repetitivo. (MOTA, 2013) 

Prosseguindo, o autor destaca que: 

O transtorno desorganiza e desestrutura o desenvolvimento provocando em 75% dos casos, deficiência intelectual concomitante. Os dados estatísticos não são precisos e nem absolutos, podendo variar de 1 caso diagnosticado para cada 65 (sessenta e cinco) à 100 (cem) nascimentos. É um transtorno encontrado em todo mundo e em famílias de toda  configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu provar nenhuma causa psicológica no meio ambiente  dessas crianças que podem causar autismo e o mesmo não tem prevenção. (MOTA, 2013) 

Pensar mecanismos, atividades e formas de integrar a criança autista à convivência feliz e produtiva requer que diferentes profissionais estabeleçam contatos e  estudos de casos específicos visando a melhor ação para cada caso. Cada uma das  características citadas na figura anterior equivale a um procedimento específico, vale  ressaltar que a ocorrência ou incidência de uma ou mais das características supracitadas  se resolvidas de maneira equivocada faz com que a criança autista desenvolva outras  características sendo que o medo e o afastamento social são quase sempre as principais  respostas para essas crianças. 

Os autistas assim possuem uma necessidade de atenção uma vez que suas  características variam de acordo com sua personalidade diária. A figura seguinte  apresenta as principais características de uma criança autista, vejamos:

Imagem 02: Características de uma criança autista. 

Desenhos de Luis Boralli, 2007 

Fonte: AUMA Autismo. Disponível em: https://auma.org.br/novidades/voce-sabe-o-que-significa-este simbolo/ 

Concordando com Camargo e Bosa (2009, p. 65), “o autismo se caracteriza pela  presença de um desenvolvimento acentuado atípico na interação social e comunicação,  assim como pelo repertório marcadamente restrito de atividades e interesses”. 

Compreender o autismo é abrir caminhos para o entendimento do nosso  desenvolvimento. Estudar autismo é ter nas mãos um “laboratório natural” de  onde se vislumbra o impacto da privação das relações recíprocas desde cedo  na vida. Conviver com o autismo é abdicar de uma só forma de ver o mundo  – aquela que nos foi oportunizada desde a infância. É pensar de formas múltiplas e alternativas sem, contudo, perder o compromisso com a ciência (e a consciência!) – com a ética. É percorrer caminhos nem sempre equipados com um mapa nas mãos, é falar e ouvir uma linguagem, é criar oportunidades de troca e espaço para o nosso saber e ignorância […] (BOSA, 2002, p. 13). 

Interessante a proposta da autora citada quando propõe que estudar o autismo é  ter na mão um laboratório natural. Para diferentes profissionais, reiteramos, o cuidado e  a participação nos cuidados com crianças autistas abrem uma série de discussões  multidisciplinares nas quais a Terapia Ocupacional também pode participar.  

Pensar mecanismos de ação para com autistas, requer dos profissionais plenos  contatos com a família, e o entorno da criança, estabelecendo um elo comunicativo com  o intuito de estabelecer um mapeamento do que pode ser feito em prol da melhor  sociabilidade da criança. O centro é a criança, não um centro de olhares de “cima para  baixo” ou de “normal para anormal”, mas um centro participativo; requer entender o  universo que ele se enquadra.  

Esquematicamente, podemos pensar a possibilidade de ação da seguinte  maneira:

SmartArt elaborado pelas autoras para este artigo. A imagem do fundo é proveniente da internet 

O conhecimento e o planejamento conversam entre si e estabelecem a forma de  ação para com as crianças, e o centro disso tudo é a família. Sendo assim, a parceria  com a família, escola é importante uma vez que o processo de desenvolvimento da  criança ocorrerá de fato quando ocorrer a sensibilização dos profissionais e da família,  posto que são eles quem costumam ter maior tempo de convivência com a criança e é  importante que estimulem seus filhos nas atividades do cotidiano, buscando inseri-los  no ambiente social. É importante ressaltar que a família não está preparada para cuidar  de uma criança autista, pois é uma situação inesperada no contexto familiar. (CARVALHO. et. all, 2019. p. 692).  

4. Terapia ocupacional frente a crianças autistas: como agir?  

Atualmente, o termo Autismo está sendo paulatinamente substituído por  Tratamento do Espectro do Autismo (TEA) podendo ser encontrada nas publicações  técnico-científicas, consolidado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos  Mentais (DSM-V), encontra-se nele também os novos critérios diagnósticos de TEA.  Sendo assim, o termo antigo de Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD) deixa  de existir e passa a partir do DSM-V que constitui a Classificação Internacional adotada  para os critérios de TEA (GATTINO, 2015). 

A atuação do TO com crianças portadoras de TEA faz com que o profissional  estabeleça atividades psicomotoras de acordo com a necessidade de cada paciente.  GONÇALVES ET. ALL., 2019, estabeleceram que o objetivo geral do terapeuta  ocupacional no tratamento do TEA é contribuir para a melhoria da qualidade de vida,  seja no ambiente escolar ou no ambiente familiar, auxiliando no diagnóstico e  construindo intervenções voltadas para as especificidades do sujeito. Assim, os TO  propõem-se a auxiliar na introdução, favorecendo melhorias nas habilidades, para  que indivíduos com TEA possam chegar a sua independência.  

WHITIMAN, 2019, considerou que apontar precocemente o diagnóstico é útil  para se preparar um prognóstico, isto é, para definir qual será o curso de  desenvolvimento para uma pessoa com este diagnóstico. Pais cujos filhos receberam  esse diagnóstico de autismo, pretendem saber o quanto seus filhos serão beneficiados  com o plano de tratamento e programas educacionais que será oferecido a esse  indivíduo, favorecendo no futuro da criança.

Tomchek et. all. (2017) ao tratarem da reabilitação de pessoas com TEA,  criaram um mecanismo de perfil sensorial com a intenção de avaliar a sensibilidade  sensorial e a evitação social. Através das práticas dos autores, foram destacadas as  atividades no cliente, destacando os resultados positivos e mostrando as habilidades do  paciente. Costa e Pfeifer (2016)

apresentam o processo de intervenção  terapêutica ocupacional por meio da terapia de integração sensorial, evidenciando que o terapeuta organiza a oferta sensorial adequada ao perfil da criança,  gerenciando um equilíbrio entre a demanda sensorial, liberdade de escolha e a  necessidade individual, ajustando assim o desafio de modo a promover a resposta  adaptativa, com o objetivo de atingir as suas necessidades específicas, destacando-se  entre seus objetivos terapêuticos: o desempenho funcional, as capacidades de  autorregulação e as habilidades sensório-perceptivo-motoras. 

Giardinetto (2009, p. 07) apontou que para o trato com crianças portadoras de  TEA temos uma variedade de interpretações e possibilidades de intervenção uma vez  cada para cada característica que as crianças apresentem, surgem uma diversidade de  metodologias diferentes, sempre angariando resultados positivos e melhorias em suas  cognições, relações sociais, culturais e mentais. 

Para Matsukura (1997, p. 06) são variadas as maneiras de intervenção utilizadas no  tratamento do autismo, sendo que a procura por mecanismos que auxiliem as crianças a  participarem de modo consciente em seu meio parecem ser o objetivo principal destas  intervenções, embora estas estejam vinculadas a diferentes abordagens teóricas e  técnicas. A autora cita algumas formas de intervenção que podem ser utilizadas junto a  esta população e, dentre elas, destaca a Terapia Ocupacional. 

Para Fernandes et. all. (2021, p. 06), ao estudarem a incidência de COVID-19 em  crianças portadoras de TEA, destacaram que a organização da rotina de crianças e  adolescentes com TEA, é necessária visando garantir uma maior previsibilidade das  atividades cotidianas, é uma estratégia de cuidado essencial a ser adotada em tempos de  pandemia e, além dela, também. Essa estruturação pode se dar por meio de diferentes  ferramentas, como quadros, imagens/figuras, de forma que eles compreendam o  momento de dormir e acordar, fazer as refeições e outras atividades de vida diária, e  também pode estar relacionada com a garantia de momentos de lazer e brincadeiras,  assim como atividades estruturadas que exigem mais atenção e concentração, como  aquelas relacionadas aos conteúdos pedagógicos.  

Destaca-se, entretanto, que é preciso contextualizar as diferentes realidades e especificidades presentes na vida de cada criança e adolescente, assim como as dificuldades já existentes e aquelas que emergiram a partir do cenário atual, de forma a amenizar sentimentos que possam gerar desorganização emocional (Laboratório de Terapia Ocupacional e Saúde Mental, 2020).  

Dessa forma, a participação ativa da própria criança/adolescente e de sua família na proposição de tais rotinas é algo a ser fomentado pelos profissionais da saúde mental, visando garantir a subjetividade, tal como é proposto por Costa-Rosa (2000). (FERNANDES, et. all., 2021. p. 07)

O critério da especificidade de cada caso, do considerar as particularidades deve  ser a maneira primordial da ação do Terapeuta Ocupacional junto às crianças com TEA,  nisso o profissional da área deve seguir a proposta observação-comunicação-ação na  qual o diálogo com a família se torna um fator essencial. É importante considerar a  dinâmica da criança autista. Lembrando que quando se trata de pessoas neurotípicas,  todas essas ocupações são desenvolvidas de forma orgânica, sem a necessidade de um  acompanhamento mais sistematizado: elas aprendem a brincar imitando outros bebês,  com os pais, na creche etc., até o ponto que aprendem e brincam sozinhas, inventam as  próprias brincadeiras e jogos. (VICHESE, 2019). No caso de crianças autistas, as  ocupações, apesar de básicas, precisam ser estimuladas e ensinadas de forma específica,  considerando as potencialidades de cada uma delas e o diagnóstico realizado pela  equipe multidisciplinar que as acompanha. 

A terapeuta ocupacional Dinara Souza e a analista do comportamento Thais  Priori Romano em entrevista à revista Nova Escola (VICHESE, 2019), quando  perguntadas sobre como o terapeuta ocupacional atua na prática, responderam que  “depende da perspectiva de trabalho que ele adota. É possível trabalhar escolhendo  especialidades e abordagens específicas, como a Análise do Comportamento Aplicada  (ABA), o modelo Denver, o modelo Floortime ou a Integração Sensorial. Também é  possível combinar mais de uma ou não seguir nenhuma especificamente.” As  especialistas, consideraram ainda que no Brasil, a Integração Sensorial é uma linha de  atuação exclusiva da área da terapia ocupacional e uma das poucas com evidências  científicas exclusivas para tratar problemas de processamento sensorial. Segundo essa  metodologia de trabalho, o processamento sensorial é a habilidade do sistema nervoso  central de absorver, processar e organizar as informações trazidas pelos sentidos e gerar  respostas adequadas, seja em forma de comportamento ou aprendizagem. 

Para as crianças, neurotípicas, foi apontado que:  

Logo que nasce, o cérebro dela recebe informações sensoriais, organiza e dá sentido à elas, respondendo em forma de aprendizagem e comportamentos. O processamento sensorial de crianças autistas é afetado em 95% dos casos: nelas, o processamento das informações sensoriais ocorre de forma desordenada e insatisfatória, gerando respostas inadequadas e atraso nas habilidades em diferentes domínios do desenvolvimento e prejudicando o seu desempenho ocupacional. Vale destacar que os sentidos considerados vão além da visão, audição, olfato, paladar e tato. Existe também o sentido vestibular (responsável pelo equilíbrio) e o proprioceptivo (que responde pela consciência dos movimentos produzidos pelos membros de nosso corpo). (VICHESE, 2019)

A atuação do TO frente a crianças com TEA, se torna uma ação de produção e  descobertas: produção de maneiras, atividades e ações específicas visando a melhor  estabilidade do paciente, e descobertas dessas ações, reiteramos que não há um método  universal, uma maneira estabelecida para lidar com as situações, porém, cada caso, cada  característica apresentada pela criança autista deve levar o TO a propor atividades  psicomotoras, de socialização em prol do seu paciente.  

5. Conclusão  

“Às vezes, não entendo o que os outros querem dizer e acabo me sentindo só, mesmo com outros ao meu redor.” Sam Gardner 

A frase acima é do personagem Sam Gardner do seriado Norte Americano  Atypical1 se enquadra perfeitamente na realidade de muitas crianças autistas: mesmo  num ambiente repleto de pessoas e informações, elas se sentem só e se isolam em seu  mundo. Pensar propostas de ação de Terapeutas Ocupacionais para com portadores de  TEA na infância se torna um desafio aos profissionais da área, mas um desafio que ao  mesmo tempo que introduz uma base de ação, produz uma série de informações que ao  profissional são caras ao melhor conhecimento de seus pacientes e do cotidiano.  

Ao profissional da TO que se propõe a auxiliar crianças com esse transtorno  a atenção e percepção são elementos fundamentais para melhor conhecer onde e como  deverá agir, e, o que propor. Aceitando que o terapeuta ocupacional prioriza medidas de  prevenção com base no desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos que são  aplicados de acordo com a necessidade de cada indivíduo, é imprescindível que ao atuar  com crianças autistas, o profissional estabeleça metas, planos e atividades que auxiliem  cada caso em sua especificidade. Logo, esses profissionais avaliam as melhores  alternativas e empregam diferentes atividades de trabalho com vistas à evolução do  tratamento dos distúrbios físicos, mentais ou dos quadros associados a problemas  sociais ou emocionais. 

1 Série norte-americana criada por Robia Rashid que conta a história de Sam Gardner, um rapaz  diagnosticado dentro do espectro do autismo. A série no Brasil é transmitida pela empresa Netflix, em sua  plataforma.

6. Referências  

1. BARROS, D. D.; GHIRARDI, M. I. G.; LOPES, R. E. Terapia ocupacional  social. In: Revista de Terapia Ocupacional da USP, São Paulo, v. 13, n. 3, p.  95-103, set./ dez., 2002. 

2. BOSA, Cleonice Alves. Autismo: atuais interpretações para antigas observações.  In: BAPTISTA, Claudio; BOSA, Cleonice (org.). Autismo e educação: atuais  desafios. Porto Alegre: Artmed, 2002. 

3. CAMARGO, Pimentel Höher; BOSA, Cleonice Alves. Competência social,  inclusão escolar e autismo: revisão crítica da literatura. Psicologia & Sociedade,  v. 21, n. 1, p. 65-74, 2009. Disponível em: 

<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/20834/000718941.pdf?sequ ence=1>. Acesso em: 10 mar. 2021. 

4. CARVALHO, C. R. A. A identidade profissional dos Terapeutas Ocupacionais:  considerações a partir do conceito de estigma de Erving Goffman. Saúde Soc. São Paulo, v. 21, n. 2, 2012. p. 365. Disponível em: hromeextension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.scielo.br/j/sausoc/a/ wD6fGySkxdB7B5TwvKBffzP/?format=pdf&lang=pt. 

5. CARVALHO, Fabio Luiz Oliveira de. et. all. Desenvolvimento da Criança com  Autismo. Revista Saúde em Foco. Ed. nº 11, ano 2019. Disponível em:  www.htps//efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://portal.unisepe.com.br/uni fia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/06/060_DESENVOLVIMENTO-DA CRIANÇA-COM-AUTISMO_687_a_697.pdf 

6. CASTRO, E. D. de; SILVA, D. de M. Atos e fatos de cultura: territórios das  práticas, interdisciplinaridade e as ações na interface da arte e promoção da  saúde. In: Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo,  São Paulo, v.18, n. 3, p. 102-112, 2007. 

7. CONVIVENDO COM O TEA. Autismo e Realidade, 2020. Disponível em:  https://autismoerealidade.org.br/convivendo-com-o-tea/cartilhas/?utm_source=site&utm_medium=exit_intent&utm_campaign=test_ ab_exit_cartilhas 

8. CORREIA, R. L., AKERMAN, M. Desenvolvimento local participativo, rede  social de suporte e ocupação humana: relato de experiência em projeto de  extensão. In: Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. São Paulo, v. 26, n. 1, p.159-65, 2015. 

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https://blog.matheustriliconeurologia.com.br/simbolo-doautismo/#:~:text=Produzido%20em%201963%20por%20Gerald,com%20Transt orno%20do%20Espectro%20Autista 

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* Acadêmicas do Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade Martha Falcão – Wyden -Manaus, Am. 
* * Professora do Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade Martha Falcão – Wyden – Manaus, Am.