COGNITIVE BEHAVIORAL THERAPY IN THE TREATMENT OF SCHIZOPHRENIA IN THE ADULT PHASE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7327148
Eduarda Regina Garcia Lucas
Ester de Souza Martins
RESUMO
A esquizofrenia é um transtorno mental grave que possui uma alteração cerebral dificultando julgamento correto sobre a realidade, a produção de pensamentos simbólicos e abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas, é um dos mais conhecidos e segundo a OMS (organização mundial da saúde) afeta 1% da população mundial e ainda hoje é um assunto com muitos tabus sobre o qual pouco se fala. Normalmente, o transtorno aparece entre o final da adolescência e o começo da vida adulta, sendo uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda vida. Esta pesquisa tem como objetivo apresentar os benefícios da Terapia Cognitivo Comportamental para o tratamento da esquizofrenia na fase adulta descrevendo os principais sintomas da doença, especificando as principais formas de tratamento e os benefícios da TCC, tendo em vista a qualidade de vida do paciente, a convivência na sociedade. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com revisão narrativa da literatura nacional e artigos científicos publicados em plataforma Scielo e Lilacs, onde foram encontradas publicações cientificas para a construção da mesma, sendo utilizados apenas artigos com ênfase no tema escolhido publicados entre os anos de 2009 a 2022. Concluímos que a Terapia Cognitivo Comportamental tem sido um recurso terapêutico que vem mostrando melhores resultados, contribuindo em reduzir os sintomas, ensinando o paciente a analisar, enfrentar, mudar pensamentos e crenças disfuncionais e melhorando a qualidade vida.
Palavras-chave: esquizofrenia; tratamento; terapia cognitivo comportamental.
SUMMARY
Schizophrenia is a serious mental disorder that has a brain disorder that makes it difficult to make a correct judgment about reality, the production of symbolic and abstract thoughts and the elaboration of complex emotional responses, it is one of the best known and according to the WHO (world health organization) affects 1% of the world’s population and even today it is a subject with many taboos about which little is said. Typically, the disorder appears between late adolescence and early adulthood, being a chronic, complex disease that requires lifelong treatment. This research aims to present the benefits of Cognitive Behavioral Therapy for the treatment of schizophrenia in adulthood, describing the main symptoms of the disease, specifying the main forms of treatment and the benefits of CBT, in view of the patient’s quality of life, the coexistence in society. This is a bibliographic research with a narrative review of the national literature and scientific articles published on the Scielo and Lilacs platform, where scientific publications were found for the construction of the same, using only articles with an emphasis on the chosen theme published between the years 2009 to 2022. We conclude that Cognitive Behavioral Therapy has been a therapeutic resource that has shown better results, helping to reduce symptoms, teaching the patient to analyze, face, change dysfunctional thoughts and beliefs and improve quality of life.
Keywords: schizophrenia; treatment; cognitive behavioral therapy.
INTRODUÇÃO
A esquizofrenia tem uma prevalência comum com estimativa mundial em aproximada de 0,5% podendo estar relacionada à genética da pessoa. Existe uma série de variantes genéticas comuns que desempenham importante papel na esquizofrenia.
Ela é uma doença mental crônica sem cura, normalmente se manifesta na adolescência ou na fase adulta entre 20 a 30 anos de idade. Cerca de 1 para cada 100 pessoas possuem essa patologia e no Brasil estima-se cerca de 1,6 milhões de esquizofrênicos.
Atualmente sua forma de tratamento é com os psicofármacos, o uso dos antipsicóticos apenas “amortecem” as experiências que causam ou contribuem para a formação de sintomas psicóticos, como os delírios, mas não “apagam” os sintomas; a eliminação ou melhoria dos sintomas, em longo prazo, requer que o paciente
“trabalhe” e reavalie suas experiências , porém é possível fazer o uso de outro método interventivo em conjunto com os medicamentos sendo ele a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) logo possui três técnicas que têm sido destacadas sendo elas: técnica de normalização, técnica dos módulos e a técnica do reforço das estratégias de enfrentamento.
Devido à cronicidade da esquizofrenia, surge a associação entre os tratamentos psicológico e farmacológico, já que a TCC vem se mostrando como um recurso terapêutico muito importante, integrado ao tratamento farmacológico, na recuperação e reabilitação do paciente com esquizofrenia no âmbito interpessoal e social.
A terapia cognitiva comportamental tem sido um recurso terapêutico que vem mostrando melhores resultados, contribuindo para melhor qualidade de vida para os indivíduos que possuem esse transtorno.
O presente artigo justifica-se devido ao alto índice de pessoas que vem apresentando a patologia e depois de várias pesquisas sobre as formas de tratamentos da mesma durante o período da nossa formação, a escolha do tema veio através do interesse de verificar sobre os benefícios possíveis que a Terapia Cognitiva Comportamental pode trazer a pacientes acometidos com a esquizofrenia.
A partir do exposto acima se faz necessário pensar em diferentes possibilidades de tratamento a fim de dar uma melhor qualidade de vida para as pessoas que possuem o diagnóstico de esquizofrenia. Sendo assim a Terapia Cognitivo Comportamental se configura como um instrumento terapêutico de extrema potência no processo de cuidado biopsicossocial. Essa estratégia desenvolve uma identidade e permite ao paciente, uma certa convivência onde quer que ele esteja
Por tanto, esta pesquisa tem como objetivo apresentar os benefícios da Terapia Cognitivo Comportamental para o tratamento da esquizofrenia na fase adulta descrevendo os principais sintomas da doença, especificando as principais formas de tratamento e os benefícios da TCC, tendo em vista a qualidade de vida do paciente, a convivência na sociedade.
REFERENCIAL TEÓRICO
Em termos de políticas de saúde A esquizofrenia é uma das doenças mentais mais frequente e grave sendo identificada como prioritária na confecção de políticas de saúde pelo seu alto déficit de funcionamento inerente e morte precoce (ASHER; FEKADU; HANLON, 2018).
São estimados que aproximadamente 1,6 milhão de pessoas estão com diagnóstico de esquizofrenia no Brasil e que, em torno de 50.000 pessoas, a cada ano, manifestam pela primeira vez esse transtorno. Esse transtorno, em geral, atinge tanto mulheres quanto homens tendo seu início em torno dos 25 a 30 anos nas mulheres e dos 20 a 25 nos homens (SOUSA; ERCI, 2020).
Comumente, no começo da vida adulta ou no final da adolescência, surgem as primeiras manifestações do transtorno, sendo observado, no sexo feminino, uma distribuição bimodal, ou seja, uma probabilidade com duas modas diferentes, sendo a primeira entre os 25 e 30 anos e a segunda após os 40 anos atingindo entre 3% e 10% das mulheres (SAMPAIO; FIGUEIRA; AFONSO, 2014).
Até o ano de 2014, segundo a OMS, 26 milhões de pessoas haviam sido diagnosticadas com esquizofrenia em todo o mundo. Até o ano de 2013, no Brasil, os dados divulgados mais recentes provenientes do protocolo e diretrizes terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde Brasileira, apontam que os transtornos esquizofrênicos acometem aproximadamente de 0,6% a 3% da população dependendo dos critérios de diagnósticos usados (TRINDADE; DOS SANTOS; OLIVEIRA, 2019).
A terapia cognitiva comportamental necessita de uma avaliação do paciente na sua totalidade para formulação, de forma adequada, conceituação e planejamento do tratamento (BACK, 2013).
As alterações cognitivas são a principal causa de incapacidade funcional para o sujeito portador de esquizofrenia, sendo de importância vital a compreensão do fenômeno do declínio cognitivo nos adultos, permite caracterizar o perfil cognitivo de sujeitos com declínio cognitivo e esquizofrenia comórbida, e aprimorar a intervenção nesta área, viabilizando novas formas de prevenção e manutenção do equilíbrio cognitivo em pessoas adultas (KNAPP, 2009).
METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica é obrigatória em qualquer pesquisa científica, pois reduz a possibilidade do pesquisador trabalhar em vão. É um levantamento da bibliografia já publicada sobre o assunto de interesse, em forma de livros, revistas, periódicos, publicações, veiculados na internet ou por meio de sua pesquisa. A revisão bibliográfica, ou revisão da literatura, é a análise crítica, meticulosa e ampla das publicações correntes em uma determinada área do conhecimento (TRENTINI; PAIM, 1999).
Este tipo de pesquisa tem como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto (MARCONI; LAKATOS, 2007). Desta forma segundo os autores citados, a pesquisa bibliográfica não é apenas uma mera reiteração do que já foi escrito sobre estipulado assunto, mas sim, possibilita o exame de um tema sob nova perspectiva ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras.
A técnica utilizada foi bibliográfica, baseando-se em artigos de pesquisa sobre o assunto e algumas literaturas para aprimorar o assunto. Foi realizado um levantamento sobre a teoria cognitiva comportamental, utilizando-se de informações obtidas em artigos sobre saúde mental e a esquizofrenia na fase adulta, esta revisão concede compendiar as pesquisas já concluídas e obter novas conclusões. A revisão da literatura é uma ação sobre o material já produzido (GIL, 2010).
Como critério de inclusão foram utilizados artigos científicos publicados em banco de dados nacionais, com no máximo, 05 anos de divulgação, sendo que artigos recentes possuem informações atualizadas sobre o assunto e o avanço nas pesquisas. Foram excluídos os artigos publicados antes de 2010 e os que fogem do tema proposto. As palavras chaves selecionadas para pesquisa foram: esquizofrenia, tratamento e terapia cognitivo comportamental.
Para a desenvolvimento desse estudo foi realizada uma varredura minuciosa de artigos publicados em plataforma Scielo e Lilacs, onde, foram encontrados publicações científicas para a construção da mesma, sendo utilizados apenas artigos, os quais, tinham mais ênfase no tema escolhido publicados entre os anos de 2009 a 2022.
Este trabalho de especialização seguiu a normatização de trabalhos científicos do Centro Universitário Fametro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados são aqui organizados em tópicos, abordando os seguintes aspectos: (1) Principais Sintomas da esquizofrenia; (2) Formas de tratamento da Esquizofrenia; (3) Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) na Esquizofrenia.
Principais Sintomas da esquizofrenia
De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria (APA) são utilizados critérios para o diagnóstico dessa psicopatologia através do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5) segundo o qual dois sintomas precisam ser apresentados pelo paciente sendo que, pelo menos um, pelo período de um mês em quantidade significativa. Os sintomas apresentados podem ser: alucinações; delírios; discurso desorganizado; sintomas negativos, expressão emocional diminuída ou avolia e comportamento catatônico ou grosseiramente desorganizado (APA, 2014).
Atualmente, uma série de fatores diferentes podem informar o diagnóstico da esquizofrenia em expressões de sintomas interpretados subjetivamente. Alucinações e delírios são elementos psicóticos “positivos” que chamam a atenção do sistema de saúde o qual se utiliza dos antipsicóticos existentes para moderar os sintomas, o que é feito com bastante sucesso. Porém, os elementos “negativos”, de “humor” e “cognitivos” são elementos que, a longo prazo, podem ser mais prejudiciais para a saúde do paciente (WINSKY-SOMMERER et al, 2019).
Os sintomas positivos, denominados também de sintomas produtivos, que incluem as alucinações e os delírios, classicamente, estão mais visíveis e presentes nas fases de descompensação aguda da doença estando inclusas, neste conjunto, outras alterações do comportamento, pensamento ou discurso (CEREJEIRA et al, 2014).
Os sintomas negativos podendo ser classificados em primários, sendo resultantes da própria evolução da esquizofrenia ou secundários, decorrentes dos sintomas positivos ao isolamento social, à depressão, à desorganização e aos efeitos das medicações antipsicóticas (MITRA et al, 2016).
Estudos apontam que, tanto no exterior quanto no Brasil, existe uma carência, de publicações de pesquisas dedicadas à análise da eficácia das intervenções psicossociais diversas, principalmente nos sintomas negativos do transtorno mental da esquizofrenia (LOPES et al, 2018).
Os sintomas negativos da esquizofrenia estão definidos no Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais que em sua 5ª Edição (DSM-5) define-os como: aplanamento e embotamento afetivos, onde há uma redução da amplitude e intensidade da expressão emocional; alogia caracterizado pela pobreza no discurso com respostas lacónicas, sem conteúdo; avolição, com a presente redução da motivação e as faltas de vontade e de iniciativa; anedonia, caracterizada pela perda da habilidade em sentir prazer em atividades ou relacionamentos interpessoais; acrescente-se a esses o isolamento social. O funcionamento global do indivíduo é afetado diretamente pela gravidade dos sintomas negativos (OMS, 1994).
No decorrer da vida da pessoa outros os fatores de risco agem simultaneamente influenciando diretamente no início, nos sintomas e no curso do transtorno de esquizofrenia nos quais estão inclusos: as injúrias sofridas durante a infância, o estresse psicossocial no decorrer tanto da infância quanto da adolescência (DELORME; SRIVASTAVA; CERMAKIAN, 2020).
Em pessoas acometidas pela insônia há um aumento probabilístico nos relatos de alucinações e paranoias, estando ela associada mesmo após o controle da ansiedade e depressão ao transtorno do espectro da esquizofrenia. As dificuldades do sono causados pela insônia ocorrem simultaneamente, em pacientes esquizofrênicos, com os sintomas psicóticos mais graves sendo preditivos para o estado mental do risco psicótico (REEVE et al, 2017).
Formas de tratamento da Esquizofrenia
Levando em consideração as diferentes fases da doença, o tratamento de pacientes com esquizofrenia necessita de uma abordagem multidisciplinar com visão longitudinal, devendo-se levar em consideração os domínios do indivíduo: social, psicológico e biológico, objetivando sua melhora e prevenindo o seu declínio cognitivo (CASTELO; BUCKLEY, 2015).
Descobertos na década de 1950, os antipsicóticos típicos representam, para pacientes com esquizofrenia, o principal tratamento, mostrando-se eficazes no combate dos sintomas psicóticos produzindo-lhes grandes benefícios, reduzindo tanto o número de internações em hospitais quanto sua permanência nos mesmos (LIMA, 2020).
As opções limitadas dos tratamentos farmacológicos existentes são refletidas diretamente na complexidade do transtorno da esquizofrenia, ainda que os medicamentos antipsicóticos mostrem eficácia em sua atuação no sistema dopaminérgico, dos sintomas positivos alguns negativos, há uma lacuna a ser preenchida por, raramente, melhorarem as funções sociais e cognitivas dos pacientes que, dos resultados funcionais, são seus principais preditores (DELORME; SRIVASTAVA; CERMAKIAN, 2020).
Para que ocorra a reorganização e reintegração do portador de esquizofrenia o relacionamento terapêutico se mostra como um importante instrumento para esse fim, devido à falta de clareza na eficácia dos antipsicóticos típicos e atípicos, pois cada paciente necessita de um tratamento diferenciado, podendo ser necessário a utilização de diferentes formas farmacêuticas, dosagens ou combinações de fármacos de diferentes classes terapêuticas. Tem se tornado indispensável a medicina complementar com a utilização de fármacos adjuvantes na resposta do paciente frente ao tratamento (LIMA, 2020).
Em relação à utilização de farmacológicos no tratamento da esquizofrenia são utilizados antipsicóticos típicos e atípicos predominando a utilização da clozapina, da risperidona, da lorpromazina, tendo maior adesão ao tratamento a risperidona (WANDERLEY et al, 2019).
A Arte-terapia tem levado diversos benefícios aos pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, pois a arte o poder de integrar o sentir e o fazer possibilitando à pessoa acometida de esquizofrenia a apropriar-se de seus conteúdos, conhecer o seu próprio sofrimento e a possibilidade de se recuperar (SOUSA; ERCI, 2020).
A melhoria do comportamento de autogestão da pessoa esquizofrênica necessita precisa do apoio de profissionais da saúde que entendam as limitações e possibilidade do paciente para que, através da compreensão dessas limitações, ele possa desenvolver as habilidades que lhe possibilitem resolver problemas e venha a colaborar, com os profissionais da saúde, nos seus cuidados, o que lhe concederá mais independência para responder aos desafios surgentes (SASSEN, 2018).
Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) na Esquizofrenia
O diálogo com os pacientes psicóticos é proposto e estabelecido pela TCC a qual trata como uma crença o delírio fazendo com que o mundo do esquizofrênico possa ser aberto e compartilhado compreendendo os seus pensamentos, sintomas e abordando de forma sutil o conteúdo delirante de maneira que não o alimenta nem o desafia. Dessa forma, os princípios básicos no tratamento da esquizofrenia são mantidos: a relação entre os pensamentos, o comportamento e a emoção (NARDI; QUEVEDO; SILVA, 2015).
Em relação à TCC esforços recentes colaborativos procuram sistematizar a formalização de pesquisas neuropsiquiátricas nesta área afastando-se da abordagem de agrupamentos de sintomas postulando uma estrutura cognitiva com maior precisão no estudo da esquizofrenia (WINSKY-SOMMERER et al, 2018).
Através de técnicas de intervenção a TCC vem se estabelecendo como um tratamento dos sintomas negativos psicoterápico da Esquizofrenia reestruturando a normalização, a cognição, a psicoeducação, a promoção à adesão, o treino de habilidades sociais, a ativação comportamental, a prevenção de recaídas após o tratamento e a programação de atividade. Existem consistentes benefícios da TCC nos sintomas gerais, tanto positivo quando negativo da Esquizofrenia (LOBO et al, 2020).
Como estratégia assertiva para a melhoria do quadro clínico do paciente acometido pela esquizofrenia, há um destaque para o treinamento de habilidades e a psicoeducação como técnicas utilizadas da TCC. Associando-se a TCC ao tratamento farmacológico há um melhor desfecho clínico com melhoria global do paciente com redução dos déficits de funcionamento cognitivo possibilitando uma maior adesão ao tratamento farmacológico, diminuindo, dessa forma, os delírios, as alucinações proporcionando uma menor interrupção no tratamento e menor readmissão (WANDERLEY et al, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ocorrência de uma disfunção cognitiva duradoura é constatada no transtorno do espectro da esquizofrenia, sendo os déficits cognitivos e intelectuais fatores de risco para o seu desenvolvimento que, se persistentes, podem produzir sintomas psicóticos ao longo da doença.
A esquizofrênica, como síndrome, é composta por elementos negativos, cognitivos e de humor que pode ser mais prejudicial para a perspectiva de saúde do paciente a longo prazo.
Os sintomas positivos, ao contrário do que se possa imaginar, não são benéficos para o paciente sendo apenas uma referência aos sintomas adicionados ou visíveis nos pacientes esquizofrênicos os quais podem ser moderados com antipsicóticos aliviando das alucinações e delírios.
Os sintomas negativos podem ser mais prejudiciais ao paciente esquizofrênico a longo prazo pela redução da capacidade funcional de base levando-o ao isolamento e à retração social.
A depressão, a euforia, a exaltação, a raiva e a irritabilidade são as caracterizados dos sintomas de humo, precisamente os sintomas cognitivos englobam os sintomas definidos pela sua natureza neuropsicológica.
A TCC pode ser sua utilização associada à medicação antipsicótica em pacientes refratários por apresentarem sintomas persistentes causadores de prejuízos nos âmbitos social, profissional e familiar.
A TCC é um recurso terapêutico que apresenta melhores resultados e contribui para a redução dos sintomas do paciente acometido pela esquizofrenia ensinando-o a analisar e enfrentar o problema mudando seus pensamentos e crenças disfuncionais produzindo-lhe melhorias na qualidade de vida.
Sugere-se novos estudos sobre a relação da TCC com a esquizofrenia que possibilitem uma análise de aspectos que não foram abordados nesta pesquisa. É preciso que estudos sejam realizados avaliando o entendimento do esquizofrênico e de seus familiares sobre a patologia em questão, considerando a importância do conhecimento dos seus sintomas, acompanhamento e evolução do tratamento.
REFERÊNCIAS
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FILIAÇÃO
Discentes Graduadas do Curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário FAMETRO
Docentes Especialista do Curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário FAMETRO